quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Deus no século XXI


Informação recebida da Campo das Letras:

DEUS NO SÉCULO XXI
E O FUTURO DO CRISTIANISMO
coordenação de Anselmo Borges

A partir das reflexões de alguns dos mais conceituados especialistas dos diferentes saberes - sociologia, genética, neurobiologia, filosofia, teologia, psiquiatria, ciências da comunicação, história, ética e bioética, politologia - é do futuro de Deus e da Humanidade que este livro trata.

Textos de: Adriano Moreira | Alexandre Castro Caldas | Andrés Torres Queiruga | Frei Bento Domingues | Daniel Serrão | Edward Schilllebeeckx | Enrique Dussel | Fernando J. Regateiro | João Maria André| Joaquim Fernandes | Johann Baptist Metz| José María Mardones | Juan Martín Velasco| Juan Masiá Clavel | Manuel Pinto| Teresa M. Leal de A. Martinho Toldy

«"Deus no Século XXI e o Futuro do Cristianismo". Aí está um tema paradoxal. Não é Deus sempre o mesmo? Há um Deus próprio do século XXI? E será legítimo pôr em causa o futuro do cristianismo?

Deus é sempre o mesmo, mas transformou-se e transforma-se no encontro com os homens e as mulheres, como estes e estas, no encontro com Deus, se transformaram e transformam. Há múltiplas figuras de Deus por causa da sua história com os homens e as mulheres, e a história dos homens e das mulheres e as suas figuras e autocompreensão também não seriam as mesmas sem a sua história com Deus.
Possivelmente, a revolução em curso neste início de século e milénio só tem comparação com as revoluções do neolítico e da modernidade, e tem múltiplos contornos e domínios.

São tais as perspectivas nos campos da genética e das neurociências e, consequentemente, das biotecnologias que se chega a pensar na possibilidade de uma bifurcação da Humanidade, a caminho do pós-humano. Pela primeira vez, a Humanidade tem nas suas mãos o seu segredo. O que pode e quer fazer com ele? É humano-ético tudo quanto é tecnicamente possível?

A globalização, que tem sido sobretudo tecnológica e económico-financeira no quadro do neoliberalismo, obriga a pensar uma governança mundial e coloca de modo novo a problemática do multiculturalismo.

Se se quiser evitar o "choque das civilizações", impõe-se o diálogo intercultural no horizonte da mestiçagem, com todos os problemas de personalidades cada vez mais compósitas. (…)
»

Anselmo Borges

6 comentários:

Unknown disse...

Não há choque de civilizações no sentido do Huntington.

É só pensar nas grandes catástrofes humanitárias recentes para o percebermos.

No inicio da década de 90, hutus e tutsis no Ruanda ou actualmente no Darfur - entre grupos diferentes na religião mas para Huntington, pertencendo à «unidade cultural africana».

O único choque de civilizações que há é o choque entre aqueles que vivem no século XXI e aqueles que por causa da religião nos querem fazer voltar para a Idade Média e para as teocracias.

Um choque entre os que acreditam em "verdades" absolutas reveladas e as querem impor a todos e os que vivem no século XXI, o século da ciência, da tolerância e respeito pelos direitos humanos.

Por isso, acabar com os choques de civilizações é remeter mitos para a vida privada dos crentes: enquanto os crentes não perceberem que não podem enfiar as suas crenças pelas goelas dos outros, teremos os chamados choques de vivilizações.

FxG disse...

Os crentes, como eu, não querem enfiar as suas crenças pelas goelas dos outros. O "choque das civilizações" vai acontecendo quando existem pessoas que parecem mais apostadas em criar guerras e conflitos do que ouvir e construir a paz e o amor. Quem não acredita em Deus tem direito a não acreditar, mas não tem o direito de estar sistematicamente a atacar Igrejas ou crentes com uma ferocidade alucinante!
Este livro aposta na paz e no respeito pelas pessoas e diversidade entre elas.
Uma boa leitura.

Anónimo disse...

Rita
Dizer-se que o século XXI, é o século da ciência, da tolerância e do respeito pelos direitos humanos, é apenas uma etiqueta e, como todas as etiquetas não tem valor moral nem ético. São ressonâncias e ecos de nós mesmos.

Anónimo disse...

Rita
Lembre-se deste pensamento do José Luís Borges, ditado em 1985:

"A civilização ideal é aquela que tem governos que não aparecem"

Anónimo disse...

O cristianismo não tem assento num futuro proximo no autocarro da humanidade rumo ao progresso, doravante ele ficará enconstado lado a lado na prateleira junto das mitologias do passado, dos gregos, egipcios, assirios, babilonios entre outros..

Fátima Lopes disse...

O desenvolvimento humano é mais do que progresso. Aliás, creio que a maioria dos nossos problemas na actualidade advêem do facto de pensarmos em progresso como algo exterior a nós, em vez de cuidarmos da nossa evolução interior enquanto seres humanos. Esse olhar para dentro passa obviamente, por um questionamento saudável do que nos rodeia, e os meios para fazer isso podem ser dados por uma religião, uma fé, ou até mediante a análise de dados ciêntificos. A propósito, Einstein referiu-se a Deus várias vezes nos seus discursos.
Eu não sou praticante de nenhuma religião, no entanto, comprei este livro pois creio que é pertinente e trata de um assunto que nos diz respeito a todos, se não por razões religiosas, concerteza, por razões culturais, sociais e espirituais.

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