A minha crónica semanal no jornal i, esta semana dedicada a um outro Egipto ...
É uma mera curiosidade histórica; nestes tempos conturbados em que o planeta está mergulhado, repare-se na ironia de assistirmos em directo às fragilidades sociais, económicas e políticas de grandes potências com um passado clássico a quem a nossa cultura tanto deve: Grécia e Egipto. Seguir-se-ão os colossos dos Descobrimentos e do Renascimento? Divagações! Como bem reconhecida é a herança grega, falemos do Egipto e da sua astronomia. Para além da ligação da posição das grandes pirâmides com o mapa celestial nocturno, os egípcios tinham um interesse particular por uma estrela que se tornou divindade: Sirius. Majestosa, azul real fascinante, era ansiosamente esperada de manhã; se aparecesse pouco antes do nascer do Sol, trazia um aviso: o rio da vitalidade, o Nilo, inundaria os campos. Para além de Sirius, procuravam também outras 36 estrelas igualmente distanciadas no espaço e que, de dez em dez dias, nasceriam igualmente pouco antes do Sol - seriam as estrelas decanas e aí residiria a base para o ano egípcio (36X10=360) que, mais tarde e melhorado, chegou até nós. Sabiam, também, que o céu parecia rodar à nossa volta e, assim, as decanas deveriam nascer em intervalos regulares na escuridão da noite. Estimavam que nasceriam 12 decanas durante a noite, o mesmo número durante o dia, uma por cada hora. Surge então a duração de um dia: 24 horas. Temos, assim, a glória da astronomia egípcia em cada batimento do nosso moderno Tempo!
2 comentários:
Quem nunca teve, no céu da sua vida, uma Sírius... a cintilar de azul?! JCN
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