terça-feira, 24 de maio de 2011
COMENTÁRIOS EM VERSO
Diversos leitores têm-se dirigido a nós indignados com a proliferação de comentários em verso, que de facto não são verdadeiramente comentários, mas apenas um uso abusivo deste blogue. Um comentário em verso poderia eventualmente ser interessante, mas, quando há uma permanente catadupa poética, o interesse perde-se. Interrompemos, por isso, durante algum tempo os comentários em verso, não importando a sua autoria e sem fazer qualquer juízo sobre a respectiva qualidade, de modo a permitir que a a caixa de comentários volte a ser um espaço de discussão e diálogo. Existem, de resto, outros blogues que aceitam produção poética.
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47 comentários:
Será que o mal está na "catadupa" ou na poesia em si como legítimo meio de expressão? Simplesmente... lamentável! Pobre Gedeão! Estás fora da carroça! JCN
Abaixo... os fariseus! JCN
Será que a poesia não é um meio de "discussão e de diálogo"?! JCN
Após esta tomada de posição, terá o DRN o direito a continuar a existir do ponto de vista intelectual e moral e, até mesmo, científico?! Ponho-lhe as minhas reservas! JCN
Cito, de Manuel António Pina: «Palavras não me faltam, (quem diria o quê?)/faltas-me tu poesia cheia de truques/De modo que te amo em prosa, eis o/lugar onde guardarei a vida e a morte (...)».
Minhas condolências à Camões, ao último suspiro ao que restara por mortalha de uma, outra, perdida vaga portuguesa, símbolo maior de tua nobreza Oh, Portugal!
O cabresto, sempre foi sinal dos tempos.
É ridículo. E o que dizer da natureza das coisas sem a poesia?
Vasco Simão
Espero sinceramente que este post seja spam que algum hacker aqui enfiou à «má fila». Porque, se assim não for, se isto for mesmo uma tomada de posição da gestão do blog, é uma das mais intragáveis tolices que aqui vi! Gastem o vosso «lápis azul» em censuras que valham a pena… cortem asneiras… cortem rudezas e má educações. Agora, um blog que amiúde expõe poesia, cortar os comentários porque rimam… valha-nos Deus! Isto parece algo do Sócrates. E não estou a falar do Grego.
Os versos que por aqui constaram nunca foram deselegantes nem a despropósito, muitos foram até bastante curiosos e foram a única forma de reacção ao conteúdo de muitos posts, não porque estes não merecessem mais mas porque o que relatavam era demasiado aberrante para uma resposta mais prosaica que não permitisse a descontracção e ironia da poesia...
Uma medida a lamentar por parte do Rarum Natura!
Dervich
Que os versos e a poesia podem incomodar, lá isso podem, mas neste caso o excesso de zelo não vai para o teor, vai para a forma (em versos), o que não é compreensível. Nem que fosse ao contrário, versos muito conseguidos sem pertinência de conteúdo, dificilmente deixariam de ter considerável valor e interesse, a menos que tolhessem a finalidade e o âmbito de acção da gestão do blogue. Quem pode manda.
De alma emprestada a ciência pela natureza das coisas... Carrasco.
Maria Soledade
"O poeta Mário Chamie costuma dizer que esses nomes se dizem epifânicos e apocalípticos e, por conseqüência, são também universais. Houve um tempo em que se diziam marginalizados. Na verdade, são marginalizadores. São discriminatórios. Exercem o preconceito posto em prática a favor das suas crenças e dogmas. Realizam um trabalho de confraria que envolve boicotes".
Álvaro Alves de Faria na Oficina de Poesia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Portugal, dirigida para ensaísta Graça Capinha, em 2.000
O poeta Ferreira Gullar, em entrevista à revista “Poesia Sempre”, da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, declara que estamos atravessando uma época em que a mídia passou a deter um poder muito grande. Lembra que não faz muito tempo, os suplementos só publicavam matérias pautadas pelos editores para divulgar best-sellers. É preciso atentar para isso – afirma Gullar – porque às vezes os responsáveis por esses suplementos os editam sem ter a consciência do que estão fazendo. Gullar afirma estar farto de ler textos sobre Baudelaire escritos por quem jamais leu um único verso de Baudelaire.
Muy grave y la ausencia de versos, la literatura portuguesa goza hoy en día de una patente notoriedad en nuestro país, debido sobre todo al auge de algunos excelentes narradores como António Lobo Antunes, José Saramago y Miguel Torga. A su vez, en los últimos treinta años, la figura del portento que encarna Fernando Pessoa y su pléyade de heterónimos, ha impreso una marca indeleble en las mentes de innumerables lectores que día a día se multiplican. La literatura de Portugal es, pues, indispensable para entender un aspecto de Europa que hasta hace muy poco había estado oculto para muchos. Sin embargo, hay todavía un gran número de escritores lusitanos que se hallan ausentes.
Não tenho acaso direito a expressar-me?!... Simplesmente hediondo... a levar a outros blogues mais abertos à "natureza das coisas". A quem, toureqando à verónica, incomodada a "minha" poesia? JCN
São estes os "intelectuais" da nossa praça?! Vou ali... e já venho! JCN
Acção ao fundo do poço, tenho vergonha de ser portuguesa. Sócrates é um anjo.
Eu culpado me confesso de, tantas vezes, ter vindo a este sítio procurar conhecimento e... poesia. Confesso também a heresia de, muitas outras vezes, agradecer a poesia aqui trazida ou dada à luz.
E sinto-me perplexo porque, ainda não há muito tempo, vi alguns poemas trazidos para "o rosto" do blogue.
Estava longe de imaginar que tal interdição pudesse acontecer neste extraordinário sítio.
E interrogo-me: será que também eu não sou aqui bem-vindo? Se for o caso, digam uma só palavra, e nunca mais incomodarei. Porque, nessa circunstância, mais querendo ser desejado (embora frontal e impertinente) que aborrecido, cumprirei o dever de retirar-me.
Estejam à vontade. A casa é Vossa.
Desejo as maiores felicidades.
Aos poetas, mais uma (e pela última) vez: OBRIGADO.
A mordaça... é o recurso dos cobardes, como o "lápis azul" a muleta dos censores! Pobre sociedade... a brincar à cabra-cega dos conhecimentos, arvorando-se em detentores exclusivos do saber, fazendo-se para os aplausos de ignaras e obedientes assembleias! JCN
E são estes os servidores do templo que se arvoram em menatores das nossas inteligências?! Ah! Eça... que falta fazes! JCN
Há quem se exponha sem vergonha a internet e depois vêm-se queixar é claro que há um sentimento de concorrencia em relação aos blogs e já imaginaram a rapidez das noticias.
Do destrato e talvez "tendencioso", "sectário", etc.
J. Quintas
Começa o poema como sempre começa: um verso na página ainda por encher, de uma imagem que me surge na cabeça, com um sentimento que se tem de dizer.
Continuo em busca de rima e de ritmo, mesmo que sem eles pudesse passar: a poesia nasce de outro logaritmo, e pode mesmo viver apenas do ar.
Nuno Júdice
Corrijo, no meu comentário das 19:26, a gralha "menatores" por "mentores". O desapontamento... cega-me! JCN
Igualmente, no meu comentário das 17:48, corrijo a gralha "toureqando" por "toureando", mesmo que se trate só de garraiada... à corda. JCN
Pessoas da sua estirpe, caro Dr. José Batista da Ascenção, devem, e seguramente estão, muito acima destas minudências de sacristia. Sinceramente JCN
"1) Identifique-se com o seu verdadeiro nome.
2) Seja respeitoso e cordial, ainda que crítico. Argumente e pense com profundidade e seriedade e não como quem "manda bocas".
3) São bem-vindas objecções, correcções factuais, contra-exemplos e discordâncias."
Terão que acrescentar um quarto ponto!
Não consigo descortinar de que forma é que o versejar prejudica a qualidade deste blogue. No entanto, esta pequena "restriçãozita" pode não rimar muito com espíritos livres e iluminados.
NF
Concordo com a decisão, estava a perder-se o propósito dos posts e a tornar-se incomodativo fazer scroll para saltar os versos frequentemente repetitivos e até fora de contexto.
Veja-se o presente post: uma catadupa de queixas quanto à falta de liberdade de expressão quando ninguém foi privado de tal, como demonstra o facto de os estarmos a ler.
É também uma questão de boa educação não monopolizar as discussões, particularmente através do uso da repetição para fazer valer um ponto.
P.Santos
Sinceramente, também não compreendo esta atitude. Os comentários em verso até eram simpáticos.
Já reparou, caro sr. P. Santos, que, tirando os "posts" que me permito comentar em verso, e não só, quase todos os demais permanecem desertos de comentários de qualquer espécie, como sendo matéria insusceptível de despertar interesse ou qualquer tipo de controvérsia?! De resto, quem o manda ler o que não gosta ou não tem capacidade ou sensibilidade para esteticamente fruir ou deixar-se tocar pela harmonia do verso elaborado ao som dos violinos, alegoricamente falando?! As sonatas de Beethoven dizem-lhe acaso alguma coisa? JCN
Que tem de particular a minha poesia que leva certas pessoas a investirem contra ela como o touro contra o pano vermelho?! JCN
Concordo plenamente com o fim do lixo que nada acrescenta à discussão. Os versos do JCN então já nem os posso ver. Este pessoal pensa que por ser (ou ter sido) catedrático em Coimbra tem o direito a poluir discussões com verborreia sem conteúdo informativo. Não há pachorra.
Para mim não é o facto de ser em verso que me incomoda. O que me incomoda é a ausência de conteúdo dos versos. São meros exercícios de estilo e na maioria das vezes sem qualidade.
Para o blog tornar a ser decente só falta o Rui Baptista começar a escrever sem fazer citações inúteis que na melhor das hipóteses não passam de apelos indevidos à autoridade.
Primeiro correram com os lençóis criacionistas e agora com os versos que realmente estavam a ser um abuso.
Pela minha parte, obrigado!
"É também uma questão de boa educação não monopolizar as discussões, particularmente através do uso da repetição para fazer valer um ponto."
Isso só se aplica à plebe. Os senhores feudais catedráticos de Coimbra do tempo da outra senhora não devem ser constrangidos por essas construções sociais que apenas visam manter a plebe no seu devido lugar.
Por isso é que só neste post já fizeram 13 comentários sempre a expressar a mesma ideia: discordam porque não gostam.
Vá lá, sr. anónimo das 10:04, que vossemecê sempre vai reconhecendo que, entre o lixo, nem tudo carece de qualidade! Os touros nem sempre marram contra o pano vermelho! Acontece... quando lhes falta bravura. JCN
Impossibilidade... metafísica:
Matar a Poesia?... valha-os Deus! como se alguém pudesse erradicar a flor que Deus criou para ficar quando mais nada houver além dos céus!
Tudo vai acabar por perecer, impérios, ditaduras, anarquias, hinos à liberdade, regalias, só ela não brotou para morrer.
Nasceu para falar por todos nós
quando soar o dia de juízo nos siderais jardins do paraíso.
Irmã do Amor e sua porta-voz
perante Deus no reino da alegria, quem poderá matar a Poesia!...
JCN
De bacamarte aperrado, há quem, posto numa esquina, queira matar, embuçado, a inspiração genuína! JCN
Eu amo poesia e faço minhas as palavras de JCN. O importante em poesia meu caro, não é olhar as palavras e imaginá-las como está no dicionário, e sim sentir os desejos de quem as falou/escreveu. Não é facil gostar de poesia mesmo, é preciso da acção, saber ler nas entrelinhas!
Ninguém é obrigado gostar de nada, tem pessoas que gostam de cães outras de gatos ou de nenhum, cada um possui sua natureza.
Sempre haverão os que acham absurdo alguém não gostar do mesmo que eles, imagina se os cientistas saíssem por aí achando um absurdo quem não vê a beleza dos cálculos como eles.
Eu tento ser poeta, e gostar do simples é a maior expressão, na minha humilde opinião.
A poesia tem regras que a tornam mais bela à quem conhece, o que não implica que deveríamos escrever apenas para críticos "especializados".
Talvez, isso ajude as pessoas a ver que não precisam ter vergonha de falar que não gostam, não entendem, ou simplesmente nunca leram poesia.
Vergonha é querer impor um gosto nosso aos outros, viver em paz é a melhor política :)
Joaquim António
Publílio (Publilius Syrus) - século I a.C.
Qui amant ipsi sibi somnia fingunt.
Quem ama sonha de olhos abertos o que pensa.
Vou pôr a lira no prego por já não ser necessária, pois estou no desemprego, na qualidade de pária! JCN
Caro Sr. JCN,
acaso o manifesto deste blog diz-lhe alguma coisa ou a altura do seu pedestal já nem permite sequer avistá-lo, quanto mais respeitá-lo?
Posso esclarecê-lo que o mesmo não menciona ser este um espaço de divulgação de poesia ou exibicionismo cultural.
É livre de criar o seu próprio blog e sujeitar-se à avaliação da sua arte em vez de parasitar os que criaram obra, em busca de audiências para si próprio.
P. Santos
Que desilusão, sr. P. Santos! Acaso há blogue onde não tenha cabimento a Poesia? Quantas vezes já foram aqui reproduzidos, a propósito de tudo e de nada, os versos do Gedeão? Não leu?... Que asco, sr. P.Santos, que asco macular o blogue com tais delirantes fantasias! Humanize-se, caro Amigo! Ouça boa música e verá que vai começar a gostar da Poesia! JCN
Caro P. Santos as quantas anda a sua especulação? De rerum natura de Lucrécio, nada ha que se assemelhe à ideia de um conhecimento perfeito em si, quando é somente inspiração. Para qual ha apenas modelos, que valem somente na medida em que auxiliam as pessoas a viver melhor. Quem já leu as tragédias gregas conhece o seu enorme poder catártico, e nada mais eficaz para induzir o ser humano na vertente colectiva da moralidade.
Vasco Simão
Caro Vasco Simão,
claramente também não leu ou não quis entender o manifesto deste blog. Tal como o sr. JCN, responde a alhos com bugalhos, fugindo à questão essencial.
Eu quando sou visita costumo respeitar o dono da casa, e considero um privilégio participar no De Rerum Natura, não um direito.
P. Santos
Porra, sr. Santos! Acaso é falta de respeito, para com o dono da casa, levar-lhe, ao visitá-lo, um ramo de flores?!... Quem não ficaria agradado, a não que se tratasse de um anfitrião mais dado à broa que ao pão-de-ló?! Seria o seu caso?! Valha-o Deus! JCN
Horas são de ir para casa, porque os pássaros também ao ninho vão recolhendo, na linguagem de Alguém! JCN
Acabou-se a tinta?!... JCN
Há tanto de azul no céu,
como de verde no mar!
Quisera por teu em mel,
quiseras por meu de lar.
Dar-te-ia, tintas e cores,
viver d'esta é pintar...
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