domingo, 29 de abril de 2007
O que é um argumento?
Um argumento é um conjunto de afirmações encadeadas de tal forma que se pretende que uma delas, a que chamamos a conclusão, seja apoiada pela outra ou outras, a que chamamos a premissa ou premissas. Um argumento só pode ter uma conclusão, mas pode ter uma ou mais premissas. A diferença mais importante entre um argumento e um raciocínio é que num argumento pretendemos persuadir alguém de que a conclusão é verdadeira, ao passo que num raciocínio queremos apenas saber se uma determinada conclusão se segue ou não de um determinado conjunto de afirmações.
Ao passo que as afirmações que usamos nos argumentos são verdadeiras ou falsas, os argumentos não podem ser verdadeiros nem falsos, pois não são afirmações, mas sim conjuntos de afirmações. As pessoas são morenas ou louras, mas os conjuntos de pessoas não são morenos nem louros. Quando os argumentos têm uma certa estrutura, ganham uma propriedade deveras interessante: torna-se impossível, ou altamente improvável, que as suas premissas sejam verdadeiras e a sua conclusão falsa. Nesse caso, dizemos que o argumento é válido — o termo é aqui usado não no sentido popular de “valioso” nem “interessante”, mas no sentido muito preciso indicado.
Nos argumentos válidos é impossível ou altamente improvável que as suas premissas sejam verdadeiras e a sua conclusão falsa. Repare-se que apenas se exige que seja impossível ter premissas verdadeiras e conclusão falsa para que um argumento seja válido. Mas um argumento pode ser válido e ter conclusão falsa — desde que tenha pelo menos uma premissa falsa. Por isso, a validade é uma condição necessária da argumentação cogente, mas não suficiente. Noutro artigo veremos quais são as outras duas condições necessárias para que um argumento ser cogente, além da validade. Para já, é tempo de dar um exemplo de um argumento válido muito simples:
Se a vida faz sentido, Deus existe.
A vida faz sentido.
Logo, Deus existe.
Este argumento é válido. O que significa que mesmo sem saber se as premissas são verdadeiras ou não, sabemos isto: que se as premissas forem verdadeiras, a conclusão também o será. Mas será um bom argumento? É o que veremos noutro artigo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA
A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
«Na casa defronte de mim e dos meus sonhos» é o primeiro verso do poema de Álvaro de Campos objecto de questionamento na prova de Exame de P...
15 comentários:
Caro Desi
Lamento, mas não consigo perceber o teor correcto do primeiro período do segundo parágrafo. Podes reformular?
Um Abraço
Olá, Fernando
É muito comum fazer-se o erro de dizer que um argumento é verdadeiro ou falso. Isto mostra logo que a pessoa não sabe bem do que está a falar. A confusão é provocada pelo facto de os argumentos serem compostos por afirmações. Por exemplo:
A Luísa e a Francisca são inteligentes.
Logo, A Luísa é inteligente.
Neste argumento temos uma afirmação, como premissa, e outra como conclusão. Tanto a premissa como a conclusão podem ser verdadeiras ou falsas. Mas o argumento em si não pode ser verdadeiro nem falso -- pode é ser válido ou inválido.
Nos silogismos,uma das coisas mais importantes a se fazer é perguntar de onde vieram as premissas.Vieram de revelações ou de iluminações intelectuais?Ou vieram de modo empírico,pela indução?É através das premissas que as crenças metafísicas insinuam-se no pensamento filosófico.O encadeamento lógico subseqüente apenas dá aparência de racionalidade às mesmas.
Caro Desidério
Já perto do final do seu texto, introduz uma distinção que quase desapareceu dos manuais de filosofia e que não aparece em alguns livros de referência, e que carece de maior desenvolvimento: a diferença entre raciocínio e argumento.
Segundo as definições que utilizou, será possível dizer que quando estamos apenas perante uma estrutura formal válida estamos perante um raciocínio e que essa estrutura, uma vez convertida em linguagem natural de torna num argumento, já que, embora formalmente válida, a aceitação da conclusão também depende da aceitação das permissas?
Num outro post introduziu uma outra diferença: argumentação formal e informal. Que filósofos considera serem teóricos de referência da argumentação informal?
Maria Rodrigues
Obrigado a todos, pelos esclarecimentos adicionais.
Caro Desidério,
Estou baralhado em relação aos paradoxos. Estamos num paradoxo quando chegamos a conclusões inaceitáveis ou contraditórias. Um argumento que nos faz cair num paradoxo é válido ou não? Ou é válido mas não é um bom argumento?
Obrigado,
Fernando Dias
Um outro problema que tenho chama-se dilema. Entre 2 argumentos aparentemente contraditórios, que me parecem igualmente bons, fico numa situação insustentável de indecidibilidade.
Fernando Dias
sou irmão do antonio
me ajudou muito ess pesquisa estou grata a atençao e preocuoaçao para quem precisa recisou ou vai precisar usar essa pagina....
eu ñ entendo nada de argumento,pode explimas mas pra mi poder entender melhor
sera que podia ser mas claro?
crreio que foi muinto bom esses argumentos foi muintos clarro com definiçoes kkk
poderria ser mai claro mas assim esta otimo para min esta bom fico grata com as respostas
eu queria um argumento sobre o texto as cores do arco-iris
vcs podem me ajudar ? pufavor
Um texto mais claro, por favor. Seja claro e direto. Poderia começar com uma introdução menos confusa.
Obrigada ;) estou a procura de uma definição clara
Enviar um comentário