terça-feira, 15 de junho de 2010

Começar

No dia em que faz quarenta anos que morreu Almada Negreiros, lembra-se o auto-proclamado “Poeta D´Orpheu Futurista e Tudo".

Já perto desse dia, em 12 de Fevereiro de 1969, Jorge de Sena apresentava com o esmero e a precisão que lhe são conhecidas, uma palestra sobre a sua poesia. Almada, que assistia não pode deixar de desviar a rota para falar da sua última grande obra que não era poesia, mas geometria...

“Eu acabei agora de fazer um trabalho de vários meses, oito meses consecutivos, trabalho obcecante, a ter de fazer. Em pormenor, basta dizer que o médico todos os dias me dizia: Você está a matar-se! E eu respondia-lhe: Mas se não fizer isto, morro! Este pedido de interrupção é só para dizer isto (…) Vou simplesmente dizer o título da obra que eu concluí, que é uma obra síntese de tudo o que fiz na minha vida (…) o título é Começar.

Referências:
- Almada Negreiros, J. (1985). Obras completas – Poesia. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda.
- Reis, Luis (2007). Começar por Almada Negreiros ou Ode à Geometria. Educação e Matemática, n.º Março/Abril, pp. 32-35.

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