quarta-feira, 11 de março de 2009

Contra o acordo ortográfico

Pessoas como o Miguel, que pensa que as razões contra o acordo ortográfico são só de cariz xenófobo, por parte de portugueses, terão dificuldade em explicar o artigo "Noia", de Ricardo Freire, um brasileiro que também se opõe ao acordo.

Muitas pessoas opõem-se ao acordo ortográfico por pensarem que as línguas devem ser deixadas a quem as usa, em vez de serem artificialmente controladas por via legislativa. Na verdade, há razões para pensar que a liberdade linguística enriquece a língua, ao passo que o controlo legislativo a fecha num atavismo sem futuro. De modo que o argumento de fazer um acordo para dar mais força internacional à língua soa aos meus ouvidos a mentira política.

Entretanto, continua aberta uma petição contra o acordo ortográfico:
http://www.ipetitions.com/petition/manifestolinguaportuguesa/

5 comentários:

Anónimo disse...

O acordo ortográfico é completamente contra-natura, uma vez que os dois idiomas estão em rota divergente; o português (idioma e pessoa) é essencialmente conservador e aceita neologismos muito lentamente, enquanto o brasileiro é dinâmico e incorpora novos vocábulos constantemente. A própria construção das frases é diferente — não que haja uma certa e outra errada, mesmo do ponto de vista do português "clássico", mas porque os brasileiros preferem outro tipo de estrutura.
O acordo é o resultado de interesses vários, que não são certamente os dos utilizadores.
PS — o link para a petição não funciona.

Vitor Guerreiro disse...

o raio do link está inoperacional.

Bastava simplesmente ignorar o acordo. Que é o que vou fazer. Era o que mais faltava. Já seria imoral gajos que sabem escrever a dizer-me como escrever. Agora tenho de aturar peidos velhos que nem escrever sabem a dizer-me como hei-de escrever.

Anónimo disse...

Não comungo do vosso libertismo linguístico. Há a preservação de um lugar comum. Ora, o acordo, bem ou mal - não é isso que se discute - preserva e não impede a evolução. As regras metodológicas e o rigor conceptual não restringem a evolução científica e a adequação conceptual às novas descobertas. O que "é" abre possibilidades futuras de ser. A legislação não impede o uso criativo da linguagem. Nenhum decreto impede o romance nem a poesia. Por estes motivos, não concordo com a ideia de que a legislação «a fecha num atavismo sem futuro».

Desidério Murcho disse...

Obrigado, já corrigi a ligação.

PA disse...

Tomei a liberdade de criar um autocolante alusivo ao tema. Usem e abusem!

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