Resposta de Rui Baptista aos comentários que alguns leitores fizeram ao seu post "José Mourinho, doutor honoris causa":
“Ganhar uma vez qualquer um ganha, mas ganhar duas, três, cinco ou dez vezes…”(José Mourinho, A Bola, 24/03/09)
Eu até posso entender a malquerença do leitor “Funes, o memorioso” pelo futebol expressa no comentário que tece ao meu post, “José Mourinho, doutor honoris causa”. Mas, por outro lado, atrevo-me a pensar que a esta sua atitude de desprezo declarado não serão estranhos os casos de anti-desportivismo que grassam cada vez mais nesta modalidade desportiva (até para mim que nem sou um “tiffosi” da bola, seria impossível não recriminar vivamente o “penalty” apontado pelo árbitro Lucílio Baptista) e que me trazem à memória o que escrevi anos atrás, tantos que lhes perdi a conta, a este propósito: “Em nosso tempo, corre-se o risco de se atingir a decadência do circo do Império Romano sem se ter conhecido, sequer, o apogeu de uma Educação Integral helénica!” Quer queiramos ou não, teremos que ter sempre presente a força avassaladora do desporto, mesmo que algo de destrutivo possa surgir pela força do gáudio (ou de uma mera incompreensão) com a intenção de o desvirtuar, coisa que nem credos políticos ou religiosos, diferenças de nacionalidade ou raças, desníveis sociais ou económicos conseguem destruir por, em muito, contribuir para a fraternidade humana (repare-se que mesmo durante os Jogos Olímpicos antigos eram respeitadas tréguas entre os beligerantes). A magia do desporto tem merecido, muitas vezes, a atenção de literatos, o favor de gente da cultura e a observação atenta de cientistas e, noutras vezes, pelo contrário, chega a ser motivo de escárnio por parte de pessoas que nele não descortinam mais que o simples pontapé na bola em jogo entre casados e solteiros depois de uma copiosa e bem regada refeição.
Depois desta introdução (que o leitor poderá ter como extensa, mas que eu tive por necessária), resta-me dizer que estou 1cem por cento de acordo com o autor do referido comentário, quando escreve: “Um doutoramento honoris causa por qualquer outra coisa que não o mérito científico do doutorando é um dislate”. Se, porém, nos detivermos atentamente no comentário do “Musicólogo” ao meu anterior post, veremos que o facto de som das trombetas que espalham a fama de Mourinho ter atravessado fronteiras, por vezes de mediocridade e inveja, não se deve a simples questões de sorte ou azar ao jogo. Julgo que nesta reflexão se poderão colher elementos demonstrativos que José Mourinho se enquadra em parâmetros de valor académico por ser possuidor de uma licenciatura universitária obtida na Faculdade de Motricidade Humana, FMH. Esse valor justificou que a sua casa-mãe, através da Universidade Técnica que a integra, lhe tenha proposto um doutoramento “honoris causa”, aprovado por esmagadora maioria no Senado Universitário, com a única exclusão do representante da Faculdade de Medicina Veterinária. Repare-se que a Alex Ferguson, treinador do Manchester United, num país de arreigadas tradições, foi atribuído o título honorífico de “Sir”. Sem pretender, de forma alguma, ser chauvinista não posso, todavia, deixar de enaltecer as conquistas desportivas do Doutor José Mourinho como bem mais valiosas e cantadas no mundo do que as de “Sir” Alex Ferguson.
Quanto à concessão de um doutoramento “honoris causa” a Stevie Wonder, parece-me, mais do que “estúpido”, um desprestígio para a própria universidade que o outorgou. Já o mesmo não tenho por seguro no que respeita a Mário Soares, também ele licenciado e reconhecido no domínio de uma sólida cultura política sem fronteiras. Acresce que estas questões não devem ser vistas em termos de simpatia ou antipatia, sob o risco de me ver obrigado a citar o Padre António Vieira: “Quando se olha com simpatia para o rato preto até o rato preto nos parece branco; quando se olha com antipatia para o cisne branco até o cisne branco nos parece preto!”
Em boa verdade, posso até compreender que se deteste Mourinho (como o comentarista ao meu post confessa) pela sua arrogância pública. Arrogância que se desfez como gelo em dia de sol quando humildemente se mostrou grato pela honra concedida embora bem merecida, como reconhece Vitor Serpa: [Mourinho],” por um lado, abriu a Faculdade (neste caso a FMH) ao legítimo reconhecimento público de uma formação de excelência que está longe, aliás, de se esgotar em Mourinho; por outro, oferece ao futebol um legítimo reconhecimento da natureza da sua importância social e económica; por fim, traz a universidade e o saber científico ao campo concreto do desporto, oferecendo-lhe mais saber e mais competência. Disso falou, e bem, o Dr. José Mourinho. E o futebol e a universidade só têm razões para estar felizes” ( A Bola, 24/03/2009).
Rui Baptista
sexta-feira, 27 de março de 2009
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18 comentários:
Historieta.
Chega um Pacheco qualquer ao FCP e grita: "Mesmo sem treinar vamos ser campeões".
Chego o Mourinho ao FCP e diz: "Com muito trabalho e dedicação creio que o FCP para o ano será campeão."
Arrogante? O Mourinho.
Rui, tu achas que é uma estupidez dar um doutoramento ao Stevie Wonder?!!!! Não sabes o que dizes, mas de maneira nenhuma!
Tu sabes que há por aí muitas pessoas com doutoramentos em música mas que são uns desconhecidos, sem trabalho relevante, apenas uns académicos trabalhadores.
Sabes quem é o Stevie Wonder, que ganhou a alcunha de Wonder porque era um puto que aos 12 anos já tinha contrato e discos editados, porque era um craque? Conheces álbuns excelentes como: Fulfillingness' First Finale, Songs in the Key of Life, ou Hotter than July, etc, etc?
Como é que tu queres comparar o trabalho do Stevie wonder com o trabalho de completos desconhecidos doutorados que nunca produziram nada de revelante?
Vais-me dizer que o Paul McCartney é um ignorante só porque não sabe ler uma pauta? sim, isto é verdade, e também deves achar que ele não merece nenhum doutoramento.
Vocês são um bando de académicos que não têm a mínima noção do que é o resto do mundo, é apenas isso.
Quanto ao Mourinho, concordo que o curso o ajuda, acho que ele disse o que disse para agradecer o prémio, porque as capacidades de liderança e de análise táctica não se aprendem, também, na escola.
Podes fazer os doutoramentos que quiseres que nunca vais chegar aos calcanhares do Wonder, nem tu nem o tal comentador.
luis
"não posso, todavia, deixar de enaltecer as conquistas desportivas do Doutor José Mourinho como bem mais valiosas e cantadas no mundo do que as de “Sir” Alex Ferguson."
Meu excelentíssimo caro doutor, eu respeito imenso o doutor Mourinho, mas não posso deixar de me rir com esta frase. Denota-se que sabe pouco de futebol. Se há pessoa mais considerada no futebol do que o "sir" Alex Ferguson, não sei quem será. É provavelmente um dos treinadores com mais títulos do mundo, e conseguiu manter um clube no top mundial mesmo durante uma fase negra do futebol inglês.
Que se diga sem dúvidas que o doutor José já é "superior" ao sir Ferguson, apenas revela alguma ignorância futebolística do senhor autor.
Com todo o respeito e interesse. Gostei do post.
O ex-primeiro ministro de Portugal, actual presidente da Comissão Europeia também recebeu um doutoramento honoris causa este ano. Quantos "posts" foram feito acerca deste outro "distinto" emigrante? Quantas páginas de jornais foram escritos acerca de tamanho reconhecimento?
Em breve, responderei aos comentários que me foram feitos. Para já, uma correcção: na 9.ª linha do 1.º §, corrijo"tiffosi" para "tifoso".
Caro amigo Rui Baptista,
Naturalmente que Mourinho desagrada a muitos, principalmente àqueles que, como dizia O'Neill,andam engravatados todo o ano, mas assoam-se na gravata por engano...
Mourinho tem as qualidades dos próprios defeitos e, sendo sempre igual a si próprio, seguiu o seu caminho e mostrou as suas qualidades até à excelência: merece o título.
Lembro que o muito mais jovem Valentino Rossi, 8 vezes campeão do mundo, 6 na categoria máxima do desporto motorizado de duas rodas, o MotoGP, também já foi agraciado com um doutoramento "honoris causa" por uma Universidade italiana.
"Il docttore" (como é internacionalmente conhecido) detentor do mítico número 46, conseguiu proezas e recordes inimagináveis (http://pt.wikipedia.org/wiki/Valentino_Rossi)
(http://www.motogp.com/)
O seu talento, determinação, técnica, competetividade, profissionalismo, capacidade de liderança e inteligência para fazer desenvolver as máquinas (na pista e nos laboratórios/oficinas HI-TEC) levaram a que se lhe atribuísse tal honraria.
Em comparação com o Mourinho, ganha tanto como ele (milhões de dólares; é a estrela absoluta a anos-luz dos montantes auferidos pelos outros corredores), porém, apresenta qualidades de relacionamento interpessoal que o já fizeram premiar como o desportista mundial com mais "fair play". Tem estado sempre nomeado para melhor desportista do ano.
Merece ou não o título?
Penso, inequivocamente, que sim, dado que Rossi consegue apontar o caminho para o desenvolvimento tecnológico das máquinas (de diferentes marcas, escolhe os motores-feto e "chassis" mais promissores e desenvolve-os, com mestria, em pista, aliando os seus talentos competitivos (tácticos, técnicos e físicos) e ganha às estratégias dos restantes contendores.
Ó amigo Baptista, para variar aos meus comentários sobre educação (e SNPL) por esta não esperava, hein?
Leve um abraço,
Carlos Félix Fernandes
O que custa a muito " treinador de bancada " é que alguém tenha conseguido fazer algo, e ainda mais quando tal é reconhecido.
Caro Alfredo Caiano Silvestre: Na sua historieta, em poucas palavras muito disse ou mesmo tudo sobre a filosofia de trabalho de José Mourinho. Cito-o:”Com muito trabalho e dedicação creio que o FCP para o ano será campeão”. Aliás, Einstein, sintetizou o sucesso de uma forma magistral: “O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”.
Caro anónimo: Há dias em que somos infelizes naquilo que fazemos e/ou dizemos. “Mea culpa”, apenas, ou má conjugação dos astros no dia em que escrevi aquilo que critica com a veemência de quem a razão pelo seu lado? Na verdade, os meus fracos conhecimentos de música contemporânea aconselhavam-me a reduzir-me à minha insignificância. Mas nem tudo foi mau em hora de azar. Perdi eu, mas ganhou Stevie Wonder com a defesa acalorada que fez do seu mérito artístico reconhecido, festejado e galardoado pelo planeta terra. Todavia, penso que vai desculpar-me não concordar consigo quando escreve: “Quanto ao Mourinho, concordo que o curso o ajuda, acho que ele disse o que disse para agradecer o prémio, porque as capacidades de liderança e de análise táctica não se aprendem, também, na escola”. Digo porquê: há aptidões genéticas que podem ser, em certa medida, melhoradas com o meio ambiente, porque, como reconheceu Ortega Y Gasset. “o homem é produto da vida e das circunstâncias”. Por maior que seja a aptidão nata de um indivíduo se não for acompanhada por um estudo ou um treino aturado nunca será catapultado para uma posição cimeira que lhe dê o estrelato. E já porque é de futebol que estamos a falar, Cristiano Ronaldo deve a sua projecção de atleta a factores que nasceram com ele e que foram melhorados por um treino aturado de “sangue, suor e lágrimas”. A sua invejável compleição física ficou a dever-se a muitas horas de musculação e o apuramento da sua técnica a outras tantas para além do treino quando, ao que se diz, os seus companheiros de treino recolhiam ao balneário para um banho reparador. Assim, concorda que a licenciatura de Mourinho o ajudou nos seus êxitos de treinador. De acordo, também. Mas já discordo quando logo acrescenta, em contradição, “que as capacidades de liderança e de análise táctica não se aprendem, também, na escola”. Como sabe, há vários cursos que estudam o processo de liderança e quanto `análise táctica, e como é de futebol que estamos a falar, essa análise disputa uma fatia muito grande de importância nas matérias dos cursos dos respectivos treinadores. Claro que terá tanto ou mais êxito quem tiver nascido predestinado para tal.Mas um psicólogo ou um sociólogo estarão mais habilitados para aprofundarem estas questões, porque, em dizer latino, "suum cuique"!
Caro “bárbara rija”: Não há dúvida que a vida é uma aprendizagem constante. Poderia servir-me do sofisma de alegar que considerei o currículo desportivo do Mourinho superior ao de Ferguson, baseando-me na sua “juvenil” idade quando comparada com a de "arrumar as botas" do treinador inglês. Argumentar eu, que quando o Mourinho tiver a sua idade e a sua experiência será possível a ele superiorizar-se era entrar no domínio da profecia que, na ironia de Mark Twain, “é algo muito difícil, especialmente em relação ao futuro”! Cometi o erro de comparar coisas incomparáveis por José Mourinho estar em princípio (ou a meio) de carreira e Alex Ferguson estar no final de uma carreira de êxitos que justificam um doutoramento “honoris causa”, no primeiro caso, e um título nobilitante, no segundo. Mas nem tudo foi mau em dia de pouca felicidade: mereci a sua consideração quando escreve, no final do seu comentário, “com todo o respeito”, o que é bem mais importante do que ter razão e bem mais importante ainda que distorcer os factos para aparentar ter a“razão” do nosso lado!
Caro “sguna”: O caso que refere, como compreenderá e pese embora o respeito que me merece o elevado cargo desempenhado por Durão Barroso além-fronteiras, passa-me completamente ao lado e ao lado de José Mourinho. Como se leu, viu e/ou ouviu nos media (jugo não ter havido jornal nacional, rádio ou televisão que não cobrisse o acontecimento, e, segundo penso, alguma estrangeira), estiveram na Faculdade de Motricidade Humana um batalhão de jornalistas (segundo li, mais de cem) para fazerem a cobertura mediática do acontecimento. Um estudioso da Sociologia bem poderá explicar as motivações para este fenómeno de popularidade de que o futebol e os seus intérpretes são ou não credores. Quantas vezes (e não sem razão) se criticam os verdadeiros rios de dinheiro ganhos no futebol profissional de topo enquanto cientistas, por exemplo, nos laboratórios em experiências que, por vezes, põem em risco a própria saúde , se deparam com situações de contarem os tostões que ganham? É o futebol, caro “sguna”!...
Devido ao adiantado da hora, reservo para amanhã a resposta aos 2 últimos comentários.
Caro Carlos Félix Fernandes e bom amigo: Pela extensão da minha resposta ao seu comentário, vou enviá-lo ao "De rerum natura" com o pedido de publicação sob a forma de "post". Para já, o meu agradecimento pelo exemplo enviado do doutoramento "honoris causa" do motociclista italiano Valentino Rossi.
Caro "Paisano":Como diz, e bem, estamos num país de "treinadores de bancada" que opinam sobre tudo e sobre todos. Eu próprio, nem sempre consigo subtrair-me a esse fascínio como se viu quando debitei opiniões injustas sobre Stevie Wonder e "Sir" Alex Ferguson. Enfim, idiossincrasias latinas!
Rui, muitos parabéns, isso de assumir os próprios erros, assim na boa, só demonstra sabedoria, que é uma coisa que outros autores do blogue não têm.
Eu não quero ser mauzinho, já te dei os parabéns, bem merecidos, mas também te vou dizer que entre um post e outro, tiveste bastante tempo para pensar sobre o que irias dizer sobre o Stevie Wonder. Mas pronto, estás desculpado.
Vou-te dizer mais, não entres nesses elitismos parolos, não julgues as pessoas tão rápidamente e nem dês tanta importância aos gajos que têm a mania que são doutorados, porque há muitos milhares de portugueses que fazem doutoramentos, para nem falar no mundo todo, que devem ser milhões. Isso de dar muita importância aos doutorados é uma coisa de parolos, de quem fica espantado com nada. Stevie Wonder só há um, que é muito bom, não como essa cambada de desconhecido que se deslumbram com um titulozeco. Experimenta o Natural Wonder (live), é muito bom para começares. E não me venhas com essas boquinhas de que não estás a par da música contemporânea, que parece que estás a ser snob e a dizer que só sabes de clássica, que se é isso, mais uma vez estás a ser parolo porque há excelente música feita por excelentes pessoas, que não tem nada que ver com esses ratos de orquestra, mais uns estudiosozitos.
Até logo, e mais uma vez: parabéns!
luis
Tenho sempre dúvidas quanto a estes dutoramentos honoris causa. Não sei muito bem quais os critérios que devem ser seguidos para a sua atribuição. Por um lado, os doutoramentos honoris causa que surgem na comunicação social costumam ser outorgados a pessoas que não têm um doutoramento. Por outro lado, aqueles a que assisti foram para professores com doutoramento, carreira académica estabelecida e altamente prestigiada e frequentemente em fim de carreira.
Da forma como os vejo, os doutoramentos honoris causa deveriam ser para pessoas cujo trabalho tenha algum tipo de relevância científica. É por isso que não compreendo como podem ser dados a pessoas só pelos seus sucessos. Para sucessos dissecados, sim senhor, compreendo a relevância. Para sucessos que se devem a muito trabalho ou a segredos, nãose compreende.
Note-se que Mourinho terá, certamente, métodos bastante científicos de trabalhar. Mas não os revela. A sua famosa "bíblia", que leva para todo o lado e que é a base do seu trabalho, nunca irá ser publicada, segundo palavras do próprio. Isto é a antítese do doutoramento. É a sonegação de informação à sociedade. E só o sucesso não basta, caso contrário, qualquer pessoa que fosse bem sucedida no que faz (um empregado de mesa, um sapateiro ou um engenheiro, por exemplo) mereceriam tal mérito.
A entrega do doutoramento honoris causa a José Mourinho só me parece ter lógica à luz de uma jogada de marketing. A FMH quer trazer atenção às ciências do desporto, o que é lógico, e tal cerimónia consegue-o. Mas pergunto-me se alguém como Moniz Pereira, com uma carreira de décadas e com manuais publicados, não mereceu o seu muito mais.
E Alex Ferguson não é boa comparação, não por uma questão de sucessos, mas por uma questão de títulos. A Rainha de Inglaterra não perguntou a nenhum cientista se deveria atribuir o título de "sir". É apenas e só uma decisão dela devido aos méritos da pessoa em trazer prestígio ao país (no caso, ao reino). O título de "sir" seria, no máximo, equivalente a uma qualquer comenda da ordem do infante. É reconhecido pelo próprio país, é só. Um título honoris causa tem outro peso específico.
Já agora, a comparação com Stevie Wonder só me parece errada por eu ver Stevie Wonder como muito mais merecedor. Ao menos publicou o seu trabalho.
Já agora, essa afirmação de Einstein deverá ter sido proferida em inglês, porque no seu alemão materno, a coisa não fnciona. Sucesso ("Erfolg" vem mesmo depois de trabalho ("Arbeit"). Isto, sublinho, se for sequer de Einstein, o que duvido. Uma pesquisa no google parece só levar a sites de citações inspiracionais, o que leva a entender que será uma citação apócrifa. E não "sabe" a Einstein.
Caro anónimo: Em linguagem futebolística, eu diria que me está a fazer uma marcação cerrada... que eu agradeço por me proporcionar fazer uma "exame de consciência" sobre o que escrevi. Daí me agradar sempre o "feedback" que me chega dos leitores aos meus post's. Assim, quando confessei não estar a par da música contemporânea não me perpassou pela cabeça, sequer, querer armar-me em melómano. Não, não sou um melómano! A minha "ileteracia musical" (embora goste de música em termos de normalidade!) julgo ficar a devê-la aos meus tempos de aluno liceal do então chamado canto coral, em que não nos era proporcionado o gosto pela música pela audição de peças musicais eruditas ou populares (espero não estar a cometer nenhuma heresia na classificação que faço). A minha falta de ouvido musical fazia com que eu desafinasse quanto cantávamos em coro, aliás que a isso se resumiam as aulas. Não poucas vezes, o professor cujo fácies tinha uma certa parecença simiesca, quando desconfiava que a desafinação era propositada, agarrava o pobre aluno (12-13 anos)pelos ombros, abanando-o, como se dele quisesse fazer um "cocktail", e acompanhando-o à porta da sala de aula para o expulsar, berrando em voz nada maviosa:"Põe-te na rua"! Aí toda a turma não desafinava, gritando em uníssono: "Macaco, larga a banana"!!! Vou seguir o seu conselho, e experimentar o Natural Wonder. Prometo.
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