sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Nobel da Paz para Al Gore e IPCC

A fundação Nobel acabou de divulgar que o prémio Nobel da Paz foi atribuído a Al Gore e ao Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) «pelos seus esforços em estimular e disseminar um maior conhecimento acerca das alterações climáticas antropogénicas e por estabelecerem as fundações das medidas necessárias para contrariar essa alterações».

Se o prémio Nobel da Literatura foi uma surpresa, Al Gore, indicado por dois deputados do Parlamento norueguês, a socialista Heidi Sørensen e o liberal Børge Brende, liderava destacado a lista de favoritos para este prémio, que incluía o presidente da Bolívia Evo Morales, o monge vietnamita Thich Quang Do, o indiano Rajendra Pachauri (presidente do IPCC) e a activista Inuit Sheila Watt-Cloutier.

34 comentários:

Anónimo disse...

Um leitor ouviu esta manhã, às 8 horas, na Antena 1, uma notícia que durou alguns minutos sobre erros grosseiros encontrados no “An inconvenient truth” de Al Gore. Diz também que este estaria próximo de receber um Prémio Nobel da Paz.

O governo do Reino Unido decidiu enviar o documentário de Al Gore para as escolas mostrarem aos alunos. Essa decisão provocou várias contestações. Algumas chegaram aos tribunais.

O camionista Stewart Dimmock, que se diz membro do New Party, também apresentou uma queixa em tribunal. Este deu-lhe razão parcial. Dimmock considerou o documentário como uma “brainwashing”.

O tribunal começou por criticar o despacho governamental que foi enviado às escolas para obrigar à exibição do documentário. Considerou que o despacho da Secretaria de Estado da Educação era mera propaganda política.

O tribunal considerou existirem pelo menos 11 erros graves no documentário. A BBC fala em apenas 9 erros. O acusador diz que são mais. Registam-se a seguir 11 erros apontados pelo tribunal do Reino Unido:

- O documentário apresenta a retracção das neves do Kilimanjaro como prova do “global warming”. O expert do governo foi forçado a reconhecer que é uma afirmação errada. Deve-se, sim, à diminuição da precipitação e à modificação da envolvente do Monte. [Pode-se acrescentar que o equador meteorológico vertical se deslocou para Sul diminuindo a precipitação];

- Al Gore afirmou que o recuo de mantos de gelo dos glaciares prova que o aumento da concentração do CO2 promove o aumento da temperatura. O tribunal considerou provado que existe uma desfasagem de 800 a 2000 anos entre o crescimento da temperatura (causa) e o aumento da concentração do CO2 atmosférico (efeito), tal como se induz dos registos de 650 mil anos.

- O documentário apresenta de modo dramático os efeitos do Katrina e sugere que este foi causado pelo “global warming”. O expert do governo aceitou que “that it was not possible to attirbute one-off events to global warming”.

- Al Gore afirma que a seca do Lago Chade foi devida ao “global warming”. O expert do governo aceitou que não era o caso.

- O documentário mostra que um estudo indica o próximo futuro desaparecimento dos ursos polares. De facto, o expert acha que Al Gore interpretou mal (?) o estudo que aponta apenas para 4 ursos desaparecidos numa tempestade violenta.

- O documentário ameaça com a paragem da corrente termohalina que conduziria a Europa para uma era de gelo. Foi provado em tribunal que esta hipótese representa uma impossibilidade científica.

- Al Gore fala na extinção de múltiplas espécies incluindo corais. O representante governamental não foi capaz de provar estas afirmações.

- O documentário sugere que o nível dos oceanos subiria até 7 metros provocando o deslocamento de milhões de pessoas. De facto, a hipotética subida poderia atingir apenas 40 centímetros nos próximos 100 anos sem ameaçar a imigração maciça de pessoas, conforme o expert.

- O documentário afirma que a subida do nível do mar já provocou a evacuação de habitantes de ilhas do Pacífico perto da Nova Zelândia. O expert do governo não foi capaz de provar esta afirmação. O tribunal considerou mesmo que se trata de uma afirmação falsa.

- Al Gore sugere que a fusão dos mantos de gelo da Gronelândia provocaria neste século uma subida catastrófica dos níveis do mar. O representante governamental afirmou que apenas daqui a um milénio é que tal poderia acontecer.

- O documentário sugere que o Antárctico tem os mantos de gelo a desaparecer. O expert governamental reconheceu que, pelo contrário, os mantos estão a aumentar de volume.

O tribunal considerou ainda que a passagem do documentário nas escolas deve ser antecedida das seguintes observações:

1) É um documento político que promove apenas os argumentos de um dos lados sobre o “global warming”;

2) Foram detectadas onze imprecisões que devem ser indicadas aos estudantes;

3) Se os professores não acatarem esta determinação incorrem numa violação do artigo 406 do “Education Act 1996” e seriam culpados de doutrinação política.

In Mitos climaticos

Fernando Gouveia disse...

Se "norueguês", "vietnamita" e "indiano" estão (e bem) com minúscula, então o mesmo deveria acontecer com "inuit" (que é como os esquimós se designam a si mesmos; a designação "esquimó" — «os que comem peixe cru» — é por eles considerada ofensiva). Escrito com maiúscula, parece fazer parte do nome de Sheila Watt-Cloutier (além de contrariar as regras do uso da maiúscula na Língua Portuguesa)...

Anónimo disse...

Embora fora do contexto, repito aqui o que Mota Amaral me respondeu a respeito do seu famoso voto. (Famoso só no blog, porque não ouvi falar dele em mais lado nenhum...)
"Meu caro Daniel:

Obrigado pela tua mensagem e pelo teu empenho em defender-me frente aos ataques dos fundamentalistas do evolucionismo, que pelos vistos também existem e até bastante intolerantes.
Votei contra o documento em causa por entender que a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, sendo uma assembleia política, não tem competência para se pronunciar em matérias de natureza científica. O que dela se espera é que se concentre no seu escopo, que é a defesa e promoção dos direitos humanos, da democracia e do Estado de Direito.
Além disso o documento referido tinha considerandos excessivos, para não dizer mesmo disparatados.
Pessoalmente, aceito a evolução como uma teoria científica, mas rejeito a deriva materialista que muitas vezes lhe é anexada, contrariando aliás o próprio Darwin.
Uma causa da Natureza exterior à própria Natureza - um Criador, portanto - é para mim uma exigência de racionalidade, já que todo o efeito tem de ter uma causa. A não ser que não se separe Deus da Natureza, que é o erro dos panteístas.
Estas considerações situam-se no âmbito filosófico, são portanto de razão e não de fé.
A leitura que o criacionismo fundamentalista faz do Livro do Génesis está completamente ultrapassada e não tem qualquer conteúdo científico, nem sequer religioso. O meu voto não tem obviamente qualquer significado de adesão a ideias tão abstrusas.
A oradora que falou em nome do meu Grupo Político durante o debate deixou tudo isto muito claro.
Um abraço amigo do

João Bosco Mota Amaral"

JSA disse...

Correcção ao post: é o parlamento norueguês que escolhe os laureados do Prémio Nobel da Paz e o anúncio é feito pelo Instituto Nobel Norueguês em Oslo.

JSA disse...

Para o anónimo dos mitos climáticos, algumas notas. O tribunal apenas apontou alguns desses pontos, nomeadamente o furacão katrina (que, pessoalmente, interpretei como um exemplo de incidentes climáticos que poderão acontecer mais frequentemente no futuro), as neves do kilimanjaro, a subida das águas do mar (por causa de um muitíssimo mais lento degelo da gronelândia que aquele que se tenta implicar), a questão do lago chade e dos ursos polares. Ainda assim, note-se que não cosniderou inapropriado mostrar o documentário.

Já agora, um tribunal não prova nada cientificamente. No máximo pode considerar provado que alguém interpretou mal, com ou sem intenção, determinados dados, mas um tribunal não prova nada. Isso faz lembrar o cartoon do outro dia com a pessoas que é condenada por não respeitar a lei da gravidade.

Note-se também que as próprias previsões mais alarmistas de há alguns anos atrás sobre o derretimento dos gelos do círculo polar árc6tico acabaram por ser até algo conservadoras relativamente ao que se esperava. Alguns dos fenómenos estão a acelerar, não a abrandar. Por isso, o único mito climático é mesmo a existência de sites dedicados ao seu debunking... São so criacionistas climáticos.

Anónimo disse...

este prémio é mais uma chapada de luva branca no bush e na sua politica completamente desatrosa para o mundo

Padre Alfredo disse...

Fantástico seu blog. Vou divulgar por aqui em Salvador-Bahia-Brasil
http://www.caralhaquatro.blogspot.com

Anónimo disse...

Anónimo,
qual o sentido do seu comentário?
Será no sentido de opinar que o aquecimento global é um mito?

Fiquei curioso e gostava de saber a sua opinião. Isto no caso do Sr Anónimo ser o mesmo de outros post aqui do De Rerum (Jonastas ou qualquer coisa assim que eu sou novo aqui e só vou apanhando quem outros comentadores dizem ser o Anónimo).


Cumpts

Mário Montenegro disse...

São-me estranhos os critérios actuais para atribuir o Nobel da Paz. Se foi a propósito da propaganda pró-planeta do Al Gore, não seria mais adequado um Nobel da Ecologia? Ou da Política do desenvolvimento Sustentado, ou algo desse género? Agora... da paz?!?

Anónimo disse...

Mário

As alterações climáticas são reconhecidas por terem um potencial muito grande em matérias de guerra e de paz.

Secas, fomes, deslocalizações em massa de populações (vagas de emigrantes, destruição de terra (engolida pelo mar), etc.

Tudo isto tem implicações enormes em futuras lutas pela água, pela comida, por um território não totalmente arrasado... Um futuro insustentável em termos ambientais é tb um futuro que nos poderá trazer muitos conflitos!

Daí, talvez, a atribuição do nobel da Paz e não de um prémio da ecologia!

Carlos Medina Ribeiro disse...

A expressão "aqueciemnto global" não é a mais feliz.

Mais correcto será, porventura, falar em "alterações climáticas".

JSA disse...

carlos, uma é consequência da outra. as alterações climáticas são causadas pelo aquecimento global.

Anónimo disse...

O Daniel de Sá tem-me surpreendido muitas vezes neste blog. Gostei desta de mensageiro da boa nova. Obrigado Daniel de Sá!
Não percebo porque o senhor euro deputado se acanhou porque estes cientistas não mordem (muito) :) Eu que não sou cientista e tenho por aqui andado asseguro-lhe que nunca me apercebi de tal.

Parece-me curiosa a justificação (aparentemente a mais decisiva): "Votei contra o documento em causa por entender que a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, sendo uma assembleia política, não tem competência para se pronunciar em matérias de natureza científica." As entidades de decisão política não devem pronunciar sobre ciência? Logo hoje que o Prémio Nobel da Paz foi atribuído a Al Gore por causa do seu envolvimento na questão do aquecimento global. Realmente não se vê aqui, nem política nem ciência ...

O euro deputado Mota Amaral terá a mesma opinião (e será que a defenderia como o fez nesta) acerca de os políticos se envolverem com os assuntos da religião? Ou, de os religiosos se meterem na ciência? E dos religiosos se meterem na política? E sobre ética na investigação científica terá, na opinião de Mota Amaral, a Comissão de se pronunciar sobre isso?

A restante declaração é, na generalidade, opiniões pessoais.
" Uma causa da Natureza exterior à própria natureza é uma exigência de racionalidade, já que todo o efeito tem de ter uma causa. Estas considerações são de âmbito filosófico são portanto de razão e não de fé " À primeira leitura até se pode concordar com esta afirmação. O problema é o passo intermédio "isto é, um Criador".

"Criador" é um conceito que implica intenção de criar, produzir efeito sobre. Neste momento da declaração, estando nós a falar de ter havido intenção de criar a natureza, só podemos estar a exprimir fé, não filosofia ou razão. Eu não sou, como direi, engenheiro de filosofia, mas isso não me impede de, com o que tenho, aceitar o desafio de pensar sobre a vida e a sociedade.

Condições e causas para a origem do universo (nem sei se devia ter postos aspas algures) são óbvias para qualquer mínimo de racionalidade. Estas condições serem obrigatoriamente exteriores à natureza é motivo de toda a controvérsia. Falar da existência da tal intenção é uma opinião pessoal como dizia anteriormente e penso que se aplica "o presunção e água benta..."

As opiniões pessoais, do meu ponto de vista, são o que deve estar alheado da ciência. E é isso que a declaração propõe.

Artur Figueiredo

PS Só acrescentar que assim é um bocadinho complicado, porque não sei se devia ter dirigido o comentário ao Daniel de Sá ou ao Mota Amaral.

PS2 A declaração não proíbe que se acredite nisto ou naquilo. Recomenda que se ensine ciência nas aulas de ciência.

PS3 Comecei a semana cheio de optimismo e se juntar o prémio Nobel de hoje já não sei se não estou já deprimido de tanto optimismo. :))

Anónimo disse...

Anónimo, isso é uma opinião, não é?

maga.pata.logika disse...

Caro Artur Figueiredo (e não anónimo, como por lapso referiu o Daniel Sá)

Tenho o seguinte a acrescentar ao seu comentário (de resto assino por baixo):

"Pessoalmente, aceito a evolução como uma teoria científica, mas rejeito a deriva materialista que muitas vezes lhe é anexada, contrariando aliás o próprio Darwin."

O Darwin não é o profeta de uma nova ordem mundial nem criou dogmas. Claro que o Darwin foi contrariado (leia-se: o conhecimento evoluiu depois dele, fazendo com que as observaçõe dele sejam um ponto de partida para refinar algo que tem uma matriz de pensamento darwininsta): há muito que ouço façar em neo-Darwinismo ou simplesmente em teoria da evolução com uma unificação (e desunificação, porque não há aqui certezas) de evidências... não de mandamentos segundo S. Darwin. Ou seja, quem escreveu isto não sabe do que está a falar e não se inteirou. E devia!

"Uma causa da Natureza exterior à própria Natureza - um Criador, portanto - é para mim uma exigência de racionalidade, já que todo o efeito tem de ter uma causa."

Causa e efeito? Nesses moldes? O que é que isto tem que ver com Ciência, que era o que se estava a votar? Também pode ser defensável que a racionalidade implique a negação completa e total de um ente que não se consegue provar a existência (não é o que penso, mas aceito esta argumentação como válida!)! Estas pessoas têm o nome técnico de "ateus"! Alguns até são boas pessoas, imagine-se só!

"A não ser que não se separe Deus da Natureza, que é o erro dos panteístas."

Era precisamente esse o objectivo! Aliás, o objectico era afastá-Lo das salas de aulas de ciências, porque não pertence lá. Por honestidade para com a Ciência, respeito para com outras religiões e religião nenhuma. Mas sobretudo porque o conhecimento religioso não interfere com o científico e vice-versa. Porque não pode!

Filosoficamente falando, "fundamentalismo" e "evolucionismo" nem cabem na mesma frase, porque um evolucionista só quer que lhe permitam duvidar e rever os seus conhecimentos com base em factos, sem ter à perna dogmas que pode perfilhar... fora da sala de aula/laboratório/local de pensamento científico.

Há ainda uma coisa: os estados europeus não são laicos?

Depois ainda fica o pequeno pormenor de porque é que responderia Mota Amaral a um comentador/amigo que o defende e não enviaria uma mensagem a um dos autores do blogue onde tem sido atacado pelos fundamentalistas do evolucionismo. Não estou a dizer que o tenha ou não feito. Simpesmente se o fez, não foi o gesto adequado!

Anónimo disse...

Daniel de Sá,
não creio que acredite poder debater o que quer que seja atirando pedras para o ar.

Se o anónimo anterior sou eu, claro que é uma opinião! Mas eu não estou em funções de representação do país. A minha experiência política foi curta, mas esclarecedora... para mim.

Maior parte do que escreve aqui são opiniões ou dúvidas do Daniel de Sá! Ou não?

Eu assinei o que escrevi e agradeci-lhe de forma honesta, o facto de ter deixado aqui a mensagem de Mota Amaral.

Artur Figueiredo

Luis Correia disse...

"A Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, sendo uma assembleia política, não tem competência para se pronunciar em matérias de natureza científica..." mas tem competência para se pronunciar sobre educação e políticas de educação.
O objectivo de velhas teorias criacionistas recauchutadas com uma roupagem "aparentemente" científica não é ganhar o debate científico porque esse já o perdeu há muito tempo. O objectivo é ganhar o debate político e o apoio das "massas"

Kynismós! disse...

Prêmio Nobel da Paz Político...

Anónimo disse...

Cara Magda,

relativamente à questão que coloca apetece dizer que os estados são laicos, os politícos, na generalidade, é que não! O que torna os estados pouco laicos. Parece sempre difícil conciliar a letra com a música!

Concordo consigo com a deselegância do gesto e também penso que os políticos devem ter muito mais responsabilidade no que dizem e saberem efectivamente do que falam, mas infelizmente, hoje em dia, o negócio deles é a imagem para ganharem as "massas" como oportunamente comentou o Luís Correia.

Mas o importante foi ter sido aprovada a declaração e, até há quem pense que isso pode vir a significar uma vantagem competitiva para a Europa.

Já este prémio Nobel fica-me atravessado por hoje...

Artur Figueiredo

Luís Bugalhão disse...

ai então "A Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, sendo uma assembleia política, não tem competência para se pronunciar em matérias de natureza científica..." ...

então tem competência para quê?

os políticos não podem falar de ciência? não, se forem ileterados.

não podem falar de educação? não, se forem ileterados.

não podem falar de economia? não, se forem ileterados.

não podem falar de futebol? não, se forem ileterados.

não podem falar de ...? não, se forem ileterados.

sr joão amaral, o sr não é ileterado, então porque é que não pode falar de cientolo.... ai desculpe, de criacionismo?

então não pode decidir sobre uma essencial questão do mundo contemporâneo? então o que é que foi fazer para o CE? doutrina?

não me tome por petulante, mas se os nossos políticos não podem decidir sobre questões científicas, no sec XXI, para que é que servem os nossos políticos?

o sr tem responsabilidades. é um académico de renome. já foi um dos representantes máximos da nossa soberania. foi líder político da RA dos Açores durante 20 anos, e não pode decidir sobre 'ciência', porque é político?

então que se lixe essa política, porque não poder decidir sobre 'matéria científica', só pq é político, é o mesmo que não poder ser 1º ministro, só pq se é engenheiro (mm não sendo).

a sua autoridade institucional, a sua figura histórica, devia ter outra postura.

infelizmente, pressionado ou não por entidades rasteiras, decidiu votar contra o documento postado neste blog.

é vergonhoso. para si, para Portugal, e para os portugueses.

nós, os vulgares portugueses, não somos só da nª sra. de fátima. somos também o país que viu nascer Espinosa. e nunca mais queremos expulsar homens como ele. nem 'excomungá-lo' como os judeus holandeses fizeram. queremos evoluir, queremos olhar a realidade com deslumbramento, mas com realismo também.

por isso, sr. João Amaral, retrate-se e peça desculpas ao povo português, por ter sido tão fundamentalista da 'obra'.

nós somos um estado laico. aja em nome dessa filosofia e largue de vez a dependência católica que o condiciona.

não é por nada. é só porque nos envergonha ver um grande intelectual fazer figuras tristes. ou será que era de esperar que o sr. as fizesse?

respeitoso cumprimentos.

Anónimo disse...

Meu Caro Artur Figueiredo
É óbvio que não reparei que o meu Caro Amigo é que assinara a pergunta. Se tivesse dado por isso, nunca me dirigiria a si como "Anónimo".
A resposta à sua pergunta também é óbvia: é isso mesmo, aqui só trago opiniões e as minhas dúvidas.
MAGDA
O João Bosco não respondeu para o blog porque eu não lhe disse de qual se tratava. Copiei e transcrevo a mensagem que lhe mandei. Ei-la:
"-----Mensagem original-----
Enviada: terça-feira, 9 de Outubro de 2007 19:51
Para: João Bosco Mota Amaral
Assunto: Pergunta a que peço resposta urgente, por favor

Meu Caro Amigo
Num sítio da "Net" sobre Ciência (que às vezes não o é muito...) têm andado a denegrir a sua imagem com acusações cegas por causa do seu voto negativo a respeito da recomendação do Conselho da Europa quanto ao ensino do Evolucionismo versus Criacioninsmo. Eu já lá disse que, embora eu mesmo votasse a conclusão, não votaria o texto, atendendo a alguns considerandos que me parecem desadequados. E tenho tentado defender a sua qualidade de intelectual honesto, garantindo que não nega o Evolucionismo, e que alguma razão semelhante à minha terá tido.
Será que pode resumir-me as razões do seu voto? Ou enviar-me a declaração de voto, caso exista? Assim já poderei defendê-lo melhor.
Um abraço do amigo Daniel de Sá"

João Moedas Duarte disse...

"mas se os nossos políticos não podem decidir sobre questões científicas, no sec XXI, para que é que servem os nossos políticos?"

Inteiramente de acordo. Penso mesmo que um dos problemas do nosso corpo científico é o desconhecimento da ciência e pior o distanciamento que têm do conhecimento em geral. O que por vezes torna as discussões politicas um tanto ou quanto irracionais. Veja-se a quantidade de cientistas que está representada na Assembleia da Republica comparando com a quantidade de burucratas.

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"Uma causa da Natureza exterior à própria Natureza - um Criador, portanto - é para mim uma exigência de racionalidade, já que todo o efeito tem de ter uma causa."

Eu pensava que acreditar num Criador era algo irracional, que vinha da fé, mas posso estar enganado. Mas se não estiver é grave. No entanto o que vem a seguir é mais grave, é filosofia baseada numa ideia científica que tinha lógica à 300 anos: "todo o efeito tem de ter uma causa".

No blog Ktreta andámos a discutir isto mesmo. É que a melhor teoria física que temos, mais a actual e testada experimentalmente diz precisamente o contrário, a mecância quântica. Esta diz que podem existir efeitos sem causas. Ou mais precismente podem existir efeitos sem causas definidas.

João Moedas Duarte disse...

errata

onde está: "um dos problemas do nosso corpo científico é o desconhecimento da ciência"

deve-se ler: "um dos problemas do nosso corpo político é o desconhecimento da ciência"

Anónimo disse...

De+pois de muito procurar, houve uns maduros que encontraram nove (ou onze) erros de pormenor num filme que é um documentário de divulgação e não uma tese académica. Vão com esses erros a tribunal e este dá por provado que são erros. Não dá por provado, no entanto, que eles invalidem o filme na sua globalidade, e por isso autoriza, com deterrminadas reservas, que continue a ser exibido nas escolas.
Para mim, o facto de um escrutínio hostil ter revelado apenas nove (ou onze) erros de pormenor num documentário de divulgação com a duração de "An Inconvenient Truth" só credibiliza o filme.

Anónimo disse...

Não sei se o Gore merece ou não o prémio, mas lá que o Buesco anda muito calado, anda :) Deve andar a tratar da azia...

Anónimo disse...

Não me digam que está dado o mote para a próxima campanha eleitoral para as legislativas: o psd fartinho de ouvir falar em ciência e tecnologia (e com o défice mais controladinho) para fazer oposição ao governo, não se importa de levar à frente todo o conhecimento científico, ou seja, não se importa de passar um atestado de irracionalidade a todos os que excluem "O Criador" das suas teorias. Tenho algumas dúvidas se esta minha teoria estará certa uma vez que a formação do novo líder da oposição é científica, o senhor é médico. Cá estaremos (se Deus quiser) para ver como nos tratará da saúde...

guida martins

Anónimo disse...

Daniel de Sá,

Na sua frase "Anónimo, isso é uma opinião, não é?" a questão do anónimo é para distrair. O que me parece importante é que ela exala relativismo pós moderno que provocará náuseas a muita gente. Não sei se usa tal perfume por convicção ou por oportunidade.

Daniel de Sá, se decidir responder-me, leia este comentário até ao fim!

Sei que tem curriculum político mas o que escrevo não pretende atingi-lo. A responsabilidade que temos é a de estarmos vivos, não é só do que fazemos.

A actividade política tem a nuance de intervirmos directamente com a vida e o futuro de um grande número de pessoas por isso a responsabilidade inerente é diferente da minha, que tenho que responder pelos meus clientes e pelos usuários dos espaços que crio e é totalmente diferente da responsabilidade que tenho aqui em que falo exclusivamente por mim.

O Mota Amaral responde com questões religiosas a um voto político sobre questões científicas e educativas. Não será isto reflexo do constantemente comentado alheamento dos políticos face à realidade? É ofensivos os cidadãos verem os políticos como figuras da Alice do país das maravilhas?

Ou então o Mota Amaral assume que o religioso deve sobrepor-se ao político, ao científico e à vida e o partido no qual foi eleito se tiver que dizer alguma coisa que diga! E prontos, ficamos todos esclarecidos e bora aí à nossa vidinha. Daniel, não sei se concorda com isto ou não, mas já percebeu que não se trata de questões pessoais porque muita gente já aqui manifestou que de todo não se revê no voto do nosso euro deputado. E ele não está lá a representar os ilhéus... (gracejo irresistível sobre gente corajosa que partilha um lugar fantástico!)

Por outro lado, parece que o Mota Amaral não acredita em blogues, mas que os há, há e, pelo sim pelo não, pode-se publicar a mensagem... Será que também é crente pelo sim pelo não?

Vou deixar outra opinião minha: Nos tempos que correm, a visibilidade pública de cada um, é mais querer do que poder. Querendo, qualquer curso de seis meses de imagem ou de actor nos pode proporcionar os quinze minutos de fama a que todos temos direito. E hoje, mais do que nunca, a volatilidade do poder é real!

Daniel, opinantes como dantes (espero eu!), se mais esclarecidos tanto melhor!

Artur Figueiredo

Anónimo disse...

Meu caro Artur
Tenho algum currículo político, lá isso é verdade. Não sei se mais ou menos prolongado do que o seu, mas isso não interessa. Concordo na generalidade com o que diz, mas fica-me uma dúvida. E esta refere-se a saber até que ponto podemos exigir que os políticos esqueçam a sua opinião para representarem a opinião de outros. É que, confesso, sempre decidi pela minha cabeça. Por isso estive com Zenha, Guterres e outros na famosa questão do Secretariado, contra a maioria esmagadora dos meus camaradas açorianos; por isso apoiei Zenha às presidenciais; por isso fui o primeiro, dez anos antes do milhão e tal de votantes, a pedir a Manuel Alegre que se candidatasse à presidência; por isso fui adversário político, quer na Assembleia Regional quer em muitos artigos de opinião, deste mesmo Mota Anaral; por isso lutei contra o separatismo, sofrendo consequências graves (porque isto aqui foi muito pior em 1975 do que durante a ditadura), etc.
Estes exmplos bastam, e sobram, para dizer que sempre resolvi segundo a minha consciência. Que pode ser uma consciência errada, mas prefiro errar sozinho do que arriscar-me a errar conforme a opinião de outros ou o politicamente correcto. Por isso tenho escrito coisas bem duras a respeito dos actuais governos PS (o nacional e o regional). É certo que não ponho os meus valores religiosos como medida de aferição, mas nunca perco de vista a ética. É a minha perspectiva ética que tem funcionado em todos os momentos da minha vida política, de que me "reformei" sem qualquer prebenda financeira ou outra.
Portanto, não sei se é humano exigir a Mota Amaral ou a qualquer outro que actue conforme circunstâncias de pensamento que não sejam as suas.
Um abraço, com a amizade a que estes diálogos entre nós já obrigam.
Daniel

Anónimo disse...

Daniel de Sá,
A haver contradições éticas é quando se aceita representar um estado laico sabendo que o peso das convicções religiosas irá confundir a nossa percepção das noções de particular e de geral. Mas nem eu nem o Daniel de Sá queremos que um terceiro tenha que lembrar que a teimosia exige dois burros... :)

Nem de propósito, Daniel de Sá, acabei de saber por uma notícia do Público online que nas instalações da Igreja Católica Portuguesa se pode incentivar a "desordem social e a rebelião popular" (está entre aspas porque sei muito bem que logo virá alguém dizer que o cardeal do Vaticano estava a falar metaforicamente). Sabe dizer-me se a luta dos fiéis deve ser só contra os indivíduos laicos ou também inclui os estados. Eu não vejo grande diferença entre este tipo de Coisa e a Guerra Santa. Recomenda-me um especialista em oftalmologia, não? :)

Envio-lhe também os parabéns pelo seu amigo Mota Amaral que acabou de aceitar novas funções no PSD.

Artur Figueiredo

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Assim que soube desta notícia do post apeteceu-me logo chamar-lhe Nobel da Paz de Espírito mas, o Nobel da Paz tem frequentemente este purgante para nos ajudar a limpar a má consciência ficando o espírito de alguns mais sossegado.

Mas o assunto do Nobel da Paz deste ano é deveras importante e o seu debate ainda mais importante e pouco pacífico. O que não faltarão são argumentos para amontoar de um lado e do outro.

Vou transcrever alguns excertos da entrevista publicada por Rodrigo Rangel no ISTO É de São Paulo, do cientista brasileiro Luiz Carlos Molion, especialista em meteorologia que defende ser forçado dizer-se que o aquecimento é global, porque dado o comportamento diferenciado dos hemisférios norte e sul até complicado é falar em temperatura média global:

"Quando a gente olha a série temporal de 150 anos usada pelos defensores da tese do aquecimento, vê claramente que houve um período entre 1925 e 1946 em que a temperatura média global sofreu um aumento de cerca de 0,4 graus centígrados. A pergunta é: Esse aquecimento foi devido ao dióxido de carbono? Como, se o homem libertava para a atmosfera menos de dez por cento do que liberta hoje? No pós guerra quando a actividade industrial aumentou e o consumo de petróleo também, houve uma queda das temperaturas."

"O painel não leva em consideração todos os dados. O IPPC diz que a concentração de dióxido de carbono em 2005 era de 339 ppm, foi a maior dos últimos 650 000 mil anos. Isso é ridículo. Usam uma série iniciada em 1957 e não mencionam medições anteriores. É como se ninguém se tivesse preocupado com isso. O aumento do dióxido de carbono não é um fenómeno novo. Nos últimos 150 anos, chegou a 550, 600 ppm. Como se jogam fora essas medidas? Só porque não interessam ao argumento? O leigo, quando vê a coisa da maneira que é apresentada, pensa que só começaram a medir nos últimos 50 anos. O Al Gore usou, no filme uma verdade «Uma verdade inconveniente», uma curva que mostra o dióxido de carbono lá em baixo há 650 000 anos e, agora, descolando. Ridículo, palhaço"

"Quando digo que estamos, muito provavelmente, num processo de resfriamento, faço-o por meio de dados. O IPCC é constituído de pessoas designadas pelos governos. Os representantes do G/ não agem aleatoriamente. Defendem os seus interesses. Quando há uma pressão desse tipo, digo que já vi esse filme, na época do discurso da destruição da camada de ozono pelos CFC, compostos de cloro-fluorcarbonos. Os CFC tinham perdido o direito de patente, tornando-se domínio público. Aí inventaram a história de que destruíam a camada de ozono."

"No colonialismo tradicional, manda-se tropas para manter a ordem. No neocolonialismo, a dominação é pela tecnologia, pela economia e, agora por um terrorismo climático como é esse aquecimento global. Ninguém fala mais de camada de ozono, sendo que a previsão é de que, em Outubro, o buraco será um dos maiores da história"



Enfim... a entrevista é muito interessante e o Carlos Molion tem experiência própria do tal terrorismo tecnológico pelas polémicas em que se envolveu relativamente ao CFC.

Mas interessante também, é o exemplo da Ecosecurities empresa de outro brasileiro, Pedro Moura Costa, avaliado em mil milhões de dólares e que gere por projectos ambientais cerca três milhões de dólares em créditos de carbono. Com dez anos de existência, a ascensão meteórica da empresa deste Engenheiro Agrónomo é bem exemplo das potencialidades económicas do aquecimento global. Se somarmos o potencial das tecnologias limpas e das energias renováveis há muita economia neste Nobel.

Não vou aqui comentar a ideologia libertadora do Lula da Silva porque me arrisco a que o comentador seguinte tenha que dizer: Puxa! Brasileiro tá em todo o lado! :) mas é lá que fica a maior parte da Amazónia.

Artur Figueiredo

Carlos Medina Ribeiro disse...

Em tempos, estava eu a ler um livro de um autor muito conhecido - na parte que descrevia os horrores da guerra nuclear -, quando me deparei com um parágrafo espantoso: segundo ele, a primeira bomba atómica lançada sobre seres humanos fora a de Nagasaki!

Claro que tudo o que ele dizia para Nagasaki estaria certo para Hiroshima, mas essa imprecisão, de tão grosseira, foi o suficiente para desvanecer toda a aura de rigor que, até aí, o cavalheiro tivera para mim.

Da mesma forma, nestes assuntos de poluição e alterações climáticas - que são verdadeiramente sérios e preocupantes - há um mínimo de rigor exigível que, muitas vezes, não é respeitado com a ideia peregrina de que, «sendo por uma boa causa, tal não é necessário».

Será que não conhecem a fábula do «vem aí o lobo!»?

maga.pata.logika disse...

Caro Daniel Sá

Lamento ter duvidado da sua mensagem. COnfesso que duvidei porque achei estranho o modo de responder. Eu não responderia do modo que fez Mota Amaral, mas directamente à provocação, directamente no blogue em questão.

Não está bem nem mal: eu faria a coisa de modo diferente. Os comentários de Artur Figueiredo fizeram-me crer que será mais uma diferente atitude em relação aos blogues, nada mais. Por aqui, peço desculpa, mas acho que está esclarecido que houve aqui um pequeno "generation gap".

Em relação à resposta de eurodeputado em si, não tenho mais a acrescentar. Contudo, recordo que ela começa com:

"Obrigado pela tua mensagem e pelo teu empenho em defender-me frente aos ataques dos fundamentalistas do evolucionismo, que pelos vistos também existem e até bastante intolerantes."

Ora não tendo conhecimento da natureza exacta das acusações (porque não sabia qual era o blogue nem as acusações concretamente), apelidar os evolucionistas em causa (eu, por exemplo) de fundamentalistas e intolerantes é, na minha opinião, preconceituoso. Assume logo que estamos errados sem ter lido sequer o que lhe queríamos perguntar (nós, o que ele representa na Europa). E não há um esforço por tentar compreender.

Estou preparada para aceitar que seja também falta de familiariedade com os blogues, mas aqui já terei que dar um pequeno salto de fé.

Seja como for, acho que a discussão tem sido excelente!

Magda

Joana disse...

Magda:

Eu gosto é da forma como o Mota Amaral trata todos os cientistas: fundamentalistas bastante intolerantes por acharem que se deve ensinar ciência nas aulas de ciência!

O senhor deve dar mais duas voltas ao cilício quando pensa em todos os fundamentalistas nas escolas: fundamentalistas da matemática, da física, da química, da biologia, da astronomia, eu sei lá!

Mas pensando que o senhor é numerário daquela coisa sinistra que dá pelo nome de Opus Dei a posição dele não devia surpreender ninguém.

Só fico espantada com a desculpa dele para ter votado não: os políticos não devem meter o bedelho nos curriculos científicos das escolas.

Não sei o que fazem então os ministérios da Educação e o do Ensino Superior... se os políticos não têm competência para se pronunciar sobre matérias científicas deviam acabar com esses ministérios :)))

Anónimo disse...

Concluindo
Ontem cheguei tarde a casa, depois de um dia algo ocupado. Por essa razão não respondi aos comentários que aqui havia, deixando isso para hoje.
Penso que, na questão do Mota Amaral, falharam alguns pormenores de interpretação da mensagem que ele me enviou. A primeira e a terceira partes são meramente pessoais, e só pelo meio ele deixou bem claro o motivo do voto contra, não apenas seu mas do agrupamento político a que pertence. Em mensagem subsequente ele disse-me que a porta-voz do grupo explicou que se tratava de um voto negativo por o C.E. não ser um órgão de competência científica. Disse-me mais, em face da trasncrição que eu fiz das razões que me levariam a, no mínimo, abster-me, que coincidíamos em absoluto no que respeita às dúvidas levantadas pelo documento. Não há, portanto, nenhum recurso à religião nem aos "mandamentos" da Opus Dei.
Como nota final, e sem querer entrar em pormenores para não maçar, a minha opinião é a de que o documento do C.E. está tecnicamente mal elaborado. A maior parte das alíneas deveria constar de um preâmbulo, porquanto há grande disparidade entre elas, e várias não acrescentam nada ao valor científico da recomendação. Dou como exemplo o facto de João Paulo II e Bento XVI terem sido invocados por aceitarem o evolucionismoo como um conhecimento científico já suficientemene estudado e provado para que possa ser aceito. É que, se não se reconhece autoridade à Igreja quando eventualmente parece chocar com a ciência, a sua opinião não pode ser invocada quando uma e outra coincidirem. Num preâmbulo, pois, ficaria bem recorrer à posição da Igreja Católica bem como de outras igrejas ou religiões, mas não nuns quantos considerandos que deveriam ater-se a meras considerações científicas.
Depois de tais considerações, viria o ponto 19 e os seus vários parágrafos, e aí deveria ter acabado o documento, porquanto, depois de uma conclusão, não faz sentido acrescentar seja o que for, a não ser quando se trate de documento legal que requeira "disposições finais e trasitórias". O ponto 20, tal como o que eu atrás disse que deveria estar no preâmbulo, também para lá deveria ter ido parar.
Este documento, tal como foi elaborado, demonstra a pressa ou a falta de cuidado com que o C. E. encarou a tarefa.

Anónimo disse...

Não faltam teorias conspirativas sobre as alterações climáticas...interesses económicos, necessidade de protagonismo, ....etc. Mas ninguém se mostra capaz de explicar o seu contrário i.e. não existem alterações climáticas e a acção humana é neutra !

Aqueles que pretendem defender o nosso actual "way of life" inventam desculpas e arranjam bodes expiatórios para continuar tudo na mesma. Uma parte do mundo obesa a outra com fome. Porquê ?

O corpo e a mente

 Por A. Galopim de Carvalho   Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...