Um deles é sobre concursos de beleza de meninas. Meninas muito pequenas, com quatro, cinco, seis anos... As suas mães, em geral, enormes, enraivecidas, apostam nas suas crianças, como quem aposta em cavalos, cães, ou galos... Admitem injectar-lhe botox, obrigá-la a dietas, manipulam-nas descaradamente, gritam umas com a outras, dão murros e pontapés onde calha, insultam o júri. Danadas por ganharem o prémio sujeitam as filhas a tudo. As filhas, pequeninas, procuram acolhimentos nos braços que as enxotam, algumas choram, outras reproduzem as palavras das mães.
Não é preciso ser-se especialmente sensível para se perceber que o instinto maternal é uma ficção e o amor de mãe é mais do que incerto. O espectáculo dá plena razão a Elisabeth Badinter.
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Chantal Jouannotem (LIONEL BONAVENTURE/AFP) (Fotografia retirada da citada edição do jornal Público) |
Mas, haja esperança! Recentemente, Chantal Jouanno, ex-ministra e actual senadora, conseguiu que o Senado de França se pronunciasse "a favor da interdição dos concursos de beleza para raparigas com menos de 16 anos". O resto da notícia pode ser lida aqui.