sexta-feira, 5 de julho de 2019
FRONTEIRAS
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
People, we have a problem
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
OS MARCIANOS SOMOS NÓS
Não sabemos se existiu ou se existe vida em Marte. Os instrumentos do novo robô vão procurá-la e, passados alguns minutos, logo teremos notícias na Terra. Mas um dia havemos de ir a Marte, levando connosco a vida que lá eventualmente falta. Este é o único planeta conhecido, além do nosso, que tem condições para ser habitável pelo homem. Essas condições poderão ser melhoradas com o auxílio da tecnologia. Demorará, mas atrevo-me a prever: será tão ou mais confortável viver em Marte do que como aqui.
Carlos Fiolhais
domingo, 4 de dezembro de 2011
O nosso homem em estúdio
porque os astronautas foram dormir e tive que esperar
que eles acordassem. (...) tinha levado muita literatura,
nomeadamente um artigo fabuloso, do Norman Mailer,
que já falava das perspectivas da chegada do Homem à Lua."
José Mensurado.
De 20 para 21 de Julho de 1969, José Mensurado, o tranquilo jornalista da Rádio e Televisão Portuguesa, que havia acompanhado e noticiado andanças das várias Apollo pelo espaço, foi o nosso homem em estúdio para, via CBS, dar conta da chegada à Lua, da saída de Neil Armstrong da nave e do primeiro passo que deu em solo não terrestre.
Antes de todos os portugueses, foi ele quem, pelos auscultadores, o ouviu dizer, em voz pausada, mas muito segura: “Um pequeno passo para o homem, mas um salto gigantesto para a humanidade”.
Emocionou-se com tudo isso, disse mais tarde, na sua sobriedade. Emocionou-se, sobretudo, quando viu a Terra do espaço. E disse também que “foi uma honra” ter acompanhado tudo isso, e ter “a sensação de que estava a entrar, embora como jornalista, para protagonista da história”.
Dessa emissão em directo, que durou 18 horas, onde a ciência, a tecnologia foi acompanhada de literatura não existe registo em arquivo da Televisão. Resta a memória que José Mensurado nos legou (que se pode ver, por exemplo aqui) e a memória do próprio José Mensurado.
Sítios consultados:
http://www.rtp.pt/web/historiartp/1960/homem_lua.htm
http://www.casadaimprensa.pt/?p=1501#more-1501
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=33400&op=all
quarta-feira, 9 de março de 2011
sábado, 12 de junho de 2010
O espaço essencial
O nosso leitor José Nascimento, arquitecto de profissão, enviou-nos um comentário do qual reproduzo algumas linhas pelo facto de denotarem pressupostos de ensino e de aprendizagem distintos dos que guiam essa empresa e que, a serem adoptados, teriam aplicações também distintas daquelas que prevemos quando entrarmos nas escolas intervencionadas.
No meu caso, às justificações que a Parque Escolar apresentou para a escolha de propostas de intervenção adiciono as que agora deram origem ao seu post.
Falo por experiência própria de aluno que fui e de arquitecto que sou nas poucas intervenções que tenho tido na área, e que se resumem no essencial aos seguintes pontos:
1- a educação resulta de um diálogo, entre o professor e o(s) aluno(s), como tal o essencial é o espaço em que esse diálogo acontece (sala de aula) e para isso acontecer não são necessários grandes investimentos materiais. Basta silêncio e paz;
2- fora da sala de aula, a escola é um espaço de prática social entre os alunos e entre a comunidade em que se insere. Também para isso não são essenciais grandes teorias de espaço ou pedagogia. Basta um limite físico claro para todos, que indique onde começa e acaba a escola.
Conclusão cínica: a actuação da Parque Escolar é tão má que dentro em breve será necessário corrigi-lhe os erros. E cá estaremos todos para os pagar. Sempre.
domingo, 29 de novembro de 2009
ATLANTIS STS-129: uma das últimas viagens do Space Shuttle
A NASA realizou uma cobertura mediática desta missão como forma de mostrar os pormenores de lançamento (vejam pelo menos até ao minuto 3:16, altura em que têm uma perspectiva do piloto do shuttle vendo parte do nariz do vaivém e tendo a sensação de velocidade), entrada em órbita, processo de ligação à ISS (muito interessante a partir do minuto 9:00), operação dos vários equipamentos a bordo, realização de missões, vida no espaço, separação da ISS e retorno à terra (minuto 49:00). O vídeo foi recentemente tornado público.
Vale a pena ver: são 59 minutos de puro prazer! Cheio de detalhes e de perspectivas inéditas, este vídeo é não só instrutivo como fascinante.
A criatividade humana é verdadeiramente admirável! O que conseguimos fazer com o conhecimento que adquirimos é fabuloso. Se virmos isto em perspectiva, desde os primórdios da humanidade, é impressionante o caminho que percorremos em conjunto. E esse caminho é uma enorme fonte de esperança no nosso futuro colectivo.
:-)
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
UM MAPA DE ESTRADAS PARA O ESPAÇO

A Planetary Society, sociedade fundada por Carl Sagan, está a aproveitar este momento de mudança de Presidente no Estados Unidos para promover um novo alento na ciência e na exploração espacial. Este é o teor da declaração que a Sociedade tem no seu sítio para recolha de assinaturas:
The current U.S. Administration’s Vision for Space Exploration has been fatally compromised. But with the new Administration, the U.S. has an opportunity to embrace a new Roadmap to Space: one that will galvanize public support, reach out internationally and will be both politically and financially sustainable for years to come.
I support these Principles of the Roadmap to Space and have endorsed them below.
* Human exploration of Mars should be a primary goal. Mars poses extraordinary scientific opportunities, and offers tremendous potential benefits...including a long-term abode for humankind. Mars also commands public interest: it can unify and electrify mass public enthusiasm. The Moon is an international stepping stone to Mars.
* The United States’ human space flight program is an enduring symbol of global leadership, and an incomparable engine for technological innovation. It should be continued, but with robust international partnerships reflecting its importance to humanity everywhere.
* Science and exploration are inseparable. They complement and benefit each other, and one should not be sacrificed for the other. Robotic exploration is no less vital than human exploration: both are part of the great missions of discovery driven by our human need to reach out and explore the unknown.
* NASA’s mission—including the development of human space flight capabilities—needs to be realistic in scope and time. An arbitrary and unrealistic schedule in the current program has resulted in massive funding shortfalls, and the sacrifice of Earth and space sciences and other programs.
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
O PAI DO SPUTNIK

Minha crónica do último "Sol". Na foto Yuri Gagarine com Sergei Korolev:
Quando se comemoram os 50 anos do início da era espacial, que ocorreu com o lançamento do primeiro satélite, é justo lembrar o “pai do Sputnik”, o ucraniano Sergei Pavlovich Korolev.
Em contraste com o engenheiro alemão (depois naturalizado norte-americano) Wernher von Braun, o “pai do Saturno V” e portanto o “pai da viagem à Lua”, o engenheiro Korolev não é muito conhecido. Muita gente sabe que von Braun construiu durante a Segunda Guerra Mundial as bombas voadoras V2 que, do norte da Alemanha, espalharam o terror na Inglaterra. E sabe que foi preso pelas tropas norte-americanas e levado à força para a América, onde veio a desenvolver o poderoso foguetão que levava a nave Apollo na ponta.
Mas pouca gente conhece a biografia de Korolev. Pouca gente sabe que, antes de dirigir o programa espacial soviético, foi apanhado numa purga de Estaline e passou a guerra internado primeiro no Gulag da Sibéria e depois num campo de prisioneiros cujo trabalho era fazer aviões. Um dos seus colegas na prisão foi outro génio da aviação – Tupolev - de nome bem conhecido. E pouca gente sabe que a ideia da ida do homem à Lua pertenceu não a von Braun nem ao Presidente Kennedy, mas sim a Korolev. Isso nunca foi assumido pelos soviéticos porque seria uma confissão de derrota depois das estrondosas vitórias de Korolev. O primeiro engenho a alunar tinha a foice e o martelo – foi a Luna 2 em 1959. E o primeiro homem no espaço foi o russo Yuri Gagarin, a bordo da Vostok em 1961. Contudo, a União Soviética não estava em condições, no final dos anos 60, de competir na corrida humana à Lua. Em 1969, nas vésperas da missão Apollo 11, von Braun ainda receava que, nesse tempo de guerra fria, houvesse uma surpresa de última hora do outro lado. Mas não houve.
Uma das razões para não ter havido foi a morte prematura do engenheiro-chefe. Korolev faleceu em 1966, no auge da sua carreira, durante uma operação de rotina. O Presidente Putin prestou-lhe homenagem no início deste ano, por ocasião do centenário do seu nascimento.
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Luzes do norte

Aurora Australis ou «southern lights», fotografada do vaivém espacial Discovery durante a missão STS-114 à Estação Espacial Internacional.
Todos os anos a Universidade de East Anglia, em Norwich, organiza uma palestra sobre religião e educação, normalmente um evento pouco concorrido. A palestra de 2005 foi a excepção, embora o convidado não fosse o bispo proeminente de outras ocasiões mas sim um ateu muito vocal, o escritor Philip Pullman. Pullman escreveu uma trilogia de culto, «His Dark Materials», supostamente uma fantasia para crianças, que vendeu milhões de exemplares apenas em Inglaterra e a sua prosa figura frequentemente nos jornais britânicos.
Comprei por acaso o Northern Lights, o primeiro livro da trilogia - cuja adaptação cinematográfica estreará em Dezembro - um livro que, como seria de esperar, me fascinou pelas alegorias que apresenta. E um livro que, igualmente como seria expectável, mereceu violentas críticas pela mesmissima razão, imediatamente denunciada como um ataque ao cristianismo.
Achei assim interessante que Rowan Williams, o Arcebispo de Cantuária, tenha conseguido ver que as críticas implícitas na trilogia de Pullman se dirigem não ao cristianismo propriamente dito mas sim ao fanatismo religioso, ao dogmatismo, à mistura política religião e concomitantes opressão e perseguição de «dissidentes». Rowan William propôs mesmo que «His Dark Materials» integrasse os curricula de educação religiosa nas escolas públicas inglesas. Uma conversa muito interessante entre Pullman e o arcebispo sobre religião na arte e literatura - e ensino - pode ser encontrada aqui.
Segui a prosa de Pullman quando este opinava vigorosamente contra a censura que Blair tentou introduzir a coberto de uma nova lei da blasfémia. Mas gosto especialmente do que Pullman tem a dizer sobre educação, nomeadamente no tema que é recorrente neste blog:
«O que receio e deploro no campo das «escolas de fé» é o seu desejo de fechar a argumentação e colocarem alguns assuntos acima de questões ou debate. É vital que seja claro para as mentes jovens o que é uma posição de fé e o que não é - para que, por exemplo, não sejam enganados por pessoas religiosas que dizem que a ciência é uma posição de fé que não difere do cristianismo. A ciência não é uma questão de fé e permite-se que demasiadas pessoas o digam, e que digam que a minha «crença» na evolução é algo na mesma linha da «crença» deles em milagres. O que precisamos nas escolas, na realidade, é de filosofia básica».
Aurora borealis ou «northern lights» sobre o Alasca. As auroras, quer as boreais quer as austrais, devem-se a partículas carregadas com origem no Sol, o plasma que conhecemos como vento solar. O escudo magnético da Terra deflecte a maior parte dessas partículas. As que são aprisionadas na magnetosfera aceleram ao longo das linhas de campo da Terra até atingirem uma região circular, na parte superior da atmosfera, denominada oval das auroras, ou annulus. No annulus as partículas colidem com os gases presentes, transferindo-lhes energia. Os gases excitados libertam este excesso de energia sob a forma de fotões, ou seja, emitem luz.
No passado, as auroras preencheram o léxico do imaginário mitológico dos que as observavam fascinados. Fascínio que permanece inalterado embora hoje consigamos explicar este fenómeno sem recurso a qualquer mitologia.
domingo, 8 de abril de 2007
ASTROS E SEXO


A Doutora Fiorella Terenzi é uma astrofísica italiana com um doutoramento pela Universidade de Milão que descobriu uma vocação artística juntamente com a científica. No Laboratório de Investigação se Som Computacional da Universidade da California - San Diego, nos EUA, conseguiu converter sinais de galáxias recolhidos por radiotelescópios em música que gravou em CD. No seu sítio pode aceder-se à sua música assim como a uma lista de toda a sua produção quer musical quer bibliográfica.
O seu livro "Heavenly Knowledge", com o subtítulo "An Astrophysicist seeks wisdom in the stars", publicado pela Avon Books de Nova Iorque em 1998 é muito engraçado. Não é comum um livro de divulgação científica ter o retrato do autor na capa, em meio corpo, mas este tem. Há o curioso pormenor do título de "Dr." anteceder o nome da autora. Ela é a bela e o mestre, aliás, mais do que isso, bela e doutora!
No livro a astronomia aparece muito "sexy", tal como a capa sugere. Escreve a Doutora no capítulo primeiro, intitulado "O Universo é uma bela mulher": "Sonho com uma cosmologia na qual o Universo é uma bela mulher". O capítulo 4 intitula-se "A vida sexual do Universo", onde ela escreve "É preciso que a imaginação dê alguns passos para aprender sobre o amor e o sexo a partir das estrelas." Mas a imaginação dela dá-os... Não, não é astrologia, ao contrário do que possa parecer... mas, como já alguém disse, uma espantosa mistura entre Madonna e Sagan.
A imaginação humana, tal como o Universo, não tem limites...
quarta-feira, 21 de março de 2007
JOAQUIM BARBOSA, DE BEJA

Subir mais alto, para ficar mais perto das estrelas, sempre foi o sonho do homem. Do homem género humano, mas também do português comum como Joaquim Barbosa, de Beja. Sabemos, pelo anúncio televisivo, que este último conseguiu!
A proeza foi possibilitada por duas circunstâncias. Uma foi o alargamento das viagens espaciais, o chamado “turismo espacial”. Desde 2001 que se pode pagar um bilhete para subir mais alto. A excursão ainda não é para todos, só para quem tem posses. Mas quem pode pode: têm subido para o espaço pessoas como o gestor de investimentos Dennis Tito (dos EUA), o empresário de informática Mark Shuttleworth (da África do Sul), o empresário de electrónica Greg Olsen (dos EUA) e a empresária de telecomunicações Anousheh Ansari (do Irão). Pagaram cada um mais de 20 milhões de dólares pelo seu passeio na Estação Espacial Internacional, com uma ajuda dos russos para o transporte. É bem possível que surjam qualquer dia ofertas de voos suborbitais “low cost”. Nessa altura pessoas sem grandes posses como eu e o leitor poderão também voar alto.
Mas, pelo menos no anúncio, Joaquim Barbosa, de Beja, já voou. Vemo-lo até a acenar aos portugueses (a nós todos) no final do voo. E como é que ele conseguiu? Terá ele criado uma empresa de sucesso na Amareleja, por exemplo de células fotovoltaicas que aproveitam melhor o sol alentejano? Não. Ao contrário do português de Quinhentos que partia para a aventura do Cais de Belém, basta ao português de hoje entrar no quiosque e jogar. Joaquim simplesmente ganhou o Euromilhões. Ele é o português comum, o tal que joga no Euromilhões todas as semanas (somos de entre os povos europeus quem mais joga e, por causa disso, quem mais Jackpots ganha!). É o português comum que confia na sorte mais do que no saber, que confia no acaso mais do que no trabalho. Ele “fia-se na Virgem e não corre”. A Virgem hoje dá pelo nome de Jackpot e há, de facto, milagres estatísticos. Por alguma razão o Euromilhões é, entre nós, administrado pela Santa Casa.
SOBRE O GRANITO E A SUA ORIGEM, NUMA CONVERSA TERRA-A-TERRA.
Por A. Galopim de Carvalho Paisagem granítica na Serra da Gardunha. Já dissemos que não há um, mas sim, vários tipos de rochas a que o vulgo...
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