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quarta-feira, 8 de maio de 2013

DUPLA HÉLICE SEXAGENÁRIA

Texto publicado na revista Papel


O avô Jaime faz anos. Sessenta anos de vida cumpridos no dia 25 de Abril, dia de festa e de grandes revoluções. Francisco e Rosália, os seus netos gêmeos, estavam radiantes como qualquer petiz o está quando alguém que lhes é querido faz anos. Também eles tinham feito 10 anos no passado dia 14 do mesmo mês de Abril. A coincidência de todos fazerem anos no mesmo mês aumentava a sensação de uma cumplicidade entusiasta entre avô e netos.
Rosália observa as duas velas de aniversário espetadas no topo do bolo. Tinham uma forma helicoidal e o número 60 construído pelo 6 e o 0 impressos em cada uma delas. As duas faziam lembrar uma dupla hélice o que fez recordar a Rosália algo que tinha lido num jornal na biblioteca da escola: a forma da molécula dos genes também tinha sido descoberta havia 60 anos.
- Avô! – pergunta Rosália – é interessante teres nascido no mesmo ano em que uns cientistas descobriram a dupla hélice…
- De ADN – completou o Avô perante a hesitação de Rosália. – Sim é uma coincidência que me agrada, mas não passa disso. De uma coincidência. De facto nasci no dia em que uma revista científica muito importante, que se chama Nature, publicou o artigo de James Watson e Francis Crick sobre a estrutura em dupla hélice do ácido desoxirribonucleico, que diminuímos para a sigla ADN. Foi uma publicação que fez nascer uma nova era na biologia e outras disciplinas afins…
- Como a química e a física? – questiona Francisco até ai pouco interessado.
- Essas foram necessárias para a descoberta da dupla hélice do ADN. Outras nunca mais foram as mesmas. Estou a falar da compreensão da vida através das moléculas e átomos que a constituem. Biologia molecular, bioquímica, genética entre outras disciplinas. Vocês já falaram de moléculas e átomos na escola, não falaram? – questiona o avô Jaime com as sobrancelhas pacientes.
- Já! – respondem os gêmeos em uníssono. – E também na internet.
- Pois a internet… - suspira o avô pensativo. – Querem que vos conte a história do ADN?
- Queremos – respondem Rosalia e Francisco com as vozes entrelaçadas.
- Apesar de eu ter nascido a 25 de Abril, fui na realidade concebido uns 9 meses antes. Poderíamos celebrar em vez do nascimento, o dia da concepção, quando um espermatozoide do meu pai fecundou um oócito da minha mãe. Mas a tradição da nossa cultura secular só podia celebrar o que via acontecer como coisa concreta e definida. Mas ao longo daqueles 9 meses, os genes que eu recebi dos meus pais celebraram um plano para fazer desenvolver, célula a célula, tecido a tecido, órgão a órgão, primeiro o embrião, depois o feto, e por fim o meu organismo completo nascido bebé.
- Não consigo imaginar o avô bebé – riu a Rosalia.
- Bom. O que eu vos quero dizer é que as coisas da ciência, assim como as da vida, não surgem do nada. Têm uma história de desenvolvimento, passo a passo e com muito trabalho e esforço. Cada descoberta acrescentando mais um pouco de conhecimento ao nosso entendimento científico do mundo, neste caso.
- Queres dizer que a dupla hélice também esteve grávida? – pergunta Rosália com ar de malandra.
- Fazes-me rir. Não esteve grávida, não teve mãe. Apesar de ter sido uma senhora que se chamava Rosalind Franklin que fez as experiências fundamentais com cristais de sais de ADN e cujos resultados permitiram a Watson e Crick desvendar a estrutura. Sabem como é que ela fez as experiências?
- Não!! – disse a curiosidade dos dois netos.
- Como se tirasse radiografias com raios x a pequenos cristais de sais de ADN. O modo como os raios x são desviados pelo ADN foram registados numa imagem que depois foi analisada com o conhecimento físico e matemático desenvolvido pelo físico Bragg e outros colegas. A técnica chama-se em rigor cristalografia por difracção de raios x e foi, e é, muito usada para estudar a estrutura regular e a disposição espacial tridimensional como os átomos e algumas moléculas se organizam quando são cristalizadas, quando estão na forma de cristais.
- Como os cristais de neve? – pergunta Rosália sorridente.
- Sim. Só que em vez de água, imprescindível para a vida, estamos a falar de ADN – diz o avô Jaime contextualizando.
- O ADN foi descoberto pelo químico alemão Friedrich Miescher, em 1869. Ou seja 84 anos antes da desboberta da sua estrutura. Miescher descobriu que todas as células tinham uma substância ácida no núcleo. Mas não foi logo que os cientistas associaram o ADN com a hereditariedade, com os genes que os pais passam aos filhos.
- Hereditariedade?! O que é? – pergunta Francisco com os braços abertos.
 - É a forma como as características que nos tornam seres vivos individuais são transmitidas de geração em geração – explica o avô. - Foi trazida à luz pelas famosas experiências com ervilhas de Gregor Johann Mendel, um monge e botânico austríaco, em meados do Séc. XIX.
- As minhas experiências com ervilhas são sempre más – resmunga Francisco.
- Mas tens de as comer, assim como a outros vegetais se queres crescer e perceber estas coisas da hereditariedade – aconselha Rosália fraternal. - Não é verdade avô?
- Bem o dizes minha neta. Mas voltemos à história. Mendel não sabia nada acerca de ADN nem precisou desse conhecimento para estabelecer as suas leis da hereditariedade que ainda hoje são estudadas e válidas para explicar a transmissão de determinadas características de pais para filhos, como sejam a cor dos olhos, pro exemplo.
- Mas o que é que o ADN tem a ver com a hereditariedade? – pergunta Francisco ainda meio horrorizado com a ideia de ter de comer ervilhas.
- Os genes são feitos de ADN – afirma categórico Jaime.
- Então os genes estão no núcleo das células! – exclama Rosália vitoriosa.
- Sim. No núcleo das células como as que nos constituem – confirma o avô. - Mas a identificação do ADN como a molécula responsável pela hereditariedade genética demorou muito tempo, não foi imediata.
- Porquê? – soltou Francisco com os sobrolhos carregados.
- É que a composição química do ADN parecia aos químicos, biólogos e geneticistas muito pobre e repetitiva para poder conter em si a informação necessária para gerar a imensa complexidade de um ser vivo, para além da enorme biodiversidade que vive no planeta Terra. Cada unidade do ADN, chamado nucleótido, é composto por um açúcar (a desoxirribose) um parte inorgânica constituída por um grupo ortofosfato, e por uma de quatro substâncias azotadas a que chamamos bases: a guanina, a adenina, a citosina e a timina. Para simplificar referimo-nos a elas pelas letras G, A, C e T respectivamente.
O avô Jaime faz uma pausa para dar tempo a que Francisco e Rosália desfaçam qualquer dúvida com o olhar. E continua.
- Até aos anos quarenta do século XX muitos cientistas estavam mais inclinados para atribuir esse papel às proteínas. Estas eram constituídas por muitas mais unidades diferentes e apresentavam-se em incontáveis combinações e estruturas distintas. Os diferentes genes necessários para construir um organismo tinham de ser compostos por proteínas e nunca pelo monótono ADN. Assim, durante cerca de 60 anos o material dos genes era considerado de natureza proteica.
- E como é que se descobriu que não eram? – pergunta Francisco armado em detective.
- Através de uma experiência muito elegante planeada e executada por Avery e seus colaboradores. Usando um vírus chamado bacteriófago e umas bactérias, estes investigadores mostraram sistematicamente e sem deixar qualquer dúvida que o que era passado de geração em geração era o ADN e não as proteínas. Ou seja, que o material dos genes era o ADN. Este conhecimento só foi divulgado em 1944, e foi uma peça decisiva do puzzle que iria ser progressivamente resolvido até aos nossos dias.
 - Ainda não tinhas nascido avô – recorda Rosália abraçando-o.
- Pois não. Mas no ano em que nasci, 1953, começou a entender-se como é que a molécula de ADN cumpria o seu papel de molécula dos genes e da hereditariedade – Jaime faz uma pausa de suspense. - Depois dos trabalhos experimentais e resultados obtidos por Rosalind Franklin, como disse há bocado, Watson e Crick criam, em fevereiro de 1953, um modelo estrutural para o ADN que respondia àquelas e outras perguntas. O seu modelo apresentava uma estrutura em duas fitas de ADN entrelaçadas uma na outra formando uma dupla hélice. No artigo da Nature que publicaram no dia do meu nascimento, 25 de Abril, escreveram que esta estrutura tinha grande significado biológico. De facto, permitiu explicar como a informação genética é armazenada e transmitida entre gerações.
- A famosa dupla hélice de ADN cujo aniversário também hoje comemoramos nas velas helicoidais no teu bolo e que vais soprar daqui a nada – comenta Rosalia enrolando com os seus dedos meninos os seus cabelos ondulados.
- Mas conhecer a estrutura abriu uma enorme janela para novos horizontes de conhecimentos. Watson, Crick e o Wilkins ganharam o prémio Nobel em 1962 por esta descoberta.
- Rosalind não?! – diz Rosália surpreendida.
- Ela tinha entretanto falecido, provavelmente devido a doença causada pela sua exposição prolongada aos raios x com que trabalhara para nos desvendar o conhecimento do mundo biomolecular – responde Jaime com um olhar perturbado com injustiça. – Mas continuemos. Nesse ano de 1962 descobriu-se mais uma peça do puzzle genético: Marshall W. Nirenberg e colaboradores decifraram o código genético.
- Código genético?! Os genes estão codificados?! – questiona Francisco cada vez mais curioso.
- Sim. Niremberg e seus colegas mostraram que cada um dos aminoácidos que constroem as proteínas são codificados por sequências de três bases no ADN. Tinham aprendido a ler a linguagem genética e entendido como é que ela é traduzida para que as proteínas que nos compõem sejam construídas. No fundo, tinham descodificado o manual da vida e verificado que ele era universal!
- Isso foi em 1962 – assenta Rosália. – Mas então o que é que aconteceu com o genoma humano que foi conhecido totalmente no ano em que eu e o meu irmão nascemos, em 2003?
- Estás a referir-te à sequenciação completa do genoma humano. Ou seja, sabermos em que sequência é que estão, em cada uma das duplas hélices, as 3 mil milhões de bases que as constituem em cada núcleo de cada uma das nossas células o nosso genoma.
- Saber a ordem em que estão 3 mil milhões daquelas letras G, A, C e T? – questiona Francisco perdido entre as letras.
- É verdade. Esse feito, anunciado ao mundo no dia 14 de Abril de 2003, é um dos mais impressionantes da história da ciência. O Projeto de Sequenciação para descodificação do Genoma Humano teve início em 1990 e no dia 23 de Outubro de 1998 foram publicados na revista científica Science, os objetivos para o Projeto do Genoma Humano, por Francis Collins e colaboradores. Neste artigo os cientistas apontavam uma meta para a descodificação total do genoma humano para 2013, no 60º aniversário do conhecimento da estrutura em dupla hélice do ADN.
- Então conseguiram acabar essa tarefa 10 anos mais cedo do que o planeado – observa Rosália.
- Sim querida neta. Fruto do trabalho de um enorme grupo interdisciplinar internacional, e também pelo avanço da informática, do desenvolvimento de computadores e de equipamentos de sequenciação cada vez mais rápidos e eficientes. Digo-vos que o trabalho foi feito por várias aproximações. E de facto os primeiros dados provisórios foram publicados em 15 de Fevereiro de 2001, na revista científica Nature, pelo Consórcio Internacional para a Sequenciação do Genoma Humano, e no dia seguinte na Science, por J. Craig Venter e colaboradores.
O avô Jaime refresca-se com uma limonada antes de retomar algo que parecia ter-se esquecido antes.
 - Mas deixem-me voltar umas décadas atrás. É que esta sequenciação não teria sido possível sem que duas técnicas bioquímicas decisivas tivessem sido inventadas antes.
- Um microscópio e uma máquina de fotografar ultra rápida… para fotografar todas as bases no ADN – sugere Francisco.
- Não querido neto. As bases do ADN são muito mais pequenas do que aquilo que o mais potente microscópio alguma vez construído consegue ampliar. O que estou a recordar foi a incontornável contribuição de Sanger e Coulson, que descreveram, em 1975, um método que permitia conhecer em detalhe todas as letras de uma sequência de ADN.
- E a outra descoberta? – pergunta Rosália.
- A outra descoberta, também decisiva, foi a invenção da PCR, que quer dizer “reação da polimerase em cadeia”, por Kary Mullis, na primavera de 1983. Ou seja há 30 anos. Outra efeméride deste ano. A invenção desta ferramenta bioquímica foi uma autêntica revolução na área da Genética, uma vez que possibilita a síntese muito rápida das cadeias de ADN, a partir de uma pequena amostra, o que permitiu avanços notáveis na análise dos genomas dos seres vivos. Recorrendo à PCR, é possível sintetizar um bilião de cópias de uma única cadeia de ADN em poucas horas. Atualmente existem no mercado máquinas que realizam o processo de forma automática e muito rapidamente. A tal ponto que é possível sequenciar o nosso genoma a partir do ADN existente numa pequena gota de sangue ou mesmo a partir da nossa saliva.
- Acho que já tinha ouvido falar dessa PCR na fantástica série CSI… - recorda Rosália entusiasmada.
- Sim. A sequenciação do genoma de cada um de nós já é uma realidade e abre novas perspectivas para o desenvolvimento de tratamentos para doenças antes julgadas incuráveis.
- Assim como descobrir o autor de um dado crime, descobrir os extraterrestres que vivem escondidos entre nós e também fazer renascer animais extintos como os dinossauros… - diz Francisco entusiasmado. – Como no Jurassic Park.
- Em parte, Francisco. Identificar uma pessoa através do seu perfil genético, sim. O resto que dizes ainda é um pouco do domínio da ficção científica. Mas lá chegaremos – diz o avô sorrindo e afagando a cabeça de Francisco. - Já agora uma curiosidade para acabar.
- Qual é?!
- Se fosse possível colocar o genoma Humano que existe em cada uma das nossas células, em forma de uma “fita” estendida, o seu comprimento seria de aproximadamente 8.636 Km. Ou seja três quartos do diâmetro do equador terrestre.
- Tão comprido?! – pergunta com espanto Rosália. – Como é que cabe dentro das nossas células?
- Boa pergunta. A dupla hélice de ADN está por sua vez enrolada compactamente em supra estruturas que são os cromossomas. Possuímos 23 pares de cromossomas. Cada par proveniente de cada um dos nossos pais. A forma como os genes estão dispostos nos cromossomas dava para outra grande conversa. Mas agora vamos ao bolo e celebrar os meus 60 anos e, já agora, da dupla hélice de ADN sexagenária.

António Piedade

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

DIA MUNDIAL DAS DOENÇAS RARAS

Celebra-se hoje, dia 28 de Fevereiro, o Dia Mundial das Doenças Raras


Um espirro anuncia a constipação. Também sintoma de uma gripe que por vezes se diz comum. Estas constipações e gripes são aflições nada raras ao longo de todo o ano e a maior parte de nós já com elas conviveu pelo menos uma vez na história das nossas vidas.

Contrariamente as estas e outras doenças sazonais, “passageiras” e comuns à maioria dos seres humanos, há um conjunto de doenças genéticas que acompanham e afectam gravemente a vida dos seus portadores: as doenças raras. Este ano o Dia Mundial das Doenças Raras celebra-se a 28 de Fevereiro.

Passou mais de uma década depois da descodificação do Genoma Humano. O mapeamento completo dos cerca de 20 mil genes humanos foi apresentado em conferência de imprensa a nível mundial a 14 de Abril de 2003. Um ano antes, foi fundada em Portugal a Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras - “Raríssimas”, mais precisamente a 12 de Abril de 2002.

Na União Europeia, consideram-se doenças raras as que têm uma prevalência inferior a 5 em 10000 pessoas. São conhecidas cerca de sete mil doenças raras, mas estima-se que existam mais, afectando, no seu conjunto até 6% da população, o que significa que atingem 40 milhões de pessoas na Europa e que existirão até 600 mil pessoas com estas patologias em Portugal. São doenças crónicas, graves e degenerativas que diminuem muito a qualidade de vida dos por elas afectados.

Uma lista de algumas doenças raras já diagnosticadas pode ser consultada aqui, por exemplo.

O mapeamento completo do Genoma Humano tem permitido compreender melhor os mecanismos moleculares que estão na origem de inúmeras doenças genéticas, muitas delas doenças raras, para as quais não se vislumbravam quaisquer curas e/ou tratamentos adequados antes do Projecto do Genoma Humano ter sido completado. Mas há ainda muito para fazer e compreender em cada ser humano com o seu específico fenótipo bioquímico.

O desenvolvimento de uma farmacogenómica dedicada à compreensão da base genética e metabólica das doenças, só possível depois do mapeamento do genoma e desenvolvimento e progressiva compreensão do proteoma e metaboloma humanos (entre outros "omas"), veio apresentar novos horizontes tecnicamente exequíveis para as doenças raras, para os metabolismos extremos e externos ao território clássico das ciências farmacêuticas.

Neste contexto, as doenças raras, também conhecidas por “doenças órfãs”, relegadas para os extremos das distribuições estatísticas gaussianas de susceptibilidade a doenças e interacções farmacológicas, ganharam novas e renovadas esperanças: a de ser possível antecipar o seu diagnóstico (inclusive pré-natal ou mesmo pré-concepcional) e eventualmente alterar radicalmente a história de vida de uma pessoa em particular; a de ser possível a compreensão do mecanismo molecular da doença e assim identificar alvos para o desenvolvimento de promissoras estratégias farmacológicas; o desenvolvimento de novos fármacos desenhados e ajustados à especificidade de um indivíduo em particular, eventualmente menos dispendiosos para todos os agentes envolvidos.

A atenção e os esforços sociais em relação aos portadores de uma dada doença designada por rara são sinónimos dos avanços civilizacionais em que a humanidade é substância, em que cada um tem direito a ter a melhor qualidade de vida com dignidade independente das suas especificidades e diferenças.

Aqueles que noutras eras não conseguiriam sobreviver à nascença, têm hoje a possibilidade de partilhar a sua individualidade com a sociedade de que também fazem parte, e enriquecer, com a sua raridade, nós todos, comuns mortais.

António Piedade

Legenda Figura: A Progéria tem origem em um único e pequeno defeito no código genético do bebé, mas tem efeitos terríveis para a vida da criança que geralmente não chega aos 13 anos de idade.

O QUE É FEITO DA CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS?

Passaram mil dias - mil dias! - sobre o início de uma das maiores guerras que conferem ao presente esta tonalidade sinistra de que é impossí...