Texto de Guilherme Valente publicado no "Público" de hoje (versão ligeiramente ampliada):
Demoraram, mas são boas notícias! Afinal o doutor Daniel Sampaio (tem nome e respeito-o) também é um crítico do eduquês (ver Pública, 16/5/10). Apesar de se tratar, como escreve DS, de um grupo de intelectuais, cujo nome não refere, que «´sabem`tudo sobre a escola», da «pressa crítica» que diz terem, do seu «discurso pessimista», do «narcisismo solitário e redutor das suas opiniões», «de se considerarem os únicos que têm razão», DS partilha, afinal, críticas que fazem ao eduquês. E isso é que importante! E vão aparecer mais. Não é novo na História. Pressinto que no final irá restar apenas a doutora Ana Benavente. Um mérito dela, talvez. «Sê tu próprio», exortava-se na Grécia Clássica.
O resto do que DS escreve, sem conseguir iludir quem conheça o pensamento e a acção do tal grupo de intelectuais cujos nomes DS omite, é irrelevante e será, porventura, do foro das afecções que os psicólogos costumam resolver. Os médicos não estão imunes à doença.
Apenas umas breves notas sobre contradições e erros mais gritantes:
DS afirma estar com os professores, mas umas linhas antes atribuíra a responsabilidade da indisciplina às «hesitações dos docentes» (com amigos assim…). Porém, em breve também nisso irá concordar connosco: na forma, no grau, na generalização como se manifesta, a indisciplina é um produto do eduquês. É mesmo um instrumento ao serviço do seu projecto insensato. Uma táctica que também não é nova na História. Esta é, digamos, a «causa formal». A «causa eficiente» é a desvalorização do papel do professor, a sua desautorização, o seu desprestígio aos olhos dos alunos, dos pais e da sociedade, perpretados pelo Ministério e os seus «especialistas» Tudo ligado à desvalorização relativista do conhecimento e da sua transmissão, ao facilitismo, enfim.
Como pode haver disciplina se defendem e impõem que se aprenda a brincar? Se vêem a indisciplina e, por isso, a suscitam, como revelação desejável de traumas e ressentimentos sociais? A verdade é que o sentido do bem e do mal, a inteligência, o sentimento e o juízo de justiça, não são qualidades sociais ou de riqueza, são qualidades humanas, que os pobres também têm. As crianças e os jovens não são insectos, como o eduquês as trata.
Estar ao lado dos professores é promover as condições para o ensino de qualidade que os realiza e dignifica. Pergunte-se aos professores.
E mais: não se percebe se DS reprova ou não a tolice ou o expediente das «competências»; se acha bem a «escola exigente, organizada e geradora de conhecimento e de progresso» (transmissora de conhecimento, precise-se).
Fala ainda na «exigente burocracia ministerial» - está a louvar ou a criticar a burocracia? -- que «fez com que predominasse o pessimismo». Não se percebe aonde quer chegar. E -- fantástico, mesmo que seja tão tarde -- afirma que a «a escola deve garantir um mínimo de conhecimentos que possibilite aos jovens que não pretendem continuar a estudar a aprendizagem de um ofício que lhes permita um percurso de autonomia digna». Ora, os tais intelectuais «narcisistas» não se têm cansado de propor isso desde há muitos anos (DS esteve ausente no estrangeiro?), mas de modo muito claro e coerente: uma via técnica-profissional, com dignidade, qualidade e exigência iguais às da via de acesso ao ensino superior, oferecida aos jovens por iniciativa e com o apoio criterioso das escolas, a tempo de evitar o abandono, as retenções, ou os diplomas mentirosos que não correspondem a qualificação nenhuma. Uma via como existe, por exemplo, na Finlândia, sendo ali frequentada, aliás, pela maioria dos estudantes. A Finlândia, que gostam tanto de citar, mas citam quase sempre erradamente.
DS acusa esses intelectuais «redutores» de não apresentarem soluções. Não têm feito outra coisa se não sugerir soluções, desde logo mostrando o que é o eduquês . DS escreve como se fosse ele a ter proposto os exames sérios e universais e as vias técnico-profissionais, que agora diz defender.
E que soluções avança DS? Repare-se na solução que dá para a indisciplina: «A disciplina só será alcançada com um esforço conjunto dos professores, alunos, e pais». E o Ministério? Pensei que acrescentaria: colocando os alunos e os pais no mesmo plano dos professores… Como se os alunos fossem iguais aos professores, mas não.
Um ensino «que inclui», diz DS? Com 40% de abandono escolar? Ouvi o Senhor Primeiro Ministro falar em 30% (deve continuar a ser, portanto, mais de 40%), como se isso, tanto quanto percebi, fosse um êxito. E com que qualificações reais sai do sistema a maioria dos que não o abandonam? Não conheço hoje na Europa sistema de ensino que produza mais exclusão do que este do eduquês.
Atente-se na irresponsabilidade mais gritante: a aprendizagem da leitura e da escrita, os níveis de «iliteracia», palavra importada para evitar o termo português que toda a gente perceberia: analfabetismo funcional. Segundo o estudo comparativo mais recente, um estudo oficial, muito eduquês, aliás, na trapalhada nada inocente do seu conteúdo e da sua escrita iletrada, a percentagem de iliteracia (na verdade puro e simples analfabetismo, perguntem aos docentes) é em Portugal de 60%!!! Num País em que o analfabetismo é desde sempre a grande chaga, não seria a alfabetização real do País o grande desafio a empreender e a estar há muito vencido?
Continuo a pensar que o Primeiro-Ministro quis enfrentar o problema, como indica o facto de terem sido anunciadas algumas medidas acertadas, que há muito vínhamos propondo. Mas foram logo neutralizadas na sua concretização. Veja-se, por exemplo, o que aconteceu com a avaliação: inventou-se um modelo absurdo, impraticável. Provavelmente para distrair o País do essencial.
Fez-se muito, diz o doutor DS. Não fez. Fez-se apenas o que a mudança dos tempos impôs.
Não se aproveita nada? Não, não se aproveita nada. Quando não se consegue o mínimo, é preciso varrer tudo. Ou melhor, aproveita-se apenas a resistência de grandes professores, as suas práticas, o seu exemplo.
Grandes professores que resistem e continuam a salvar muitos alunos. Estive com Professores assim, recentemente, numa escola pública da Caparica, com professores e alunos que todos os dias enfrentam e vencem o delírio ou a insensatez do eduquês imposto pelo Ministério.
Tenho procurado explicar a natureza do eduquês, a essência do problema da educação em Portugal. Natureza que por ser impensável poucos compreenderam. E o eduquês pôde, assim, ocupar o sistema educativo, dominar as escolas de formação de professores, impor a ideologia e as teorias educativas que têm impedido a construção da escola que é imperativa para o progresso do País. Quando acabará o delírio ou a insensatez? Quem pára a besta?
Pessimista é quem desiste de lutar, quem se cala perante o mal, acabando, assim, por servi-lo. «Pessimistas», «redutores», «narcisistas», hoje os adjectivos são outros, mas o método velhíssimo. Argumentos, venham os argumentos e os factos.
Guilherme Valente
domingo, 23 de maio de 2010
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34 comentários:
esta aldrabice do eduquês tem sido montada e defendida por fraudes intelectuais, há que desmascarar isto!
Mais um excelente texto de Guilherme Valente.
Lutei, luto e lutarei contra esta ideologia "travestida" de ciência e que hoje é o cerne do lobby mais poderoso de Portugal.
Daniel Sampaio, por muitos artigos contraditórios que escreva, nunca recuperará os danos que causou ao sistema de ensino português e a força que deu àquilo que é hoje o "eduquês".
Há cerca de três anos, por causa de um projecto em que me envolvi, acabei por consultar livros de química, matemática e física do 10º, 11º e 12º ano. Fiquei chocado. Tinham uma estrutura confusa, misturando no mesmo saco conceitos fundamentais, exemplos avulsos, "curiosidades giras" ou relações forçadas com a "vida quotidiana". Resultado: capítulos três vezes mais extensos do que seria necessário para explicar os conceitos de forma clara e objectiva.
Como sempre Guilherme Valente dá um excelente contributo para ajudar a tirar a Escola Pública e Ensino do lamaçal em que o afundaram. O Blog Geopedrados vai publicar este post, indicando autor e origem.
Extraordinária análise, bem radiografada para detecção dos males de que padece o nosso sistema educativo para depois com bisturi hábil tentar expurgar os humores malignos.
Isto já não vai com papas de linhaça ou algodão iodado: para grandes males, grandes remédios.Tudo o que se tem feito até agora, por parte da tutela oficial, só prolonga o estado comatoso de um ensino que não ensina...
"fraudes intelectuais, há que desmascarar isto!"
A máscara não cai facilmente quando certas ideias, por mais lunáticas que sejam, já informam o modo de pensar de uma grande maioria. Basta lembrar o caso Sokal ou as recentes denúncias feitas relativamente ao alarmismo climático, e reparar como as suas consequências são relativamente modestas.
Gostava de ouvir a Ministra da Educação tomar partido, de modo explicito e público, na polémica entre o "eduquês" e os críticos do "eduquês".
Pedro Tordo,
Uma tomada de partido da ministra teria realmente muito interesse, mas eu gostaria ainda mais de ver os professores tomar partido nessa polémica. Mas a verdade é que a maior parte deles - produtos que são do "eduquês" - não tem opinião, nem sobre isso nem sobre quase nada.
(O que não significa que a culpa do insucesso seja apenas dos professores - como foi dito, relativamente à Matemática, num texto simplista publicado recentemente por Rui Baptista... Mas isso agora levar-nos-ia demasiado longe.)
Daniel Sampaio falou na sua crónica de estar ao lado dos professores. Uma vez que sou professor, aproveito para dizer que, se há pessoas que têm estado ao meu lado, têm sido críticos do "eduquês" como Guilherme Valente e Nuno Crato - tanto pelas suas lúcidas críticas a essa perniciosa ideologia, como pelas suas outras intervenções públicas (a divulgação científica de Nuno Crato e os livros editados por Guilherme Valente na Gradiva têm sido uma ajuda inestimável!).
Quanto a Daniel Samapaio (que dá uma no cravo e outra na ferradura e ora faz afirmações sensatas ora diz coisas absurdas dignas do pior "eduquês"), creio que faz parte do problema e não da solução e não o quero de modo nenhum perto de mim - nem ao lado nem à frente!
"Humores" por "tumores"... será gralha ou finíssima ironia ?... JCN
AMBIGUIDADES
Entre tumor e humor
há por vezes confusão
como entre amor e paixão
que se aproximam na dor!
JCN
O Ministério da Educação é irreformável. Só há uma solução: extingui-lo e nomear uma comissão liquidatária com um prazo máximo de 10 anos para completar tão nobre e necessária missão.
Tenho diante de mim o texto publicado hoje no jornal, que perde bastante para esta versão. Falta de espaço? Mas o que importa é o fundamental. Tinha lido o texto de DS no passado fim de semana. E li nele o que é costume: uma lengalenga de que já estou farto há muito. Comecei por ler os livros de DS, que foram vários, e lhe terão valido alguns proventos e contribuído para a fama e comendas. Mas quando cheguei à sugestão de insonorizar salas de aulas com embalagens de ovos, que alunos e professores colariam nas paredes!, simplesmente proibi-me de mais condescendência... Considero DS co-responsável pelo estado a que a escola pública chegou. E em momentos de maior indignação, como quando sugeriu que os professores deviam descontraidamente resolver problemas de certos alunos reunindo o conselho de turma num canto da sala de professores ou no corredor (vê-se que o "voltei à escola" foi mais pela passadeira das honrarias...), aí perdi a calma e chamei-lhe o "psiquiatra do regime educativo vigente". E tenho pena que ele, em vez de se dedicar a escrever sobre os professores, não se aplique no romance em que confessou já ter pensado: sugiro-lhe para aí umas 1500 páginas, e prometo que, se puder, quando o livro sair o comprarei. Mas não tendo intenção de o ler.
Se eu nunca disse ao Dr DS como é que ele deve conduzir as suas consultas de psiquiatria, porque há-de ele querer interferir no modo como desempenho a minha função de professor?
Lamento ter que dizer isto. Mas não suporto mais.
José Teodoro:
Os críticos do eduquês acabam por ser tão ridículos como aqueles que criticam.
A prova está nalguns aspectos deste artigo, assim como em certas prestações televisivas do profesor Nuno Crato, que não se coíbe de transmitir falsas informações, para atingir os seus objectivos.
Sou professor e não tenho problemas de disciplina. Nunca alinhei no facilitismo e isso ajuda a afirmar a autoridade.
No entanto, em 30 anos de docência, as políticas dos muitos ministérios não tiveram qualquer influência na minha autoridade face aos alunos. Isto é com cada um, é sobretudo uma questão de cidadania.
Também
Também não é verdade que a autoridade seja a solução para toda a indisciplina. Os problemas mais graves de indisciplina têm como causas famílias disfuncionais, o pouco tempo que os pais têm para os filhos, a miséria económico-social...
Caro José Teodoro Prata,
Quando afirma que as políticas do ministério não tiveram qualquer influência da sua autoridade perante os seus alunos, quer dizer que nem sempre cumpriu a Lei, despachos, orientações, etc. do ministério?
Caro JCN:
Se nos quisermos ater a tempos de uma medicina hipocrática a palavra humores vem bem a propósito.
Tempos houve do próprio século XX em que o povo para diferenciar as neoplasias malignas das benignas dizia que as primeiros eram fêmeas e as segundas machos…o que até tinha a sua lógica.
Hoje, mercê das conquistas que os meus auxiliares de diagnósticos (tomografia axial computorizada, ressonância magnética, etc.) trouxeram ao diagnóstico preciso das doenças malignas, a palavra tumores assume, também, toda a propriedade quando aplicada ao sistema educativo. Assim, humores ou tumores, é uma questão de escolha temporal porque em qualquer dos casos, por mais diagnósticos feitos, a terapia não pode continuar nas mãos de barbeiros de tempos idos e de actual escolha política em usurpação de lugares de pertença de hábeis cirurgiões.
E viva o deseduquês!
Por que será que países como a Finlândia - que seguem princípios educativos de exigência e trabalho, que cá também se advogam em EDUCAÇÃO- conseguem resultados excelentes e aqui se apanha a boleia destes especialistas de deseduquês para se continuar numa escola de blá blá estéril, com alunos apenas a olhar para o professor e a copiar o que eles mandam? É assim que se formam futuros empresários e especialistas aptos a resolver problemas e a inovar?
Que vale de lágrimas este!
"(...)gostaria ainda mais de ver os professores tomar partido nessa polémica. Mas a verdade é que a maior parte deles - produtos que são do "eduquês" - não tem opinião, nem sobre isso nem sobre quase nada.(...)"
Ressalvando as necessárias excepções, infelizmente este é um dos pontos fulcrais da questão...
Cara Isabel,
1º Permita-me duvidar da ideologia que afirma estar presente na Finlândia;
2º Os alunos finlandeses não têm rigorosamente nada de semelhante com os portugueses;
3º O modelo que apelida de deseduquês é o praticado nos colégios das elites - onde orgulhosamente trabalho.
4º O eduquês defende exigência e trabalho? Para quem e para o quê?
O modelo que defende, tem como único propósito alimentar o lobby das "ciências" da educação e demais derivados. O modelo que defende fez com que hoje o professor trabalhe apenas para justificar o emprego de terceiros, além de ter conseguido transformar alunos e pais em cobaias burocrático-ideológico-psicológico-sociológico-pedagógicas.
O modelo imposto pela ideologia dominante conseguiu criar o maior obstáculo à ascensão social das classes sociais mais desfavorecidas e até à classe média - a escola pública!
Assim, se este era o objectivo do eduquês, está de parabéns!
Meu caro Dr. Rui Baptista:
Com a sua humorística resposta, deixou-me V. Exª de muito bom humor! JCN
Li mais uma vez as opiniões de Guilherme Valente neste texto sobre o "Eduquês" e mais uma vez fico com a convicção que este grupo de intelectuais e universitários criaram um conceito o Eduquês que não tem qualquer conteúdo prático, não tem qualquer sustentação em fundamentos, e que consequentemente não pode ser rebatido. Em linguagem matemática poderia ser classificado como um conjunto de ideias vazias. Não têm sentido muitos dos argumentos apresentados por Guilherme Valente.
Pior que isso , deixa qualquer pessoa sem ter vontade de fazer uma réplica, pois simplesmente ninguém entende aquele discurso radical contra todo o que se faz na Escola Pública.
Na minha opinião o discurso e a forma só são comparáveis em Portugal ao sr.Alberto João Jardim, Presidente da Madeira. Assim ninguém vai ligar ao que o senhor diz.
Faço um Resumo do que aqui escreveu o Guilherme Valente, e que me deixa preplexo, e do qual não consigo tirar conclusões nenhumas.
Ao que parece não está interessado em defenir o que será isso do "Eduquês";
"Porém, em breve também nisso irá concordar connosco: na forma, no grau, na generalização como se manifesta, a indisciplina é um produto do eduquês. É mesmo um instrumento ao serviço do seu projecto insensato."
Mas isto mais parece aquelas conspirações de extraterrestres, isto escrito assim parece o argumento de um filme de ficção científica!
A «causa eficiente» é a desvalorização do papel do professor, a sua desautorização, o seu desprestígio aos olhos dos alunos, dos pais e da sociedade, perpretados pelo Ministério e os seus «especialistas» Tudo ligado à desvalorização relativista do conhecimento e da sua transmissão, ao facilitismo,"
Isto dito assim, sem dizer como, onde, quem, porquê, não quer dizer absolutamente nada!
"Não se aproveita nada? Não, não se aproveita nada. Quando não se consegue o mínimo, é preciso varrer tudo." Assim não dá para se ter uma discussão com ninguém, a sério ... Assim ninguém o vai levar a sério...
"Tenho procurado explicar a natureza do eduquês, a essência do problema da educação em Portugal. Natureza que por ser impensável poucos compreenderam. E o eduquês pôde, assim, ocupar o sistema educativo, dominar as escolas de formação de professores, impor a ideologia e as teorias educativas que têm impedido a construção da escola que é imperativa para o progresso do País. Quando acabará o delírio ou a insensatez? Quem pára a besta? "
Pois é verdade que se calhar poucos a compreenderem , e talvez o problema será, quem sabe , da vossa teoria sobre o "Eduquês". Não parta do principio que todos os outros é que são ignorantes e os senhores é que são os detentores do saber absoluto.
Luis Neves
Acho piada ao pessoal do De Rerum, vocês são uns cómicos. Quer dizer, vocês estão sempre aqui batidinhos a bater no pessoal das ciências da educação (eu também não simpatizo muito com eles) mas depois os textos que apresentam são de gajos que nunca põe o pé numa escola!!!!! Quem é este Guilherme? Pelos vistos não é profe! E mais, o Nuno Crato pode ser um matemático bom e também profe universitário, mas muito diferente é dar aulas ao secundário, completamente diferente, e disso ele não sabe nada, aliás os universitários nem são avaliados, e também deviam, se calhar até se devia ter começado por esses, que são muito maus e ensinam como querem, normalmente mal. E o Daniel que encarte também o saco, que é que ele sabe de salas de aula. Este tipo de pessoal pode mandar também os seus bitaite mas com calma, com calminha porque vós não sabeis nada do que é dar aulas numa escola e do seu dia a dia. podeis complementar mas não liderar, há que ouvir quem sabe: os profes.
Outra coisa que já disse aqui: porque é que aqui não se ouve a opinião contrária, porque não convidam ninguém a explicar o eduquês, porque é que são tão facciosos??
O melhor que vocês podiam fazer era convidar professores reais para falar das coisas reais que eles sabem. E porque é que vocês não convidam os tais, e andam aqui a lamber as botas de Guilhermes, Cratos e mais o raio que os parta? É fácil: elitismo parolo. Só que vocês esquecem-se que há professores que são grandes cabeças, que já houve grandes escritores portugueses que ganhavam a vida a dar aulas, e tempos grandes hipotéticos cientistas a dar aulas porque não temos industria ou academia suficinte para os absorver.
Porque é que vocês, seus parolos, seus medrosos, não dão a palavra a pessoas com alto nível como o professor José Luiz Sarmento, ou o Teodoro Prata, que até são leitores deste blogue (E têm nomes pomposos, aquele Luiz com Z e Teodoro Prata denotam nobreza, muito chique. Tou na tanga.), ou de outros que queiram e tenham jeito para isto.
Ponham o JOSÉ LUIZ SARMENTO a ministro e ides ver como os problemas acabavam, ou diminuíam, porque desaparecer é impossível, já se sabe.
Agora com esta filosofia à lá De Rerum, só a gente fina, ou profes universitários, é que podem ser ministros e só eles é que podem abrir o bico, pronto, dá nisto, confusão.
Perguntem ao Fiolhais (que é físico) se quando se lhe avaria a tv é ele que se põe a brincar com as soldas e as chaves de fendas, ou manda a alfaia electrónica imediatamente para o técnico. Ah pois é! Porque é que toda a gente tem a mania que pode falar de educação, de uma coisa que nunca fizeram? Que seca!
luis
De qualquer forma, a dúvida persiste: humores ou tumores? Lembre-se de que eu não passo de um primário doutorado com o exame do 2º grau do tempo da "patuleia", também designada por "maria da fonte". Não sou para sofisticados malabarismos intelectuais: entontecem-me as alturas. JCN
"da "patuleia", também designada por "maria da fonte"."
são coisas diferentes meu caro, embora interligadas, a maria da fonte dá-se primeiro e patuleia depois..
Na 1.ª linha do 3.º § do meu comentário (23. Maio; 19:29), corrijo, obviamente, "os meus auxiliares" para "os meios auxiliares"
Vossemecê, sr anónimo das 02:59, está a querer ensinar o padre-nosso ao vigário! Então não percebe que, ao "interligarem-se", se irmanaram? JCN
Mais cinco, Luís!
Muito do que diz é verdade!
há para aqui uma malta quem vêm criticar o Guilherme Valente e o Nuno Crato sem saberem do que eles falam, pelos vossos comentários ou não percebem o que é eduquês ou devem sr malta fixe das escolas superiores de educação, os tais cientistas da educação!
Vossemecê, sr anónimo das 14:03, não estará a confundir o termo malta com máfia?!... Veja lá! JCN
Precisão
O que me tranquiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fracção de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exactidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exactidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.
Clarice Lispector
Sejamos nós também precisos... e perfeitos, a começar pelas palavras.. de que nos servimos! JCN
Com o ensino obrigatório até ao 12.º ano o objectivo do eduquês é permitir a selecção arbitrária dos futuros Dr.s deste País, por processos mais ou menos obscuros desenhados por quem manda nas Faculdades, visando perpetuar no poder esta casta de medíocres - e respectivos familiares - que nos (dês)governa desde a monarquia, e porventura desde D. Afonso Henriques…
Qual é a dificuldade em pleno século XXI, com os batalhões de funcionários existentes no ME, de fazer exames nacionais em todos os anos, todos os períodos, e em todas as disciplinas?
A Liberdade e Igualdade são incompatíveis por natureza. A Liberdade deve prevalecer na escolha do tipo de ensino, e do que se quer aprender. A Igualdade deve prevalecer na avaliação de conhecimentos. Deve? Devem? Não! Deviam… mas isso era quebrar as grilhetas que nos prendem…
Obrigado pelo espaço.
JM
Malta e máfia são palavras
que não tendo relação
criam certa confusão
como entre ovelhas e cabras!
JCN
Para resolver o problema da educação é preciso dar o «passo zero». Este passo consiste pura e simplesmente em pôr de acordo as Pessoas, sobre a existência de um problema na Educação em Portugal!
Considero incontornável a realização de um Referendo para a obtenção de tal acordo.
Aí a pergunta a colocar aos Eleitores será do tipo:
«A Escola deve preparar os alunos para saberem:
(1) menos do que se aprende na média dos países da EU?
(2) o mesmo que se aprende na média dos países da EU?
(3) mais do que aquilo que se aprende na média dos países da UE?»
É evidente que se as respostas não forem maioritariamente favoráveis à opção (3), o estado do Ensino nunca passará de um assunto quixotesco a desígnio Nacional.
Se pensarmos nas afirmações feitas por Guilherme Valente e nalgumas afirmações (a favor e contra) feitas por diversos leitores, se pensarmos na importância do que está em causa, torna-se incompreensível que uma pessoa como Helena Damião (especialista em educação com voz independente e respeitada, mas não alinhada com o 'eduques' e co-autora do blog) não tenha intervido no debate. Carlos Fiolhais também o deveria ter feito.
Os autores do Rerum Natura parece que consideram desonroso dialogar com os leitores e opinam sempre do alto da cátedra. É pena, pois se precisamos de alguma coisa em Portugal é de debate vivo e crítico. É realmente pena, pois são pessoas com óbvias qualidades e indesmentível competência e ao não falarem há sempre algo que fica por dizer, pois ninguém o consegue fazer tão bem como eles fariam. Há muitas razões para a pequenez e pouco desenvolvimento de Portugal - mas uma delas é o facto de alguns dos melhores portugueses se demitirem do seu dever cívico de participação.
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