terça-feira, 23 de outubro de 2007

O RACISMO - Passatempo com prémio

NUMA ALTURA em que, a propósito das polémicas declarações de James Watson, tanto se fala de racismo, o DE RERUM NATURA e o SORUMBÁTICO resolveram oferecer um exemplar deste livro ao primeiro leitor que, aqui, afixar um comentário pertinente sobre o assunto mas - atenção! - só a partir das 16h30m de hoje.
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NOTA: A hora a considerar será a que o Blogger atribuir. Um comentário que, eventualmente, seja afixado às 16h30m já será válido.

15 comentários:

Carlos Medina Ribeiro disse...

Alguns leitores estranharão o facto de se pedir que as respostas sejam dadas num único blogue - e não nos dois, como tem sido hábito.

Sucede que este assunto ainda não foi abordado no SORUMBÁTICO, ao contrário do que tem sucedido no DE RERUM NATURA.

Além disso, podiam aparecer respostas com a mesma hora (16h30m) em ambos os blogues, o que seria embaraçoso, na medida em que só há um exemplar para oferecer...

JSA disse...

Para identificação: o vosso blogger está ajustado para a hora de Lisboa, certo? (claro que este comentário me dará já a resposta...)

Anónimo disse...

Na minha modesta opiniao, aqui fica o melhor comentario/resposta ao dr. Watson e seus ditirambos racistas pseudo-cientificos. Aqui esta' o link:

http://vidabreve.wordpress.com/2007/10/22/691/#comments

Anónimo disse...

Pelo meu horário estou fora do concurso, o que me põe mais à vontade. A este propósito ocorrem-me dois acontecimentos:
1.º O filósofo argelino Albert Camus era um adepto tão fervoroso do futebol que até considerava que, o que tinha aprendido sobre a moral e os homens, a ele o devia. Confrontado com os que diziam mal do futebol limitava-se a justificar:

"As pessoas que dizem mal do futebol são tremendas... obrigam-se a falar do futebol".

Assim, o sr. Watson é tremendo, obriga-se a falar dos pretos.

2.º - René Maheu, que foi director-geral da UNESCO, confrontado com os críticos do desporto, por causa da violência e do doping, declarou uma vez que "temos que aceitar o desporto da mesma forma que Michelet pedia para se aceitar a Revolução de 1789, isto é, globalmente".

Como sentenciava Cícero "não somente pelas qualidades, mas também pelos defeitos, se nota a semelhança entre os homens".

Assim, temos que aceitar o sr. Watson "da mesma forma qque Michelet pedia para se aceitar a Revolução de 1789, isto é, globalmente".

G. Mbeki disse...

Sem querer defender James Watson, que tem outras suspeitas pendentes sobre a sua intelectualidade, Albert Memmi defendia no seu livro "O racismo", editado entre nós pela Caminho, que o racismo não é a constatação de uma diferença, mas sim a discriminação com base nela. Foi Watson racista?

bananoide disse...

Acerca do tema em questão, é importante referir que James Watson já nos tinha no passado brindado com outras "pérolas" deste género sobre a homosexualidade. Agora que já veio pedir desculpas sobre o que disse, pouco há mais a dizer àcerca das suas ideias, mas sobre o tema há ainda muito a dizer e a fazer:

Basta pensar que hoje, dia em que estamos a fazer uma reflexão sobre o tema do racismo, em Espanha isto veio a público:

http://www.youtube.com/watch?v=hMS-HlyxRVI

Ainda há muito a fazer e por este andar não vamos lá...

Um abraço

João Vasco disse...

Um conceito que actualmente é problematizado é o conceito de "raça", o qual não é concensualmente pertinente de acordo com biólogos, antropólogos, sociólogos, e outros estudiosos da matéria. A pertinência do conceito de raça encontra mais defensores entre os biólogos (cerca de 80%) e menos entre os antropólogos sociais (cerca de 30%).

O racismo é a crença de que uma determinada raça é superior às restantes, e de que isso justifica determinados direitos ou previlégios.

Watson nunca defendeu a segunda afirmação, pelo que não é claro que a sua posição seja racista, muito embora a defesa da crença na superioridade de uma raça face às outras, mesmo que com justificações problemáticas ou risíveis, tenha historicamente servido para legitimar várias e diferentes formas de racismo e opressão racial.

Watson defendeu que uma determinada "raça" terá mais "inteligência" que outra raça.
Partiu portanto de um primeiro pressuposto questionável, de que há raças, e de um outro pressuposto, igualmente questionável mas menos problemático (e também mais aceite), de que a inteligência se pode medir.
Aceitando estes pressupostos, e fazendo as medições devidas, os resultados obtidos até agora mostraram realmente uma diferença muito pequena entre a inteligência de diferentes raças. Esta diferença é tão pequena que o grau de variação dentro de cada grupo medido é muito superior à diferença entre os diferentes grupos.
Há quem aceite estes resultados, mas há também quem os questione, com base em razões epistemológicas ou metodológicas.
Uma das principais alegações críticas é a de que os testes são etnocêntricos, o que compromente as conclusões.

Entre quem as aceita, as implicações delas retiradas são díspares, e existe um debate a respeito da origem dessas diferenças. Pessoalmente, creio que a posição neste blogue descrita pelo Paulo Gama Mota é a mais sólida - apesar da minha ignorância a respeito deste assunto, creio que os dados indiciam que as diferenças demonstradas pelos testes dificilmente se deverão a factores genéticos.

A argumentação de Watson no entanto acabou por não estar sequer ao nível de oferecer uma contestação séria para esta posição, visto que mais do que testes ou estudos relevantes, Watson citou a experiência pessoal subjectiva dos "empregadores", mostrando como a heurística da acessibilidade pode enviesar apreciações mais sérias, e obscurecer uma discussão importante.

Ainda assim, seria importante que a comunidade científica desse um sinal de abertura ao não penalizar Watson pelo facto dele ter defendido uma tese polémica, mas apenas simplesmente pela forma desastrada, simplista e redutora com que o fez. Todos devemos poder defender a tese que quisermos, mas todos poderemos ser ridicularizados se ao ridículo nos prestarmos.

Carlos Medina Ribeiro disse...

Sem pretender interferir na troca de opiniões subsequente, apenas pretendo informar que o
leitor G. Mbeki ganhou o prémio anunciado.

Pede-se-lhe, pois, que até às 12h de amanhã, dia 24, escreva para sorumbatico@iol.pt indicando morada para envio do livro.

Nash(ito) disse...

Curiosamente toda esta controvérsia em torno do racismo deu-se na semana em que uma réplica do Amistad esteve em Lisboa.
Lembro-me de numa das reportagens exibidas em que um dos tripulantes
chamou à atenção para o problema do racismo, em particular, para a forma encapuçada que este se manifesta nos dias de hoje.
A meu ver, o racismo é uma forma cobarde de nos auto-valorizarmos como seres superiores e que cada vez mais motivada pelas desigualdades sociais.

Quanto a James Watson:

James Watson, só porque, em certo momento, foi premiadas por alguma das suas qualidades (designadas assim por um conjunto de pessoas e não necessariamente por uma opinião geral) deveria também ter a humildade de pensar várias vezes antes de falar. Principalmente pela importância que têm perante uma sociedade. As suas palavras/acções deveriam ser reflectidas. Mas todos somos humanos e equivovarmo-nos está-nos intrínseco.

Anónimo disse...

O racismo está explicado no Antigo Testamento.

Noé teve três filhos aos quais o Senhor ordenou que povoassem o mundo.

Assim Jafé terá povoado as Europas, Sem, as Ásias, e Cam, as Áfricas.

Quando Noé plantou uma vinha, provou o vinho, e se desnudou por causa da bebedeira, Cam riu-se e correu a chamar os irmãos para verem o espectáculo mas, condoídos, cobriram o pai com uma manta, evitando olhar para o corpo.

Ao despertar e saber o que se tinha passado, Noé condenou o filho de Cam, Canaã, inocente do que tinha ocorrido, a ser servo de Sem (que tinha povoado as Ásias) e de Jafé (que tinha povoado as Europas) (Génesis, 9, vers. 20 a 27).

O Cam é o das Àfricas. Logo Watson não é culpado. Leu o Velho Testamento. Só é culpado por não ler o Novo Testamento.

E o João Boaventura não concorre ao livro. Está fora dele.

Anónimo disse...

Parabéns ao vencedor! Palavras inteligentes!

Joe disse...

As declarações de Watson são a prova de que nem sempre a inteligência é sinal de conhecimento e de que ninguém está imune ao preconceito.Independentemente da dificuldade da definição de inteligência e mais ainda da sua medição, ainda gostava que me dissessem qual a importância prática que adviria do facto de, hipotéticamente, se provar que uma raça(?) era mais inteligente(?) que outra. Não faço a menor ideia do grau de inteligência dos meus colegas, amigos, vizinhos e familiares e nem por isso deixo de os tratar a todos com igual respeito e consideração. E duvido muito que o sr. Watson exija um teste de QI a todas as pessoas que fazem parte do seu circulo social ou que tenha uma atitude discriminatória em função dos resultados desses testes.

Anónimo disse...

O Watson disse em voz alta aquilo que a maioria dos brancos pensa ou diz em voz baixa.
Por isso as reacções ao que disse Watson não me parecem sinceras. Parecem-me apenas fruto da má consciência colonial.
Sobretudo oriundas de brancos que gostam de se mostar progressistas, como acontece com os pseudo-intelectuais de esquerda, ou simplesmente porque têm medo dos pretos.
Por isso, deixem lá aos pretos o protesto e a demonstração, pelo seu comportamento, de que Watson está enganado.
Já agora : diz-se pretos ou negros?

Carlos Medina Ribeiro disse...

Caríssimos,

Vão-me desculpar se, porventura, já aqui referi esta curiosidade:

Para se saber o que é "branco" e o que é "preto", observe-se a pequena experiência que se pode ver [aqui]...

Anónimo disse...

Brancos- caucasianos.
Pretos- negróides.
Foi assim que aprendi na escola.

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