Professor pode muito bem ser quem nos ensina, mesmo sem saber que nos ensina. Professor pode muito bem ser quem conhecemos, mesmo que não nos conheça.
Sei muito pouco de cinema, mas muito do pouco que sei aprendi-o com João Bénard da Costa. Seguia-o na televisão, nos jornais e nos livros ao longo de vários anos. O seu dizer e escrever fez-me ver filmes que eu nunca teria descoberto e alguns que vi por acaso ou por minha iniciativa, tornaram-se noutros, às vezes muito diferentes, depois de o ouvir dissertar sobre eles.
Era uma visão muito própria, disseram-me uma vez. Obviamente. Mas era uma visão de pormenor, literária, de alguém de deita um olhar atento, valorativo. Visão que, aliás, Bénard da Costa assumia e, mais, declarou no título da sua obra, em dois volumes, que reúne ensaios dispersos: “Os filmes da minha vida” (no primeiro volume reforça a ideia, acrescentando o subtítulo “Os meus filmes da vida”).
Quando um professor, que é professor, morre, os que ficam sentem que ainda precisavam dele. É o caso.
1 comentário:
Mas deixou um legado, continuará para além da nossa ínfima temporalidade...
http://www.youtube.com/watch?v=hrcmGT0NnF4
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