
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Quando a morte é bela e explosiva

segunda-feira, 20 de junho de 2011
O ouvinte mais solitário do Universo
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Em cada Nokia há um Maxwell

O homem por trás dessa revolução nasceu há precisamente 180 anos. Escocês, tímido, pronúncia carregada, assim como a enorme curiosidade por tudo, James Clerk Maxwell foi o homem que apresentou formalmente ao Mundo a Electrodinâmica!
Através de Maxwell, apareceu uma descrição completa sobre como se comportam cargas eléctricas e como se relacionam os campos eléctricos e magnéticos. Coulomb, Ampère e Faraday foram outros nomes notáveis nessa área, mas foram, sobretudo, puros experimentalistas que pensavam e concluíam com mãos e imagens. Faltava o outro lado do "casamento", alguém com o génio matemático para poder manipular, extrapolar, matematizar todo o reino do electromagnetismo.
Maxwell apaixonou-se sobretudo pelo trabalho laboratorial de Faraday, o físico inglês que temia a matemática mas amava os Estudos Eléctricos, como a disciplina era designada na altura. Com orgulho e respeito, Maxwell enviou o seu primeiro trabalho ao próprio Faraday e este respondeu-lhe que, de início, ficou "quase aterrorizado" pela aplicação de tal "força matemática" às suas experiências, mas, depois, sentiu um "enorme entusiasmo pelo sucesso".
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Bactérias e Pirâmides
segunda-feira, 30 de maio de 2011
E se tivesse corrido bem?
"Aquilo não correu muito bem, pois não?", disse em tom pesaroso, cansado. As últimas semanas foram trágicas, com contrariedades e golpes profundos no orgulho de toda uma nação a originarem insónias que deixaram rugas. Há quatro meses, jurava fidelidade à Constituição entre vivas, confetis e esperança. Mas os ventos são fortes e contrários.
12 de Abril, 1961: os celestiais 108 minutos de suor, lágrimas e triunfo do soviético Gagarin foram 108 alfinetadas na alma americana. O futuro estava, afinal, vestido de vermelho. Dois dias depois, final da tarde, reunião, um desabafar de tristezas, a pensar no futuro; um conselheiro (Ted Sorensen) levanta-se: "Porque não uma viagem tripulada à Lua?" Kennedy, o presidente, sentiu o peso de "imaginar o desafio" que cada um naquela sala mediu.
Três dias depois, o "perfeito fracasso": a baía dos Porcos, em Cuba, torna-se o local da chacota internacional do prestígio americano.
JFK come pouco, dorme ainda menos. Lembram-lhe: "E a Lua?" Incrédulo, mas seduzido pelo desafio, a 25 de Maio de 1961 dirige-se ao Congresso e ao futuro: "Eu acredito que esta nação deve comprometer-se com alcançar o objectivo de antes do final desta década pôr um homem na Lua e fazê-lo regressar em segurança à Terra." O Congresso ficou indiferente, sem aplausos, sem fervor.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Vagueando lá por cima
Foram várias as notícias sobre os novos mundos, exóticos e excitantes, que existem fora do nosso sistema solar que esta semana povoaram a imaginação e a sabedoria dos cientistas (e não só). Vamos então para a constelação da Balança, onde encontramos a estrela Gliese 581, a "apenas" 20,3 anos-luz da Terra. E decore bem o nome desta estrela, pois é, neste momento, o local mais in das avenidas astronómicas. Com seis planetas a orbitar esta estrela, há alguns meses atrás um deles tornou- -se famoso pelo facto de ser o mais bem posicionado para receber o prémio "1.o planeta extra-solar com água líquida". Mas os cientistas climatéricos do Institut Pierre Simon Laplace, de Paris, encontraram outro concorrente, curiosamente um planeta do mesmo sistema, que, apesar de receber muito menos energia da sua estrela, pode ter água líquida à superfície se a sua atmosfera for rica em dióxido de carbono, isto é, se tiver um elevado efeito estufa. Maldição para uns, vital para outros! Entretanto, os cientistas neozelandeses e japoneses descobriram dez vagabundos em forma de planetas ali para os lados do núcleo da nossa galáxia. Em alturas mais frenéticas e caóticas da formação dos planetas, alguns "portam-se mal", jogam bilhar com os irmãos e perdem sob a forma de expulsão! Sem direito a subsídio de reinserção estelar, são muito mais do que se julgava e vagueiam quase anónimos e ostracizados no negrume do frio romantismo do cosmos.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Outros lixos (nada especulativos)

segunda-feira, 9 de maio de 2011
Um Banco Espe(a)cial

Nesta espuma dos dias povoada de siglas e cheiros monetários, falemos então de bancos e de como a exploração espacial é também sinónimo de "ir lá fora mas olhar para dentro". Descodifique-se, assim, este enigma financeiro/espacial. O Banco Mundial (BM) é uma das cinco instituições monetárias globais criadas em 1944; um dos seus irmãos é o nosso conhecido Fundo Monetário Internacional. O BM centra a sua atenção no apoio aos países subdesenvolvidos, tendo como principal objectivo o combate à pobreza nessas zonas. Para fundamentar melhor os seus programas de apoio e lidando, sobretudo, com países cuja componente climatérica e de recursos naturais é vital para o seu crescimento, o BM estabeleceu uma parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA) que prevê uma utilização mais profícua e com benefícios para as populações dos programas de observação da Terra através de satélites. Num ambicioso programa que envolve várias nações europeias, o Canadá, indústrias públicas e privadas, tópicos como ambiente marítimo, recursos hídricos, crescimento urbano, agricultura e florestação serão amplamente vigiados do espaço, mas também permitirá às equipas do BM avaliarem de uma maneira muito realista os frutos dos seus programas! Será a acção regional vista da janela espacial, uma celestial vigilância. É também um contributo da exploração espacial por vezes esquecido, este o de nos fazer olhar para nós próprios de uma maneira mais... humana!
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Esperanças bombásticas...
segunda-feira, 25 de abril de 2011
American hero (dos últimos)

segunda-feira, 18 de abril de 2011
100ª perdição.

Nesta 100.ª crónica, gostaria de invocar o poeta T. S. Eliot e o seu belíssimo "Quatro Quartetos":
Não deixaremos de explorar
E o fim da nossa exploração
Será chegar ao ponto de onde partimos
E conhecer esse lugar, pela primeira vez,
Através do desconhecido portão relembrado
Quando o último pedaço de terra a descobrir
É aquele que foi o começo.
Quando Eliot escreve este poema, em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, sente-se o grito íntimo do poeta num apelo à pura humanidade do homem, entendendo a guerra como a antítese mais extensa da natureza humana. A poesia de Eliot poderia ser o manto emotivo que levou o homem à Lua; susteve as lágrimas pelos que morreram pela birra de conhecer mais um pedaço de terra; dos que insistem em se deixar embalar por este cântico encantador que vem lá do fundo, de um cosmos que afinal é tão atomicamente nosso. O raio de luz chama-se "exploração"; o farol da paixão é, como diria Pessoa, "ser todo em cada coisa", deixando o "todo" ao cuidado da curiosidade e o "cada coisa" residir ora no desconcertante mundo do átomo, ora nas nuvens de Titã, no pulsar mais romântico da mais distante estrela ou na crucial e anónima inspiração que um qualquer génio bebeu. Porque foi por esses domínios (pelo luxo da sua beleza) totalmente abertos que navegámos ao longo destas cem semanas. Como escreveu Asimov: "A nossa mensagem ao universo sempre foi esta e assim permanecerá: estamos a caminho". Consigo!
segunda-feira, 11 de abril de 2011
O fermento esquecido

segunda-feira, 4 de abril de 2011
Calhaus importantes

A minha crónica desta 2ª feira no jornal i.
Pensa-se que são as relíquias de um planeta que não se formou devido à poderosa força gravitacional de Júpiter. De todos estes corpos, destacam-se dois: Ceres, o maior, com 963 km, e Vesta. E são um problema para o astrónomo adepto da rígida classificação dos corpos celestes; como se já não bastasse a polémica sobre Plutão, que passou de planeta a objecto transneptuniano dito planeta-anão, Ceres e Vesta teimam em não ser bem, bem asteróides. Ceres porque já tem tamanho suficiente para ter uma forma redonda, globular - daí apelidar-se também planeta-anão; Vesta, um "planeta menor", é um caso bem mais fascinante: tem uma estrutura interna em camadas, com núcleo, manto, crusta e uma história de aquecimento, derretimento e arrefecimento do seu material rochoso, tal como a Terra. Eis um outro facto delicioso: a sua superfície regista, provavelmente, a mais bem preservada história geológica do sistema solar.
A sonda Dawn (NASA) prepara-se para a desvendar, fazendo desta missão uma viagem no espaço e no tempo! Como diria Camões, "todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades". Assim na Terra como nos calhaus!
segunda-feira, 14 de março de 2011
Mercúrio, esse desconhecido
segunda-feira, 7 de março de 2011
Desobediência: questão de vida
A minha crónica semanal no jornal i, desta vez relembrando Stanley Miller e uma das mais elegantes experiências científicas do século passado que, no meu tempo de secundário, ainda era referenciada e discutida ...
Quando Stanley Miller nasceu, há precisamente 81 anos, ninguém sonharia que um dia viria a trabalhar com um químico laureado com um Nobel, nem tão-pouco que realizaria uma das mais fascinantes experiências do seu tempo. Em 1953, sob a supervisão do seu orientador nobelizado, Harold Urey, Miller juntou água, hidrogénio, amoníaco, metano, algumas descargas eléctricas e o resultado foi... Bem, regressemos primeiro a 1929, altura em que o grande bioquímico britânico Haldane e o soviético Oparin anunciaram que os ingredientes da vida tinham existido na Terra primordial e que, combinados com a radiação solar e outros mecanismos, desencadeariam a explosão dos seres vivos. Urey sempre gostou da ideia, mas era preciso testá-la. Urey, inicialmente, desencorajou Miller: "Serão precisos anos até termos resultados", disse-lhe. Miller desobedeceu, simulou o ambiente da Terra-bebé e,nesse mesmo dia, encontrou uma camada de hidrocarbonetos na água; uma semana depois pasmou com uma lama castanha: moléculas orgânicas, aminoácidos, o infinitesimal da vida! Miller enviou os resultados para a revista "Science", creditando Urey como co-autor. Urey riscou o seu nome, argumentando apenas: "Eu já tenho um Nobel!" Carl Sagan, o mais famoso cientista-divulgador do nosso tempo, descreve a experiência como "o passo mais convincente de que a vida pode existir em abundância no cosmos". Parabéns, Stanley Miller, pelo aniversário e pela desobediência!
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
O que é Amador é Bom
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Singularidades Urgentes (Parte II)

Curiosamente, a edição da semana passada da revista Time aborda essa temática, focando um dos seus maiores pensadores, o futurista Raymond Kurzweil. Engenheiro, inventor, orador internacional, Kurzweil começou por analisar os grandes passos da humanidade e a contar os intervalos entre os mesmos: entre a revolução agrícola e industrial tivemos 8000 anos, entre a lâmpada e a chegada à Lua viveram-se 90 anos e são apenas 9 os anos que distam entre o aparecimento da internet e o mapeamento do genoma humano.
O progresso não é linear, é exponencial! Os intervalos são, agora, vírgulas. Para Kurzweil, a singularidade ocorrerá em 2045, o ano em que a quantidade de inteligência artificial criada será mil milhões de vezes superior ao somatório de toda a actual inteligência humana. Para onde seguirá tal criatura? E nós?
Hoje, 30 000 pacientes com Parkinson têm implantes electrónicos, há robôs a combater no Afeganistão e, em 1997, Kasparov perdeu um jogo de xadrez para um computador e felicitou-o. A nossa convivência com as nossas criações artificiais é um namoro pacífico. "O Homem não é a soma do que tem, mas a totalidade do que ainda não tem do que poderia ter", dizia Sartre. Somos uma constante e imparável singularidade.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
O Tempo Egípcio
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Singularidades urgentes

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Pluviosidades anelares

Por vezes, estas estranhas entidades de poeiras e pequenas rochas (que terão pertencido a uma lua que não chegou a formar-se e ficou para sempre desfragmentada à volta de Saturno) ainda nos confundem: lembra-se daquele atleta que corria por cima dos anéis num famoso anúncio publicitário de uma marca de vestuário desportivo? Ainda se perguntou: aquilo é mesmo possível?
Mas, historicamente, os lindos anéis serviram para outros propósitos. Isaac Newton Vail (e este último nome é fulcral para não se confundir com o génio inglês do séc. XVIII), cientista da religião Quaker, estabeleceu, em 1886, uma teoria que defendia que a Terra teria, há muitos anos, um conjunto de anéis em tudo semelhante a Saturno. Aliás, para Vail, todos os planetas tiveram anéis num qualquer passado.
O que aconteceu aos nossos? Perderam o equilíbrio, colapsaram em direcção à superfície e, quando chocaram com a atmosfera, dissolveram-se numa tenda de vapor de água 150 km acima do nível das águas. Essa tenda tornou-se instável e desabou sob a forma de chuva intensa e duradoura; nesse tremendo temporal, Vail encontrou a causa e a explicação maior para o Dilúvio referenciado na Bíblia!
Haja anéis divinos!
EM QUE ACREDITA O SENHOR MINISTRO DA EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E INOVAÇÃO E A SUA EQUIPA?
No passado Ano Darwin, numa conferência que fez no Museu da Ciência, em Coimbra, o Professor Alexandre Quintanilha, começou por declarar o s...
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Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
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Outro post convidado de Rui Baptista: Transformou-se num lugar-comum atribuir às gerações posteriores a responsabilidade pela perdição do mu...