segunda-feira, 23 de abril de 2007

Vale a pena ler

Como se Faz um Filósofo
Autor: Colin McGinn
Tradutor: Célia Teixeira
Editor: Bizâncio, 2007

"A ciência é sem dúvida uma tarefa importante e nobre, mas não é a única forma de investigação intelectual com valor. Não devemos abraçar a ideia de que uma pergunta ou é científica ou coisa nenhuma." (Colin McGinn)

"Escrito de forma brilhante, profundamente honesto, frequentemente divertido este livro revela a história pessoal de McGinn, tão fascinante quanto a sua carreira do filósofo." (Oliver Sacks)

6 comentários:

Bruce Lóse disse...

Dério,

Já tive este livro na mão, desde a sua primeira referência aqui no De Rerum, e dei com o seu nome entre as partes interessadas. A Publicidade vai ser um hábito neste blogue?

Anónimo disse...

Bruce Lóse,
eu também lhe recomendo o livro. Mas tenha em atenção que não vai encontrar o meu nome no livro.
De todo o nome adianto-lhe: se tivesse lá o nome Bruce Lóse ou até Bruce Lee, mas bem traduzido, eu comprá-lo-ia na mesma. É que o livro vale mesmo a pena!
Até breve
Rolando Almeida

Anónimo disse...

Permitam-me: o livro é, de facto, extraordinário... pela clareza dos argumentos... e por mostrar que um pensador é uma pessoa... e, mais forte!... por mostrar como uma pessoa pode tornar-se um Pensador.

É, de facto, uma viagem extraordinária.

Anónimo disse...

As duas perguntas mais actuais e importantes para o pensamento filosófico e científico:

Qual a natureza do Vazio ou o Nada?! Ou, de onde procede a natureza material, afinal? Qual é a fonte última de tudo quanto vemos e apercebemos?!

Qual a natureza da Consciência e que relação tem ela com a realidade material?! Será possível que, contrariamente ao paradigma materialista que sustenta a ciência actual, a Consciência crie efectivamente a realidade que é o objecto de estudo da própria ciência?!

Há ainda uma 3ª pergunta, a mais humana de todas, mas para já estas vão dar "água pela barba"... mesmo aos carecas e imberbes! :)

Será que McGuinn também faz essas perguntas e lhes responde?! E poderá o realismo materialista que ainda nos assola dar lugar de novo ao milenar idealismo monista, fechando assim o círculo em mais um surpreendente exemplo do "eterno retorno"... ou quando se materializa o peru no forno?! ;)

Perguntas em torno...

Rui leprechaun

(...frio, quente ou morno?! :))

Anónimo disse...

Já que estamos no domínio filosófico, eis mais uma achega para as questões anteriores. Cito Goswami e a sua obra muito futurista... quando será tal pensamento compreendido e aceite na comunidade científica?... "O Universo Autoconsciente":

O nome técnico da acção instantânea à distância, sem sinal, é não-localidade. A correlação de objetos quânticos observada no experimento de Aspect foi de caráter não-local. Uma vez que aceitemos a não-localidade quântica como um aspecto físico comprovado do mundo em que vivemos, torna-se mais fácil conceber na ciência um domínio transcendente situado fora do domínio físico manifesto do espaço-tempo. De acordo com o físico Henry Stapp, a mensagem da não-localidade quântica é que "o processo fundamental da Natureza reside fora do espaço-tempo, mas gera eventos que nele podem ser localizados". [...]

Demócrito, há cerca de dois mil e quinhentos anos, propôs a filosofia do materialismo, mas, logo depois, Platão nos deu uma das primeiras descrições claras da filosofia do idealismo monista. Conforme notou Werner Heisenberg, a mecânica quântica indica que entre as duas mentes, de Platão e Demócrito, que mais influenciaram a civilização ocidental, a do primeiro pode acabar por ser a vencedora final. O sucesso desfrutado pelo materialismo de Demócrito na ciência nos últimos 300 anos talvez seja apenas uma aberração. A teoria quântica, interpretada de acordo com uma metafísica idealista, está pavimentando a estrada para uma ciência idealista, na qual a consciência vem em primeiro lugar e a matéria desce para uma apagada importância secundária.

Anónimo disse...

Só para terminar, será que aos paradoxos lógicos da física quântica - o princípio da complementaridade onda-partícula, por ex. - também se pode aplicar o célebre tetralemma de Nagarjuna, o excelso filósofo budista do séc. II aC?!

Ora vejamos em livre adaptação... é a lógica uma ilusão?! ;)

Simultaneamente onda e partícula.

Ou onda ou partícula.

Nem onda nem partícula.

Nem não-onda nem não-partícula.

Já agora, a formulação de Nagarjuna acerca da última Realidade (ou Nirvana) - logicamente inexprimível - é a seguinte:

Ela é.
Ela não é.
Ela é e não é.
Ela nem é nem não é.

Confuso?! Não muito mais que a (não) lógica quântica... pior só a TLEBS semântica!!! :D

Mas a noite é romântica...

Rui leprechaun

(...nesta fantasia tântrica!!! :))

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