quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

MAIS POEMAS DE EUGÉNIO LISBOA


Em continuação de outros poemas de Eugénio Lisboa - que muito nos têm honrado com a sua já vasta e muito preciosa colaboração neste blogue -, publicados, respectivamente, nos postsPoemas de Eugénio Lisboa sobre Gigantes da Física” (25/11/2010) e “Alguns Poemas de Eugénio Lisboa” (06/12/2011), extraídos do seu livro “O Ilimitável Oceano” (Quasi Edições, 2001), transcrevem-se quatro novos poemas:

Empédocles

Julgava-se um deus?
Pensavam que o era?
Com argumentos seus
e o uso de uma esfera,
ao ar deu existência.
Mostrando o invisível,
na sua transparência,
ele disse o indizível:
crê só na experiência.
E teve morte ardente,
saltando à lava quente.


Teodoro, o Engenheiro

A Teodoro, modesto engenheiro,
nenhum monumento se dedicou.
Contudo, o esquadro de carpinteiro,
o nível, a chave, o torno – inventou,
e também o aquecimento central,
a régua, a fundição em bronze e tanta
outra humilde invenção, essencial
depois que se inventou. Mas glória, quanta?

Ptolomeu

Como todos, sou mortal:
minha vida é um dia.
Mas quando sigo, fatal,
no céu que nos alumia,
a multidão das estrelas,
em seu curso circular,
sinto, deslumbrado nelas,
meus pés, no chão, levantar.

Bartolomeu Dias

Dobrado o Assombro, foi que tu viste.
não ser o mar diferente. Então, voltaste.
Desflorado o mistério, não existe

motivo para novo esforço: cessaste.


Na imagem: fotografia de Eugénio Lisboa.

3 comentários:

Anónimo disse...

"A poem a day keeps insanity away"

Não sei onde li esta frase, mas subscrevo.

HR

Anónimo disse...

Adamastor, sumindo está das margens

a derrota antiga que outra é a hora.

Que, para explicar o error Luso,

mais que um error divino será de uso.

E, nessa atitude consciente e irónica de querer zombar diante do conhecido e sabido sentido da História, Frei Ioannes Barabatus não deixa de clamar:

Vejo quanto não vejo ou ver não quero

por temor de que o visto se suceda

obrigado a existir no tempo zero

de onde por futurá-la não se arreda.

carlos ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

A LIBERDADE COMO CONSTRUÇÃO HUMANA E FINALIDADE ÚLTIMA DA EDUCAÇÃO

"O Homem é incapaz de gerir a sua liberdade por natureza.  É preciso educar-se a si mesmo.  Disciplinar-se, instruir-se e finalmente, ...