A minha crónica semanal no jornal i
11 DE NOVEMBRO DE 1572. Início da noite. O que o notável astrónomo Tycho Brahe viu iria transformar a sua vida, mas também a compreensão sobre o grande mistério dos céus. Com 25 anos na altura, foi um privilegiado espectador de um evento raríssimo: a explosão de uma estrela! Na altura, pensava-se que no Reino dos Ceús tudo é perfeito, mecânico, ordeiro. O espalhafatoso aparecimento de um grande e brilhante ponto no céu desafiava toda a filosofia de Aristóteles. E Brahe desconfiou que alguém ou algo estava errado! A astronomia moderna diz-nos que o que Bache presenciou chama-se "supernova" e que se trata do último suspiro da vida de uma estrela massiva ou, então, quando num sistema binário, uma das estrelas suga matéria da companheira até chegar à autodestruição. E, especulava-se, teria sido este último caso o que aconteceu na supernova de Brahe. Mas, então, o que aconteceu à "estrela sugada"? Sobreviveu à dantesca explosão? Recentemente, o telescópio espacial Chandra descobriu um "pedaço de fumo a sair da pistola"! Escondido nas ondas de choque, detectou-se material da estrela sobrevivente! Pele de um arranhão, digamos. E eis um belo exercício de desconstrução científica: os astrónomos conseguiram descobrir que o período orbital dessas duas estrelas seria de cinco dias e estavam separadas por um valor inferior a um décimo da distância Terra-Sol. Eis uma mensagem de esperança: mesmo a mais bombástica das explosões deixa sobreviventes!
1 comentário:
Muito interessante!
HR
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