terça-feira, 10 de abril de 2007

Os problemas do ensino da Matemática

Todos sabem que o ensino da matemática está em crise permanente. A crise é recente? Que ideias surgiram nos últimos tempos para a combater? São justas as críticas aos professores? À pedagogia? Aos programas? Às crianças?

Debate com os professores Carlota Simões (U. Coimbra) e Jaime Carvalho e Silva
(U. Coimbra).

13 de Abril, às 19:00 horas, na Livraria Almedina, Centro Comercial Atrium, Saldanha (Lisboa).

4 comentários:

antfilfon disse...

Não sendo professor sempre me impressionou a má preparação das novas gerações para a matemática. Julgo que o problema tem mais a ver com 'gameboys' e outras alienações do mundo moderno do que com o ensino em si. A tecnologia tem facilitado muito a vida das pessoas, crianças incluidas, a sua maior desvantagem, para quem não a compreende inteiramente, é que procura precisamente eliminar a necessidade de reflexão. Ao contrário das línguas que nascem de dentro para fora e que por isso só têm a ganhar com a capacidade com que extendemos o alcance da nossa comunicação, basta repararmos nas novas novi-linguae dos telemóveis, a matemática aprende-se de fora para dentro, tem de ser interiorizada e nisso as tecnologias da informação ainda estão na idade-da-pedra. Julgo que um bom contributo para a melhoria da aprendizagem da matemática tem necessáriamente de passar não apenas pelo rigor mas também pela transmissão do que pode ser a sua utilidade. Acho por exemplo que a estatística e o cálculo de probabilidades deviam ser ensinados mais cedo, com aplicação a experiência práticas, que o ensino da matemática deveria ser acompanhado de perto com a sua aplicação a pequenos artefactos tecnológicos. O ensino da matemática teria muito a ganhar com o acompanhamento daquilo em que tem mais impacto, na tecnologia, e em conjunto com trabalhos oficinais. A língua já faz o mesmo, na comunicação, é a vez da matemática.

Anónimo disse...

É conhecido o ditado: "foge cão que te fazem barão!". Creio que nos tempos presentes e próximos passados podemos dizer: "foge dr. que te fazem professor!", onde dr.=licenciado em qualquer coisa!

Tem uma licenciatura em bosta de vaca?, então serve para ensinar matemática!... tem uma licenciatura em escarafunchador de minhocas e outras bichezas? então serve ensinar matemática! Tem uma licenciatura pela universidade de cascalheira-de-baixo, onde se compram boas notas... bom, serve porque a sua classificação é superior aos restantes candidatos... sabe pouca matemática? bom não há problema... os pais dos meninos não querem que eles sejam melhores do eles foram!... sim? sabe fazer muitas macacadas?... isso é bom para os manter ocupados! (será que uma aula de matemática é uma sessão de ocupação-de-tempos-livres?) Porra p'ra isto!...

e, no entanto, disseram-me: "isto é mais fácil do que saltar à corda!" e eu acreditei! Eu nunca soube saltar à corda! Portanto, eu já sabia o que era uma bissectriz... e um cilindro... e tinha resolvido os problemas de aritmética da quarta classe, estando eu na terceira!... foda-se p'ra isto!... mas não sabia nada de inteligência emocional... no recreio... se insistia em jogar à bola... depressa me transformava nela!

... por conseguinte, o prof. devia saber saltar à corda!... coisa que praticaria!... presumo!... para além de outras actividades, quiça, as principais... vim a saber que era aquilo a que mais tarde veio a chamar-se "turboprof."... eu não acredito nestes "turbos"... creio que serão sim, "turvos"... [pelo pó do cimento e pela poeira de electrões que não conseguem fixar (segundo Heisenberg, claro está!)] quando tentava que uma cabra não comesse as couves do vizinho, logo as outras se lhe chegavam... vim a constatar quão é difícil tocar muitos burros ao mesmo tempo!

Quase a concluir a licenciatura, ouvi alguém, com pouca de vergonha, dizer "fiz as cadeiras todas a copiar!"... não acreditei... está a brincar... e então... não estavam lá os profs?... estavam! eu sempre os vi presentes... por vezes à conversa! bem me distraíam... porra p'ra isto!... não consigo pedir para que se calem!... porra p'ra isto!... há tanta coisa que eu não sei... e quando aprendo algo de novo, gasto muito tempo a saborear a conquista!

... mais tarde vim a saber que alunos meus tiveram profs que lhes disseram "... eu também copiei!" Foda-se!... então há profs universitários que copiaram!... e ainda lhes parece "normal"!? Foda-se p'ra isto!... quando é que teremos professores com letra grande? onde estão as pessoas que amam o conhecimento pelo conhecimento? Onde é que estão os pais a educarem os seus filhos com os valores da honestidade? Por que razão tantos alunos tentam a fraude em provas de avaliação?

Anónimo disse...

é simples porque o objectivo não é o saber , o conhecimento , o objectivo é ter o canudo e ter um emprego ( emprego não é igual a trabalho ) , um emprego é um sitio para onde vamos todos os dias porque temos de marcar presença , porque é preciso um gajo que seja engenheiro para falar com os clientes , não é preciso nem se quer alguem que seja mesmo engenheiro , alguém que engenhe e pense e construa , não é isso que se quer , é preciso é alguém com um canudo, e para ter um canudo não é preciso saber , é preciso passar e para passar basta copiar , não é preciso saber.

Setora disse...

Está cada vez mais a parecer-me que o facto da escola ser uma "central de avaliação" retira da cabeça dos alunos qualquer interesse pelas aprendizagens. Reduz-se tudo a tem nota ou não tem nota, há teste ou não há teste, consegue copiar no teste para ter nota ou não consegue...E para ter nota que sirva para posição no "ranking", põe-se-lhes como prioritário que "saibam estar".

O QUE É FEITO DA CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS?

Passaram mil dias - mil dias! - sobre o início de uma das maiores guerras que conferem ao presente esta tonalidade sinistra de que é impossí...