segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O CORPO É UMA INTELIGÊNCIA

"O homem pensa com o corpo todo” (Ernst Krestchemer, psiquiatra e filósofo alemão, 1888-1964).

Da transcrição do post do Professor Carlos Fiolhais, “François Châtelet sobre a educação: ‘na educação há uma espinha dorsal’”, aqui hoje publicado, com a oportunidade advinda do facto de ser de uma grande actualidade numa altura em que os problemas da educação nacional parecem querer, finalmente, libertar-se de paradigmas recentes que a têm enredado em teias de discussões muitas e palavrosas e soluções poucas e más, retenho a seguinte passagem da entrevista deste filósofo francês e existencialista cristão:

“Por conseguinte, na educação há uma espinha dorsal -a instrução - à qual se ligam, sem a ela se reduzirem, as outras modalidades de formação. Penso, em particular, na formação física. Não falo da ginástica sueca ou do jogging, mas da aquisição de uma espécie de inteligência do corpo”.

Por seu lado, em entrevista de Agustina Bessa-Luís, a Clara Ferreira Alves, deparei-me com este formosissímo testemunho em que esta festejada escritora se fez aliada de uma corporalidade em que, Gabriel Marcel, filósofo e existencialista cristão, em antítese ao dualismo cartesiano, nos diz que “se não tem um corpo: é-se um corpo”.

No que, para o efeito, julgo ter interesse, transcrevo dessa entrevista (“Expresso", 89):

Clara Ferreira Alves: “Observa as pessoas como quê? Personagens? Não é bem isso, pois não?”

Agustina Bessa-Luís: “Robots divinos. O ser humano é um robot perfeito. Quando há uma determinada reacção quero saber qual a mola que soltou, a engrenagem que não funcionou”.

Clara Ferreira Alves: “Qual a realidade desses robots? Que corpo têm? Têm corpo ou são só inteligentes?”

Agustina Bessa Luís: “O corpo é uma inteligência”.

Na fotografia: A escritora Agustina Bessa- Luís.

1 comentário:

Cláudia S. Tomazi disse...

Conheceríeis vosso majestoso rio
solo de leito, partes e esplanadas
vergastes fundo deste rio um frio
de suave aurora foram madrugadas

se profundeza é alma transparente
oh’ planície sorva luz de imensidão
aquecidas montanhas, ecoar a semente
correntezas são paisagens deste brasão

luso é transcender que por querê-lo
são luzes que aquecem vosso louro
testemunham o celeste e o memorial

teríeis viva a uma fina flor de gelo
corpo é lira que vestira fios de ouro
por entoar do novelo arco celestial.

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