quinta-feira, 24 de junho de 2010

Olheiro de Tecnologia

Novo texto de João Boavida, antes publicado no Diário As Beiras.

Vem do Instituto Pedro Nunes (IPN), que não pára de nos surpreender pela positiva. O IPN vai promover o Olheiro de Tecnologia, isto é, um «projecto que se propõe observar a investigação desenvolvida nas instituições de ensino superior e avaliar o seu potencial de negócio, fomentando a introdução no mercado de novas soluções, produtos e serviços».

Eureka! Transformar ideias e descobertas científicas em produtos e serviços. Originais, de qualidade, que venham ao encontro de necessidades e se transformem em produtos de valor acrescentado. E que se vendam, de preferência para o estrangeiro. Para além do IPN, que vai coordenar, estão neste projecto o AIBILI e as Universidades de Coimbra, de Aveiro e da Beira Interior.

É um facto de grande importância, regional e nacional. A partir da área da saúde - aqui com condições excepcionais - trabalharão em rede as universidades e os centros de investigação fazendo convergir e articular o potencial científico das áreas afins «procurando encontrar as tecnologias que têm mais capacidade para chegar ao mercado». A colaboração das três universidades da Região Centro é uma excelente notícia e, esperemos, o começo de uma nova era.

Em vez de uma competição em que se procura denegrir o adversário, é altura de perceber que as três universidades, à escala da País, e sobretudo da Europa, devem cooperar na investigação e nas dinâmicas de afirmação. Deverá ser uma competição cooperante e não uma simples competição, o que altera, pela positiva, a mentalidade dominante. O todo vale mais que as partes e até que a sua soma, porque cria outra dinâmica e outras possibilidades. Isto requer ideias largas, que a própria cooperação e os bons resultados, aparecendo, vão potenciar. A mediocridade traz a inveja, o rancor e a maledicência, pelo contrário, a qualidade no trabalho e nas pessoas afasta a mesquinhez.

Penso que o BIOCANT, em Cantanhede, é já um bom exemplo dessa nova mentalidade. A coordenação do IPN – pelo trabalho já feito e a qualidade das pessoas que tem à frente - garante a força positiva de que se precisa para um projecto destes. Que não deve reduzir-se à saúde.

1 comentário:

Anónimo disse...

Louve-se esta iniciativa que revela abertura à modernidade do ensino superior!

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