Ontem, mais uma vez, o governo sudanês rejeitou a hipótese da intervenção de uma força de paz englobando forças europeias ou americanas em Darfur. Abdelrahim Mohamed Hussein, ministro sudanês da defesa, afirmou que o Ocidente, a pretexto do que chamou uma «falsa crise humanitária» e no âmbito de uma conspiração judaica, pretende criar no Sudão uma situação análoga à do Iraque. Hussein declarou ainda serem uma mentira as alegações de que Cartum está a usar aviões pretensamente da ONU para bombardear o que resta das aldeias de Darfur. Podem ver aqui um excerto de uma sessão na ONU em que o Sudão e os seus aliados negam o relatório da comissão da ONU sobre Darfur, liderada pelo Nobel da Paz Jody Williams.
Para reverter a situação em Darfur é necessário que a sociedade desperte para a crise humanitária, para o verdadeiro genocídio, a decorrer em Darfur. A imprensa é fundamental para a sensibilização da opinião pública, como reconheceu em 2006 Simone Rocha, directora da ONG Médicos Sem Fronteiras no Brasil, «Quando os media se interessam, a população também se interessa e espera uma reacção dos seus dirigentes. Isso ocorre principalmente nos países europeus e nos EUA e, em escala bem menor, no Brasil e em outros países da América Latina. Os media têm o poder de revelar coisas que desconhecemos e de dar voz a populações que normalmente não teriam», continuando «Geralmente, os media internacionais pautam-se pelos media e pelos interesses dos EUA, por isso o espaço dedicado ao Iraque e ao Oriente Médio é tão grande, quando, na verdade, a política internacional vai muito além disso».
Para despertar a opinião pública para Darfur, de 23 a 30 de Abril decorrem os Dias Globais por Darfur, uma iniciativa a nível global, com 300 eventos planeados só nos Estados Unidos. Não consegui encontrar algum evento planeado para Portugal. Para confirmar a urgência da situação, ficam imagens do documentário filmado em 2004 por Philip Cox.
Demos voz a Darfur durante a próxima semana, usando esta imagem nos blogs.
7 comentários:
Já agora, num site como o vosso, ficava bem que assinalassem a data que hoje se celebra - o Dia da Terra...
Pá... estou impressionado com a forma singela como se definem ali na lista de autores do Blog. Ele é biólogos, pedagogos, etc. Eu, por exemplo, teria de fazer constar:
Bino, pai da Sofia e da sónia e marido da Mekinha (e isto seria só para começar). Mas pronto, reconheço que não sou um gajo simples.
Bom resto de Domingo e saudinha.
Caro binoc
Fala desta forma porque não conhece a seriedade do trabalho científico de qualquer dos autores deste blog, reconhecido a nível nacional e internacional, quer pelo pelo mérito do trabalho académico, quer pela produção de literatura da especialidade. Aposto que nunca leu nenhum livro dos autores. Contrariamente ao binoc, todos eles já escreveram muitos. Quero eu dizer que não precisam de sonhar em escrever um livro com a fotografia na capa, porque são reconhecidos onde quer que se encontrem pelo mérito do seu trabalho.
É bom não falarmos do que desconhecemos!
Mas convido-o a fazer uma pesquisa na net pelo nome dos autores deste blog, garanto-lhe que vai encontrar muito boas referências aos autores, nomeadamente bibliográficas.
Já coloquei no meu Blog, a imagem para dar voz a Darfur durante a próxima semana. Espero puder contribuir de alguma forma para a divulgação de tão nobre causa. Parabéns pelo alerta do tema.
http://portucalactual.blogspot.com
Convido também a fátima a ver o profile do binoc, para perceber que não passa de uma personagem de brincadeira, e nada a sério...
Jorge Branco
Está visto que o Ocidente quer fazer do Darfur o mesmo que fez da Bósnia e do Kosovo: um protetorado. A pretexto de uma catástrofe humanitária, pretextos que no passado foram frequentemente falsificados, já pretende mandar para lá tropas.
Desculpe-me a Palmira, mas eu não compro isto. De forma nenhuma.
Luís Lavoura
Ao contrário do Lúis, estou totalmente solidário.
Creio que a humanidade tem uma responsabilidade para com os seus, e no Darfur temos um autêntico genucido escondido.
Ainda ontem tinha feito um post sobre este tema no meu blog, pelo qual fiz algum trabalho de investigaçãoo e, acredite em mim, os números são um insulto para toda a gente com um mínimo de humanidade nas suas cabeças e corações.
E, Luís, aproveitamento político está a fazer a China, Síria, Cuba, etc... e em nome do quê? De dinheiro? De favores do Sudão?
Mais de 400 000 mortos, em nome do quê?
Enviar um comentário