domingo, 21 de outubro de 2007

James Watson: a queda de um ícone













A notícia tem corrido mundo: o famoso geneticista, co-descobridor da estrutura da molécula de DNA, James Watson, proferiu afirmações claramente racistas numa entrevista ao Sunday Times, domingo, 14 de Outubro (http://entertainment.timesonline.co.uk/tol/arts_and_entertainment
/books/article2630748.ece), em consequência das quais a sua conferência no Science Museum foi cancelada e a sua actividade de administrador no laboratório de Cold Spring Harbor suspensa. A onda de indignação está a ter uma dimensão inesperada e já há grupos de direitos cívicos britânicos a proporem o boicote aos seus livros. Watson, entretanto, anunciou em comunicado que pedia desculpas pelas afirmações: “A todos quantos inferiram das minhas palavras que África, como continente, é de alguma forma geneticamente inferior, peço desculpas sem reservas”. Muitos dos responsáveis científicos dos EUA e do Reino Unido vieram a terreno condenar as declarações de Watson.

Começo por afirmar que não concordo, de todo, com as afirmações de James Watson, quando se refere à inferioridade intelectual de umas cores de pele relativamente a outras, nem as mesmas têm fundamento científico. Mas, é igualmente importante que a forte rejeição de uma ideia errada não nos conduza por um caminho de dogmatismo que não ajuda nada a pensar sobre as coisas sem preconceitos.

James Watson está a ser condenado não por erros científicos, mas, pelo que podemos designar como a responsabilidade social de um cientista, nomeadamente, a de se coibir de fazer afirmações não fundamentadas, em nome da ciência, quando elas têm importantes implicações sociais. Aliás, quanto mais importantes essas implicações, maior o cuidado a ter.

Watson adora ser polémico e politicamente incorrecto. É a sua forma de se pretender apresentar como um pensador original e descomprometido. Muitas das suas afirmações polémicas até são contraditórias entre si. Mas, isso não o preocupa muito. Ele usa-as para atrair as atenções ou para provocar a reflexão ou a perplexidade nos outros. Isso pode ser muito irritante às vezes, senão ofensivo. Muitas mulheres cientistas se sentiram ofendidas com as suas afirmações machistas.

Convém não esquecer que as afirmações de Watson têm um contexto muito específico. Há cinquenta anos na América – e ainda hoje nalguns estados – as práticas discriminatórias, racistas, para os negros, eram correntes. Tal constitui uma página terrivelmente negra da história daquele país. E as feridas sobre esse assunto não sararam. Persistem em muitas pessoas formas muito discriminatórias de pensar, assentes na cor da pele.

Então, o que está errado na afirmação de Watson? O facto de ele assumir como válidos preconceitos sem base científica, que associam a cor da pele à inteligência dos povos e das pessoas, individualmente. E o facto de esses preconceitos surgirem pela boca de um geneticista famoso e, como tal, respeitado.

Não há associação conhecida entre genes que influenciam a inteligência e genes que influenciam a cor da pele. Há certamente, distribuições diferentes, com proporções diferentes em populações distintas. Mas, enquanto que os genes para a cor da pele parecem constituir um complexo que forma uma associação relativamente consistente – até porque foi seleccionado como adaptação regional da nossa espécie, como resposta aos níveis de incidência de radiação ultra-violeta – o mesmo não sucede com a inteligência. Mais, a cor da pele é influenciada por cerca de 14 genes. A inteligência é influenciada por um número bastante maior. Não é possível hoje concluir que quaisquer diferenças de capacidades cognitivas entre povos – o que também não foi medido – sejam devidas a diferenças genéticas.

Além disso, a divisão das pessoas por raças não corresponde a uma separação entre grupos claramente distintos.

Se considerarmos toda a variabilidade genética existente na nossa espécie, 85% dessa variação pode ser encontrada em qualquer cidade de média dimensão (150 000 habitantes). Dos restantes 15%, metade corresponde à divisão geográfica de grandes regiões: Europa, Ásia, América do Sul, etc. E apenas os restantes 7.5% correspondem a diferenças entre grupos étnicos caracterizados por determinados traços morfológicos, geralmente designados por raças. Ora se uma divisão por raças apenas dá conta de 7.5% da variação genética entre populações humanas, é uma divisão sem interesse biológico. O que estes dados mostram é que há uma enorme variabilidade em todas as populações humanas e que a nossa espécie é extremamente homogénea – o que se deve a uma origem recente a partir de uma população inicialmente muito pequena.

Mas, o facto de não haver diferenças em capacidades cognitivas entre povos que possam ser atribuídas a diferenças genéticas, não resulta de um decreto nem decorre de acharmos que é mais justo assim. Foi este o resultado do processo evolutivo.

As coisas poderiam ter-se passado de modo distinto, por exemplo, se o ‘out of Africa’ não se tivesse dado há menos de 100 mil anos. Se tivesse ocorrido há muito mais tempo, digamos 1.8 milhões de anos, como propôs a hipótese multi-regional de origem humana, certamente que teríamos diferenças acentuadas de património genético entre as populações humanas actuais.

Voltando a Watson, não seria bom que a rejeição de uma ideia errada nos atirasse para outras formas de preconceito e dogmatismo.

Não pertenço a um grupo socialmente discriminado no meu ambiente social e não posso avaliar, com certeza, o que é sentir diariamente o peso dessa discriminação. Mas, não gostaria que a rejeição de certas formas de discriminação levasse a que se instalassem outras formas de preconceito.

51 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem escrito. Parabéns.

Joana disse...

Excelente texto :)

O Watson tem um feitio estranho eum ego do tamanho da sua capacidade científica. Isso mais a sua mania de se armar em enfant terrible não contribui para que seja adorado pelos pares. Chamar autista à Rosalind Franklin e coisas no género não ajudam.

Ele é o pai do Genoma Humano, mas quantos sabem isso?

Carlos Medina Ribeiro disse...

Watson foi vítima da mesma falta de cuidado que "atacou" o PGR, Pinto Monteiro, nas suas declarações ao "Sol":

Ambos se esqueceram (ou, simplesmente, desconhecem) os três mandamentos das pessoas-públicas:

1.º-Nem tudo o que se pensa se pode dizer
2.º-Nem tudo o que se diz se pode escrever
3.º-Nem tudo o que se escreve se pode publicar
.

Anónimo disse...

Subscrevo totalmente este artigo.

Anónimo disse...

Na ausência de qualquer capacidade para pensar, Carlos Medina Ribeiro entrou na fase do auto-plágio. Repete-se. Pouca sorte a nossa, ter que gramar com a nata azeda com que os Carlos M Ribeiro nos constantemente bombardeiam.

Henrik disse...

Considerei o primeiro texto o de Palmira F. Silva, demasiado preocupado com as consequências sexistas ou racistas que as declarações de Watson proferiu pois na realidade não há qualquer prova científica da relação entre cor de pele e inteligência por mais que existam defensores dessa ideia. Depois, pareceu-me algo grave o texto de Desidério Murcho, pois sendo um professor de filosofia eminentemente conhecido revela preconceitos desmedidos com base em argumentos lógicos que infelizmente são correctos mas não trazem justiça à discussão. Fiquei preocupado. Mas este texto repõe a prudência que parecia estar a faltar. Na realidade aqui se pôs o problema nas suas nuances mais sérias: 1º. não está em causa a qualidade ou os atributos de Watson enquanto cientista, mas a responsabilidade que um reconhecido cientista tem perante as futuras gerações, na realidade o problema pode ser uma falta de consciência de que as suas declarações podem ser usadas de forma perigosa e desencadear actos de obtusidade. Segundo,o facto de ser um cientista de renome não faz dele um ser perfeito, e muito menos digno de opiniões que pura e simplesmente podem estar erradas e não somente a um nível ético mas igualmente científico. Terceiro, partilho também da ideia de que não se deve combater o preconceito com preconceito. O homem tem todo o direito a ter opiniões racistas se o quiser do mesmo modo que eu tenho direito a achar que ele está errado, no entanto não devo crucificá-lo por isso, simplesmente não retiramos as mesmas conclusões de dados estatísticos, que não são, repito, não são cientificamente comprovados, e ainda que o fossem não possuem relevância para o ideal democrático da igualdade - como referi no post do Desidério Murcho.

Elisabete Joaquim disse...

Esse sim, um muito bom texto.

Fernando Dias disse...

Subscrevo totalmente este texto.

MiguelT disse...

Se há diferenças entre grupos humanos nas aptidões atléticas, e na morfologia física, não seria de todo surpreendente que houvesse também diferenças em pelo menos alguns tipos de inteligência. Sucede que a discussão sobre este tema não tem nada de racional, uma vez que os dogmas que são convenientes por razões de uma harmoniosa convivência social não podem ser livremente postos em causa nem esmiuçados numa sociedade multicultural. É um dos paradoxos da liberdade. Penso estarmos aqui na presença de uma situação comparável à da física nuclear. Por ser verdade que a energia nuclear pode dar origem a bombas potentíssimas, e por essas bombas serem realizáveis, não quer dizer que as construamos. Assim também, embora uma investigação desapaixonada e de espírito aberto sobre os tema das aptidões genéticas das diferentes raças fosse possível, não será porventura ético realizá-la, especialmente porque ela poderia por em causa a harmonia social (uma vez que os seus resultados não estão pré-determinados, ao contrário do que se gosta de acreditar).

Anónimo disse...

Bom texto. Coloca as coisas no seu devido lugar e da-nos uma visão correcta do que está em causa. Muito mais equilibrado do que a filosofia "light" e supostamente "politicamente incorrecta", do género "mas afinal qual é o problema disto tudo", do Desidério Murcho.

caramelo

Anónimo disse...

Concordo com todos vós. Bem hajam. Quanto ao Watson, eh pá, deixem lá o velhote em paz, não vêem que ele já está gágá...(risos)

Fernando Martins disse...

Já agora, para entenderem o problema na totalidade, sugeria a leitura do livro de Stephen Jay Gould (que já nos deixou há 5 anos...) A Falsa Medida do Homem, em que é discutido o conceito de inteligência, a possibilidade de esta ter mesurável e os diversos casos de teorias pseudo-científicas sobre a mesma.

Anónimo disse...

Deve salientar-se que James Watson está a ser totalmente consistente com as suas crenças ateístas e darwinistas, apoiando-se em alegadas evidências empíricas e nas suas pressuposições evolucionistas.

De acordo com James Watson, não existe razão para assumir que as “raças” evoluíram até atingirem o mesmo nível de inteligência.

Se se partir de uma reconstrução evolucionista da história humana, a ideia formulada por Watson não é menos “científica” do que muitas outras hipóteses.

É sabido que com a generalização do darwinismo possibilitou a descoberta de uma nova razão “científica” para tratar os povos indígenas dos vários países como se fossem menos evoluídos.

Charles Darwin também falava do triunfo das raças mais favorecidas na luta pela vida. Não é esse o subtítulo do seu livro sobre a Origem das Espécies?


Diferentemente, a Bíblia oferece uma visão bem diferente da história e das origem das “raças”.

De acordo com ela, todas as pessoas são do mesmo sangue, descendentes de Adão e Eva, literalmente membros de uma só grande família.

Depois do dilúvio e da dispersão de Babel, as diferentes tribos e nações separaram-se uma das outras, desenvolvendo pequenas diferenças entre si, resultantes do isolamento, da dispersão e da adaptação ao meio.

São pequenas diferenças, à flor da pele.

Em todo o caso, somos todos criados à imagem e semelhança de Deus. Essa é realmente a origem da dignidade da pessoa humana.

Anónimo disse...

Tal com Carlos Medina Ribeiro disse:

"1.º-Nem tudo o que se pensa se pode dizer
2.º-Nem tudo o que se diz se pode escrever
3.º-Nem tudo o que se escreve se pode publicar."

Mas convenhamos que um mito não tem necessariamente que cair por violar uma destas premissas. Considero, sinceramente, uma falta de reconhecimento todos os ataques a James Watson... Parece que se estão a esquecer do inquestionável contributo deste Senhor para a Ciência!
E contra factos não há argumentos...

A.

Anónimo disse...

A inteligência desenvolve-se e estimula-se nos primeiros anos de vida... O que é que se espera dos povos que vivem em países onde a miseria e a fome é endémica? Onde faltam as mais elementares condições de vida digna de um ser humano?
Qualquer comparação entre brancos, negros, amarelos ou vermelhos deve ter em conta os factores ambientais, culturais entre muitos outros para não se fazerem afirmações gratuitas, sem fundameno (ou muito mal fundamentadas) que obviamente ofendem.

Anónimo disse...

Olá

MiguelT disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
MiguelT disse...

Os argumentos religiosos a favor da igualdade das raças sinceramente dão-me vontade de rir... quando em épocas em que ser ateu era sinónimo de marginalização os Europeus se interrogavam sobre se os nativos de África ou da América eram realmente humanos, e se tinham "alma" ou não.
Quanto ao facto de o QI ser determinado por factores ambientais, teríamos apesar de tudo o argumento de que o QI dos negros utilizado no livro "The Bell Curve" era de negros americanos, provenientes essencialmente do mesmo meio do que os brancos. Claro que haverá sempre desculpas, como a escravatura, a pobreza, etc. É talvez lógico que o QI dos escravos não tivesse que ser particularmente elevado, dado as tarefas que era esperado que desempenhassem. Mas repare-se que o QI de negros Africanos, segundo outros estudos, é ainda mais baixo. Claro que aqui há a desculpa das diferenças culturais, e novamente da pobreza.
Mais, talvez o QI dos negros que têm sucesso social nos EUA seja relativamente elevado, mas isso não constitui prova nenhuma relativamente aos negros no seu conjunto, uma vez que os que tiveram mais sucesso serão seguramente os de maiores capacidades. Enfim, eu acho que este tipo de discussão nunca chegará a lado nenhum, porque praticamente qualquer argumento de parte a parte pode ser rebatido. É o problema das ciências ditas "moles". Agora que a discussão não é particularmente útil socialmente, sendo potencialmente geradora de revolta e de violência, isso parece-me claro. James Watson, os autores do livro "The Bell Curve", e num patamar abaixo, William Shockley, foram portanto vítimas do seu "desligamento do mundo" e da sua integridade e idealismo excessivos...

Anónimo disse...

A Bíblia sempre afirma, consistentemente, que todos os seres humanos são criados à imagem de Deus.

Se alguns teólogos discutiram, ao longo dos séculos, se os índios ou as mulheres têm alma, isso deve-se apenas ao erro de não terem levado a Bíblia a sério, e terem aceite as teses dos "sábios" da época, como Aristóteles ou Platão, entre outros.

Anónimo disse...

Olá o meu nome é Deus. Estava a dar uma vista de olhos por estas tecnologias e deparei com esta discussão. Como sou Deus sei tudo. E o que vos tenho a informar é que nem uns nem outros estão certos. Estão todos errados. A única coisa que está certa é que a humanidade é prima dos macacos e da restante bicharada. Queriam o quê, serem mais que os outros não?!...E este anónimo que diz que os homens foram criados à imagem de Deus, está errado. Senão vejamos: Deus é amor, a humanidade é ódio; Deus é perfeito, a humanidade é imperfeita;Deus é saber, a humnidade é ignorância; Deus é paz, a humanidade é conflito, etc, etc. Já viram que não temos nada parecido? E ainda me comparam a voçês? Isto é uma ofensa. Bom, e quanto ao Watson, isto é como o James Watson aqui diz, deixem o velhote em paz porque ele já vai ficando gágá. Quanto a voçês humanidade, ainda à pouco estava aqui a comentar com o S. Pedro, já não sei o que fazer com voçês passam a vida a discutir. Qualquer dia tiro-vos o poder, e dou-o aos macacos. Já mostraram serem mais inteligentes que voçês, pelo menos não abrem a boca para guerriarem e dizerem asneiras (risos).

Anónimo disse...

Desculpem-me voltar a incomodar, mas acho que aqui o Deus tem razão. Bem haja. Quanto ao Watson, eh pá, deixem lá o velhote em paz, não vêem que ele já está ficando gágá...(risos)

MiguelT disse...

Caro anónimo: quando a Bíblia foi escrita, provavelmente não se conheciam metade das raças do mundo. Para além de que a noção de "todos os seres humanos" ou "todas as raças" é altamente discutível. Por exemplo, na Grécia clássica, os cidadãos não incluiam as mulheres e os escravos...

Anónimo disse...

Nota prévia: Deus precisa de aperfeiçoar o Português.
Uma jovem bióloga que trato por sobrinha (por ter o mesmo apelido que eu), e que já foi notícia entre nós pelo estudo do controlo do cérebro das moscas por estímulos de luz, trabalha no mesmo laboratório a que pertence J. Watson. Diz que o têm tolerado atendendo ao valor inestimável do seu contributo para a ciência, e porque, além disso, consegue boas dádivas financeiras para o laboratório. (Em Portugal é raro o costume de subsídios particulares à investigação... E não muito mais frequente o oficial...)

Anónimo disse...

"quando a Bíblia foi escrita, provavelmente não se conheciam metade das raças do mundo."

Não percebo esta lógica. Para a não existem raças. Só nações. Quando a Bíblia foi escrita havia muito menos gente que existe agora. A verdade continua a ser que todos descendemos de um só casal.

"Para além de que a noção de "todos os seres humanos" ou "todas as raças" é altamente discutível. Por exemplo, na Grécia clássica, os cidadãos não incluiam as mulheres e os escravos..."

O facto de as pessoas se degradarem uma às outras em virtude do pecado em nada desmente a verdade fundamental:

os seres humanos foram criados à imagem e semelhança de Deus. Isso não foi descoberto pelos cientistas. Foi afirmado pelo Criador de todos, inclusivé dos cientistas.

Anónimo disse...

estes criacionistas são mesmo ignorantes, irra!

Anónimo disse...

eheheh cá para mim, watson devia era ter dito k os criacionistas é que são burros!

pelo menos tirando, os proprios burrinhos, ninguem ia contestar...

Anónimo disse...

Cada um de nós descende de um casal de pais.
E 4 avós.
E 8 bisavós.
E 16 trisavós.
E assim sucessivamente, a multiplicar por 2 por cada geração anterior.
Isto significa que antigamente havia muitíssimo mais gente do que há hoje, ao contrário do que afirma o anónimo religioso aí acima.
Como fica demonstrado...

Anónimo disse...

ò religioso, explica lá como é que a humanidade veio toda do adão e da eva!
o adão e a eva foram pá cama e tiveram filhos. E depois?
A eva foi com os filhos e o adão com as filhas, ou foi tudo entre irmãos?

Isto não deve ter dado bom resultado (leia-se filhos atrasados mentais). Ainda bem que você se acusa como descendente desta familia de anormais, assim ficamos todos mais esclarecido quanto às suas idiotas afirmações.

Anónimo disse...

...

mas os negros da Etiópia, da Nigéria e do Gabão, há quem diga, correm mais velozes os cem metros, uns, os duzentos, outros e, ainda outros, a meia e maratona inteira...

e não configurará racismo a simples confirmação disto?!

santantonio

Gasel disse...

Penso que ninguém terá lido a talentrevista ao Sunday Times, e muito menos a posterior justificação de Watson. Ou se leram foi na diagonal...
Se descontarmos o que se inferiu do que ele disse (e na verdade não disse) e frases mt pouco felizes sobre empregados negros, o que fica dos 2 textos é uma especulação científica razoável:

"There is no firm reason to anticipate that the intellectual capacities of peoples geographically separated in their evolution should prove to have evolved identically. Our wanting to reserve equal powers of reason as some universal heritage of humanity will not be enough to make it so”.

E concordo com o q a Palmira disse lá em baixo. O Watson não me parece nem sexista, nem racista nem nada... Deve é sofrer de uma insensibilidade patológica aos efeitos socais/humanos das sua tiradas bombásticas!

Anónimo disse...

Há aí um anónimo que precisa de saber algo mais acerca da origem do Homo sapiens. Está provado cientificamente que descendemos todos de uma mesma fêmea. (Não sei se, pela análise do ADN mitocondrial - creio que é por este que talvez se possa chegar lá - já conseguiram saber se também vimos todos do mesmo macho.)

Fernando Martins disse...

Caro anónimo criacionista cujo nome começa por "J" e terminas em "s":

"Deve salientar-se que James Watson está a ser totalmente consistente com as suas crenças ateístas e darwinistas, apoiando-se em alegadas evidências empíricas e nas suas pressuposições evolucionistas."

Pois a maioria dos teóricos actuais da evolução não concordariam consigo... TPC - ler o livro "A Falsa Medida do Homem" de S. J. Gould para perceber o que eu digo...


"De acordo com James Watson, não existe razão para assumir que as “raças” evoluíram até atingirem o mesmo nível de inteligência."

O que diz a teoria da evolução é que as "raças" (e actualmente o conceito de raça não se usa, no mesmo sentido evolucionista ou taxonómico, para a nossa espécie...) são de tal maneira próximas (menos de 200.000 desde o grupo fundador e ancestral de toda a Humanidade) que as diferenças são mínimas (há, por vezes, mais diversidade numa só cidade do que entre grupos étnicos diversos).


"Se se partir de uma reconstrução evolucionista da história humana, a ideia formulada por Watson não é menos “científica” do que muitas outras hipóteses."

A ciência tem regras e não são preconceitos que a devem moldar. Pode tentar-se medir inteligência dentro de diversos grupos de humanos (embora o conceito de inteligência quantificada - QI - seja agora entendido como um logro e impossível de calcular com exactidão). Ora o erro desta cientista (um brilhante homem, que descobriu o ADN, um engulho para os criacinistas) foi misturar preconceitos com ciência (e isso é mais para pastores a pregar...).


"É sabido que com a generalização do darwinismo possibilitou a descoberta de uma nova razão “científica” para tratar os povos indígenas dos vários países como se fossem menos evoluídos."

E a generalização de certas passagens da Bíblia, mal traduzidas e mal usadas, fez o mesmo no Sul dos USA ou na África do Sul - não vá por aí...


"Charles Darwin também falava do triunfo das raças mais favorecidas na luta pela vida. Não é esse o subtítulo do seu livro sobre a Origem das Espécies?"

Darwin não é um autor sagrado - é o fruto de uma época e de um modo de pensar. Era anti-esclavagista convicto e, com as ferramentas que havia na época, muito fez pela ciência.


"Diferentemente, a Bíblia oferece uma visão bem diferente da história e das origem das “raças”."

Exactamente - há cerca de 6.000 o Adão e a Eva deram origem a toda a humanidade. Há aqui um problemita, entre dezenas de outros: como é que foi possível, com só dois fundadores da humanidade, termos ficado com características genéticas em que há mais de três possibilidades possíveis (v.g. cor dos olhos, tipos de cabelo, etc.). Terá sido Deus que para chatear os criacionistas andou para aí a fazer mutações (aquelas coisas que os criacionistas sabem que não têm interesse nenhum...) a torto e a direito...?


"De acordo com ela, todas as pessoas são do mesmo sangue, descendentes de Adão e Eva, literalmente membros de uma só grande família."

Pois o problema é que o sangue (e os ossos) contam outra história, mas quem sou eu para contradizer uma obra histórica tão gira com simples ciência...?


"Depois do dilúvio e da dispersão de Babel, as diferentes tribos e nações separaram-se uma das outras, desenvolvendo pequenas diferenças entre si, resultantes do isolamento, da dispersão e da adaptação ao meio."

É curioso que a Arqueologia não consiga ver o que aqui diz, mas isso deve ser erro dos arqueólogos. E é curioso que em mil anos (o tempo, segundo a cronologia dos Criacionistas, antes da História ter registado dados já confirmáveis) terem surgido as "raças" e terem ocupado todo o Mundo (a rapidez com que foram da Eurásia para América e Austrália foi fantástica, então a ida do Norte da América até à sua ponta Sul devia dar um poema épico único...).


"São pequenas diferenças, à flor da pele.

Em todo o caso, somos todos criados à imagem e semelhança de Deus. Essa é realmente a origem da dignidade da pessoa humana."

Vê, caro J...s, nesta frase até concordo consigo...! Agora como isso aconteceu é que é difícil de engolir as suas patranhas...

Anónimo disse...

Ó Daniel de Sá, diz lá onde é que eu me enganei? - (Para além de ter criado os homens)- O teu português também não é nada de especial.
Daniel de Sá, a mãe da humanidade, era o bicho que deu origem aos macacos, digo-te eu em primeira mão. E peço a todos para não me continuarem a ofender dizendo que o homem foi criado à imagem de Deus. Chiça que esta gente é teimosa!

Anónimo disse...

Ah, acho que já sei. Guerrearem, assim é que é. É o que dá dar-vos ouvidos!(Risos)

Anónimo disse...

Ó Deus, lá que tem sentido de humor, isso ninguém lhe nega. Mas veja lá as coisinhas em que se enganou:
voçês
gágá
voçês
ainda à pouco
voçês
voçês
(Retirei o "guerriarem" porque essa você já aprendeu.)
Agora espero a correcção do que terá encontrado de mal na minha escrita. Obrigado.

Anónimo disse...

Vejo que é um aluno muito atento, sim senhor. Vocês, o gagá e o ainda há pouco. É o que eu digo, vocês humanos têm tantos defeitos que até me tiram as qualidades. Sabe o que é isto, é de ver tantos erros que quando escrevo à pressa, já nem dou pelos erros que cometo(risos). Em relação à sua escrita, está boa, simplesmente em «Uma jovem bióloga que trato por sobrinha...» eu metia «Uma jovem bióloga, que eu trato por sobrinha...» dado que faz um aparte e para tornar o texto mais compreensível. Depois metia «Diz que o tem tolerado...» visto que está no singular.

Anónimo disse...

Ó meu Deus, quem sou eu para discutir consigo! Mas olhe que, nos casos que me aponta, volta a falhar. As vírgulas são como os parênteses em matemática: por cada um que se abre tem de haver um que se fecha. Onde é que me fechava essa vírgula? (Há casos em que a vírgula só "fecha" com o ponto, mas não era este um deles.) Quanto ao "têm" é mesmo plural, embora o sujeito seja indefinido, devendo subenter-se as pessoas que pertencem ao laboratório.
Só mais uma nota. Não duvido de que tenha criado o homem. Isso da semelhança é que penso ser ao contrário, ou seja, o homem fê-lo (a você) à sua (dele, homem)semelhança. (Há vírgulas que fecham com um parêntese.)

Anónimo disse...

Volto a não concordar consigo. Você diz que as vírgulas são como os parênteses: por cada um que se abre tem de haver um que se fecha.
Então diz «... que trato por sobrinha (por ter o mesmo apelido que eu,...» está aí a vírgula. Quanto ao «têm» diz que «... trabalha no mesmo laboratório a que pertence J. Watson. Diz que o têm tolerado atendendo ao valor inestimável do seu contributo para a ciência, e porque, além disso, consegue boas dádivas financeiras para o laboratório.» Diz que o «têm» tolerado. A quem? Ao James Watson. «...e porque, além disso, consegue boas dádivas financeiras para o laboratório.» Quem é que consegue? O James Watson. Penso que qualquer pessoa que lê isto, retira a ideia de que a sua «sobrinha» tem tolerado o James Watson e que as dádivas financeiras são conseguidas por ele. Você não refere, em todo o texto, uma única vez as pessoas do laboratório. A ideia que se tira ao ler, é a de que se refere ao James Watson. Logo o «têm» está descontextualizado. Faz referencia a algo que não existe. E subenter-se é subentender-se.

Anónimo disse...

Ó meu Deus, você até é um tipo bem humorado, eu já desconfiava, mas, com tanto que tem para fazer (de tal maneira que deixa muito do trabalho por conta do Diabo), às vezes distrai-se, até numa simples leitura. Repare lá nos pronomes usados, no plural do verbo, enfim, nos pormenores que clarificam as ideias, e conclua que tem vindo a fazer um mau exercício de interpretação.
Suponho que você estará a comemorar os 6010 anos da criação, e isso, apesar de alguns defeitos, merece uma festa, o que não lhe permitirá tempo para divagações. Imagine-se que grandes festejos irão por aí, pois por cá, nos Açores, e a comemorar não sei que aniversário do rendimento de inserção social, foram gastos 220 000 €.
Um abraço, Deus. E volte quando tiver tempo para estar mais atento.

Anónimo disse...

Meu amigo, está visto que em matéria de gramática, temos dificuldade em concordar. Mas depois de tudo o que eu disse, acha que eu posso ser a favor do criacionismo? Para mim, enquanto Deus, é uma ofensa. Só não entendo a que propósito vem a questão do rendimento de inserção social, que é na verdade rendimento social de inserção, e os 220 000 euros gastos nos Açores?

Anónimo disse...

Já que falam em Deus acabei agora de falar com o Fernando Pessoa sobre esse tema e ele afirmou-me peremtoriamente o seguinte:

"Não acredito em Deus porque nunca o vi,
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro Dizendo-me: Aqui estou!.”

E tem razão porque nem a Moisés ele quis mostrar a face. O que foi mau porque os Estados aprenderam com Deus a não mostrar a face, facto que levou o sociólogo Simmel a dizer que "o Estado é um rei clandestino", e o poeta Octávio Paz a declarar que "o Estado é um ogre filantrópico"

Anónimo disse...

Pronto, Deus, já encontrou um erro meu, acabou-se a disputa. Tanto mais que, segundo o João Boaventura, embora valendo-se do Pessoa que sabia tudo, você nem sequer exite. E eu posso confirmar, porque nunca o vi.

Anónimo disse...

"existe", claro. Ou não "existe". Mas a falta do "s" está à vista.

Anónimo disse...

Caro Daniel
Como não existo, logo, sou Deus.
Obrigado, mas, como deve calcular, não sei sê-lo.
Sobre o "exite" considerei que quis dizer "nem sequer hesite". Não posso aceitar o repto porque passaria a não ter face, e porque impossível fac-simile de Deus, passaria a homem invisível.
Com amizade.

Anónimo disse...

Caro João Boaventura
Essa afirmação pressupõe um silogismo (neste caso um sofisma) em que a premissa maior seria "Tudo o que não existe é Deus." E é óbvio que "hesite" não faria sentido naquela frase.
De qualquer modo, como nunca vi um nem outro posso negar a existência de ambos. Ou seja, do João Boaventura e de Deus, não será?

Anónimo disse...

Deus mandou-me dizer que ausentou-se para outro lado, mas que estranha o facto do Daniel de Sá não ter assinalado o erro do João Boaventura. É que peremtoriamente escreve-se peremptoriamente.

Anónimo disse...

Caro s. pedro
Ao Daniel Sá faltou um "s"
Ao João Boaventura, um "p"

Logo, um empate técnico, à custa das gralhas.

Anónimo disse...

Caro Daniel Sá
Só para terminar, e considerando que Deus teve medo de ser Homem, eu também teria medo de ser Deus.

Anónimo disse...

Ó João Boaventura, esta surpreendeu-me. Por razões óbvias para nós os dois.
Também para terminar, louvo que finalmente tenha aparecido aqui alguém capaz de levar isto com um pouco de humor, incluindo Deus e S. Pedro. A vida é uma coisa séria, mas levá-la demasiado a sério tira-lhe grande parte do sabor.
Um abraço.
Daniel

Anónimo disse...

O meu pai dizia que a melhor forma de levar a vida a sério é levá-la a rir.
Retribuo o abraço com gosto

Anónimo disse...

pah de certesa absoluta que não há nenhuma pessoa a face da terra om a mesma capacidade. umas tem mais que outras, depende do uso que fazem do cerebro. agrora de certesa tambem que umas tem mais potencialidades que outras. de um modo generico talvez a raça negra até seja menos inteligente devido a educação. e dizer isto não é ser racista.

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