As mensagens são claras. Para o problema do desemprego, propõe «cunhas para todos». O que vai ao nosso jeito, mas é sobretudo justo. Por que razão é que só os próximos do poder, ou dos influentes, têm direito a cunha? Havendo democracia, deve haver cunhas para todos. E a partir do momento em que todos tenham direito à cunha, acabam-se as injustiças. O facto, porém, de haver cunhas fortes e fracas, e isso poder produzir novas injustiças, terá que ser ponderado. Mas mais tarde, nem tudo se pode resolver à primeira. Agora fica assim, depois se avaliarão as consequências.
Outra proposta muito interessante para acabar de vez com a nossa incapacidade de competir (em produtividade, porque na improdutividade não tem havido problemas) é «um diploma de engenheiro para todos os portugueses». Não esquecer que, por motivos sociopolíticos hoje um pouco tolos, se acabou em tempos com o ensino técnico. E que os atuais cursos, ditos técnicos, segundo consta sofrem de falta dela. Ora, para grandes males, grandes remédios: dá-se um diploma de engenheiro a todos e pronto. Haverá assim oportunidade para todos e qualquer dia estamos a produzir como ninguém.
Aliás, a experiência já teve sucesso com muitos, mas terá que se alargar a todos, pois estamos num regime democrático. Desde universidades que ensinam engenharia sem precisar da matemática, a diplomas de feriado e dia santo, de cursos de formação caça-ao-subsídio, a novas oportunidades, para oportunistas profissionais, já quase tudo se experimentou com sucesso. Mas os bons resultados devem chegar a todos para acabar com injustiças. Não esquecer, repito, estamos em democracia. E será também uma maneira de acabar com a má-língua. Todos falam destes diplomas de domingo por causa do Primeiro-Ministro, mas esquecem-se que deve haver milhares de diplomados como ele, e andam todos muito satisfeitos por aí, e se calhar com bons lugares, e ninguém os ataca nos jornais. Não se pode ser político. Os cursos seriam fracos, mas o Governo legalizou, está legalizado, diria Futre.
E está cheio de razão. E quanto a tachos, temos também que acabar com eles, claro; até porque, sendo só para alguns, não é democrático. Acabem pois os tachos. Mas temos que resolver o problema a todos, claro; dê-se, portanto, um woc a cada português. Com nomes novos para as coisas velhas temos as reformas estruturais necessárias. Todos falam mas ninguém se atreve a fazer. Com Futre é diferente: é fácil e de um dia para o outro.
Eis pois o grande político de que precisamos, com estratégias de desenvolvimento que vão certeiras ao coração dos portugueses. Daí o sucesso que prevejo para estas propostas. São soluções despachadas, fáceis de entender, e mais fáceis de aplicar, tal é a prática que temos. Haja coragem, que o sucesso está garantido.
João Boavida
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