sexta-feira, 28 de maio de 2010

RESPOSTA COM ESPERANÇA A QUEM COMENTOU A MINHA HISTÓRIA EM VEZ DE ENFRENTAR COM ARGUMENTOS O QUE EU DISSE SOBRE O EDUQUÊS


Post recebido de Guilherme Valente, editor da Gradiva, na sequência do anterior:

Para José da Silva Lopes e Henrique Medina Carreira, com imensa admiração.

Como acredito na inteligência, não consigo imaginar que alguém conscientemente se queira enganar a si próprio. Proponho, por isso, ao comentador que leia e considere, sem preconceitos, com espírito aberto, este meu texto.

1. O que incomodou no meu texto anterior não foi a história pessoal a que recorri. O que incomodou foi aquilo que a história me ajudou a transmitir com clareza. Vou repetir: o eduquês quer tornar toda a gente igual, mesmo que para isso tenha de reduzir toda a gente à ignorância e à boçalidade.

O que terá doído foi a evidência que referi: a realização desse projecto horroroso e inatingível (por isso delirante) conduziu e conduz inevitavelmente ao nivelamento por baixo, ao facilitismo sempre crescente. Diminui todos os alunos, mas prejudica sobretudo os mais desfavorecidos, as crianças pobres, de famílias pouco instruídas, sem meios ou conhecimentos para procurarem outro ensino, no país ou no estrangeiro. O delírio igualitarista agrava as desigualdades.

Note-se que esse projecto, para poder ser realizado, como foi sendo realizado, não podia (nem pode) ser assumido. Se o fosse, depararia, naturalmente, com a oposição geral do Pais. Pelo contrário, tinha de ser disfarçado, no discurso e com os recuos tácticos convenientes, usando o apoio dos idiotas úteis, dos ingénuos e dos oportunistas, matéria-prima que, como se sabe, num país com o grau e a qualidade de instrução do nosso, não falta.

E foi por isso, e é por isso, por não poderem assumir tal projecto (que não teriam argumentos para justificar, acrescente-se), que nunca responderam à nossa crítica, fazendo passar a ideia de que não somos especialistas, de que não temos credibilidade para falar dos problemas de educação. Na verdade, como se sabe, embora seja muito esquecido e pouco praticado entre nós, o que vale é a qualidade dos argumentos não o estatuto ou a cara de quem os emite. E o que está em causa discutir, aliás, exige apenas inteligência, cultura geral e sensatez. De qualquer modo não trocaria o meu currículo, de formação académica e profissional, por mil currículos dos «especialistas» do Ministério.

(Note-se, de passagem, que para quem impõe o regime das «competências», para quem desvaloriza a cultura letrada, para quem quer acabar com as elites, para quem quis impor a participação de miúdos de dez anos na direcção das escolas, e dos alunos do secundário na elaboração do programa dos cursos e na definição de modelos de avaliação, a contradição é gritante. Na verdade, o que querem, afinal, é uma sociedade igualitária em que sejam eles os únicos… desiguais. Também não é novo na História. )

Por outro lado, o facto de hoje, num país da União Europeia, depois da experiência do PREC, tal projecto ser inimaginável, fez com que o eduquês contasse com a distracção ou a indiferença de quase todos nós.

Mas se não podia ser assumido «oficialmente» pela nomenclatura do Ministério, a verdade é que os teóricos mais puros e duros do eduquês não resistiram a irem revelando nos seus escritos, mais ou menos explicitamente, esse projecto impensável (ver a antologia organizada por Nuno Crato, O Eduquês em Discurso Directo, Gradiva).

E, assim, o projecto pode ser realizado com uma continuidade que nunca qualquer outro programa político teve depois do 25 de Abril, sobrevivendo a todas as mudanças de governo, aos vários ministros da educação, à tragédia gritante, sempre a agravar-se, dos resultados e do abandono escolares, do ambiente insuportável em muitas escolas, à frustração e à desistência de inúmeros professores, à evidência crescente dos seus efeitos devastadores na realidade económica e social do Pais.

2. Repetido o que quis afirmar no meu texto, pergunto ao Senhor Eduquês que o comentou (trato-o assim por não saber o seu nome): é verdadeiro o que afirmo ou é falso? Se é falso explique então, a todos nós, claramente, qual é o projecto do eduquês do Ministério. E diga-nos de que outro modo poderemos interpretar os escritos dos representantes puros e duros do eduquês coligidos no livro de Nuno Crato.

Aliás, como muito pertinentemente foi referido noutro comentário, quem tem de responder a estas questões é a senhora Ministra da Educação. Tem de dizer claramente ao País de que lado está, o que pensa do eduquês e como vai agir relativamente ao seu domínio total do sistema educativo. Dizer muito claramente, qual é, afinal, o seu projecto, que intenções tem.

3. Um mundo de clones é o mundo em que o eduquês gostaria de nos pôr a viver. Com essa nomenclatura iluminada a mandar em nós, claro. Como aconteceu sempre nas tragédias históricas em que a experiência foi tentada.

Mas é, felizmente, um mundo impossível. Felizmente, porque para mim não é um mundo desejável. Não quero ser igual a ninguém. «Não sei por onde vou, não sei para onde vou, mas sei que não vou por aí» são versos de José Régio.

4. Dito isto, vou tentar mostrar (permita-se-me a especulação um pouco naive a que vou recorrer) que o projecto igualitarista é irrealizável. Mas, antes disso, quero lembrar que mesmo quando se apresentou como um projecto generoso acabou sempre, historicamente, quando as circunstâncias o permitiram e não foi travado a tempo, na crueldade mais odiosa. Não podia ser de outro modo, como facilmente se compreende. Um dos exemplos mais recentes é o do Cambodja de Pol Pot: começou na escola e terminou nos campos de extermínio. Não é ficção aquilo de que falo.

Assim:

a) A primeira condição para realizar a igualdade de todos os seres humanos teria de ser a «construção» de pessoas (pessoas?) geneticamente iguais. O que é uma impossibilidade absoluta. Repare-se, no entanto, que foi esse o projecto do nazismo. Eliminar todos os que não pertencessem a uma suposta raça ariana. Começou pelos judeus e, por meio da esterilização, pelos ciganos e deficientes. E começou sem que quase ninguém imaginasse que poderia tomar conta da Alemanha, sem que fossem levadas a sério as suas primeiras manifestações. Lembram-se do filme Cabaret?

b) Mas mesmo que essa impossibilidade fosse realizada, seria necessário muito mais, designadamente: impor a toda a gente a mesma alimentação, obrigar toda a gente a viver no mesmo sítio, a ter os mesmos mesmos vizinhos, os mesmos encontros e desencontros, o mesmo número de irmãos, a mesma longevidade de toda a família (eu perdi o meu pai aos oito anos e sei como isso marcou o meu destino), os mesmos amigos, as mesmas viagens, a mesma namorada, os mesmos livros, os mesmos filmes (é por isso que os regimes totalitários impõem a censura e queimam os livros), o mesmo Benfica, a tropeçar as mesmas vezes, a ter ou a não ter os mesmos acidentes, etc., etc., etc. Percebe-se certamente o que caricaturalmente estou a tentar explicar.

Leonardo da Vinci teve onze irmãos. Sabe-se o nome de algum deles? Se conseguíssemos fabricar um Einstein geneticamente igual ao original, não conseguiríamos com isso outro Einstein como o que existiu. Percebe-se porquê, não preciso de pormenorizar mais.

Uma loucura, um delírio, portanto. Mas sabemos que foi tentado. E sabe-se a dimensão de sofrimento que causaram as experiências de concretização dessa loucura. E lembramo-nos dos nomes dos «demiurgos» que as impuseram.

À esquerda ou a à direita - o totalitarismo não é de esquerda nem de direita – a explicação remete sempre para a avidez de poder, o ressentimento, a insegurança pessoal (enfim, não quero, nem seria a pessoa indicada para avançar as explicações do totalitarismo, do delírio ou da simples insensatez), rapidamente transformados em cegueira fanática, inevitável escalada de imparável violência, imposta, porventura, pela lógica de ocultação e justificação. Como é possível que alguém ainda se iluda e isso se possa repetir, se esboce, ou simplesmente se deseje? (Valerá a pena ler, a propósito, o pequeno, mas muito interessante, livro de ensaios de Umberto Eco, Cinco Escritos Morais, Difel.)

O problema e o desafio não é tornar todos iguais. O problema e o desafio é o das condições da liberdade para todos.

A liberdade não pode existir na imposição de um padrão, numa realidade em que «a obediência a um padrão é a única forma considerada verdadeira de auto-afirmação, onde aquilo a que se dá o nome de liberdade não é a possibilidade de agirmos no interior de um qualquer vazio, por reduzido que seja, reservado à nossa escolha pessoal, sem interferências dos outros». A essência da "liberdade livre" (a expressão feliz é de outro poeta, António Ramos Rosa) está na possibilidade de escolhermos o que queremos ser, porque o desejamos, sem coerção, sem opressão, não absorvidos num grande sistema… inexoravelmente totalitário.

O sonho da harmonia universal não será realizável, mas a redução das desigualdades sociais deve ser um objectivo sempre presente, que só pode ser realizado pela educação, oferecida a todos, apoiando mais os mais desfavorecidos, os que tenham maior dificuldade em progredir, uma educação dirigida ao que é distintivo da nossa humanidade: à inteligência, que só pode gerar solidariedade; realizado pela afirmação e a defesa intransigente dos direitos e dos grandes valores humanos; pelo aprofundamento da democracia.

Claro que o caminho da liberdade e do progresso não é, como bem sabemos, um caminho sem escolhos. É um caminho de combate, foi para muita gente, um caminho de grandes sofrimentos, de avanços e de recuos, mas chegámos aonde chegámos.

Como disse Churchill e vem a propósito lembrar, não se encontrou até hoje melhor solução, apesar das limitações e dos obstáculos que revoltam e é preciso enfrentar e superar. De qualquer modo, o que haverá mais para fazer na vida se não caminhar…

Educação, insisto, centrada no que se dirija ao córtice cerebral, o «lugar» onde a matéria se converte em consciência, o reino da intuição e da análise crítica, onde surgem as ideias e a inspiração, a matemática e a música. O córtice que controla a nossa vida consciente. Que distingue a nossa espécie. Cerne da nossa humanidade. Que produziu a civilização. Um ensino centrado no conhecimento, na exigência intelectual e na responsabilidade humana, nas suas várias dimensões.

Percebe-se, assim, também, porque são um logro, e humana e socialmente um crime, as «novas» teorias pedagógicas.

Sabemos que esta ambição humaníssima tem de ser um combate diário de cidadãos informados e, por isso, com consciência crítica. Construindo a confiança que é condição do progresso pessoal e social. Cidadãos que "aprendam a aprender" (outro slogan mentiroso do eduquês…) da única maneira que há para o conseguir: aprendendo, adquirindo os conhecimentos que contam e lhes permitem pensar criticamente a realidade, conhecimento que transforma, valoriza, a inteligência. Como explicou muito claramente Carl Sagan, parecendo estar a enfrentar o tal slogan absurdo, mas que ouço ser repetido por tanta boa gente que devia compreender o logro: «A informação a que temos acesso é o índice da nossa inteligência». Percebe-se, pois, porque é um crime a desvalorização do conhecimento e dos saberes, a atrofia da memória, estúpida ou perversamente programada, perpretada na escola.

É por isso que para mim só há um grande e fundador problema em Portugal: o do baixíssimo nível de instrução dos Portugueses. Resolvido esse, todos os outros se resolverão por acréscimo. É esta a grande dívida pública, monstruosa, endémica, de Portugal. Que em cada dia se está a agravar (ao contrário do que me dizem ter dito no dia 26, na televisão, surpreendentemente para mim, o Professor Marçal Grilo). É este o grande défice cívico de todos nós.

E pronto, vou para férias. Felicidades para todos, mesmo para todos.

Guilherme Valente

25 comentários:

Fartinho da Silva disse...

Apenas uma palavra para descrever este artigo: excelente!

Anónimo disse...

Magnífico!

João Moreira

Anónimo disse...

No meu entender, o descalabro a que chegou o ensino público em Portugal tem, na sua origem, uma actuação deliberada das famílias que dominam o país, com o objectivo último de desvalorizar o ensino público e assim travar uma ascensão generalizada dos filhos das famílias economicamente mais desfavorecidas.

As famílias dominantes sabem que num ambiente de igualdade de oportunidades, não obstante as vantagens de que os seus filhos usufruem à partida, fruto de um meio social mais apetrechado, podem não ter lugar assegurado, pelo menos os lugares mais interessantes e melhor remunerados. Há que fazer tudo o que for possível para impedir que se desenvolvam as condições que podem levar à igualdade de oportunidades entre os seus filhos e os filhos da plebe.

Na medida em que se torna cada vez mais difícil contrariar o desenvolvimento físico dos filhos da plebe, a melhor forma de travar os jovens das famílias de mais baixo extracto social é dificultar-lhes o desenvolvimento intelectual, desvalorizando o mais possível a aquisição de conhecimentos significativos na escola pública. Os filhos das famílias dominantes têm a opção dos colégios particulares.

Com consciência, ou não, do que têm vindo a fazer, os ministros da Educação em Portugal, desde o 25 de Abril, não passam de executores de políticas tendentes a tornar cada vez mais ineficaz o ensino público.

Jorge Pacheco de Oliveira

Anónimo disse...

Guilherme Valente tem toda a razão nas críticas que faz ao eduquês. E tem também razão quando diz "o que vale é a qualidade dos argumentos não o estatuto ou a cara de quem os emite" - mas é preciso dizer que não é essa a prática actual dos autores do Rerum Natura. Caso contrário não desprezariam os leitores e dar-se-iam ao trabalho de lhes responder - principalmente quando discordassem deles e quando são criticados. O que faz lembrar estas outras palavras de Guilherme Valente: "nunca responderam à nossa crítica, fazendo passar a ideia de que não somos especialistas, de que não temos credibilidade para falar dos problemas". Ou seja: as palavras que Guilherme Valente utiliza para descrever o eduquês aplicam-se aos autores do de Rerum Natura e à sua atitude aristocrática, dogmática e acrítica.

António Costa

Anónimo disse...

Em advérbios... ninguém nos bate! JCN

Rui Baptista disse...

Mao Tsé-Tung, apesar de ter criado os médicos de pé descalço, aquando da Revolução Cultural (?) Chinesa, soube ter a lucidez de declarar (cito de memória) que “um caminho demasiado plano não desenvolve os músculos das pernas”. Em contrapartida, o que dizer do "plano inclinado" que conduziu o ensino nacional à beira do abismo?

Culpados? Os sucessivos titulares do ministério da Educação, uns tantos sindicatos docentes e alguns docentes (e não só) que se apresentam no tribunal da opinião pública como testemunhas de defesa de um verdadeiro crime de lesa Cultura, cujos efeitos estão à vista desarmada e cujos reflexos futuros os sentarão no banco dos réus culpabilizados por gerações futuras enganadas por (des)aprenderem a aprender...

Anónimo disse...

quem primeiro escreve:

"o que vale é a qualidade dos argumentos não o estatuto ou a cara de quem os emite"

e depois no mesmo texto:

"para quem quis impor a participação de miúdos de dez anos na direcção das escolas, e dos alunos do secundário na elaboração do programa dos cursos e na definição de modelos de avaliação, a contradição é gritante."

Não merece ser levado a sério porque ele próprio não o faz.

Mas numa coisa tem razão, a contradição é gritante.

Com os melhores desejos.

Fartinho da Silva disse...

Este último anónimo (das 17:11) apresenta um argumento deveras interessante, quer colocar em pé de igualdade um adulto e uma criança de 10 anos!! Mais eduquês do que isto...

Percebe-se agora, graças a este anónimo, ao que chegou o "ensino" público?

Anónimo disse...

A mim o que me espanta não é a lucidez e a clarividência do discurso de Gulherme Valente sobre realidades que se metem olhos dentro, o que me espanta é que ele tenha de fazer esse discurso em pleno Séc XXI e que não surgam outros, com outras responsabilidades, a expressá-lo ainda mais alto...espanta-me e entristece-me...mas não há embuste ou mentira que sempre dure.

Dervich

Ana disse...

Se me permite, acrescento algo à sua frase:

"O problema e o desafio não é tornar todos iguais. O problema e o desafio é o das condições da liberdade para" que todos possamos ser diferentes.

A luta é pelo direito à diferença, não pelo direito à igualdade. Um conceito políticamente incorrecto e muito pouco compreendido pelo desejo puro de tudo discutir e pôr em causa...

Ser tratado como sendo diferente não é o mesmo que discriminar, associação que é feita quase de imediato, tal é o condicionamento e o medo que temos de discriminar (dado que só agora começamos a aprender a não discriminar e que mal entendemos o conceito de que dizer a um cego ou a um surdo que ele é fantástico porque faz o mesmo que um visual ou um ouvinte, é uma forma de discriminação, a chamada discriminação positiva).

Ser tratado como diferente é a liberdade de sermos altos ou baixos, loiros ou morenos, hetero ou homossexuais, surdos ou ouvintes, cegos ou visuais, espertos ou burros, matemáticos ou letristas, cientistas ou músicos, etc, etc, etc... é a liberdade de podermos afirmar-nos como únicos e de podermos contar com medicamentos personalizados, ensino personalizado, relações personalizadas, etc, etc. É cuidar de que cada um recebe o que realmente precisa.

Não é nunca dizer, oh, coitadinho, não dá mais do que isto, vamos tornar a coisa mais fácil para que ele possa dar uns saltinhos de contente, coitadinho.

Gritem pelo direito à diferença, não à igualdade.

Ana disse...

"De qualquer modo, o que haverá mais para fazer na vida se não caminhar…"

hey! evocou-me um dos meus versejos favoritos:

caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.

(António Machado)

^_^

Ana disse...

Fartinho da Silva, temos de concordar que dependerá do adulto e dependerá da criança... ou Mozart aos dez anos não estava ao nível (senão muito mais adiante que isso) dos melhores pares, adultos, da sua época? :)

Fartinho da Silva disse...

Cara Vani,

Não caia na armadilha de justificar o injustificável com as habituais supostas excepções. As crianças não são adultos em miniatura e como tal não percebo a expressão "dos melhores pares, adultos, da sua época". Os adultos não são pares de crianças.

Anónimo disse...

A Vani ou está a gozar ou nuca na vida ouviu falar em Estatística.

Anónimo disse...

Mais uma crónica completamente delirante e que é um grande pastel, uma seca de primeira!
Eu não sei se esta crónica me é dirigida, não percebo porque o Guilherme não o diz, apesar de eu ter assinado como assino sempre: luis. Ou então é para o último anónimo, que dá razão ao meu comentário e que fala do verdadeiro interesse dos inimigos do eduques.
Se é para mim, é uma crónica delirante porque eu nem sequer dei a minha opinião sobre o eduquês!! Não tenho grande simpatia por muitas coisas que se têm introduzido no ensino, muitas das que parecem ser produto do tal eduquês. Mas eu não sei muito disso porque não sou professor, limito-me a ouvir quem o é. Mas também há algumas coisas novas no ensino que me parecem boas, apesar de algumas pessoas daqui do blogue discordadrm. O que gostava de ouvir, aqui, era alguém a fazer a defesa do que aqui é atacado, porque eu não me fio apenas numa opinião, especialmente se as pessoas que a dão não são professores.
A única coisa que critiquei foi o estilo da crónica, que perde mais de metade do espaço a dizer banalidades sobre o pai do autor, apenas isso.
E o mesmo se passa nesta, escreve-se uma coisa muito grande para nada, é completamente ridículo. Toda a gente sabe perfeitamente que as pessoas são todas diferentes e têm capacidades diferentes! Qual é a dúvida?? Tanta coisa para isto??
Nem digo mais nada para não perder tempo, isto não vale nada, nem me apetece dizer nada sobre uma coisa que acho delirante.
Vou só apontar uma frase que fica muito mal: "De qualquer modo não trocaria o meu currículo, de formação académica e profissional, por mil currículos dos «especialistas» do Ministério.". Para quem diz que o que importa é discutir ideias acho que se fala demasiado no paizinho e que se tem manias a mais, e um bocadinho de humildade não faz mal a ninguém. E não, eu não trabalho nesse ministério, nem sou profe, nem nada, estou apenas interessado na discussão, mas de uma coisa com pés e cabeça e não a discussão de ideias vagas. Basta ver o meu estilo de escrita, simples e directa ao assunto para perceber que não tenho nada a ver com esses floreados de palavras que são apontados ao eduquês, mas que me parece também que as crónicas do Guilherme sofrem desse problema.
O que eu gostava era de ver verdadeiros professores a escrever aqui sobre os seus problemas e não pessoas que usam este espaço para aumentar o seu status na blogosfera, que é o que parece que acontece aqui.
luis

José Batista da Ascenção disse...

O eduquês não é uma fantasia inconsequente, é uma realidade de horror.
Descanse muito, Guilherme Valente. E volte renovado.
Que temos (ainda) muito que lutar (e penar).
Mas não nos daremos por vencidos.
Pelo que tem feito, desde há muito, em meu nome e em nome dos meus filhos e em benefício dos (meus) alunos): Obrigado! Obrigado! Obrigado!

Anónimo disse...

O Fartinho da Silva tem serias dificuldades cognitivas se nao percebe que e incompativel dizer que os argumentos valem por si so e depois ridicularizar a admissao de argumentos com base na pessoa que as da.

Claro que ele nunca admitira isto (na muito remota hipotese de sequer o compreender). O objectivo dele e debitar uma ideologia anti-eduques para tentar forcar os outros a serem "limitados" de modo a que nunca compreendam uma inconsistencia logica como esta.
Para ele isto e uma guerra. Vale tudo contra o eduques e saber pensar e na melhor das hipoteses dispensavel e na pior um crime se o resultado final nao for do seu agrado.

Infelizmente para ele alguns de nos sabem raciocinar e isso incomoda-o.

Ana disse...

Pois claro, caro anónimo, a Vani é uma grande gozona.

Vamos lá deixar as impetuosidades das discussões de lado, porque, bem vistas as coisas, nem eu o conheço nem você me conhece para podermos estar a tirar suposições acerca das pessoas que estão por detrás de meras palavras num ecran.

Vamos lá deixar de obrigar toda a gente a explicar o que o motiva a dizer determinada coisas só porque estamos ansiosos por discutir acesamente alguma coisa.

Vamos lá deixar de procurar nas palavras dos outros indicios de que os odiamos e queremos é saltar-lhes para as goelas.

Deixem lá essa agressividade de lado e concentrem-se em trocar ideias de forma desinteressada pela pessoa que está por trás, que, ainda por cima, não conhecem.


OBVIAMENTE QUE UMA CRIANÇA NÃO É UM ADULTO. Apenas estava a querer puxar a discussão para a existência de crianças prodigio, maduras, ou de adultos egocêntricos e imaturos que julgam que a idade adulta lhes traz sabedoria...

Já agora pergunto, quem é que comanda os destinos de um país, de uma escola, do eduquês, do mundo? Não são adultos? ui, parabéns então, estão a fazer um excelente trabalho e a dar excelentes exemplos.

Ana disse...

Ah, e a puxar a discussão para a existência de crianças que envergonhariam qualquer adulto.

Chama-se a isto, apenas, puxar a discussão para um determinado lado. Não se lhe chama propriamente uma opinião. Não se lhe chama ir para a rua declarar que "crianças ao poder já!"...


Ah, já agora caro anónimo, o senhor/a nunca ouviu falar em cortesia, pois não?


Desculpem-me os autores do Rerum Natura, mas mais uma vez pergunto: têm moderação de comentários e regras de "etiqueta" no topo desta caixa, para quê?...

Ana disse...

Desculpem a insistência, mas conseguem reparar na contradição que é este tipo de esgrima de argumentos agressivos numa "discussão" (chamar-lhe-ia mais batatada verbal) sobre educação?


"O homem é, no fundo, um animal selvagem e feroz. Não o conhecemos senão domado domesticado, neste lado que se chama civilização, por isso recuamos de espanto diante das explosões acidentais da sua natureza. Caiam, não importa como, os ferrolhos e as cadeias de origem legal, rebente a anarquia, e então é que se vê o que é o homem."

Schopenhauer

Ana disse...

" Não teria nada a objectar contra o crescente saber da Humanidade, se as pessoas com isso se tornassem mais sensatas"

Jack London

Anónimo disse...

Dito em prosa ou poesia
nada há de mais cativante,
em termos de cortesia,
que um vocábulo galante!

JCN

Anónimo disse...

O que distingue o selvagem
da gente civilizada
é tão-só a linguagem
ser um pouco mais cuidada!

JCN

Ana disse...

JCN, mas muitos selvagens estão camuflados com linguagem cuidada e galante e há linguajares menos cuidados que tudo acabam por dizer, certo? ;-)

Anónimo disse...

"tudo acabam por dizer"... selvaticamente! JCN

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