sexta-feira, 1 de abril de 2011
FUKUSHIMA pelo físico alemão Peter Heller
Ler aqui o artigo de um físico alemão sobre Fukushima, escrito uma semana após o acidente. Está no blogue de Eduardo Martinho, traduzido por ele coma a ajuda de Frederico Carvalho.
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3 comentários:
Artigos como este dão-me esperança de que ainda há quem lute contra o obscurantismo do nosso tempo.
Percebo a vontade de estar em Fukushima pelo que há a aprender. Isso é bom. Não sou nem nunca fui adepto de querer parar o progresso ou a investigação.
Mas Petter Heller parece mais um miúdo entusiasmado com o seu brinquedo, neste caso a física e a energia nuclear, ignorando valores mais importantes. Eu sou adepto "incondicional" da ciência mas tenho consciência de que há valores na vida mais importantes, de que a "minha equipa" não se sobrepõe a tudo e a todos.
Não há uma palavra de compreensão ou simpatia para as vítimas, é um discurso que roça o insultuoso para quem está a sofrer. Má altura para exprimir alegria e orgulho por o homem conseguir controlar (?) a energia nuclear.
"Fukushima foi atingida por um inimaginável terramoto", "Fukushima mostra antes que somos realmente capazes de controlar a energia atómica. Fukushima mostra que podemos dominá-la mesmo quando catástrofes naturais além do previsível caiem sobre nós."
"Inimaginável"? "Além do previsível"? Esta parte é um insulto não só às vítimas mas também à inteligência do leitor. Fukushima foi dimensionada para resistir a terramotos e tsunamis inferiores aos que há registo. O terramoto foi o quarto mais forte de que há registo. "Previsível" ou "provável" seriam os termos correctos. É do mínimo bom senso que fosse dimensionada para resistir a mais do que há registo. Estamos a falar de uma central nuclear, sabemos bem as consequências no caso de o pior cenário ocorrer.
Sou completamente a favor do progresso e da investigação e contra a imprensa sensacionalista, mas sinceramente este texto foi uma má escolha para defender o progresso e a energia nuclear. Nunca tinha ouvido falar de Petter Heller, mas se é algum cientista de renome, deixou ficar mal a ciência com os seus argumentos das "imprevisibilidades"... Fiquei sinceramente desiludido.
P.Santos
O autor tem, agora, oportunidade de ir a Fukushima. A empresa até oferece 3.500 € por turno.
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