segunda-feira, 11 de abril de 2011

A Ordem dos Engenheiros Técnicos de Engenharia na Assembleia da República

“Em poucas horas, a mata-cavalos, fizeram a jornada de um dia” (Aquilino Ribeiro, 1885-1963).

Conforme nos é descrito exaustivamente no post aqui hoje publicado, “E a Ordem dos Engenheiros Técnicos nasceu na sessão final do Parlamento…”, em transcrição de um artigo de opinião saído no Público (10/04/2011), da autoria de José Ferreira Gomes, o que mais importa mesmo a um governo em agonia, no último dia de legislatura, e em vésperas de disputar novas eleições (mais uma pipa de massa a sair dos bolsos dos contribuintes em que “o acto de tributar é idêntico ao depenar de um ganso, procurando obter o maior número de penas com a menor gritaria”, como escreveu Jean-Baptiste Colbert), é dar uns açoites nos dirigentes da Ordem dos Engenheiros por terem tido a insolência de não permitir a inscrição de José Sócrates que bateu em vão à respectiva porta fazendo-se anunciar como portador de uma licenciatura em Engenharia por uma desacreditada Universidade Independente! Vai daí é criada na sessão derradeira do Plenário da Assembleia da República, por proposta do Partido Socialista, e, acrescente-se, com o voto favorável de todos os partidos com assento parlamentar, a Ordem de Engenheiros Técnicos.

Em abono da verdade se diga que a criação desta ordem profissional nada tem de inédito por surgir na senda de outras associações de direito público criadas tempos atrás sem a exigência dos seus associados terem uma licenciatura universitária pré-Bolonha, como era uso até então, caso da Ordem dos Enfermeiros e da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. Ou seja, o que está verdadeiramente em causa não é a criação da Ordem dos Engenheiros Técnicos, que passou a ter a legitimidade do precedente das duas ordens profissionais supracitadas. Já o mesmo não se pode dizer da falta de oportunidade de ter ela sido criada apressadamente como quem vai livrar o pai das forca, como soe dizer-se.

Ou seja, como se fosse a coisa mais importante para o País e o bem-estar dos seus cidadãos. É obra! Ou melhor, seria obra desculpável num parlamento em que, em frase de Proudhon, “se falasse como Cícero e se pensasse como Mr. de La Palisse”!

19 comentários:

tempus fugit à pressa disse...

E se falasse como Plínio?

NÃO HÁ DÚVIDA QUE UMA TERRA QUE SAIBA A PERFUME DARÁ SEMPRE A MELHOR

COLHEITA

PROCUREM TAL ODOR NO FIM DO ARCO-ÍRIS ONDE A TERRA EXALA O SEU BAFO DIVINO DE UMA INCOMPATÍVEL DOÇURA QUE ELA CONCEBEU DO SOL

PERCEBIDO?
ÑAH......

então explico num país onde se preferem as verdades cozinhadas às verdades cruas

sedes terríveis de dinheiro e poder nascem de tal alimentação

criam-se poderes dentro do estado
e dos institutos do estado

criam-se torneiras que deixam verter poder em gotas

NÓS QUE SOMOS A ORDEM DO KAOS

NÃO PERMITIMOS O KAOS NA ORDEM?

Anónimo disse...

Enfim, é Portugal no seu melhor... ou pior...
Dependendo do ponto de vista...
Só pergunto uma coisa: como é que alguém podia pensar que Portugal conseguiria sozinho enfrentar os seus problemas de financiamento.
Realmente, tem que ser mesmo o FMI...
Eu acho é que eles não sabem onde se vêm meter...

Anónimo disse...

Ordem dos Professores? Qual quê?
Ordem dos Engenheiros Técnicos é que era mesmo precisa...

Anónimo disse...

Este é um caso que ilustra na perfeição o porquê da permanência de 230 "eleitos pelo povo" na assembleia. Imaginem só o que seria se fossem apenas 180! Estes últimos dias foram uma verdadeira azáfama na casa da democracia que justifica, não a tão falada redução de deputados, mas sim o seu incremento para 300!! Tudo se resolve com uma alteraçãozita à constituição.

Anónimo disse...

~Converteu-se o parlamento
numa grande fantochada,
sendo por isso o momento
de o correr... à tomatada!

JCN

Andre ZC disse...

Muito bom, gostei de ler. Obrigado.

باز راس الوهابية وفتواه في جواز الصمعولة اليهود. اار الازعيم-O FLUVIÁRIO NO DESERTO disse...

mais ordem que limita o poder a quem já lá está

ou menos ordem é igual

grupos de pressão para meter os nossos em tal ou tal cargo

sempre existirão

atão na Unibersidade de Coimbra nem se fala

embora hoje em dia seja menor
há mais concorrência

Anónimo disse...

Nem tudo que tem o nome
de nobre... nobreza tem:
no mundo não falta quem
por falso nobre se tome!

JCN

Anónimo disse...

A nobreza a um passo está
da baixeza mais horrenda,
alterando-se a fazenda
da noite para a manhã!

JCN

Rui Baptista disse...

Agradecendo desde já os comentários a este meu post, ainda hoje publicarei um novo post, intitulado "Para memória futura: a Ordem dos Professores", para tentar clarificar alguns aspectos que subjazem, nos bastidores governamentais e sindicais, na oposição sistemática e estranha (muito estranha mesmo!) à criação de uma Ordem dos Professores posta no gueto das coisas indesejáveis.

Agostinho disse...

As Ordens servem para quê?
Será para por na ordem os respetivos profissionais, não?
Então os engenheiros técnicos não tinham direito a constituir a sua Ordem?
Acho que mais do que um direito é um dever.
Todos os grupos profissionais deveriam poder organizar-se em Ordens.
Se e País tivesse todos seus cidadão integrados em Ordens, portanto em ordem os problemas nem sequer tinham começado. Sem Ordens não há ordem, está visto.
A começar pelos senhores deputados, que não têm ordem nenhuma. O que se passou, pela descrição que nos é feita, é que não estavam nada organizados e acabaram a fazer aquilo que não queriam. Ou então não estavam lá a fazer nada - falta de ordem.
Estes já não têm tempo, tiraram-lhes o tempo, mas na próxima legislatura, os que vierem a ser eleitos deverão, por imperativo nacional,cumprir o designio de criar as Ordens necessárias, a começar pela Ordem dos deputados.
Cada um a fazer a sua redaçãozinha. São 230 não são. Numa legislatura põe-se o país em ordem!
Sim senhores, se o país lhes paga, então que façam alguma coisa.
Não venham dizer que aprovaram sem querer a Ordem dos Engenheiros Técnicos.
São mesmo engraçados, aprovaram sem querer.
Que grande anedota!!!

Jac Doming

Anónimo disse...

A graça quando é forçada
não só deixa de ser graça
como sobretudo passa
a carecer de piada!

JCN

Rui Baptista disse...

Meu caro Agostinho:

Se reparou, e reparou certamente, eu não pus em causa a criação da Ordem dos Engenheiros Técnicos. Apenas pus em causa a pressa com que ela foi criada como se se tratasse de um assunto de elevado interesse nacional ou mesmo de sobrevivência de uma pátria moribunda.

Mas se eu quisesse, porventura, levantar objecções poderia ter posto em causa o facto do não cumprimento do preceito de para cada actividade profissional só poder haver uma ordem. Ou será que os engenheiros e os engenheiros técnicos não exercem, ambos, actos de engenharia? De resto, a ordem dos deputados é uma óptima ideia sua por ter deixado de ser, por vezes, um serviço à “res publica”para ser um profissão bastante desejável e rendível. Já agora, uma outra proposta, esta da minha lavra: e por que não uma ordem de sindicalistas?

Anónimo disse...

Ainda ninguém percebeu que a Ordem dos Engenheiros Técnicos é para o nosso Primeiro Ministro entrar, quando sair da Ordem de S. Bento.

Anónimo disse...

Lá perceber... toda a gente percebeu, pá! Mas todos se fazem... de novas! "Por si las moscas"! JCN

Anónimo disse...

Tudo o que é mau se descobre
em qualquer ocasão:
o Dr. Fernando Nobre
alinhou na corrupção!

JCN

Anónimo disse...

Caro Rui Baptista,

a verdadeira questão que se resolveu com a criação da OET foi a clarificação do acesso ao mercado de trabalho de milhares de profissionais de engenharia com habilitações de 1.ºciclo, e valorização da formação e da experiência profissional. Acabando com a "desordem" corporativista da Ordem dos Engenheiros que reina desde 1992 com a provação dos seus estatutos, tentando desde aí controlar o sector da engenharia a todo o custo. Na minha modesta opinião, não fazem falta nenhuma à engenharia portuguesa a OET nem OE, faz sim falta um ensino de qualidade e profissionalizante. Os políticos abriram os olhos tarde, mas mais vale tarde que nunca!
Já basta o exemplo da desordem dos médicos, que levou o corporativismo ao limite!

http://www.jornaldascaldas.com/index.php/2011/04/07/populacao-de-alvorninha-reclama-medico-a-tempo-inteiro-e-ameaca-boicotar-eleicoes/

Os feudos já haviam de ter desaparecido à muito tempo, mas alguns tentam subsistir e vingar a todo o custo, como é o caso da Desordem dos Engenheiros.

http://80.251.167.42/videos-canal/XI/SL2/02_com/11_ctssap/20110309ctssap_oe.wmv

Aprovação da OET significa simplesmente um futuro melhor para a engenharia portuguesa, para a economia e para o PORTUGAL do Século XXI!

http://80.251.167.42/videos-canal/XI/SL2/02_com/11_ctssap/20110309ctssap_anet.wmv

Melhores cumprimentos,

Carlos Almeida

L. Castro disse...

http://www.anet.pt/site/index.php

Rui Baptista disse...

Prezado Carlos Almeida: Obrigado pelo seu comentário. No meio de uma prolixidade de argumentos contra e a favor da Ordem dos Engenheiros Técnico (não gostaria, de forma alguma, que subsistisse a ideia de qualquer desconsideração pelos engenheiros técnicos da minha parte; seria uma tremenda injustiça para comigo). A formação dos engenheiros técnicos, quer tenha sido feita nos Institutos Industriais, quer nos Institutos Superiores de Engenharia, foi sempre o baluarte de um ensino médio e superior que muito honra o ensino politécnico e o próprio país. O mesmo não se poderá dizer, dos diplomas "universitários" da ex-Universidade Independente.

Apenas, dois pequenos reparos ou mesmo discordâncias:

1. Quer a Ordem dos Engenheiros, quer a ANET, quer a actual Ordem dos Engenheiros Técnicos sofrerão sempre do corporativismo inerente a todas e quaisquer associações profissionais.
2. "O acesso ao mercado de trabalho", como escreveu, estava garantido pela ANET . A crítica que me mereceu a criação da OET foi pela forma como ela foi cozinhada na Assembleia da República em altura de grave crise económica e social do país, ficando eu até com a sensação ter sido uma espécie de vingançazinha contra a Ordem dos Engenheiros por motivos do crivo que não consentiu a inscrição de certos “licenciados” (antes de Bolonha).

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Sem mais, reproduzo as fotografias e as palavras que compõem o último postal de Natal do Biólogo Jorge Paiva, Professor e Investigador na Un...