Do que se trata? Um docente de Política da Universidade de Sunderland, na Grã Bretanha, de seu nome Peter Hayes, diz que Einstein está errado, sem apresentar qualquer argumento válido de natureza científica (não publicou nada numa revista de Física com avaliação!). Embirrou simplesmente com o paradoxo dos gémeos que tem sido muito debatido, mas que hoje em dia não é qualquer paradoxo!
Para que os leitores possam avaliar por si a asneira transcrevo um excerto da notícia do "Ciência Hoje":
Peter Hayes diz que “físicos teóricos agarraram-se a um erro durante os últimos cem anos” – porque a teoria da relatividade de Albert Einstein é inconsistente. Este professor refere também que “muitas pessoas já tinham apontado falhas lógicas sobre a sua tese”.Como o português é lastimável ("Este defende que o impacto que teve na Cultura e na Ciência foi tão influenciado que como teoria científica não faz sentido") fui ler o artigo original, mas foi tempo perdido. Ainda pensei que pudesse ser um embuste do género do de Sokal, mas parece que nem isso. Dá a ideia que o autor acredita mesmo no que está a dizer quando escreve a concluir: "The triumph of relativity theory represents the triumph of ideology not only in the profession of physics but also in the philosophy of science."
"The Ideology of Relativity: The Case of the Clock Paradox," foi publicado em «'Social Epistemology», em Janeiro deste ano*. Nos anos 60, o professor Herbert Dingle avisou que experiências baseadas nesse princípio poderiam destruir o mundo. "Se calhar, o facto do LHC ter avariado foi uma sorte”, assinala.
O académico é orador sénior em Ciências Políticas, na Universidade de Sunderland e argumenta ainda que a teoria da relatividade de Einstein deveria ser vista como ideologia e não como uma ciência. Este defende que o impacto que teve na Cultura e na Ciência foi tão influenciado que como teoria científica não faz sentido.
“A teoria da relatividade aborda inconsistências elementares, mas quando em 1919 foi popularmente divulgada, o mundo passou por uma guerra terrível e uma gripe pandémica e as ideias de Einstein surgiram como o tónico que a sociedade precisava. Com a confusão estabelecida, as pessoas deixaram de questionar as falhas que transpareciam”
*«The Ideology of Relativity: The Case of the Clock Paradox», publicado em Social Epistemology, January 2009.
O sucesso da teoria da relatividade, apurado em todas as experiências realizadas até agora? Não interessam a Peter Hayes nem ao "Ciência Hoje" as confirmações experimentais. A causa desse sucesso foi a gripe! Não é epistemologia, mas sim epidemiologia. Apetece dizer, embora só a rir, que a recente gripe A H1NA poderá ser a responsável por dislates como este...
15 comentários:
Basta ver que a notícia passou completamente desapercebida nos locais de referência.
Santinho...
A teoria da relatividade está, imagino eu que não sou cientista, permanentemente sujeita a contraprova, como, antes dela, a teoria da gravitação de Newton ou qualquer outra teoria científica. A sua verdade é, como todas as verdades físicas, meramente provisória. A qualquer momento pode ser substituída por qualquer outra teoria que explique tudo o que ela explica e ainda outras coisas que ela, porventura, não explique. Não é preciso ser físico nem cientista para concluir que Peter Hayes não é o autor dessa nova teoria que desmente e supera a de Einstein.
Dá para vender uns livros, em tempo de crise, é bem bom.
Não há é duvida nenhuma que estórias destas vendem sempre. Veja-se o segredo, o criacionismo e outras tretas que tais.
Já estou a pensar numa refutação geral da mecânica quântica. Sem apresentar nada de alternativo porque isso também não interessa nada....
Isto entre livritos, umas conferências e uns gadjets ainda deve dar uma coroas....
Alguém me quer dar uma ajuda ?
Divido os lucros 60/40...afinal a ideia foi minha
Bem, Sousa da Ponte, eu posso entrar com o gato e com a caixa lacrada, mas não garanto que ela esteja protegida contra a incoerência quântica.
Negócio feito.
Primeira abordagem:
Schroedinger torturava gatos. Como confiar num cientista que torturava gatinhos ?
"Não publicou nada numa revista de Física com avaliação".
Eis um argumento que nada tem de científico.
E se tivesse publicado? E se tivesse publicado mas numa revista sem avaliação? Isso melhoraria a defesa que ele faz da sua tese? Ou pioraria? Ou não teria qualquer influência? Hoje há uma tendência para se dar valor a uma teoria se tiver sido publicada numa revista com avaliação e não se lhe dar valor no caso contrário mesmo que seja verdadeira!! E o que é a avaliação? Há um tipo anónimo que, supõe-se, terá dito "publique-se". Já pensaram que o tipo anónimo posso ser eu? Se fosse, e isso fosse conhecido, lá vinha a teoria por água abaixo...
«diz que Einstein está errado, sem apresentar qualquer argumento válido de natureza científica (não publicou nada numa revista de Física com avaliação!)»
Isto significa que se tivesse feito uma experiência que contradissesse a RR e não tivesse publicado numa revista com avaliação não tinha argumento científico?
Meu caro anónimo,
Eu percebo tanto de ciência, como de pré-história das Ilhas Salomão, isto é, absolutamente nada. Mas não é preciso perceber nada de ciência, para perceber duas coisas:
1- A verdade é sempre a verdade, seja ela revelada na mais prestigiada revista científica, seja publicada no mais miserável dos periódicos.
2- Sem que isto queira dizer que tem fatalmente que ser assim, há-de reconhecer que é infinitamente mais provável que uma nova teoria que supere a teoria da relatividade surja publicada numa revista científica de referência do que na revista "Maria".
3- É absolutamente natural que uma teoria nova não seja imediatamente evidente e que tenha que ser avaliada por aqueles que são considerados os melhores no domínio em causa, pelos pares. Ora, é muito mais provável que se encontre um bom avaliador de uma teoria entre os leitores da revista de referência do que entre os leitores da revista "Maria".
4- É um argumento de autoridade? Pois é, mas o argumento de autoridade não deve ser desprezado. É ele que faz com que a generalidade das pessoas, quando se sente doente, consulte um médico e não o picheleiro lá da rua. E que prefira este àquele, quando se trata de trata de desentupir os canos.
5- Isto dito, não está excluído, de facto, que uma grande e revolucionária teoria física possa surgir numa revista de terceira ou quarta categoria. Também não está à partida excluído que alguém acerte três vezes seguidas no euromilhões.
Caro Funes, acrescento um detalhe extra: convém publicar a experiência para que os outros a possam reproduzir e confirmar que a teoria está, de facto, errada. Caso contrário só se pode acreditar na pessoa em causa, que pode simplesmente dizer «eu media a velocidade da luz ao atravessar o fumo saído de uma ganza e andava bem mais depressa do que a luz».
Vale a pena ler o comentário do próprio Einstein a esta notícia publicada no "Ciência Hoje".
Carlos Andrade
Então o homem é professor de política (vide http://www.worldnpa.org/php2/index.php?tab0=Scientists&tab1=Scientists&tab2=Display&id=1243). Sim senhor, não tive a oportunidade de ler o artigo para tecer um comentário na posse de toda a informação. Mas, de acordo com a sua actividade profissional depreendo que se fosse capaz de fazer uma crítica técnica em relatividade geral (uma vez que para as naves com os relógios se encontrarem de novo teriam de sofrer desacelerações e acelerações e logo existir um campo gravítico) provavelmente estaria a leccionar uma cadeira de física teórica. Certamente não iria perder tanto tempo com política. Mas deixo aqui a nota que isto que afirmo como hipótese não passa de um preconceito meu.
A teoria da relatividade geral exige muito a quem tem uma formação técnica sólida e a sua interpretação em termos de divulgação científica provavelmente terá algum impacto sociológico deste género (incompreesão). Afinal, vivemos a velocidades muito baixas e a teoria clássica serve-nos bem no dia-a-dia... está mais dentro do nosso senso comum.
“A teoria da relatividade aborda inconsistências elementares"
Estava mesmo para ir almoçar quando decidi vir espreitar o blogue. Confesso que gostei mesmo. Agora vou almoçar muito mais bem disposto, depois de tanta gargalhada.
E quanto à gripe, talvez esse artigo seja a cura, já que dizem que "rir é o melhor remádio"
Experiência feita e refeita por mais de 250 vezes mostrou que Einstein estava errado quanto a medida do equivalente gravitacional de um campo magnético.
Os cientistas responsáveis pelos experimentos no inicio ficou inseguros quanto a medição, melhoraram equipamentos, e muito depois puderam sim afirmar: Einstein errou!
Como Einstein passou por certo durante tanto tempo quanto ao que foi testado por aqueles cientistas?! Uai... Todas as teorias de Einstein não foram testadas e comprovadas?!
O teste foi feito mais de 250 vezes para então eles afirmarem que Einstein estava errado... Por que tantas repetições?! A fama de Einstein passou a falar pelas suas teorias, isso é indiscutível!
Claro que há inconsistência em algumas explicações de Einsten, como a explicação para a gravidade. Mas quem vai ousar contrariar Einstein?
Os maiores mistérios cósmicos podem ser desvendados. Assim penso. Mas a física clássica proposta por Newton ainda não é perfeitamente conhecida. Em qualquer publicação científica conjuga-se adoidadamente o verbo PUXAR. Mas em minha ridícula observação o cavalo quando move uma charrete EMPURRA a colheira. Só assim consegue "puxar". Essa é a dinâmica das forças. Não há nada de relativo nisso. Qualquer que seja nosso ponto de vista, ele empurra algo para poder puxar. Na maioria das vezes em que puxamos, na verdade EMPURRAMOS para cá. Só em caso de atuação de uma pinça o puxão é real. Mas a força que puxa não tem existência própria. Precisa de duas forças complementares para se realizar o puxão. Se atração é puxão, ela não ocorre num passe de mágica. Faz-se necessário um mecanismo para tal. Então o conceito de vetor de atração deve ser revisto. Isso sugere que precisamos de outra física.
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