terça-feira, 26 de maio de 2009
OS MISTÉRIOS DOS ÚLTIMOS CALHAUS A CONTAR DO SOL
Informação recebida do Museu de Ciência da Universidade de Coimbra (na foto Nuno Peixinho na sala de controlo do telescópio Subaru no Hawai):
Junto ao Sol não há só planetas, cometas e asteróides: há centauros, troianos, objectos de Kuiper, plutóides e plutinos, entre outros objectos de nomes estranhos. O astrónomo Nuno Peixinho vai estar no Museu da Ciência da UC hoje pelas 16 horas (entrada livre) para dar a conhecer a face oculta - e perigosa - do sistema em que vivemos
É a face oculta do sistema solar e pode trazer-nos "consequências catastróficas": o investigador Nuno Peixinho vai estar no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (UC) para dar a conhecer os mistérios dos "últimos calhaus a contar do Sol".
Especialista no estudo dos pequenos corpos do sistema solar, Nuno Peixinho vai revelar os mais recentes avanços na investigação dos objectos que podem atingir a Terra. É que no sistema solar não há apenas planetas, uma estrela, cometas e asteróides: há centauros, troianos, objectos de Kuiper, plutóides e plutinos, entre outros objectos de nomes estranhos que, embora pequenos e difíceis de observar, podem colidir com o nosso planeta, produzindo "consequências catastróficas".
"Os pequenos corpos do Sistema Solar são largamente desconhecidos pelo público em geral. Porém, entre eles, encontramos os asteróides e os famosos cometas. Estes são apenas uma pequena parte do conjunto. Outro objectos, com nomes como centauros ou troianos são também muito numerosos e presentemente muito estudados, dado pouco ainda se saber sobre eles", reconhece Nuno Peixinho, investigador do Centro de Física Computacional e do Observatório Astronómico da UC.
"Crê-se que a maioria destes corpos têm algum grau de parentesco, mas muito está ainda por determinar. Quase tudo o que se sabe sobre estes pequenos corpos é obtido estudando a luz que estes reflectem do Sol", avança. De resto, explica o investigador, "o sistema solar está repleto de pequenos corpos muito difíceis de observar devido, precisamente, às suas pequenas dimensões, com nomes mais ou menos exóticos e de difícil pronunciação. São, porém, esses mesmo pequenos corpos que poderão atingir a Terra e trazer consequências catastróficas".
Nos últimos anos, têm-se multiplicado, portanto, as descobertas relativas aos pequenos corpos do sistema solar, uma área que Nuno Peixinho tem investigado a fundo. "Para além da órbita de Neptuno existe uma vasta população de pequenos corpos gelados chamada de Cintura de Kuiper. Especulou-se sobre a sua existência na primeira metade do século XX, mas o assunto acabou por cair no esquecimento. A sua surpreendente descoberta em 1992 abriu uma nova janela para as Ciências Planetárias. Em apenas 17 anos identificaram-se mais de 1300 destes objectos e 'perdeu-se' um planeta [Plutão, que deixou de ser considerado como tal]", explica.
O que são afinal "os últimos calhaus a contar do Sol"? Como foram descobertos? De que são feitos? Como são estudados e que avanços se têm registado no seu estudo? Estas são algumas das questões que Nuno Peixinho irá explorar no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra.
Pensada para o público em geral, a sessão "Os Últimos Calhaus a Contar do Sol" é a quarta do ciclo "Astronomia à Terça" que, no âmbito das comemorações do Ano Internacional da Astronomia (AIA2009), já levou a Coimbra Pawel Haensel (Nicolaus Copernicus Astronomical Center, Polónia), Orfeu Bertolami (Instituto Superior Técnico) e Fernando Figueiredo (especialista da UC em História da Astronomia).
Licenciado em Física/Matemática Aplicada pela Universidade do Porto e mestre em Astronomia e Astrofísica pela Universidade de Lisboa, Nuno Peixinho é investigador do Centro de Física Computacional e do Observatório Astronómico da UC. Em 2005, doutorou-se em Astronomia e Astrofísica, numa tese repartida entre o Observatoire de Paris (França) e o Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa. Possui um Pós-Doc na mesma área de investigação pelo Instituto for Astronomy da Universidade do Havai (EUA), coordenado por David Jewitt, e pelo Grupo de Astrofísica da UC, orientado pelo coordenador nacional do AIA2009, João Fernandes.
Depois de Nuno Peixinho, o ciclo "Astronomia à Terça" prossegue a 16 de Junho com uma viagem pela história da medição do tempo, orientada pelo investigador José António Paixão, do Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
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2 comentários:
O Universo está cheio de mistérios, sendo que muitas das observações científicas desmentem a teoria do Big Bang e a hipótese nebular.
Eis alguns exemplos:
1) A rápida rotação das galáxias
2) A escassez de vestígios de supernovas
A escassez de lama e sedimentos no fundo dos oceanos
3) O decaimento do campo magnético da Terra
4) A rápida desintegração dos cometas
5) Vestígios de actividade geológica recente em Marte
6) Campos magnéticos planetários (v.g. Mercúrio)
7) Velocidade de recessão da Lua
8) A quantidade e de hélio nos minerais e na atmosfera
9) O paradoxo do “Sol débil”
10) Existência de um jacto de gelo em Enceladus (lua de Saturno)
11) Existência de uma atmosfera de Titan (lua de Saturno)
12) Forte brilho dos anéis de Saturno
13) As nebulosas tendem a expandir-se
14) O mecanismo para colapso gravitacional não está esclarecido
15) O Sol tem 99,9% da massa, mas a sua rotação é extremamente lenta
16) Fase T.Tauri do Sol impediria a formação de Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno
17) Vénus tem uma rotação retrógrada e uma superfície muito nova (pouca erosão e craterização)
18) Simulações 3D mostram que a hipótese não explica a formação de planetas gasosos
19) O campo magnético de Mercúrio é recente
20) Planetas extra-solares demasiado próximos das suas estrelas, desmentindo os modelos de evolução cósmica
21) A composição química da Terra é diferente dos supostos meteoritos condritos “primitivos”
22) A composição química da Lua é diferente da de Marte
23) A composição química de Vénus é diferente da da Terra
24) O cometa “Drácula” (2008 KV42) movimenta-se no sentido inverso do esperado
25) O cometa Wild2, estudado em 2006, contém materiais do sistema solar e não de fora dele
26) A nebulosa Orion é mais quente do que se pensava, produzindo fluxos de plasma tão quentes que dão origem raios X
27) A descoberta de pulsares estranhos nas estrelas “erradas” pode obrigar a rever as ideias sobre buracos negros e formação de planetas
O BIG BANG E A CRISE DO PRINCÍPIO COSMOLÓGICO
A teoria do Big Bang afirma que toda a matéria, energia, espaço e tempo do Universo pré-existiram numa partícula do tamanho de uma cabeça de alfinete, vinda sabe-se lá de onde.
E então, sabe-se lá porquê, explodiu, expandiu-se de forma inflacionária, tendo a energia formado a matéria, as estrelas, as galáxias, a vida, e, em última análise, os seres humanos.
Intimamente relacionado com a teoria do Big Bang, está o princípio cosmológico, um pressuposto teórico e filosófico associado a esta teoria.
O princípio cosmológico, ou coperniciano, afirma que vivemos num Universo sem centro nem fronteira.
O mesmo tem sido sistematicamente utilizado para refutar a veracidade da Bíblia, à semelhança do que tem sucedido com outros argumentos falhados, como os dos “órgãos vestigiais”, “junk-DNA”, Lucy, Neandertais, “penas de dinossauros”, etc.
Como estes argumentos falharam, o princípio coperniciano também falhou.
As observações mais recentes desmentem essa visão do cosmos, levando alguns autores a advogar a adopção de uma cosmologia pós-coperniciana, que sublinhe a estruturação do Universo e a singularidade da Terra.
Nesse sentido tem apontado, por exemplo, a quantização das galáxias, que se estruturam em círculos concêntricos equidistantes.
Para muitos, tal mudança de paradigma é tabu, na medida em que toda uma visão naturalista do mundo cairia por terra. No entanto, as evidências científicas podem torná-la inevitável.
Por exemplo, um artigo recente, na revista “Science”, revela que alguns cientistas começam a pensar seriamente que o princípio coperniciano está errado, na medida em que encontram evidência de polarização no Universo.
No mesmo sentido, a revista Science et Vie, de Outubro de 2008, volta a enfatizar a singularidade da Terra e do sistema solar, com base em observações astronómicas, falando da necessidade de uma nova revolução coperniciana, mas agora de sentido contrário.
A Bíblia afirma que a Terra é singular, tendo sido especialmente desenhada para habitação do ser humano. Como não poderia deixar de ser, as observações científicas só poderiam corroborar esse entendimento.
Realmente, quando vemos as ideias propostas por alguns cosmologistas acerca da origem e da natureza do Universo, vemos que desde há muito foram ultrapassados os limites da ciência e da racionalidade, sendo tudo entregue à especulação, à imaginação e, porque não dizê-lo, à arte impressionista.
Assim, alguns físicos e cosmologistas, como Alan Guth, Andrei Linde, Leonard Susskind, Lisa Dyson, Paul Davies, etc. propõem-nos:
1) universos compostos por observadores desconectados no espaço (entre os quais estaríamos nós, a imaginar que estamos mesmos aqui na Terra);
2) universos constituídos por um número infinito de cérebros flutuantes, tornando os nossos cérebros normais altamente improváveis;
3) universos criados pelos seus observadores;
4) universos surgindo como bolhas de água em todas as direcções em todo o tempo;
5) universos que dão origem aos seus próprios observadores numa assentada;
6) universos de múltiplas reincarnações;
7) possibilidades de flutuações quânticas conduzindo a uma explosão que nos destruiria a nós e ao Universo num instante,
8) universos em que Deus evolui para depois criar o Universo, etc., etc.
Diante destas especulações, a ideia de que o Universo foi criado intencional e racionalmente por um Deus racional é aquela que permite fazer mais sentido da ordenação do Universo com base em leis estáveis, da sintonia do Universo para a vida, da singularidade da Terra e do sistema solar, dos múltiplos códigos paralelos com informação no DNA, da consciência humana, dos sentimentos morais, do bem e do mal, da linguagem, etc.
A Bíblia afirma que o Universo, a vida e o Homem tiveram uma origem racional, podendo ser racionalmente compreendidos por seres humanos racionais, porque criados à imagem de um Deus que é, essencialmente, RAZÃO.
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