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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

OS ROBOTS NO NOSSO DIA-A-DIA


Quarta-feira, 22 de Outubro, pelas 18h00, no espaço Rómulo de Carvalho Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra.

Os robôs ocupam hoje uma parte significativa da nossa vida. Influenciam a forma como trabalhamos, como nos relacionamos com os outros, como nos divertimos, como fazemos as nossas tarefas domésticas, fazem companhia, executam aquilo que nos aborrece. São companheiros e agora entram no mundo das capacidades cognitivas. É sobre estas máquinas e sobre este novo mundo que se falará nesta conferência.

Norberto Pires é Professor do Departamento de Engenharia Mecânica na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, onde é responsável pelo laboratório de Robótica Industrial. Organizou vários cursos, conferências e workshops sobre robótica e automação, e é director da revista técnico-científica “Robótica”, a única revista Portuguesa na área da robótica e automação.

Esta palestra insere-se no ciclo "A Ciência no Dia-a-Dia" organizado por António Piedade.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Curiosidade como forma de vida :-)

O robô que a NASA enviou em Novembro de 2011 para Marte está muito perto de chegar ao seu destino. No momento em que escrevo (5 de Agosto, 20:00 horas, Tavira, Portugal), faltam pouco mais de 10 horas para o touchdown no grande planeta vermelho. Quando estiverem a ler este texto, já terá chegado e já terão visto as primeiras imagens que ele enviou para a terra: aliás, quando acabar o texto já o Curiosity terá chegado, porque farei uma pausa para sair e esperarei ligado à NASA.TV, e ao Skype via JPL, por notícias de Marte. Esse foi o fim da primeira etapa, isto é, o fim de uma fantástica e longa viagem desde o nosso planeta até à superfície de Marte, onde se utilizou um inovador, mas também muito arriscado, sistema para controlar a entrada na atmosfera marciana e consequente trajeto até ao solo marciano.



Figura 1 - Curiosity, Opportunity e Sojourner lado-a-lado (Fonte: JPL-NASA).

Este robô é o mais complexo e pesado robô alguma vez enviado para o espaço. Como podem ver pela figura acima (Figura 1), o Curiosity é muito maior que o Sojourner – Mars Pathfinder (enviado para Marte em 1996, e que comparado com o Curiosity parece um brinquedo) e também muito maior (mais do que 5 vezes maior) que o Opportunity/Spirit (enviado para Marte em 2003). Na verdade, o Curiosity é do tamanho de um pequeno carro utilitário, pesando cerca de 900 kg (incluindo cerca de 80 kg de instrumentos científicos) para 3 metros de comprimento, dispondo de 6 rodas, um braço robotizado, dois computadores para controlo e navegação (sendo por isso um sistema redundante), várias câmaras e um conjunto muito completo e diversificado de equipamento científico, o que faz dele um sofisticado laboratório móvel robotizado. Este robô está preparado para se deslocar à velocidade máxima de 90 metros por hora, estando previsto que a velocidade média em operação seja de 30 metros por hora, e percorra cerca de 20 km durante os dois anos em que estará ao serviço da nossa curiosidade.

Com ele a NASA pretende responder a dois objetivos:
  1. Procurar e encontrar locais onde possa ter existido vida;
  2. Procurar evidências da existência de vida, tentando perceber em que formas existiu e porque razão desapareceu.
Mas comecemos pelo princípio. Para poder explorar o planeta vermelho, o robô Curiosity teve de chegar ao planeta e aterrar intacto na superfície. Imaginem a dificuldade de fazer isso com um veículo que pesa 900 kg, mais ou menos o peso de um Fiat 500. Depois de se separar o último módulo de lançamento, que lhe dá o último impulso para a viagem de 8 meses e meio até ao planeta vermelho, tudo acontece muito rápido, nuns loucos e alucinantes 7 minutos. Na verdade, 10 minutos antes de entrar na atmosfera do planeta, o módulo que acompanhou o robô durante a viagem, e permitiu um rigoroso controlo de todo o processo, separa-se e a nave encaminha-se para a superfície a cerca de 13000 milhas por hora (20921 km/h). Quando é detetada a entrada na atmosfera, começam os 7 minutos de terror. Com a ajuda de motores foguete laterais, a nave espacial desacelera até cerca de 1600 km/h. O escudo de proteção da nave atinge os 1600 graus centígrados. Quando for atingida a velocidade de 1448 km/h, a uma distância de 12 km da superfície, abre-se um grande paraquedas que ajuda a desacelerar a nave. Alguns minutos mais tarde, a cerca de 9 km da superfície e a viajar a uma velocidade próxima de 600 km/h (cerca de metade da velocidade do som), a parte de baixo do escudo protetor solta-se deixando o robô Curiosity visível: nessa altura a nave começa a procurar a superfície com o seu radar. Quando a distância ao solo for de cerca 1 milha (1609 metros), a nave espacial solta-se do resto do escudo protetor e do paraquedas e inicia uma descida controlada por motores foguete, reduzindo uma velocidade que nesse momento é de cerca de 320km/h. Os foguetes estabilizam a nave e reduzem a velocidade até cerca de 3km/h, a uma altura do solo de perto de 18 metros. Nessa altura, o robô fica suspenso por uns cabos de aço de cerca de 7 metros e a descida é feita até encontrar a superfície a uma velocidade muito lenta. Quando o touchdown é detectado, e confirmado num período superior a 1.5 segundos, os cabos são cortados por pequenos explosivos e o sistema de propulsão afasta-se para longe. O robô fica em segurança sobre a superfície. Passaram 7 minutos desde a entrada na atmosfera marciana que é 100 vezes mais fina que a terrestre. Veja uma animação de todo este processo de viagem para Marte, entrada na atmosfera e descida até à superfície e operação do robô aqui.


Figura 2 - Fase final de colocação do Curiosity na superfície de Marte (Fonte: JPL-NASA).

Uma vez no planeta, começa a missão científica do Curiosity. Este verdadeiro laboratório possui uma quantidade muito grande de equipamento científico:
  1. Três tipos de câmaras diferentes (fabricadas pela Malin Space Science Systems), todas elas redundantes. O sistema MastCam é constituído por 2 câmaras true color de alta resolução e elevada capacidade de memória (imagens com resolução de 1600x1200 pixéis e vídeos de 1280x720 pixéis e 10 fps e compressão por hardware); o sistema MAHLI (Mars Hand Lens Imager) composto por uma câmara montada no braço robotizado do Curiosity com a capacidade de tirar fotos com 1600x1200 pixéis (14.5 micrómetros por pixel) dotada de vários tipos de iluminação e com capacidade de armazenar imagens em vários formatos com e sem compressão; e o sistema MARDI (Mars Descent Imager) usado durante a fase de descida para documentar todo o processo. De elevada resolução (equivalente à MAHLI) irá tirar imagens quando a distância ao solo estiver entre 3.7km e 5 metros, a uma cadência de 5 imagens por segundo;
  2. Um instrumento remoto denominado ChemCam composto por um laser, denominado LIBS (Laser-induced Breakdown Spectroscopy), e um sistema denominado remote micro-imager (RMI). Com o laser o Curiosity pode vaporizar um objecto a 7 metros de distância, sendo o espectro da luz emitida analisada pelo RMI. O RMI pode também, utilizando as mesmas ópticas tirar imagens dos objetos a analisar, bem como do resultado da vaporização, tendo a capacidade de resoluções de 1mm a 10m de distância. Este é um fabuloso instrumento para selecionar objetos de interesse que mereçam uma análise mais rigorosa. Não se esqueçam que o Curiosity é um explorador à procura de sinais de vida;
  3. Um espectrómetro de raio-x por partículas alfa (APXS), que também já equipava as duas versões anteriores de robôs que foram colocados em Marte. Com este dispositivo o Curiosity pode analisar a composição química de amostras em estudo, fazendo incidir feixes de partículas alfa e analisando o espectro de raio-x resultante, o que permite identificar a exata composição química da amostra;
  4. Um dispositivo denominado CheMin que tem como objectivo detectar minerais e respectiva abundância em Marte. Na verdade, este é mais um espectrómetro de raio-x e de fluorescência que trabalhará em conjugação com o braço robotizado e com as ferramentas colocadas na ponta do braço, nomeadamente a broca e os dispositivos de recolha de amostras. Depois de obtidas, o pó resultante é colocado no espectrómetro para que faça a sua análise. O Curiosity é um verdadeiro químico e mineralogista;
  5. Um outro instrumento denominado SAM (Sample Analysis at Mars)e que tem como objectivo analisar a composição orgânica e gasosa da atmosfera marciana, mas também de amostras recolhidas pelo braço robotizado;
  6. Um outro instrumento muito interessante é o RAD (Radiation Assessment Detector). Tem como objectivo analisar a radiação dentro da nave durante toda a viagem e durante a fase de colocação na superfície. É a primeira vez que isto se faz e tem como objectivo preparar uma viagem com tripulantes;
  7. O DAN (Dynamic Albedo of Neutrons), um emissor e detector de neutrões, foi desenvolvido para detetar hidrogénio, gelo ou água na superfície de marte ou logo abaixo da superfície;
  8. E não podia faltar uma completa estação meteorológica (REMS – Rover Environmental Monitoring Station) com a capacidade de medir na perfeição a temperatura do ar e do solo, humidade, pressão, direção dos ventos e nível de radiação ultravioleta;
  9. Dois sistemas de câmaras de navegação (NavCams) e detecção de problemas (HazCams);
  10. Um sistema muito complexo de instrumentação denominado MEDLI (Mars Entry, Descendant and Landing Instrumentation) que tem como objectivo medir todas as variáveis necessárias à manipulação e controlo da nave espacial. A NASA não se esqueceu que perdeu algumas naves porque falhou o processo de medida durante a descida para o planeta, por exemplo.
Um verdadeiro cientista. Totalmente equipado :-)

Depois de chegar, o Curiosity demorará uma horas a ficar operacional. Tem de levantar a sua cabeça, um mastro que é essencial para o funcionamento das várias câmaras e dos instrumentos a bordo. Depois, olhará à volta, procurará objetos e locais que pareçam interessantes (o seu sistema de navegação é muito completo e autónomo), perceberá à distância (com o seu laser e instrumentos) se o local merece uma atenção cuidada, fará análise química rigorosa dos locais mais interessantes, medirá tudo, tirará fotos e fará vídeos. E nós, aqui na terra, receberemos diariamente os resultados do seu trabalho científico que não é mais do que a consequência de uma das nossas característica mais notáveis: a CURIOSIDADE de saber mais.

Nota final: Às 6:31, hora de Lisboa, foi confirmado o touchdown do Curiosity. E passados uns minutos foram recebidas as primeiras imagens das câmaras de baixa-resolução. As câmaras de alta-resolução, com capacidade de tirar fotos a cores só estarão disponíveis dentro de alguma horas, depois de o Curiosity estar totalmente operacional.


Figura 3 - Primeira imagem do Curiosity, a preto-e-branco e baixa resolução, vendo-se claramente a sombra do robô na superfície de Marte (Fonte: JPL-NASA).


J. Norberto Pires, Tavira, 5 de Agosto de 2012

(originalmente publicado em http://www.re-visto.com/curiosity)

CURIOSITY EM MARTE

1ª foto tirada pelo robô Curiosity em Marte.

O robô Curiosity "amartou" com sucesso no Planeta Marte às 06h31, (hora de Lisboa) de hoje, dia 6 de Agosto de 2012.


Foto enviada pelo robô Curiosity em que se vê a sua própria sombra no solo do planeta "vermelho".

1ª imagem de alta resolução, ainda a preto e branco, enviada pelo Curiosity sobre as suas redondezas.

Veja video (aqui) sobre os momentos que se viveram na sala de controle da missão no JPL em Pasadena na Califórnia.

Consulte todas as informações disponíveis aqui.
Leia ainda o excelente texto do Professor Norberto Pires a aquiaqui.


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Agora é a vez dos robôs

Da próxima vez que forem a um hospital para uma cirurgia, caso seja necessário, talvez sejam atendidos por um robô. O Da Vinci é um dos robôs de cirurgia disponíveis no mercado. Vejam como o hospital de San Antonio usam este robô para cirurgias à próstata.









:-)

Já existe um robô deste tipo em Portugal, no Hospital da Luz. Reportagem da SIC aqui.



O Da Vinci é um robô muito avançado com excelentes capacidades e fantásticos interfaces médico-robô.

Links para mais informação
Cirurgia Cardíaca com Robôs:
http://www.mitralvalvesurgery.com/JLT1306(206).pdf
Cirurgia com Robôs (sobre o Da Vinci):
http://www.us-robotics.us/presentations/Medical.pdf

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Robótica ao serviço das crianças


Alunos e professores da Universidade do Minho, Laboratório de Robótica do Departamento de Electrónica Industrial, liderado pelo Prof. Fernando Ribeiro, adaptam brinquedos para crianças com necessidades especiais. E reparem no pormenor: um dos brinquedos comemora golos do Vitória de Guimarães, ou seja, é um brinquedo inteligente. :-)

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

"Copiar" as capacidades da pele humana


Um dos temas que sigo com muito interesse, tendo realizado extenso trabalho na área dos sensores de força/momento, é o do desenvolvimento de sensores para detectar tacto e contacto tentando emular as capacidades da pele humana. Estes desenvolvimentos são muito importantes para a robótica, mas também para várias outras áreas onde o contacto é importante (saúde, interface homem-máquina, etc.).

Dois trabalhos interessantes, um deles usando nanotecnologia, foram recentemente publicados na Nature Materials. Veja este artigo na Scientific American sobre o assunto.

Veja também este vídeo sobre o projecto SMErobot (6º programa quadro da UE), no qual participei, e que mostra como o contacto é importante na Robótica Industrial.

SOBRE O GRANITO E A SUA ORIGEM, NUMA CONVERSA TERRA-A-TERRA.

Por A. Galopim de Carvalho Paisagem granítica na Serra da Gardunha. Já dissemos que não há um, mas sim, vários tipos de rochas a que o vulgo...