Informação recebida pelo De Rerum Natura
A biblioteca Classica Digitalia tem 4 novidades editoriais, que elevam para 25 o número de volumes publicados, um ano depois de ter sido lançado o braço editorial do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos. A todos quantos tornaram possível a concretização desta meta, o nosso sentido obrigado.
(Os volumes são editados em formato tradicional de papel e também na biblioteca digital. O e-book correspondente encontra-se disponível em acesso livre).
Colecção “Autores Gregos e Latinos – Série Textos” [projecto “Plutarco e os fundamentos da identidade europeia”]
- Ana Maria Guedes Ferreira e Ália Rosa Conceição: Plutarco. Vidas Paralelas – Péricles e Fábio Máximo. Tradução do grego, introdução e notas (Coimbra, Classica Digitalia/CECH, 2010). 257 p. PVP: 14 Euros
- Bernardo Mota: Plutarco. Obras Morais – Sobre a Face Visível no Orbe da Lua. Tradução do grego, introdução e notas (Coimbra, Classica Digitalia/CECH 2010). 122 p. PVP: 10 Euros
- Paula Barata Dias: Plutarco. Obras Morais – Como Distinguir um Adulador de um Amigo, Como Retirar Benefício dos Inimigos, Acerca do Número Excessivo de Amigos. Tradução do grego, introdução e notas (Coimbra, Classica Digitalia/CECH 2010). 239 p.PVP: 13 Euros:
II. Série “Varia”- Maria Helena da Rocha Pereira, Greek Vases in Portugal (Coimbra, Classica Digitalia/CECH, 2010) 165 p. + LXVI p. (plates) [2nd edition with a new supplement]PVP: 17 Euros.
A publicação deste volume, que continua a ver um verdadeiro “companion” para o estudo dos vasos gregos em Portugal, saiu muito enriquecido com as fotografias gentilmente cedidas pelo Museu Nacional de Arqueologia, Museu Gulbenkian e Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, a cujos responsáveis reiteramos o nosso agradecimento.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
CARTA A UM JOVEM DECENTE
Face ao que diz ser a «normalização da indecência», a jornalista Mafalda Anjos publicou um livro com o título: Carta a um jovem decente . N...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
Cap. 43 do livro "Bibliotecas. Uma maratona de pessoas e livros", de Abílio Guimarães, publicado pela Entrefolhos , que vou apr...
7 comentários:
ODES HELÉNICAS
(Tríptico)
I
O mar de Homero é um mar de vinho novo
de multiforme cor em cada instante,
predominando, como diz o povo,
o tom "morado" em gradação constante.
Não há termo capaz de traduzi-lo
devidamente em língua portuguesa
por forma a expressar, sem restringi-lo,
aquele tom de negro e de turquesa.
Quando por sorte não está colérico,
é um mar da cor do mmosto de uva preta
das vinhas pré-micéniicas de Creta.
Ao ler no original o texto homérico,
de Ulisses topo logo, sem mais nada,
daquele mar... sua alma embriagada!
II
O herói na mente, o poema na memória,
versos de Homero, os versos da Odisseia,
revê-se o nauta grego em cada história
de que se tece o mito da epopeia.
Tomando Ulisses por modelo e guia,
em cada nauta grego ou armador
palpita o mesmo sonho ou ousadia
de não ficar atrás do seu valor.
Na trilha de Odisseus, que os precedeu,
a todos as sereias entontecem
e brutos Polifemos aparecem.
Como a ele també, querendo o céu,
levados a bom termo os seus transportes,
esperando os estão... suas consortes!
III
Nunca decerto as naus do "sábio" Ulisses
pelas colunas de Hércules passaram
e, segundo polémicas crendices,
pelas águas do Tejo navegaram.
Tudo serão, suponho, invencionices
que pura e simplesmente derivaram
da consonância havida entre as matrizes
de termos que ao ouvido se equiparam.
Ulisses, Odisseus, Olisipona:
uma aproximação que por desdita
filologicamente nada abona.
Também não é preciso ou necessário:
mais que a verdade propriamente dita
há que deixar falar... o imaginário!
JOÃO D CASTRO NUNES
VASOS GREGOS
(Ode helénica)
Das mãos do oleiro trabalhando a argila
por encomenda de nações distantes
saem peças de linhas elegantes
que em tabuleiros põe secando em fila.
Ei-las no bojo das trirremes gregas
demandando as paragens mais remotas
em odisseias de furtivas rotas
sob o comando audaz dos estrategas!
Aqui, além, por essas costas fora,
a cada passo vão surgindo agora
esbeltas como corpos femininos.
Inspirados nos mitos de Micenas,
nada melhor para lembrar Atenas
que esses airosos vasos figulinos!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Onde está o poder criativo dos clássicos?!... JCN
Icnofósseisd! JCN
ODE AOS CACOS DE UM VASO GREGO
São cacos, é verdade; cacos são
de velhos vasos gregos encontrados,
achados em qualquer escavação,
há mais de dois mil anos enterrados!
Mas neles há, de forma surpreendente,
toda a beleza helénica de outrora
que surge aos nossos olhos de repente
como se viva fosse ainda agora!
Nada há mais belo do que um vaso grego
naquela sua forma sinuosa
que faz lembrar as curvas do Momdego!
Um raro prazer sinto em lhes tocar
quando escavando, em hora auspiciosa,
me é dado um desses cacos encontrar!
JOÃO DE CASTRO NUNES
O ÚLTIMO HUMANISTA
Colega e amigo desde a Faculdade
que tão mal o trator na Lusa-Atenas,
Pina Martins tinha alma de Mecenas
e requintada sensibilidade.
Vivia para os livros que adorava,
honrando-se de ter nas prateleiras
as edições mais raras e primeiras
das obras que ele mais apreciava.
De elegantes maneiras sociais,
cuidada e primorosa linguagem,
nas vistas dava pela sua imagem.
Pode afirmar-se, em termos radicais,
que pelo seu espírito erasmista
morreu com ele o último Humanista!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Corrijo, no 2º verso, a gralha "trator" por "tratou".
Enviar um comentário