terça-feira, 23 de outubro de 2007

Águas turvas: aquecimento global e oceanos



A edição de hoje da revista Nature é acompanhada por uma notícia intitulada «Greenhouse-gas levels accelerating», que dá conta de uma aceleração no ritmo de emissão de CO2 para a atmosfera. Enquanto na década de 90 se verificou uma aumento anual das emissões de cerca de 1.3%, o boom económico do século XXI - especialmente na China e na Índia - foi acompanhado por um boom equivalente nas emissões de gases de efeito de estufa, cerca de 3.3% ao ano a partir de 2000.

Pep Canadell, que lidera o Global Carbon Project e publicou um dos estudos analisados nesta notícia, sugere ainda que os tanques de carbono da Terra, especialmente os oceânicos, já não funcionam tão eficientemente como em meados no século passado e por isso menos CO2 atmosférico é retirado do sistema:

«Há cinquenta anos, se emitissemos 1 tonelada de CO2, os tanques [como os oceanos] removiam 600 quilogramas. Agora removem 550 kg e esta quantidade está a diminuir».

Outro dos artigos mencionados na notícia da Nature, publicado no Journal of Geophysical Research, reitera as afirmações de Canadell. Ute Schuster e Andrew Watson, da Universidade de East Anglia em Norwich, utilizaram dados recolhidos por instrumentos colocados em navios comerciais para concluir que em algumas zonas do Atlântico Norte a capacidade do oceano para remover CO2 diminuiu para menos de metade desde meados dos anos 90.

A descoberta dos dois cientistas surge apenas três meses após outra equipa ter descrito que o mesmo se passa no Oceano Polar Antártico. Esta diminuição drástica na capacidade de absorção de CO2 nos oceanos sugere que nem o tratamento de emergência prescrito por James Lovelock para a «patologia do aquecimento global» será suficiente para reduzir os níveis de CO2 na atmosfera terrestre.

5 comentários:

  1. O meu professor de shiatsu diz que
    as rebentações nas ondas das praias vão
    embater cada vez sem mais resignação
    contra camarins do favoritismo, contra os
    modus-operandi estravagantes de arcebispos,
    contra as trivialidades snobs dos deputados,
    contra o agasalhado château dum leopardo
    filistino en-vogue, paralítico napoleão rebaixando
    reuniões sobre fisco infalível ou dumping social
    e contra as cúmplices matracas dos crachás.

    Após as provações de permissividade inibidora
    virá a papeira avant-garde desmantelar a perícia
    das boulevards deflectoras da cidadania global,
    com encorajamento de poliomielite dar-se-á a
    subtóxica polinização ad aeternum dos opus dei
    desbocados pelos ditames à palheta de sua cómoda
    desvirtuada, atestando com grogue de formol a
    anímica hor’agá, à escala, dos pilotos estroinas que
    processam os componentes e calibram os reagentes
    da carola de caruma e ComItivA de CompanhIA que
    desapropria da ilibação tais enxovais com desacatos.

    Virá uma contrasalva do Paleolítico Superior servir de
    hélice propulsora para salvaguardar o Holismo Gaiense!
    As treliças do alfarrobista são corroídas pelas zeigeist
    entrópicas, cujo perfil vigora como ipomeia violacea
    de restrição, que autofagiam as comissuras labiais dos
    morpheus escapulindo-se da água-benta aspergida,
    sem absentismo, deste eugénico gulag blutschande.

    É mata perpétua abjurada como trégua, ex-pectante
    fusível estampilhado pela mundivisão dos estratos,
    âmbito de asneiras grassando munições em lavagem,
    delgado tarrafal, gaspacho à beira do badagaio, elixir
    de oxidase de monoamina, itinerante toro pré-helénico
    de foro ontológico cujo rejuvenescimento é entravado
    pela disritmia diapezam, warcraft e dungeons&dragons.

    Quando a incisão coronária tolher a hipersemia
    fac-simile do sôr-reverendo será rapsódia de ciano,
    seu clíster onanístico será enema de morning glory e o
    Outro Transcendente, esfarelado pelos torções, poderá
    novamente ser quinino de ergotina, a bobina rústica
    será destravada, do Minóico Tardio recomeçará um
    narcótico Revivalismo Arcaico, o convénio de adidos
    passará por umbral admonitório e fará melopeia com
    Tanatos, eclodido num cacifo chamuscado de Gizé ou
    Queóps e o Relâmpago de Indra efectuará os Mistérios
    Elêusicos, isto disse-me a minha professora de reiki mix.



    in QUIMICOTERAPIA 2004


    WWW.MOTORATASDEMARTE.BLOGSPOT.COM

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  2. Porque é que diz que o tratamento de emergência proposto por Lovelock não será suficiente?

    A verdade é que não li a Nature, tendo subentendido que a remoção de CO2 seria pela formação de carbonatos e pela fotossintes do fitoplancton.

    Mesmo que o Oceano esteja a ficar saturado de CO2 para formar carbonatos, não sei se o seu enriquecimento com nutrientes é insuficiente para estimular a fotossintese e captura de CO2...

    Por favor, explique melhor

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  3. Caro anónimo:

    Os oceanos funcionam como tanques de carbono armazenando-o via bomba de solubilidade e bomba biológica (o fitoplancton). Esta última remove carbono essencialmente via as carapaças de carbonato de cálcio de algumas formas de fitoplâncton, por exemplo diatomáceas e cocolitoforídeos que se depositam no fundo do mar.

    Não se sabe exactamente porque os oceanos absorvem menos CO2 levantando-se a hipótese de as águas superficiais estarem saturadas e logo não estar a funcionar a bomba de solubilidade.

    Uma maior concentração de CO2 nas águas significa um menor pH e significa maior solubilidade para o carbonato de cálcio. Por exemplo só se formam corais em águas quentes porque em águas frias, onde se dissolve mais CO2, as águas mais ácidas não permitem a formação de CACO3.

    Não se armazenando carbono nas ditas carapaças não estamos a remover CO2, se quiser seria equivalente a plantar eucaliptos supostamente para remover CO2 e depois de, digamos 1 ano, queimassemos os eucaliptos. O carbono entretanto fixado na biomassa voltaria à atmosfera.

    Por outro lado, há a hipótese de as águas estarem saturadas porque a sua temperatura aumentou.

    Qualquer cenário que se pense, com estes dados, maior produção de CO2 e menor capacidade dos oceanos em o removerem, sugerem que já é tarde de mais para a proposta de Lovelock que eventualmente poderia ser contraproducente se efectuada a uma escala global.

    Não sabendo exactamente o que está a acontecer arriscamos alterar ainda mais os equilíbrios e destruir irremediavelmente ecossistemas que são muito delicados - pense só no que aconteceu no Mar Negro!

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  4. Obrigado pela explicação :)

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  5. Olá,
    vc citou que uma das hipóteses é a saturação devido ao aumento da temperatura.
    Poderia explicar melhor isso, ou indicar uma fonte que fale a respeito?

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