sábado, 19 de maio de 2007

COIMBRA E A GÉNESE DA CIÊNCIA MODERNA


Texto, em co-autoria com Décio Ruivo Martins, que é parte de um capítulo do catálogo do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra. Na figura, o jesuíta Christophorus Clavius, o famoso estudante de Coimbra que é reconhecido como o mais eminente astrónomo entre Copérnico e Galileu.

A grande mudança de atitude intelectual relativamente aos fenómenos da Natureza observada nos séculos XVI e XVII caracteriza a chamada “Revolução Científica”. Este período da história da Humanidade foi a época dos grandes génios da ciência. Entre eles o que mais merece o título de fundador da ciência moderna é certamente o italiano Galileu Galilei. Foi ele o primeiro a observar os céus com um instrumento adequado (o telescópio) e também o primeiro a praticar e a teorizar o método experimental, que ainda hoje caracteriza as ciências físicas e naturais, libertando o pensamento de alguns erros aristotélicos. A sua preferência pelo sistema heliocêntrico ficou bem clara no livro Diálogos sobre os Grandes Sistemas do Mundo, impresso em 1632, e escrito em língua italiana para chegar a mais gente. O despontar da ciência moderna só ficou, porém, completo com a publicação dos Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica (Princípios Matemáticos de Filosofia Natural), doutro grande génio, o inglês Isaac Newton, no ano de 1687. Galileu morreu em 1642 e Newton nasceu nesse mesmo ano (segundo o calendário juliano, no ano seguinte segundo o calendário gregoriano), aprofundando as ideias galilaicas.

Foi no folheto Sidereus Nuncius (O Mensageiro das Estrelas), publicado em 1610, que Galileu anunciou a sua descoberta dos satélites mais próximos de Júpiter, uma descoberta que, no seu entender, contestava a visão geocêntrica da astronomia antiga, devida a Aristóteles e a Ptolomeu. Para além dos satélites de Júpiter, as descobertas das manchas solares, das montanhas da Lua e das fases de Vénus colocavam sérias dificuldades às concepções aristotélicas segundo as quais a substância celeste era incorruptível e os astros giravam em torno da Terra. Levantou-se uma forte polémica, que levaria à bem conhecida condenação de Galileu pela Inquisição em 1633 (é menos conhecido que, passados mais de 350 anos, a Igreja Católica reabilitou Galileu).

A obra de Galileu abalou o mundo. Também em Portugal a obra de Galileu teve profundos reflexos nas disputas académicas e também aqui tal ocorreu principalmente pelas suas implicações anti aristotélicas. Nos séculos XVI e XVII confluíram para a Universidade de Coimbra, além naturalmente dos nacionais, vários estrangeiros desejosos de estudar as Ciências Físico-Matemáticas. Posicionada na rota dos físicos, matemáticos e astrónomos que demandavam as paragens do Oriente, cujo acesso marítimo tinha sido descoberto pelos Portugueses, a academia conimbricense fez com que Portugal, apesar de afastado dos grandes centros europeus, onde iam germinando as novas correntes do pensamento científico, acompanhasse esses desenvolvimentos.

A história da Universidade de Coimbra tinha começado no século XIII. Ela foi, com a excepção dos exactos dois séculos, entre 1559 e 1759, em que existiu o ensino dos jesuítas de Évora, até à implantação da República em 1910 a única não só em Portugal Continental como também no vasto império português. No dia 1 de Março de 1290 foi assinado em Leiria, pelo rei D. Dinis, o documento Scientiae thesaurus mirabilis, que instituiu a Universidade portuguesa. A bula De statu regni Portugaliae do papa Nicolau IV, a 9 de Agosto do mesmo ano, reconheceu o então chamado “Estudo Geral”, que incluía as Faculdades de Artes, Direito Canónico, Direito Civil e Medicina. Em 1308 a Universidade foi instalada no Paço Real da Alcáçova (hoje Paço das Escolas), em Coimbra, que tinha sido residência real durante quase toda a primeira dinastia. Os primeiros estatutos do “Estudo Geral” foram redigidos no ano seguinte, sob o título Charta magna privilegiorum. Em 1338 a Universidade foi transferida para Lisboa, onde permaneceu 16 anos, regressando a seguir a Coimbra. Após nova mudança para Lisboa, em 1377, a Universidade regressou definitivamente a Coimbra em 1537, por ordem do rei D. João III.

Pedro Nunes, o cosmógrafo-mor do Reino

Na época de D. João III o matemático e astrónomo Pedro Nunes, professor da Universidade de Coimbra, revelou-se como um dos maiores vultos científicos do seu tempo e mesmo de sempre (curiosamente Pedro Nunes e D. João III nasceram no mesmo ano, 1502; mas D. João III faleceu em 1557 e Pedro Nunes em 1578). Teve a sorte de viver num período em que a ciência moderna emergia e em que grandes viagens marítimas eram realizadas com regularidade a partir de Lisboa. Foi “cosmógrafo real” e professor da Universidade de Lisboa. Depois da Universidade ter mudado de lugar, foi, em 1544, nomeado professor em Coimbra, cargo que ocupou durante 18 anos, até se jubilar. Nunes não arriscou muitas considerações sobre o De revolutionibus orbium cœlestium (Sobre a revolução das órbitas celestes), o importante livro do monge polaco Nicolau Copérnico, publicado em Nuremberga, na Alemanha, no ano anterior ao da ida de Pedro Nunes para Coimbra. Embora o grande matemático português tivesse considerado o sistema de Copérnico correcto do ponto de vista matemático, nunca chegou a pronunciar-se sobre a sua veracidade física. Mesmo assim, as obras de Pedro Nunes serviram de referência a matemáticos e astrónomos europeus de renome: por exemplo, o filósofo e matemático francês Pierre Gassendi incluiu Pedro Nunes na lista dos grandes matemáticos e astrónomos do século XVI e o astrónomo dinamarquês Tycho Brahe referiu-se a Nunes na sua famosa obra Astronomia Instauratæ Mechanica. Também no Epistolarum astronomicarum libri, livro que reúne a correspondência científica que manteve com notáveis personalidades do seu tempo, Brahe fez várias referências a Pedro Nunes e aos seus trabalhos, em especial ao mais importante, De crepusculis (Sobre os crepúsculos). Foi nesta obra, largamente difundida na Europa, que apareceu pela primeira vez a ideia do nónio como um meio para efectuar medidas com maior precisão. Existe uma gravura que mostra Brahe junto ao nónio de Nunes.

Só 30 anos após a morte de Pedro Nunes, o ensino da Matemática em Coimbra foi retomado por André de Avelar. Este professor publicou em 1585 a Cronografia ou reportório dos tempos: o mais copioso que até agora saiu a luz conforme a nova reformação do Santo Padre Gregório XIII no ano de 1582, no qual discutia o novo calendário gregoriano. Apesar do longo tempo decorrido desde a obra de Copérnico, Avelar manifestava se ainda favorável à imobilidade da Terra, afirmando que este facto se provava com muitas demonstrações, ainda que houvessem varões mui doutos que teriam afirmado mover se a Terra como foi Pitágoras e mais recentemente Copérnico. Avelar procurava obviamente evitar conflitos com a Igreja, mas tal não evitou que fosse julgado pela Inquisição e que o seu livro chegasse a ser incluído no Index.

Christophorus Clavius: um dos mais famosos estudantes de Coimbra

A Companhia de Jesus que se iniciou em Paris, em 1534, com um grupo de estudantes da Universidade de Paris, liderados por Íñigo López de Loyola, mais conhecido por Santo Inácio de Loyola (o Papa Paulo III confirmou a Companhia em 1540 pela bula Regimini militantis Ecclesiae). Em 1548 começou a funcionar na Universidade de Coimbra um dos mais importantes colégios jesuítas: o Colégio das Artes. Cinco anos depois foi inaugurado em Lisboa o Colégio de Santo Antão, que se tornou famoso pelo ensino da Matemática e Astronomia na chamada “Aula da Esfera”. Esses dois colégios em Coimbra e Lisboa foram pontos de passagem de matemáticos e astrónomos jesuítas oriundos de diversos países europeus, que pretendiam estudar ou se dispunham a ensinar antes de se dirigirem para o Oriente ou para outras regiões da Europa. Entre os contemporâneos de Galileu que, no início do século XVII, mais influenciaram as ciências físico-matemáticas nas principais escolas nacionais e estrangeiras encontram-se o alemão Christophorus Clavius, o austríaco Christophorus Grienberger e os italianos Giovanni Lembo e Christophoro Borri. Todos eles passaram por escolas portuguesas e todos eles contribuíram para a disseminação das notáveis descobertas científicas feitas por Galileu em 1610 e que rapidamente alcançaram fama mundial.

Clavius, um jesuíta tão notável que foi considerado por alguns historiadores de ciência o Euclides do século XVII, foi estudante no Colégio das Artes de Coimbra. A sua estada nessa cidade, entre 1555 e 1560, ocorreu antes da jubilação de Pedro Nunes, cuja obra estudou, apesar de não haver certeza de ter sido seu aluno directo. A observação do eclipse solar realizada em Coimbra, em Agosto de 1560, e a influência de Pedro Nunes teriam sido determinantes para a sua decisão de se dedicar à Astronomia. Nunes deve a Clavius a divulgação dos seus trabalhos na enorme rede da Companhia de Jesus. Como exemplos das referências feitas ao matemático português pelos mais destacados matemáticos e astrónomos jesuítas encontram-se, para além da Opera Mathematica, de Clavius, o Aristotelis loca mathematica ex universes ipsius operibus collecta et explicata, de Giuseppe Biancani e o Almagestum novum, astronomiam veterem novamque complectens, de Giovanni Riccioli, um tratado que é visto como a mais importante peça de literatura científica dos jesuítas no século XVII.

Clavius, com cerca de 40 anos de idade, aceitou a responsabilidade de coordenar a comissão papal de matemáticos para a reforma do calendário juliano. No dia 24 de Fevereiro de 1582 o novo calendário – chamado gregoriano – foi promulgado pelo papa Gregório XIII pela bula Inter Gravissimas. Mas esse novo calendário não se instaurou sem polémica. Entre os principais críticos do novo calendário encontravam-se cientistas ilustres como o astrónomo alemão (protestante) Michael Maestlin e o matemático francês (católico) François Viète. Clavius viu-se obrigado a refutar as censuras de Maestlin publicando o texto Novi calendarii Romani apologia, adversus Michaelem Maestlinum e, pouco depois, Clavius voltou a defender-se das críticas do matemático francês na obra Romani calendarij à Gregorio XIII. P. M. restituti explicatio. A bula, os cânones e o calendário foram reimpressos no tomo V da sua principal obra, a Opera Mathematica (Obra Matemática). O túmulo do papa Gregório XIII tem gravado um baixo-relevo que mostra Clavius apresentando o seu calendário. O novo calendário bem poderia, por isso, ter sido chamado “claviusano”...

Os mais conceituados cientistas da época debateram com Clavius diversos temas científicos de vanguarda. Durante uma visita a Roma, o jovem Galileu, que tinha na altura apenas 23 anos, procurou o prestigiado jesuíta, membro do Colégio Romano (naquela época o mais importante colégio da Companhia de Jesus), para lhe apresentar e discutir com ele os resultados do seu recente estudo sobre o centro de gravidade dos sólidos. Galileu foi bem acolhido por Clavius e, depois deste primeiro encontro, os dois trocaram correspondência ao longo de muitos anos sobre várias questões científicas. Galileu enviava os seus trabalhos ao mestre jesuíta, solicitando a sua opinião. Até ao fim da sua vida Clavius não deixou de dar estímulo a Galileu, tendo-se mesmo empenhado pessoalmente na confirmação da descoberta dos satélites de Júpiter. No entanto, nunca chegou a assumir o princípio copernicano tido como certo por Galileu. Clavius faleceu em 1612, muito antes do processo que o Santo Ofício moveu ao sábio italiano.

Christophorus Grienberger e Giovanni Lembo estiveram, além de Clavius, directamente envolvidos na confirmação das observações de Galileu. Estes dois matemáticos e astrónomos foram professores no Colégio de Santo Antão, em Lisboa, e formaram o grupo de matemáticos do Colégio Romano, que, juntamente com o jesuíta belga Odo van Maelcote, foram interpelados pelo Cardeal Roberto Bellarmino, membro da Cúria Romana, tendo confirmado as recentes descobertas astronómicas relativas aos satélites de Júpiter, publicadas no Sidereus Nuncius em 1610. Em Portugal, terá sido através da recepção do terceiro volume da Opera Mathematica, de Clavius, que foram efectuadas as primeiras alusões a Galileu. Nessa obra o autor teceu breves comentários ao Sidereus Nuncius, enumerando as recentes descobertas de Galileu, e deixou expressa a opinião de que, se as novas ideias fossem exactas, deveriam ser adoptadas pelos astrónomos na maneira de construir a esfera celeste, por forma a tudo ter uma explicação coerente. Mas tal poderia não significar a adopção do modelo de Copérnico, pois o sistema de Ptolomeu já tinha incorporado muitas e sucessivas modificações.

Matteo Ricci, outro dos mais notáveis astrónomos desta época, foi estudante de Clavius. Tornou-se um dos primeiros europeus a estabelecer contactos com matemáticos e astrónomos chineses. No ano de 1577 esteve em Coimbra, onde estudou Teologia e Matemática antes de seguir para o Oriente. No ano seguinte embarcou em Lisboa, desembarcando em Goa seis meses depois. Dois anos mais tarde entrou na China, permanecendo algum tempo em Macau. Posteriormente, foi, em Pequim, um grande impulsionador da Astronomia, tendo chegado a presidir ao conselho imperial que decidia matérias científicas e que tinha, entre outras, a incumbência de organizar o calendário, prever eclipses e realizar outras observações astronómicas (Tribunal das Matemáticas). Para estimular o desenvolvimento científico no Oriente, solicitou com alguma insistência que, da Europa, fossem enviados jovens matemáticos e livros. Com o italiano Michele Ruggieri completou o Dicionário de Português – Chinês, que continha a tradução de muitos termos científicos e técnicos. Ricci traduziu para chinês as principais obras do seu mestre Clavius.


Christophoro Borri: apologista das novas ideias científicas


Outro dos mais destacados introdutores das novas ideias científicas em Portugal foi o já referido jesuíta italiano Christophoro Borri, contemporâneo de Galileu. Ainda jovem, Borri já mostrava a sua simpatia e mesmo entusiasmo pela corrente que defendia que o Sol estava no centro do Universo. Por isso mesmo, foi, ainda em Roma, denunciada a sua precipitação extremista. Já depois da morte de Clavius, e porque o Geral da Companhia de Jesus tinha sido advertido pela Santa Sé no sentido de conter o surto inovador que se verificava, Borri foi condenado a penitência pública, tendo-lhe sido retirada a cátedra. Também o seu contemporâneo Grienberger foi intimado a renunciar à defesa das novas ideias. Não foi, portanto, Galileu o único a ser perseguido pelas autoridades eclesiais por defender as novas ideias científicas...

Em consequência dos constrangimentos que lhe foram impostos em Roma, Borri, depois de uma breve passagem por Lisboa, rumou ao Oriente, onde missionou durante cinco anos. Depois, voltou a Coimbra, onde fez algumas observações astronómicas, utilizando para o efeito o telescópio e outros instrumentos de André de Almada, um lente de Teologia que chegou a Reitor da Universidade, em 1638/1639. Segundo refere o historiador Joaquim de Carvalho, teria sido a partir da descrição de Tycho Brahe, na sua Astronomia Instauratæ Mechanica, que André de Almada mandou construir um quadrante, com o qual repetiu, juntamente com um grupo de amigos, as observações feitas pelo astrónomo dinamarquês. Com recurso ao telescópio, na noite do sexto dia da Lua nova de Julho de 1627, observou o aspecto da Lua. Fez-se então uma gravura, que é provavelmente o mais antigo gráfico de uma observação astronómica feita em Portugal com o telescópio. Foi Borri quem, pela primeira vez, descreveu aquele instrumento em Portugal. Entre a bibliografia referida por Borri encontram se as obras mais recentes de astrónomos seus contemporâneos, nomeadamente o Dioptrice seu Demonstratio e Ad Vitellionem Paralipomena, do alemão Johannes Kepler, o mais conhecido dos discípulos de Brahe e o autor das três famosas leis do movimento planetário. Contudo, segundo refere o historiador de ciência Henrique Leitão, os telescópios circularam em Portugal seguramente mais cedo. Referindo Yoshio Mikami, um dos mais reputados historiadores da ciência japonesa, os telescópios terão chegado ao Japão em 1613. Se isso ocorreu pela mão dos jesuítas, e como todos os missionários europeus que neste período partiam para o Extremo-Oriente saíam de Lisboa, então os telescópios já eram conhecidos em Portugal pelo menos desde 1611-1612. As primeiras observações feitas em Portugal com o telescópio devem ter sido feitas pelo jesuíta Lembo no Colégio de Santo Antão.

7 comentários:

James Harris disse...

Não é tão certo quanto isso que «Newton nasceu logo no ano a seguir» à morte de Galileu. Segundo o calendário gregoriano isso é um facto: Newton nasceu a 4 de Janeiro de 1643. Mas aquele calendário só entrou em vigor em Inglaterra em 1752. Segundo o calendário juliano, Newton nasceu a 25 de Dezembro de 1642.

Isto pode parecer um pedantismo da minha parte, mas o próprio Newton achava muito significativo o facto de ter nascido no dia de Natal.

Anónimo disse...

Este artigo é muito interessante.
Sugerem-se duas pequenas rectificações:
a) "A Companhia de Jesus foi fundada em Paris, em 1543…". A data oficial da fundação da Companhia de Jesus é 1540, em Roma, porque é dessa data a bula papal fundacional, "Regimini Militantis Ecclesiae". Muitos historiadores referem o ano de 1534 como a data da fundação, em Paris, porque então se constituiu "formalmente" o grupo que em 1540 seria aprovado pelo papa como ordem religiosa. Talvez o artigo estivesse a seguir esta segunda versão e tenha havido troca de caracteres: 1543 --> 1534.
b) "…foram interpelados pelo Cardeal Roberto Bellarmino, membro da Cúria Romana e mais tarde papa…". Roberto Belarmino foi bispo e cardeal, mas não foi papa. Por vezes diz-se que foi Roberto Bellarmino quem condenou Galileu, mas Bellarmino morreu em 1621. Galileu foi condenado em 1633, como diz o artigo.

Mário Montenegro disse...

Também achei o artigo interessante.

Acrescentaria aos comentários anteriores, com os quais estou de acordo, o facto da coincidência do ano das mortes de Pedro Nunes e D. João III não se ter verificado.
D.João III morreu em 1557. Pedro Nunes ainda viveu e serviu durante o curto reinado de D. Sebastião, tendo morrido, ao que parece, uma semana depois da batalha de Alcácer-Quibir, a 11 de Agosto de 1578. Aqui sim, talvez uma coincidência.

Anónimo disse...

Professor Fiolhais,

por estranho que lhe possa parecer, este comentário não é para retirar nem acrescentar absolutamente nada ao post. Só quero agradecer-lhe mais esta aula de História da Ciência. Muito obrigada.

guida martins

Carlos Fiolhais disse...

Agradeço muito as correcções indicadas. Os dois têm razão e já emendei o "post". Se houver mais erros é só dizer...
Carlos Fiolhais

Anónimo disse...

Olhe Professor, afinal também eu encontrei um erro neste post e tem nome e tudo - "Santo Ofício"! Era bom que não o voltassemos a encontrar em futuros posts.

guida martins

Cláudia da Silva Tomazi disse...

Houvera força a honra conquistada
o ensino lança, herança depositada!
Conhecimento o das eras, anunciado
d'estes o cumprira-se e revigorado.

Tivera Clávius por ave e reforçada
canto saber, extremado a natureza!
Compreensão por lei e por levaza,
aos tempos por surgira alicerçada.

Quais entre homens os sãs efeitos,
ave-mestre em sobrevôo os eleitos
o espírito luz em descência e algoz

a tábua sem prantos o fora elevada
nas marés os oceanos em por velada,
és sciencia em Portugal alt'alma voz.

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Passaram mil dias - mil dias! - sobre o início de uma das maiores guerras que conferem ao presente esta tonalidade sinistra de que é impossí...