segunda-feira, 31 de agosto de 2020
domingo, 30 de agosto de 2020
NO PROSCÉNIO DA POLÍTICA PORTUGUESA
E, em contrapartida, o povo chora as sua mágoas sem ter, sequer, um lenço para enxugar as lágrimas! Longe vai o tempo em que os filhos de pessoa inteligentes podiam nascer burras e os filhos de pessoas honesta podiam nascer assaltantes de bancos. Hoje não, a inteligência herda-se como a cor dos olhos, por exemplo, não sendo necessário dar provas que os descendentes de gente ungida desta graça tenham as idênticas capacidades, através de entrevistas e exames psicotécnicos exigentes. E como os lugares, mesmo num governo tão cheio de governantes, como carruagem de metro em hora de ponta, não há lugar para todas essas intelijumências, havendo, como tal, que mexer os cordelinhos da cunha para encaixar uma legião de medíocres em lugares bem remunerados da função pública ou privada.
Época remota houve, em que era dito que quem não tinha padrinhos morria mouro. Hoje, por falta de padrinhos, pessoas ainda que de posse de licenciaturas ou mestrados, obtidos em universidades públicas e honestidade impoluta, estiolam, por vezes, em empregos mixurucos como caixas de supermercados ou vivem mesmo nas garras do desespero por estarem desempregadas pela não subserviência a juventudes partidárias que berram em megafones slogans ou agitam frenéticos bandeiras ao vento.
2. As reviravoltas do mundo da política: Face à inacção, ou falta de pulso, de António Costa em resolver os graves problemas da vida nacional varrendo-os para debaixo do tapete, o Bloco de Esquerda, pela voz de Catarina Martins, denuncia a intenção de um divórcio entre este partido e o PS paras as eleições autárquicas que se avizinham. Ou seja,“nada de novo na frente ocidental”, título de um livro com relatos da “I Guerra Mundial”, da autoria de Erich Maria Remarque, por mim não previsto e escrito várias vezes, de ser um casamento de conveniência em risco de um divórcio litigioso de grande estardalhaço público.
Inopinadamente, chega agora a notícia, que nunca me passou sequer pela pela cabeça, de estar o Partido Socialista a lançar olhares cupidos ao CHEGA para, ao que creio, embora "a profecia ser algo muito difícil de prever , especialmente em relação ao futuro" (Mark Twain), uma hipotética aliança para as eleições autárquicas que se aproximam. Embora no panorama político nacional seja difícil traçar um linha que delimite a esquerda e a direita e os seus extremos, nanja que eu considere o CHEGA um partido de extrema-direita, como tal diabolizado, como fazem, ou melhor queriam fazer crer, até hoje, certos “democratas” da ocidental praia lusitana. Basta de tamanho descaramento de um socialismo que pretende manter-se à tona de água, esbracejando, qual indivíduo preste a perder o pé, procurando boia de salvação, num acordo, "contra natura", com o CHEGA sem qualquer dignidade.
Chega de tanta hipocrisia. Há limites para tudo, até para levarem os socialistas um pontapé nos fundilhos das calças. Desta forma, o Partido Socialista acaba de dar um tiro nos próprios pés por fazer com que as pessoas indecisas em quem votar transformem essa indecisão em certeza de votarem num partido que tem um programa de acção bem delineado e sem tergiversações que tanto parece incomodar o presidente da Assembleia da República, pai tirano do CHEGA e pai permissivo de outros partidos vivendo, aparentemente, com eles como Deus com os anjos.
Bem nos disse Paul Ricoeur, que “a história é uma mediação entre o passado e o presente num círculo hermenêutico”. Para infelicidade daqueles que se querem fazer passar por heróicos e denotados combatentes de uma estória de conveniências e traições, não passando de figurantes de triste figura de bastidores deste tenebroso “status quo”!
sexta-feira, 28 de agosto de 2020
"CONSUMATUM EST", A FESTA DO AVANTE?
quinta-feira, 27 de agosto de 2020
H.G. WELLS, OS DIREITOS DO HOMEM E PORTUGAL
Minha recensão no jornal I de hoje:
https://ionline.sapo.pt/artigo/707008/h-g-wells-os-direitos-humanos-e-portugal?seccao=Mais_i
Nikias Skapinakis
Em vez das elegantes botas altas usava, como eu, polainas de cabedal, pretas, alargadas na barriga da perna, idênticas às das praças da GNR. Mal fardado, era o oposto de alguns dos esbeltos e vistosos cadetes que, não fora a estrelinha que todos usávamos nos ombros da camisa ou do blusão, se confundiam com os jovens e elegantes oficiais subalternos nossos instrutores.
UM CRIME CONTRA O PATRIMÓNIO NATURAL
quarta-feira, 26 de agosto de 2020
PORTUGAL, PAÍS DE ACHISMOS
segunda-feira, 24 de agosto de 2020
A POLÉMICA PORTUGUESA DO SÉCULO XIX AOS DIAS DE HOJE
Os enigmas da "Narrativa da Educação do Século XXI" - 2
Agradeço à leitora Fátima André o comentário que teve a amabilidade de fazer ao texto Os enigmas da "Narrativa da Educação do Século XXI, no qual apresenta a informação que me permite escrever este apontamento.
Apelando aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos na Agenda 2030 das Nações Unidas, teve o foco, como se percebe, nos "desafios" que a pandemia colocou à "comunidade educativa global", os quais implicam necessariamente uma renovação tecnológica. Nas palavras da DGE:
[Os destinatários eram] responsáveis do setor da Educação, professores, responsáveis de recursos humanos, bem como profissionais de PME’s e grandes empresas, que procuram conhecer os mais recentes avanços, pesquisas e resultados educativos e tecnológicos face à crise da COVID-19. As temáticas [situaram-se] em quatro grandes blocos:Demorei algum tempo a percorrer a informação disponível e devo dizer que não encontrei nada de novo nem de interessante: repetiram-se, repisaram-se slogans superficiais, mistificações e contradições, ingredientes fundamentais da "narrativa da educação do século XXI".
- Desenvolvimentos exponenciais em Educação e Formação;
- Quarta revolução industrial: novos contextos, novas exigências;
- Inovação para uma Educação de qualidade e inclusiva na pós-pandemia;
- Iniciativas de impacto no desenvolvimento de novas competências cognitivas.
Importa, contudo, ver a intervenção desse representante da OCDE que incidiu (mais uma vez!!!) num slogan que é também um enigma "Educar os aprendizes para o seu futuro, não para o passado":
E, também, a intervenção do Ministro da Educação de Portugal:
Este evento terá continuação no Congresso Mundial Virtual Educa" que se realiza em Novembro deste ano em Lisboa (ver aqui e aqui).
sábado, 22 de agosto de 2020
PRECISAMOS DE SABER E DE REAGIR PARA EVITAR TORNARMO-NOS EM "WINSTON SMITH"
"... a regra geral de proibição de utilização de meios de vigilância à distância,
Vai mais longe o artigo: noticia que, não obstante a clareza dessas Orientações, múltiplas empresas usam programas informáticos de monitorização/vigilância remota para recolher dados dos empregados enquanto estes se encontram ligados à "rede". Incluem-se na categoria de "dados" os estritamente profissionais, mas também os pessoais.
Acontece que, tratando-se de programas ocultos, o empregado não é informado que está a ser vigiado e, em sequência, julgado com vista a eventuais punições. E muito menos lhe é pedido o consentimento informado, o que, no caso, mesmo se obtido, carece de validade por se tratar de uma prática manifestamente ilegal.
[os programas facultam a possibilidade] de controlo quase ilimitada sobre as ações do trabalhador” (...) “é possível ao empregador controlar todas as ações realizadas no computador. Pode aceder a dados pessoais ou fotografias arquivados (...) externos à prestação do trabalho, controlar todas as teclas usadas [permitindo a replicação de mensagens] e a velocidade a que o faz ou até extrair capturas de ecrã que permitem saber as páginas por onde o trabalhador navega”, além dos já conhecidos registos áudio e vídeo (...) permitem “saber, a cada momento, o que o trabalhador está a fazer, quem está em casa do agregado familiar, incluindo menores”.A jornalista ouviu também a secretária-geral da Comissão Nacional de Proteção de Dados que reconheceu que este tipo de programas...
... “recolhe manifestamente em excesso dados pessoais dos trabalhadores, promovendo o controlo do trabalho num grau muito mais detalhado do que aquele que pode ser legitimamente realizado no contexto da sua prestação nas instalações da entidade empregadora”.Recomendo, pois, a leitura das Orientações desta Comissão (acima identificadas) e uma especial atenção ao modo como cada um de nós, seja empregador ou empregado, solicita e faculta os seus dados e os dados de pessoas próximas. Acrescento o dever, que nos cabe, de denúncia às entidades competentes de situações de vigilância abusiva, incompatíveis com a lei e a ética. Se não fizermos um sério esforço de consciencialização, se não quisermos saber e se não reagirmos tornar-nos-emos mais depressa do que poderemos imaginar em Winston Smith, o trágico personagem de Mil novecentos e oitenta e quatro, construído por George Orwell, que sabia bem do que falava/escrevia.
AINDA A BATALHA DE CARENQUE
Devo começar por dizer que nunca abandonei as batalhas cívicas que travei. Perdi umas, mas foram mais as que ganhei. Já não tenho a saúde e a energia físicas de então, mas o cérebro ainda funciona e os dedos ainda mexem no teclado do computador. É importante acrescentar que, nestas lutas, continuo a contar com a solidariedade de muitos colegas e amigos.
Sim, há culpados pelos "piroverões"
.
sexta-feira, 21 de agosto de 2020
SOBRE "OS DEMOCRATAS QUE DESTRUÍRAM A DEMOCRACIA"
Minha recensão no jornal I de ontem:
https://ionline.sapo.pt/artigo/706398/joao-mauricio-bras-um-filosofo-resistente?seccao=Mais_i
terça-feira, 18 de agosto de 2020
Pegadas de dinossáurio de Pego Longo ao abandono
ESTUDO AUTÓNOMO
Novo post de Nuno Pereira (psiquiatra):
Em tempo de pandemia, o ensino a distância
(EAD), baseado sobretudo em aulas expositivas virtuais e nos clássicos
trabalhos para casa (TPC), pôs a descoberto a falta de autonomia no estudo de
muitos alunos, com a consequente desmotivação destes, apesar do empenhamento
redobrado dos pais. As tecnologias da informação e da comunicação (TIC),
ferramentas muito úteis de ensino e aprendizagem, não determinam o modelo
pedagógico. A capacidade de autoaprendizagem constitui um pré-requisito do
ensino com intermediação tecnológica e, independentemente de o sistema
educativo ser presencial, digital ou híbrido, assume importância decisiva no
êxito escolar e na atualização contínua. Ora, o etéreo “Perfil dos alunos à saída
da escolaridade obrigatória” aprovado pelo Ministério da Educação parece não
contribuir para a criação de estratégias concretas de desenvolvimento do estudo
autónomo.
A falsa dicotomia, há muitos anos
ultrapassada, entre a escola antiga centrada no professor e a escola nova centrada
no aluno pode fazer desfocar o objetivo primordial que é tornar o estudante
capaz de transformar a informação em conhecimento e de o colocar em prática. Sendo
a pessoa objeto e sujeito, aspetos polares inabordáveis em simultâneo,
justifica-se uma metodologia aberta, em que o professor oscila entre transmissor
e facilitador e o aluno, entre recetor e construtor. Perante a massa
avassaladora de informações no mundo atual, o aluno que não sabe estudar com autonomia
fica com fraca preparação académica e seriamente limitado para continuar a aprender
de forma consistente. Claro que a formação integral da pessoa se realiza
aprendendo a conhecer, a fazer, a conviver e a ser, em diferentes ambientes não
só formais, como não formais e informais.
Para melhorar os resultados escolares, quer
o Ministério da Educação quer os professores e os encarregados de Educação
adotam estratégias distintas. O primeiro tende a condicionar a escola para
baixar a fasquia da exigência. Os segundos encorajam o aumento do esforço dos
alunos e do número de aulas, sem contar com as explicações privadas, o que pode
explicar que Portugal tenha uma das maiores cargas de aulas e de trabalhos para
casa (TPC) da Europa. Nem abdicar da excelência nem investir na quantidade de
esforço e de aulas representam boas soluções. Só uma prática pedagógica que
envolva o ensino do conteúdo curricular e do modo de o aprender.
Potenciar as capacidades naturais dos
alunos para estudarem eficientemente, isto é, com eficácia e menor despêndio de
energia, eleva a autoestima e a motivação e garante mais tempo para dedicarem a
outras atividades extracurriculares e estarem com a família e os amigos. Assim,
integrar, no âmbito de cada disciplina, a partir do 2º Ciclo de escolaridade, o
método de estudo autónomo não só promove o sucesso escolar, como otimiza a aprendizagem
ao longo da vida.
Nuno Pereira (psiquiatra)
segunda-feira, 17 de agosto de 2020
JERÓNIMO DE SOUSA E A FESTA DO AVANTE
domingo, 16 de agosto de 2020
FAZER O SOL NA TERRA: MINHAS DECLARAÇÕES AO EXPRESSO
No Expresso de há duas semanas foram publicadas algumas das declarações que fiz à jornalista Catarina Vasconcelos sobre o ITER - o grande reactor de fusão internacional que está em construção perto de Marselha. Divulgo aqui o meu depoimento na íntegra:
UM PROFETA DO CONTÁGIO
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Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
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Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
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Cap. 43 do livro "Bibliotecas. Uma maratona de pessoas e livros", de Abílio Guimarães, publicado pela Entrefolhos , que vou apr...