"Ninguém acompanhava ou parecia acompanhar os processos do meu raciocínio. No entanto, o meu raciocínio parecia-me simples, claro, banal, mesmo: se é cada vez mais certo que nada temos de seguro, que a nossa vida não tem apoio e a nossa única certeza é a dúvida, então há que saber fazer de cada pequeno momento uma pequena alegria, para ir afastando, enquanto for possível, a escuridão e a loucura.
Esta concepção pessimista produz um optimismo quotidiano que tenta fazer de cada ocasião uma boa ocasião. Por exemplo: ter o cachimbo aceso, com o fornilho quase em brasa bem apertado na palma da mão."
In Os comedores de pérolas, 9 de Agosto.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
João Aguiar
João Aguiar, jornalista de formação e profissão, mas sobretudo escritor por, desde os nove anos, querer escrever, deixa-nos belas páginas em português, que se têm transformado em belas páginas em italiano, alemão, espanhol... E mais do que belas, esclarecidas e críticas, ácidas algumas, como é preciso, nesse reduto de liberdade que é a literatura.
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5 comentários:
=( RIP João Aguiar... ficámos mais pobres :((( muito mais pobres... :(((
Um exemplar de Os Comedores de Pérolas está, precisamente, a ser sorteado no 'Sorumbático' - Ver [aqui], até às 20h de domingo, 6 Jun 10.
De João Aguiar só me lembro de um artigo publicado no Público sobre os duelos.
Tomei a iniciativa de lhe enviar pelo correio cópia de toda a documentação que tinha sobre a matéria.
Com surpresa minha agradeceu-me pelo telefone - na carta só ia o meu nome-, e admirado pela oferta.
É a João Aguiar que devo o gosto pelo romance histórico português. Também é a João Aguiar que associo um dos livros mais fantásticos que já li, O Navegador Solitário, na medida em que fiquei maravilhada com a capacidade que ele tinha de transmitir para o papel as várias fases de amadurecimento de um rapaz (obrigada, João Aguiar, por me ajudar a entender um pouco melhor o querido cromossoma Y! ;p), que no inicio do livro mal sabia ler ou escrever, e no final, já era um homem feito e maduro. É fenomenal a forma como a escrita e o estilo da mesma continham as assinaturas literárias de quem vai passando por essas fases!! eheheh :) Especialmente deliciosa a fase de emancipação onde, na posse de um vocabulário de luxo, o protagonista debita verborreia a torto e a direito eheheh ^_^
Fiquei honestamente sentida. Adorava-o. :(
Conheci a escrita de João Aguiar acidentalmente quando folheava livros na biblioteca municipal. Li dois romances dele, "A voz dos Deuses" e o "Diálogo das Compensadas" . Foram dos melhores livros que li até hoje. Descansa na paz de Deus, João Aguiar. Este homem era um excelente escritor!
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