terça-feira, 24 de março de 2009

MAIS VACUIDADES: MAGALHÃES E NOVAS OPORTUNIDADES

Há quem use vacuidades tanto para o ataque como para a defesa. Ela já tinha atacado os professores e a língua portuguesa, com vacuidades espantosas. Mas ontem à noite o Magalhães e as Novas Oportunidades foram defendidos numa sessão pública em Matosinhos pela já famosa Directora Regional de Educação do Norte, Margarida Moreira (uma das figuras de topo do Ministério da Educação, talvez a mais conhecida depois da ministra), com vacuidades que não ficam atrás das anteriores. Leia-se o "Público on line" :
"A directora saiu em defesa do Magalhães, arguindo que se trata de um "excelente computador", referindo, por exemplo, que ele está programado para não deixar os alunos jogar sem antes fazerem os seus trabalhos para casa.(...)

Outro elogio foi para a Escola de Segunda Oportunidade que este ano lectivo começou a funcionar em S. Mamede de Infesta, Matosinhos, e que visa acolher jovens que abandonaram os estudos. "Só há duas no mundo e uma delas é em Matosinhos", destacou Margarida Moreira (...) "
Parece que os Magalhães, com os quais se quer substituir os professores, qualquer dia irão também substituir os pais... E quanto ao facto de a Escola de Segunda Oportunidade (proponho a sigla E2O, que é parecida com EB23) de S. Mamede de Infesta ser uma de apenas duas no mundo, leio os jornais internacionais e verifico que o mundo ainda não sabe. Pela minha parte fico curioso em saber em que parte do vasto mundo ficará a outra.

1 comentário:

Anónimo disse...

O Magalhães é sem dúvida um bom computador. Eu próprio escrevo a partir de um computador que pelo menos no seu "recheio" é semelhante ao Magalhães (as diferenças estão no "look" infantil e no teclado demasiado reduzido). Este têm-me servido para realizar todo o tipo de tarefas de um curso de ensino superior. Agora duvido muito da utilidade do dito Magalhães para os alunos do ensino primário. Talvez possa contribuir para fomentar um "literacia informática" precoce, mas não acredito que acrescente muito às aprendizagens a realizar neste nível de ensino - as bases da leitura, da escrita, da matemática, e alguns conhecimentos elementares de ciência, história e geografia. Além do mais, os recursos alocados para a distribuição do Magalhães poderiam ser utilizados para melhorar outros aspectos do sistema de ensino. Ainda ouço falar de turmas de 25 alunos, de alunos com dificuldades sem acesso a apoio especial, de escolas sem biblioteca, e de professores com défice de formação em algumas áreas.
Também não quero deixar de comentar isto:
"A directora saiu em defesa do Magalhães, arguindo que se trata de um "excelente computador", referindo, por exemplo, que ele está programado para não deixar os alunos jogar sem antes fazerem os seus trabalhos para casa.(...)"
Isto é obviamente ridículo, observação confirmada pelo facto de já ter tido na mão um dos ditos Magalhães (exactamente um dos que foi distribuído pelos alunos). Mas deixo algumas perguntas: Como controlará o Magalhães os trabalho de casa tradicionais de papel e caneta? Serão estes abolidos do ensino primário? E se o trabalho de casa for um dos falados jogos educativos? Entrarão as instruções do Magalhães em conflito? Ou será que esta maravilha da tecnologia tem também um polígrafo incorporado que detecta alunos aldrabões que se recusam a fazer os deveres?

Luis

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