sexta-feira, 8 de abril de 2011

Será a avaliação docente a panaceia para todos os males do ensino?

“Temos como futuro o esquecimento” (Jorge Luís Borges, 1889-1986).

Não me pesa na consciência qualquer espécie de conivência com o estado caótico a que chegou o nosso ensino. Tenho o aval da publicação de dois livros da minha autoria: “Do Caos à Ordem dos Professores” (2004) e “O Leito de Procusto : Crónicas Sobre o Sistema Educativo” (2005). Ou seja, enjeito a responsabilidade pessoal de um futuro de esquecimento.

Perante a série de asneiras que se foram cometendo, ao longo dos anos, não se esgota, de forma alguma, a melhoria do ensino nacional com um processo de avaliação docente por melhor que ele seja, porque condicionado à própria imperfeição humana. Comecemos por abordar, ainda que brevemente, o caso das ordens profissionais, tomando por paradigma a Ordem dos Engenheiros. Suponhamos a inexistência da supracitada associação de direito público. Neste caso, teríamos Sócrates reconhecido oficialmente como licenciado em engenharia e outros “licenciados” do género pela Universidade Independente, a exemplo de uma padaria que fabricasse e vendesse pão roubado no seu peso e queimado na sua cozedura, a fazer autorizada concorrência com uma padaria honesta no peso e na qualidade das fornadas da respectiva produção.

Mas o governo, e ele bem sabe por que o fez, não se deixou vencer na sua campanha em defender diplomas de má qualidade. Não conseguindo que fosse retirada à Ordem dos Engenheiros (e a outras existentes na altura) a creditação dos cursos que lhe dão acesso logo retirou essa prerrogativa a novas ordens profissionais tornando-as servas de cursos criados sem rei nem roque, mormente, no ensino privado com destino à docência. Pois é isto que acontece com a água benta de um permissivo estatuto de carreira docente única que, em igualdade de direitos e desigualdade de devere, dá acesso a todo o indivíduo que se apresente perante o Ministério da Educação com um certificado de habilitações, quer tenha sido passado por estabelecimento de ensino de crédito firmado ou por uma escola privada de vão de escada. Mais grave do que isso: dando iguais direitos a quem se habilitou arduamente para a docência relativamente a diplomas que deviam servir, quando muito, para pendurar na parede em satisfação do ego dos respectivos portadores. Para além disso, beneficiaram de uma situação de complemento de habilitações permitida por lei, é justo dizê-lo, uns tantos dirigentes sindicais que se souberam aviar em terra antes de irem para o mar calmo de uma remota docência onde os espera o topo da carreira docente.

Para este statu quo de nada valeu a revolta gerada no próprio seio estudantil por a voz da razão ter sido abafada pela vozearia de um vergonhoso oportunismo. Ou porque, como escreveu Eça, “os estudantes, geralmente, têm a revolta muito fácil, mas muito curta; e desde que os barulhos são feitos unicamente por estudantes, a ordem renasce de repente, quando uma madrugada eles se sentem esfalfados de tanto berro e de tanto encontrão, e recolhem-se a casa para mudar de roupa e de entusiasmo”. Disso mesmo dou conta com esta transcrição de jornal que relata uma Assembleia Magna da Universidade de Coimbra, com a finalidade de defender “a qualidade do ensino superior” perante a possibilidade dos licenciados pelas Escolas Superiores de Educação poderem vir a leccionar no 3.º ciclo do ensino básico em concorrência desleal com os licenciados por universidades, a exemplo do já acontecido na docência do 2.º ciclo. Reza essa notícia do jornal:”Nós [universitários] suamos mais e trabalhamos mais do que os do Politécnico. ‘Setenta por cento marxista’, Cristina, originária de Bragança, estudante da Faculdade de Ciências e Tecnologia, subiu anteontem à noite ao palanque da Assembleia Magna da Associação Académica de Coimbra (AAC), dissertou sobre as túnicas de Cristo e, às tantas, a propósito da alteração á Lei de Bases do Sistema Educativo, conseguiu arrancar a primeira chuva de aplausos da sessão ” (“Público”, 01/11/96).

Por entender, em concordância com Miguel Torga, que “maldito seja quem se nega aos seus nas horas apertadas”, e por ser na altura assistente de uma das Faculdades da Universidade de Coimbra, solicitei autorização para estar presente na referida assembleia tendo-me ela sido concedida, embora (como é natural) sem direito a voto. Dessa minha presença, transcrevo da já referida notícia: “Inédita, em assembleias magnas, foi a intervenção de um sindicalista, Rui Baptista, presidente da Assembleia Geral do Sindicato Nacional dos Professores Licenciados, solidarizou-se com as causas dos universitários e alertou para o facto de, hoje em dia, ‘toda a gente’ querer ir para o 3.º ciclo e o 1.º ciclo estar a ficar ‘sem professores’. O alerta coincidiu com uma das conclusões do parecer que a AAC vai enviar à Comissão parlamentar de Educação no sentido de se elaborar um estudo que averigúe as necessidades do país em matéria de professores nos próximos 10 a 15 anos. Um primeiro passo à procura do consenso perdido.” Ou seja um “primeiro passo” perdido nos corredores dos “Passos Perdidos” que, mais tarde, não viabilizou a criação de uma Ordem dos Professores que se pudesse responsabilizar por uma sólida formação académica dos respectivos associados. E isto é tanto mais estranho porquanto, em 1977, o extinto semanário “Independente”,noticiava que “a estratégia de Marçal Grilo [então ministro da Educação, como se sabe] passa por colocar as ordens profissionais na linha de fogo às loucuras do mundo académico”. Interroguei-me numa comunicação feita no decurso do “1.º Forum Pensar a Educação” (16,17 de Outubro de 97), intitulada “A Ordem dos Professores e as loucuras do Mundo Académico”: “Por isso, a que título a excepção dos professores licenciados continuarem escravizados a uma desordem profissional e na retaguarda ‘da linha de fogo às loucuras do mundo académico’”?

Desta forma, continua a docência a dar guarida a diplomas de vão de escada, a avaliar todos os professores como se tratassem de gémeos monozigóticos possuidores do mesmo genoma permitindo até que determinados graus de ensino básico pudessem ser da pertença de formações académicas diferenciadas, numa disputa quase fratricida, com o silenciamento do grito de alma da universitária de Coimbra que repiso: “Nós [universitários] suamos mais e trabalhamos mais do que os do Politécnico”.

Sou obrigado a reconhecer (até porque chamada a minha atenção para esse facto por comentários feitos ao meu anterior post, "A POLÉMICA SOBRE A AVALIAÇÃO DOCENTE") que a avaliação dos professores, por si só, não está capacitada para resolver os graves problemas de que enferma o nosso ensino em que uma prova de acesso à docência é rejeitada por sindicatos nacionais, pese embora estar fora da alçada da respectiva competência por não se tratar de uma questão salarial ou de horário de trabalho. A grave enfermidade de que padece o ensino em Portugal, provocada, por vezes, por detractores do saber científico e mezinhas de curandeiros da pedagogia, carece urgentemente de um tratamento de choque que passe por uma prova de acesso à docência, uma avaliação séria e a sério dos docentes não devendo a criação de uma Ordem dos Professores ser amputada de se constituir o garante da qualidade académica e profissional dos diplomas dos seus associados não assumindo, com isso, a responsabilidade dos actos de uma profissão declaradamente de interesse público que não pode estar escravizada a exigentes e destemperadas acções reivindicativas sindicais. No uso de uma expressão popular, “cada macaco no seu galho”!

Na imagem: Panaceia, Deusa da Cura, na mitologia grega.

10 comentários:

Anónimo disse...

"A grave enfermidade de que padece o ensino em Portugal, provocada, por vezes, por detractores do saber científico e mezinhas de curandeiros da pedagogia, carece urgentemente de um tratamento de choque que passe por uma prova de acesso à docência, uma avaliação séria e a sério dos docentes"


Esta frase resume quase inapelavelmente o erro maior quando se quer averiguar qual é o grande problema da educação em Portugal. Continua a insistir-se doentiamente e sem nexo nenhum demasiado na avaliação dos docentes, quando é certo que esta só iria melhorar residualmente os resultados dos alunos. Se for para retirar os 5% de maus professores, até aceitaria, agora este lixo legislativo é que não.
É preciso é orientar a atenção nestes 3 aspectos, esses sim fundamentais: indisciplina e autoridade, currículo e avaliação dos alunos.
Tudo o resto são cantilenas pouco rigorosas e vacuidades intelectuais.
Veja-se que os países que estão no topo do PISA, quase nenhum deles tem uma avaliação docente.
Só concordo com este texto na parte que toca na entrada na profissão. E mesmo aí, tudo depende qual a prova necessária. É que falando por experiência própria, quando me candidatei à Ordem dos Engenheiros e por ter uma licenciatura fora da lista dos colégios, fiz uma prova de acesso ridícula (do ponto de vista dos conteúdos e do grau exagerado de dificuldade). Quase todos reprovaram, apenas por questões de "propriedade intelectual" dos corpos dirigentes. Para proteger os engenheiros das escolas de engenharia tradicionais, para proteger as cúpulas corporativas digo eu


António Silva

Anónimo disse...

Avaliar os docentes
é questão não discutível,
apurando-se o seu nível
por pessoas competentes!

JCN

Rui Baptista disse...

Caro António Silva:

Antes de mais, agradeço o seu comentário. Pena tenho, todavia, de a citação que faz de uma frase minha esteja incompleta. Sei, ou deduzo apenas, não ter havido nenhuma intenção nessa amputação.

Mas passo adiante. Várias vezes, indaguei publicamente o ministério da Educação, os sindicatos docentes ou quem estivesse habilitado para me responderem sobre a percentagem de docentes que foram avaliados com más classificações . Debalde!

Diz-me, o prezado António Silva, que se fosse para “retirar 5% dos maus professores” (apenas uma previsão sua que continua a deixar sem resposta a verdadeira percentagem de “maus professores”) concordaria com essa avaliação. Antes de prosseguir, declaro que sempre estive contra a permissividade da antiga avaliação dos professores (como posso provar documentalmente) ao permitir que a subida de escalão dependesse apenas do número de anos de permanência do docente no escalão anterior.

Também estou contra a avaliação derrogada há dias na Assembleia da República por ser escandalosamente, repito, escandalosamente, burocrática retirando os professores da sua verdadeira função de ensinar. Desta minha posição pode certificar-se, imediatamente, pela imagem que encima o meu post,publicado neste blogue, “A polémica sobre a avaliação docente” (06/04/2011), pela respectiva leitura e pelo grande número de comentários recebidos e por mim respondidos (21) como é meu hábito pelo valor que reconheço a uma troca de opiniões sobre a concordância ou discordância sobre aquilo que subscrevo.

Quanto aos países que estão no topo do PISA, como escreve, “quase nenhum deles ter avaliação”, a avaliação dos respectivos professores é feita, quase diria automaticamente, pelos excelentes resultados dos respectivos alunos.

Felizmente, há o “soberaníssimo bom senso”, reclamado por Antero, de ambos defendermos um prova de acesso à profissão. E digo das minhas razões: seria uma forma de evitar que um diplomado saído de uma escola permissiva nas elevadas classificações atribuídas e um outro diplomado por uma escola de grande exigência no aspecto avaliativo fosse preterido por aquele apenas por um valor a menos.

Chegamos finalmente às ordens profissionais, mais concretamente à sua experiência pessoal com a Ordem dos Engenheiros. Não estando de posse de dados concretos que encorporem a sua queixa, socorro-me da "vox populi": “Não há bela sem senão!”

Finalmente, fazendo eu fé na sabedoria popular “de quem não se sente não é filho de boa gente”, e mesmo querendo eu fazer um esforço em não considerar que esta frase me foi dirigida, por ser eu o autor do texto que mereceu uma crítica dura da sua parte, “tudo o resto são cantilenas pouco rigorosas e vacuidades intelectual”, não posso deixar de acusar a inconsistência da acusação que, na aparência, por si me foi feita.

Mas os possíveis leitores do seu e do meu comentário melhor ajuizarão as nossas razões por ser difícil ser isento no julgamento de causas próprias.

“Sans rancune”, cordiais cumprimentos.

Rui Baptista disse...

Prezado Doutor JCN: A vossa quadra sintetiza de forma perfeita a necessidade de uma "avaliação feita por pessoas competentes".

Cordiais saudações.

Rui Baptista disse...

Rectificação: Na penúltima linha do 2.º § do meu comentário (17:14), rectifico responderem. Responder é a foma correcta.

Anónimo disse...

Caro Rui Baptista, só um pormenor: relativamente às vacuidades intelectuais eu não mencionei o seu nome nem sequer me referia a si em particular.Se entendeu assim, peço que retire essa parte do meu comentário. Essas são dirigidas a tanta gente com vox nos mass media que se dedica a essas vacuidades. Apenas usei essa frase para mostrar qual o caminho sem rumo que se decidiu tomar para resolver os problemas da Educação.
Estou fartinho da silva(sem relação ao comentador Fartinho) da exagerada verborreia sem nexo de tanta gente que, como eu, está fora mas que julga que percebe do assunto, a exigir uma avaliação como se essa fosse o mal maior do ensino. Não é. Eu não sou professor e a minha ligação ao ensino é apenas relativa aos empregados que vêem trabalhar na empresa onde estou ou a alguns estagiários de cursos profissionais. E a verdade é que cada vez mais surgem jovens com pouca ou nenhuma disciplina, desrespeitam a autoridade( e presumo que a personalidade foi adquirida a montante) e têm falhas enormes em executar tarefas, até a manipular uma simples máquina de fresagem, que hoje em dia são quase "idiot-free" para evitar acidentes. Por isso, por muito bom que seja um professor, aquelas falhas não são de "ensinagem", são de aprendizagem, indolência, indisciplina e má formação e facilitismo.Se eles são assim em ambiente empresarial com vários adultos, imagino o que serão numa sala de aula. Isto tem que mudar, porque esta gente nem para varrer ruas serve. Infelizmente.

António Silva

Rui Baptista disse...

Meu Caro António Silva:

Em boa verdade, se reparou, e reparou com certeza, eu salvaguardei o facto de a frase a que aludi não tivesse sido atribuída à minha pessoa. Apenas por entender não a merecer totalmente por o meu post não ter pretensões de tese académica. Nem por sombras!

Ultrapassado este pequeno “quid pro quo” que a maneira correcta como temos dirigido os nossos comentários não consente (ou devia consentir, e de que relevo uma possível culpa pessoal minha ), fala-me da pouca educação dos jovens que lhes chegam às mãos. São essas “adoráveis criancinhas” que os professores (pau para toda a obra, segundo as “cabeças pensantes” do ministério da Educação) têm que aturar no seu dia-a-dia seja no 1.º ciclo do básico (antigo ensino primário) seja nos próprios muros universitários.

Se procurarmos a génese deste estado de coisas, encontramos na própria sociedade actual, ou seja na forma como ela está estruturada, possíveis causas: a família passou a não ter tempo para dedicar convenientemente à educação dos filhos, a televisão serve de companhia a essas crianças enquanto os pais (pai e mãe estafados de um dia de trabalho) não chegam a casa. E isto para já não falar na crise económica que transforma os pais numa pilha de nervos perante a possibilidade de um desemprego mais ou menos previsível ou de um magro vencimento que mal chega para as despesas primárias.

Mas não atiremos para a família todas as culpas. Todos nós conhecemos casos de alunos que se portam como selvagens (não aqueles “bons selvagens” de que nos fala Rousseau) com determinados professores e com cordialidade perante outros. Este facto deve-nos levar a pensar os motivos destes comportamentos diferentes por parte de um mesmo aluno.

Sem me querer alongar, vejo no seu comentário o fermento para uma discussão de natureza psicológica e sociológica que deve ser abordado por quem sabe do assunto pela sua preparação específica académica e profissional. Agora, sim, sou eu próprio a reconhecer ter esta minha intervenção uma certa vacuidade, aquela vacuidade do sapateiro que vai além da chinela. Mas que é desculpável por se tratar de um simples comentário a merecer uma intervenção de especialistas.

Cumprimentos amistosos.

Anónimo disse...

Só uma achega, a propósito de comportamentos. Para se ver a falácia deste comentário, em que , subrepticiamente, se faz pensar que se alunos se portam bem com uns e mal com outros, é assim por estes serem maus professores, eu conto uma pequena estória, passada há quase trinta anos, nos inícios destes devarios educativos.

Perante uma turma verdadeiramente insuportável a DT questiona a razão de se portarem bem com a profª de Ed Musical, a resposta veio pronta: " ... Ela é graaandee!".

Em vez de tanto tempo inútil usado para a avaliação, deixem-nos ensinar, deem-nos tempo para ler e estudar, para ir a congressos ( que quase desapareceram) para ir a espectáculos, para conviver.

Estou tão farta de ser tratada como manga de alpaca parasita da sociedade!

Rui Baptista disse...

Caro anónimo:

Embora só hoje tenha tomado conhecimento do seu comentário não quis deixar de o agradecer e, simultaneamente, mostrar a minha discordância. E digo porquê!

Segundo depreendi ( e qualquer pessoa que o tenha lido assim o depreenderá, julgo eu), o meu último comentário foi havido por si como uma falácia (isto é, toda a inferência errónea, não válida). Cito:o:

"Para se ver a falácia deste comentário, em que , subrepticiamente, se faz pensar que se alunos se portam bem com uns e mal com outros, é assim por estes serem maus professores, eu conto uma pequena estória, passada há quase trinta anos, nos inícios destes devarios educativos".

A “pequena história” é esta:"Diante uma turma verdadeiramente insuportável a DT questiona a razão de se portarem bem com a profª de Ed Musical, a resposta veio pronta: " ... Ela é graaandee!".

Fiquei um bocado baralhado, confesso. Porquê? Salvo melhor opinião, o exemplo por si apresentado contraria o facto de haver uma falácia. Melhor: o exemplo apresentado confirma, insofismavelmente, que o comportamento do aluno está intimamente relacionado com o comportamento do docente.

Estarei equivocado?

Quanto ao processo esquizofrénico da avaliação que prejudica os docentes,logo, o próprio ensino , transformando-os em verdadeiros "mangas-de-alpaca" estamos ambos de acordo, a ponto de ter sido por si citado esta expressão por mim anteriormente utilizada, embora caída em desuso por os guarda-livros serem hoje contabilistas sentados em frente dos computadores sem roçar pelas mesas as mangas dos casacos ou das camisas...

Anónimo disse...

Caro Rui Baptista:
A estória pretendia salientar que, pelo facto de terem demolido toda a nossa autoridade, aquela colega, apesar de não ser particularmente trabalhadora, nem atenta aos alunos, aliás "a vida dela não era aquela", graças apenas aos seus 27 cm a mais, conseguia por a turma "em sentido".

Cumprimentos,

Ivone Ferreira

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