Eis um retrato da alemã Maria Merian, de quem já mostrei duas obras. É mesmo impressionante como uma mulher consegue, entre os séculos XVII e XVIII, fazer o que ela fez. Escusado será dizer que nessa altura as mulheres não podiam ser pintores. E também não podiam ser cientistas...
Em 1699, com 52 anos e divorciada, partiu de Amsterdão com a filha mais nova (Dorothea, então com 21 anos) para a colónia holandesa do Suriname, onde já estava a sua outra filha. Aí com as suas observações e representações, prestou um contributo enorme tanto à ciência e como à arte. Foi uma pioneira da entomologia e também da ilustração científica. Houve quem não acreditasse nas suas figuras muito realistas (por exemplo, os insectos que se metamorfoseavam de formas estranhas). E houve quem não gostasse da defesa que fez dos indígenas relativamente à prepotência dos colonos. Atacada pela malária, teve de regressar ao fim de dois anos, mas Dorothea ficou lá, seguindo as peugadas da mãe.
Os trabalhos de Merian haveriam de chamar a atenção de Lineu, o grande naturalista sueco de cujo nascimento comemoramos este ano os 300 anos (nasceu a 23 de Maio de 1707). Mas só em finais do século passado Merian começou a ser devidamente reconhecida. A última nota de 500 marcos, antes da introdução do euro, trazia a sua face.
Quem quiser folhear digitalmente a sua obra mais famosa, o "Metamorphosis...", de 1705, pode fazê-lo aqui.
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