(Texto na continuação de outro antes publicado aqui)
Para que as Provas de Aferição permitam “melhorias significativas nos resultados dos alunos”, a lei - Despacho n.º 2351/2007 - é bem clara:
"Torna-se assim indispensável que conselhos executivos, professores e alunos se empenhem neste processo de avaliação e que aos serviços centrais envolvidos seja exigida uma rigorosa análise dos resultados com a consequente produção de indicadores devidamente interpretados - a devolver às escolas". Nesse sentido, determinou, entre outras coisas, Valter Lemos que:
- Compete ao Gabinete de Avaliação Educacional a elaboração das ditas Provas;
- As Provas, depois de classificadas, são devolvidas às escolas, para que sejam afixados os resultados nelas obtidas dos seus alunos. Também lhes será fornecida informação sobre o resultados obtidos a nível nacional e regional.
- Essa devolução implica, a realização, por parte de cada escola de um relatório a enviar "obrigatoriamente" à Direcção Regional de Educação a que está afecta, do qual deve constar:
a) a análise do desempenho dos seus alunos;
b) um plano de acção que devrá incluir: as medidas a adoptar e respectiva calendarização; os resultados a alcançar por disciplina (Língua Portuguesa e Matemática); a indicação dos alunos que devem ser objecto de medidas especiais; os recursos a mobilizar.
- Por seu lado, cada Direcção Regional de Educação terá de elaborar, anualmente, um relatório síntese sobre o cumprimento das escolas que lhe estão adstritas, o qual será enviado para a Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, permitindo os vários relatórios elaborar "um documento geral com incidência na avaliação dos currículos".
Para que as Provas de Aferição permitam “melhorias significativas nos resultados dos alunos”, a lei - Despacho n.º 2351/2007 - é bem clara:
"Torna-se assim indispensável que conselhos executivos, professores e alunos se empenhem neste processo de avaliação e que aos serviços centrais envolvidos seja exigida uma rigorosa análise dos resultados com a consequente produção de indicadores devidamente interpretados - a devolver às escolas". Nesse sentido, determinou, entre outras coisas, Valter Lemos que:
- Compete ao Gabinete de Avaliação Educacional a elaboração das ditas Provas;
- As Provas, depois de classificadas, são devolvidas às escolas, para que sejam afixados os resultados nelas obtidas dos seus alunos. Também lhes será fornecida informação sobre o resultados obtidos a nível nacional e regional.
- Essa devolução implica, a realização, por parte de cada escola de um relatório a enviar "obrigatoriamente" à Direcção Regional de Educação a que está afecta, do qual deve constar:
a) a análise do desempenho dos seus alunos;
b) um plano de acção que devrá incluir: as medidas a adoptar e respectiva calendarização; os resultados a alcançar por disciplina (Língua Portuguesa e Matemática); a indicação dos alunos que devem ser objecto de medidas especiais; os recursos a mobilizar.
- Por seu lado, cada Direcção Regional de Educação terá de elaborar, anualmente, um relatório síntese sobre o cumprimento das escolas que lhe estão adstritas, o qual será enviado para a Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, permitindo os vários relatórios elaborar "um documento geral com incidência na avaliação dos currículos".
.
(Continua)
2 comentários:
Não existe "rigorosa análise dos resultados" porque tudo é adulterado. Por exemplo, há casos em que em 15 alunos apenas 2 levaram o material necesário para a realização da Prova de Aferição de Matemática. Os professores não dão conta da informação por saberem que serão, sempre e de alguma forma, sujeitos a represálias, represálias estas que são cada vez mais duras. Por outro lado, o "Plano de Acção" que tem de ser elaborado após a devolução dos resultados estatísticos é absolutamente inexequível: não há nem tempo, nem dinheiro para fotocópias, nem cadeiras suficientes para os alunos se sentarem... entre muitas outras coisas muito básicas. Já há professores a pagar do seu bolso as fotocópias para os alunos fazerem os testes. Os alunos têm maus resultados e o professor tem de inventar Planos de Recuperação e continuar com a sua carga horária que é já de si escandalosamente extenuante, com problemas diários de alunos mal comportados para resolver. Os próprios Encarregados de Educação tratam os Directores de Turma como seus inferiores hierárquicos, já não se limitam a opinar, já dão ordens com toda a arrogância. É inimaginável, não acreditem que as provas de aferição servem para alguma coisa de útil. Não vou tentar dar respostas, mas garanto que o "peixe" que vos(nos) andam a vender já está completamente podre e, neste momento, o professor é o bode expiatório desta lota podre que é a escola. Tudo o que aqui expus um pouco à pressa é FACTUAL.
De um(entre muitos) professor à beira do desespero
Os instrumentos utilizados, tratados e transmitidos às escolas têm dois objectivos:
1 - todos os temas, mesmo os secundários e laterais preocupam e ocupam o Ministério, para esconder os problemas mais agudos e difíceis de resolver, pela incapacidade bem estratificada em que assenta o seu edifício;
2 - acentuar o seu domínio, a sua força, o seu poder, sobre o professorado, mantendo-o ocupado com os problemas docimológicos, em busca da perfeita, asséptica, justa, exequível, inteligível, inquestionável classificação ou avaliação, isto é, o inatingível, mas, por isso mesmo, o instrumento adequado para centrar o professor nessa esotérica questão, fazê-lo esquecer os problemas cruciais que achacam o ensino, esgotá-lo nas questiúnculas obsessivas do Ministério, ou, possivelmente, do Mistério.
Enquanto O Ministério da Educação não parar para uma avaliação autocrítica de toda a complexidão estrutural em que assenta, ou um exame atento e hierarquizado dos problemas, desde a base até o topo, quais os verdadeiros fundamentos que falham na complicada engrenagem da 5 de Outubro, ou
Na impossibilidade de parar a máquina opressora e castradora do Ministério, nomear uma comissão de sábios (psicólogos, sociólogos, educadores, arquitectos, filósofos, administradores, gestores,...) para prospecção dos erros, atitudes, orgânica, relações internas, excesso de pessoal ou de gabinetes que dificultem o perfeito funcionamento da máquina; as relações Ministério-escolas; em que estado estão as escolas, quais as carências em material, em pessoal, em segurança...
Sem um médico que vá auscultar o doente Ministério e as contagiadas escolas, assistiremos todos os dias as estruturas do ensino a tomarem uma aspirina, para o Ministério se auto-enganar, e enganar as escolas.
Não cura a doença mas esconde-a.
Com a certeza de vivermos neste permanente auto-engano, como na pax romana.
Enviar um comentário