sábado, 18 de setembro de 2010

Bom ano lectivo, por Isabel Alçada

Mensagem de Isabel Alçada no início do ano lectivo:



Talvez a ministra tenha tentado copiar esta mensagem de Obama na abertura do ano lectivo nos EUA... talvez.



Mas não conseguiu. Nem ficou perto.

Fala com os alunos como se fossem bebés, pequenos idiotas, numa mensagem que ridiculariza a escola portuguesa. Um enorme embaraço, ao qual não escapam falhas de português bem comprometedoras: quando é para estudar "é mêmo pra estudar".

Este vídeo é uma anedota e transforma a escola e o país numa anedota.

"Mas o que Isabel Alçada conseguiu com esta mensagem [vídeo] surrealista foi apenas ridicularizar a figura institucional de ministra da Educação (...) No afã de ser pedagógica e ter graça, Isabel Alçada apenas conseguiu transformar a escola portuguesa numa anedota.”

Pedro Ivo Carvalho, "Jornal de Notícias", 17-09-2010

Isto está bem entregue. Mesmo muito bem entregue.

:-(

15 comentários:

Ai meu Deus disse...

Uma anedota, de facto. Só comparável com o presidente da república a contar a estória das vaquinhas de um jovem agricultor a quem tinha tirado o leite. Lembram-se? Pois é! a centenária república está, de facto, muito bem entregue...

Tatiana Moreira disse...

Calinada foi o que foi... :/
A ministra deveria ter-nos tratado como somos, estudantes, não uns "bébés"...
E nem sei quem deixou passar esta tentativa de vídeo... porque claramente viram que ele tonar-se-ia uma anedota... mas bem, não quiseram perder tempo a tentar mais uma ou outras vezes...
Bem, mais valia ter vindo cá o Obama... esse sim esteve fantástico...

Anónimo disse...

Quem craveira não avoca
para o respectivo cargo
deve ser posto de largo
pela troça que provoca!

JCN

Anónimo disse...

Transformou-se este país
numa anedota pegada:
para ser mais infeliz
faltava apenas a Alçada!

JCN

Anónimo disse...

Para onde vai Portugal
com tantos oportunistas?
E dizer-se que, afinal,
já foi terra de humanistas!

JCN

Anónimo disse...

Nesta fase tão sinistra
da nossa situação,
eu creio que a educaão
só qualquer nível alcança
se a respectiva ministra
mais não for que uma criança!

JCN

Anónimo disse...

Em Portugal quem nos dera
um presidente à maneira
de um Obama, que lidera
o seu país em primeira!

Anónimo disse...

Bom, pelos vistos Obama não tirou uma pós-graduação na Universidade de Boston...
Assim não vamos lá!

SNG

Anónimo disse...

Estorinhas de vaquinhas,
no exercício do poder,
estamos fartos de ver
quem as conte às criancinhas!

Fartinho da Silva disse...

A infantilidade forçada a quem quer crescer deveria ser considerado crime, mas em Portugal é considerado pedagógico...

Anónimo disse...

Ora bem... tendo em consideração o estado da educação no nosso país, acho que a comunicação da ministra de educação está coerente com o tipo de informação que os promotores deste "ensino novo" esperam que os destinatários sejam capazes de processar. Agora se isto é legítimo e defensável.. isso já é outra história.

MJ

João Oliveira disse...

No auge da miséria que vem de cima, terão de ser os professores a tomar nas suas mãos o futuro deste país, ignorando as instruções superiores e fazendo bem o que sabem fazer.

Ana disse...

João, os professores que ignoram as instruções superiores, são criticados, pressionados e afastados. Ensinar é algo que já não existe, seja em que sistema for...hoje em dia, ser-se professor só é possível com total anulamento de vida própria, escravização, burocratização e submissão. E uma receita de anti-depressivos e xanax, já agora.

João Oliveira disse...

Vani, concordo em parte, mas discordo também. As minhas receitas idealistas: 1. Convencer-se de que nada há a esperar de "cima"; 2. Convencer-se de que também não se vai fazer uma revolução; 3. Fazer o humanamente possível para que os alunos aprendam alguma coisa, apesar da miséria dominante; 4. Não tentar ultrapassar os seus próprios limites, para não entrar pelos anti-depressivos.

Procuro não anular a vida própria, antes pelo contrário; procuro na mesma medida ignorar as imbecilidades que me tentam "vender" como sendo o mais moderno que há; conduzo as minhas aulas como acho que é mais eficaz. Há alguns dissabores, como colegas que barafustam porque se pede um pouco de consistência nos trabalhos dos alunos, e que ameaçam que os pais têm reclamado porque não somos tão negligentes como outros colegas. Mas, como naquela publicidade, "minimiza!"

Ana disse...

João, obrigada pelos conselhos. :) Tenho tentado segui-los. Mas como trabalho com EFAs e aprendizagem de jovens (formação profissional, portanto), sem contrato, a recibos verdes, a saltar de centro em centro, de cidade em cidade, de reunião (não paga) em reunião, a lidar com mentalidades fechadas, viciadas e habituadas a reclamar e reivindicar por tudo e por nada, com trabalho e burocracia até dizer chega, preocupando-me em demasia com as pessoas, até com as que nem merecem a minha atenção (assim por dizer), cada centro com os seus horários, politicas e equipas...para depois chegar ao fim do mês e descobrir que tudo o que ganhei foi sugado pela SSocial, material para trabalhar (ah pois, que eu é que o arranjo), comer fora, combustível...

E quando, ainda para mais, vemos os nossos esforços constante e continuamente criticados por colegas de profissão, embora de outros sistemas, que nos insultam sem se aperceberem e nos atacam sem nos conhecerem e sem sequer se darem ao trabalho de conhecer...

Quando tudo isto está reunido, das duas umas, ou se dá em doido ou se muda de profissão.

Adoro ensinar, adoro ajudar, adoro mostrar novos caminhos de vida e de perspectiva. Mas, assim...? eh pah... chega.

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