sábado, 18 de setembro de 2010

Quando se fala em alunos pensa-se em crianças

Na sequência do post, Bom ano lectivo, por Isabel Alçada, da autoria de Norberto Pires, deixamos um extracto do comentário de António Guerreiro, publicado na revista Actual do Expresso de hoje, dia 18 de Setembro (página 39), à mensagem da Ministra de Educação:

"A mensagem gravada que a ministra da Educação, no papel misto de mestra escola e de grande educadora, dirigiu esta semana às criancinhas (na verdade, alunos, pais e professores) mostra bem que a máquina educativa quando se fala em alunos pensa-se em crianças. Por conseguinte, tudo o que diz respeito à escola diz respeito à infância. Uma ministra que se dirige a toda a comunidade educativa será então maternal e próxima do infantil.


De resto, esta ministra da Educação chegou ao lugar com uma vasta obra literária de sucesso que, do ponto de vista dos princípios pedagógicos fundamentais que lhes estão subjacentes, remete para o lugar feliz em que a infância romanesca se encontra com a educação romanceada, a lembrar-nos que sobre a escola não há apenas o discurso piedoso; há também o romance edificante."

10 comentários:

Unknown disse...

Penso que não se pode tirar o mérito à Srª ministra por tudo o que fez no âmbito educativo ao longo da sua vida. Mas, com este vídeo (que gostava de saber de quem foi a ideia, pois parece que conseguiram e bem passar uma imagem ridícula de que só há memória na RTP memória!) penso que temos mais uma prova que esta não é a pessoa certa no lugar certo. Esta "infantilização" do ensino vai contra tudo o que, quem realmente se preocupa com um ensino de qualidade, tem realizado nesse sentido. Aqui entre nós e sinceramente, acho que já lhe estão a fazer a folha...

Ana Cristina Leonardo disse...

O vídeo insere-se numa praga nacional, que não é exclusivo do ME, chamada "fazer diferente" (e sei do que falo). Posto isto, nem às crianças se fala assim (e é toda uma "pedagogia" que toma as crianças por parvas e que se reflecte depois também em muita da chamada "literatura infantil).

Helena Damião disse...

Cara Ana Cristina Leonardo

Muito agradeço que, no seu comentário, tenha posto aspas na palavra pedagogia, pois este vídeo não tem justificação à luz do que, no presente, sabemos de pedagogia. Lamentavelmente, na maior parte dos casos, a pedagogia não é aquilo que se apresenta em seu nome.

Fartinho da Silva disse...

Esta ministra em todas as entrevistas referiu-se sempre as crianças e a jovens e raramente se ouviu a adulta a utilizar a expressão alunos. É este o "profissionalismo" que a tutela considera que os professores devem seguir. Aliás, os burocratas que por lá vivem denominam os professores como "técnicos de educação" e com grande exaltação.

Anónimo disse...

Entre nós a educação
virou "mêmo" brincadeira:
vamos jogar o pião
ao nosso jeito ou maneira"!

JCN

Fernando Martins disse...

Excelente texto, mas discordo um bocadinho - aquilo que a Ministra fez foi chamar os alunos de deficientes (em eduquês NEE's ou NEEP's, com necessidades educativas especiais), ou pais de totós (e o Pai dos Pais, Albino Almeida, encaixou o barrete) e os professores de burros.

Anónimo disse...

Um "bocadinho" é favor,
pois na minha opinião,
de pouquíssimo valor,
eu diria um "bocadão"!

JCN

Anónimo disse...

Por execrar a censura,
vou deixar de compor versos
sobre os temas mais diversos
para o "De rerum natura"!

JCN

Anónimo disse...

Os professores, na sua maioria, foram, há já muito tempo, substituídos por "animadores de aulas" e os alunos por "meninos".
Não sei se esta pseudo pedagogia adocicada mudará alguma vez.

Luísa

Ana disse...

A propósito do tema começado com o video da ministra, heis uma paródia feita à mesma por um desses "meninos" :


http://www.youtube.com/watch?v=ItMUVzF8zj0&feature=player_embedded

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