quarta-feira, 20 de maio de 2009

Minotauro, Teseu e Ariadne


Nota enviada pelo grupo O Teatrão, de Coimbra

O Minotauro, Teseu e Ariadne apresentam-se aos nossos sentidos, despertando memórias ancestrais, mas que entendemos actuais.
Fios e Labirintos é um espectáculo criado por Leonor Barata para públicos de todas as idades, que conta com a colaboração do Thiasos e estará integrado na programação do FESTEA.
Estará em cena entre 21 de Maio e 27 de Junho, de segunda a sexta-feira às 10h30 e 14h30 e aos sábados às 11h30.

Aproveitamos para vos deixar um pequeno texto da autoria da criadora do espectáculo, para que possam aproximar-se da abordagem que foi feita ao mito do Minotauro encerrado no Labirinto.

"O Minotauro perdido no seu labirinto, a coragem de Teseu e o amor de Ariane servem de ponto partida para a criação de um espectáculo que se pretende ao mesmo tempo narrativo e reflexivo, porque ultrapassa o próprio enredo da história para abordar a temática intemporal da coragem e das escolhas que cada um de nós faz no labirinto da sua própria vida.
Entre Fios e Labirintos, reescrevemos o mito, contaminando-o com as nossas visões, que é o mesmo que dizer, com as nossas experiências, emoções, dúvidas e interrogações presentes.
Só assim, pensamos, faz sentido este regresso aos Clássicos. Este retorno ao porto de Creta. Só assim faz sentido, porque Creta é aqui, e o labirinto constrói-se e destrói-se todos os dias. Só assim faz sentido, porque cada um de nós transporta consigo um Minotauro, essa força vital misteriosa e obscura, dominadora, mesmo quando dominada.
E nós, perdidos neste labirinto, “um sítio com muitas portas e janelas em que é preciso estar sempre a decidir se vamos para a direita ou para a esquerda”, acompanhamos Teseu, o verdadeiro herói, porque duvida, hesita e tem medo, o que é sempre a consciência da coragem.
E, com Ariane, guardamos com sábia paciência, mas sem resignação, este novelo que é afinal a bússola da nossa própria navegação interior...
Os fios com que tecemos o Tempo, essa longa e contínua teia, em tudo igual à de Penélope, que nos prepara para o encontro (im)provável com a felicidade. No teatro como na vida, percorrer os labirintos obrigar-nos-á a separar os fios que nos amarram dos que nos libertam, e nos fazem eternos…"

Inês Mourão de Almeida

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