"Aquilo não correu muito bem, pois não?", disse em tom pesaroso, cansado. As últimas semanas foram trágicas, com contrariedades e golpes profundos no orgulho de toda uma nação a originarem insónias que deixaram rugas. Há quatro meses, jurava fidelidade à Constituição entre vivas, confetis e esperança. Mas os ventos são fortes e contrários.
12 de Abril, 1961: os celestiais 108 minutos de suor, lágrimas e triunfo do soviético Gagarin foram 108 alfinetadas na alma americana. O futuro estava, afinal, vestido de vermelho. Dois dias depois, final da tarde, reunião, um desabafar de tristezas, a pensar no futuro; um conselheiro (Ted Sorensen) levanta-se: "Porque não uma viagem tripulada à Lua?" Kennedy, o presidente, sentiu o peso de "imaginar o desafio" que cada um naquela sala mediu.
Três dias depois, o "perfeito fracasso": a baía dos Porcos, em Cuba, torna-se o local da chacota internacional do prestígio americano.
JFK come pouco, dorme ainda menos. Lembram-lhe: "E a Lua?" Incrédulo, mas seduzido pelo desafio, a 25 de Maio de 1961 dirige-se ao Congresso e ao futuro: "Eu acredito que esta nação deve comprometer-se com alcançar o objectivo de antes do final desta década pôr um homem na Lua e fazê-lo regressar em segurança à Terra." O Congresso ficou indiferente, sem aplausos, sem fervor.
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