segunda-feira, 9 de abril de 2007
Deus no séc. XXI
Palmira Ferreira da Silva e José Manuel Pureza discutem o lugar que Deus terá no séc. XXI, no programa Câmara Clara, de Paula Moura Pinheiro da RTP2 (vídeo).
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15 comentários:
Só agora vi o programa e estou, em espírito de contrição, no dever de deixar um cumprimento à Palmira. O novo formato discursivo surpreenderia qualquer comentador como eu, pobre Bruce, habituado a debater-se pindericamente contra ectoplasmas binários de maus fígados. Agradeço-lhe também, isto é sincero, por ter demonstrado ao Melhor Português de Sempre que a fleuma podia muito bem casar-se com Deus e ir viver em Sernancelhe.
O que eu penso é que o principal problema é de dificuldades de comunicação como quase sempre.
Pergunto aos entendidos em religião(qualquer uma serve), porque é que Deus só nos ouve se falarmos com ele em forma de oração? Então se falarmos em prosa, Deus não só não nos percebe como ainda se pode virar e dizer que temos uma maneira esquisita de falar?
Guida Martins
perdeu-se uma boa oportunidade para crucificar o cristo pela 2ª vez, e na televisão.
A Palmira foi excessivamente cordial, convenhamos, houve ali uma tolerância excessiva.
Ou então sou eu, mas um ateísta deve ter aversão à religião como a construção de pressupostos que é.
Ali não se trata de gostar mais de um Dali ou de um Picasso, ser religioso não é uma questão de gosto. Para um ateísta, ser religioso é uma coisa racionalmente inadmissível.
Impedido de ver o programa em directo, so agora (em viagem) o consigo espreitar gracas a este
post. Gostei! Queria felicitar publicamente a Palmira e o Ze Manuel pelo nivel do debate sobre
um assunto que nem sempre se
debate com nivel.
Carlos Fiolhais
"porque é que Deus só nos ouve se falarmos com ele em forma de oração?"
Chama-se oração a qualquer forma de falar com ele.
CA, não pode ser verdade que se chama "oração" apenas ao que se faz quando se fala com Deus. Isto porque, sob a hipótese de que Deus não existe, não poderia haver orações, o que me parece falso.
Uma oração é uma prece que os crentes dirigem a Deus, e continua a ser uma oração mesmo que, ao contrário do que os crentes pensam, Deus não exista. Tal como a missa continua a ser uma missa.
Desidério
Eu não usei o "apenas".
"Uma oração é uma prece que os crentes dirigem a Deus, e continua a ser uma oração mesmo que, ao contrário do que os crentes pensam, Deus não exista."
Sim. E mais: uma oração é qualquer (tentativa de) comunicação com Deus (prece ou não, exista Deus ou não).
Partindo do princípio que Deus existe, como os católicos o imaginam, ou seja, algures no céu sentado à esquerda do filho (por ignorância minha não sei onde é que os crentes de outras religiões o imaginam), os problemas de comunicação não acabam com a necessidade de orações, continuam com a necessidade de frequentar locais sagrados de preferência em dias específicos, sempre seguindo determinados rituais sem os quais a comunicação pode não ser eficaz.
Se o tal Deus criou o universo e tudo o que nele existe, não será sagrado o próprio universo e todas as orações, rituais (nomeadamente o baptismo)e frequência de locais sagrados perfeitamente desnecessários e despropositados?
Guida Martins
Guida
Os católicos não frequentam as igrejas por serem locais sagrados mas sim para se encontrarem e celebrarem em conjunto. E por isso precisam de marcar locais, dias e horas, como qualquer grupo humano.
Quanto aos rituais, eles têm também um papel muito humano. Uma cerimónia, laica ou religiosa, tem tendência para seguir um protocolo, um ritual. Basta ver, por exemplo uma tomada de posse do governo. Também um concerto musical, por exemplo, segue em geral um ritual mais ou menos convencional, ainda que não necessariamente formalizado.
Caro/a ca
Quem classifica as igrejas e outros locais de sagrados não sou eu mas sim os católicos, afirmando com frequência que nesses locais se sentem mais próximos de Deus. Penso que Deus não se importaria nada que celebrassem em conjunto fora desses locais e sem hora marcada.
Quanto aos rituais não me parece que a maioria dos católicos equipare o baptismo a um concerto musical e quanto à humanidade do dito ritual explique-me por favor o que é para um católico uma criança que não foi baptizada.
Guida Martins
Guida
"Quem classifica as igrejas e outros locais de sagrados não sou eu mas sim os católicos, afirmando com frequência que nesses locais se sentem mais próximos de Deus."
O local em si não é sagrado. É reservado para uso religioso mas pode deixar de o ser, como tem acontecido inúmeras vezes.
Quanto a sentir a proximidade de Deus, isso tem a ver com a concepção do lugar, com a decoração, com as experiências e memórias que a pessoa tem. Para os namorados o jardim onde se encontravam e passeavam pode ter um significado especial. Já agora, para muitas pessoas o lugar onde se sentem mais próximas de Deus nem sequer é uma igreja mas sim um lugar natural (uma vista para o mar, uma clareira, etc.).
"Penso que Deus não se importaria nada que celebrassem em conjunto fora desses locais e sem hora marcada."
Claro que não. E há muitas missas nos mais diversos locais (estádios de futebol, pavilhões, ao ar livre, etc.). Um exemplo tem sido a missa de bênção dos finalistas em Lisboa que tem rodado pelos mais diversos locais (estádio 1.º de Maio, junto à Torre de Belém, Alameda da Universidade). Quanto à hora marcada, isso é necessário quando nos queremos encontrar todos ao mesmo tempo. Se a questão é a regularidade (semanalmente, sempre à mesma hora) isso tem mais a ver com a necessidade de rotinas para nos podermos organizar.
"Quanto aos rituais não me parece que a maioria dos católicos equipare o baptismo a um concerto musical e quanto à humanidade do dito ritual explique-me por favor o que é para um católico uma criança que não foi baptizada."
Um baptismo e um concerto musical têm em comum o facto de serem constituídos por uma sequência de acontecimentos e/ou palavras, que funcionam sempre dentro de certos moldes.
Uma criança que não foi baptizada é uma criança como outra criança qualquer. É uma pessoa e é filha de Deus.
"Para adicionar ao debate, veja, segundo alguns, uma perfeita sintonia e
"conexão divina", no documentário: Into Great Silence, Directed by Philip
Groning, Bavaria Film International 03/06 Documentary.
Para mais informação, pode ler uma recensão sobre o documentário em:
http://www.spiritualityandpractice.com/films/films.php?id=15362>
http://www.spiritualityandpractice.com/films/films.php?id=15362.
MECallapez "
"Para adicionar ao debate, veja, segundo alguns, uma perfeita sintonia e
"conexão divina", no documentário: Into Great Silence, Directed by Philip
Groning, Bavaria Film International 03/06 Documentary.
Para mais informação, pode ler uma recensão sobre o documentário em:
http://www.spiritualityandpractice.com/films/films.php?id=15362>
http://www.spiritualityandpractice.com/films/films.php?id=15362.
MECallapez "
"Para adicionar ao debate, veja, segundo alguns, uma perfeita sintonia e
"conexão divina", no documentário: Into Great Silence, Directed by Philip
Groning, Bavaria Film International 03/06 Documentary.
Para mais informação, pode ler uma recensão sobre o documentário em:
http://www.spiritualityandpractice.com/films/films.php?id=15362>
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MECallapez "
"Para adicionar ao debate, veja, segundo alguns, uma perfeita sintonia e
"conexão divina", no documentário: Into Great Silence, Directed by Philip
Groning, Bavaria Film International 03/06 Documentary.
Para mais informação, pode ler uma recensão sobre o documentário em:
http://www.spiritualityandpractice.com/films/films.php?id=15362>
http://www.spiritualityandpractice.com/films/films.php?id=15362.
MECallapez "
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