domingo, 4 de dezembro de 2011

Com a virtuosa intenção...

Em complemento ao comentário do leitor José Batista da Ascenção a texto anterior, duas passagens do livro Voltar a ler os Clássicos, de Roger-Pol Droit (Temas e Debates/Círculo de Leitores, ps. 17 e 20), onde se alerta para a dispersão de conteúdos que, nas últimas cinco décadas, a escola ocidental tem acolhido, desviando-se da sua orientação original.

"Após duas ou três gerações, tudo o que foi transmitido, qualquer que fosse o seu valor, durante dois mil e quinhentos anos, encontra-se sem cultivo, abandonado pela escola. Nos anos de 1960, ainda se ensinava o mesmo - claro que sob formas diferentes, mas com um resultado quase igual - que fora ensinado aos jovens gregos da Antiguidade, aos jovens romanos do Império, aos estudantes da Idade Média e aos do Iluminismo.

(...) com a virtuosa intenção de restabelecer o equilíbrio, de acabar com a desvantagem patrimonial das classes desfavorecidas, conseguiu-se privar toda a gente - e, em primeiro lugar, os desfavorecidos! - das indispensáveis riquezas humanas dos Antigos."

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo, e é um gosto vê-lo compartilhado. As "indispensáveis riquezas humanas dos Antigos" surgem na actualidade como uma raridade, para uns, e como um arcaísmo funcional, para a maioria. Já nada custa a crer, mas a lamentar sim, sempre: lamento que a Filosofia tenha desaparecido dos currículos nacionais. E lamento que a Poesia, a poesia a sério, com ideias, siga o mesmo caminho.
HR

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