sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

CIÊNCIA E RELIGIÃO


A propósito da discussão que prossegue aqui sobre ciência e religião, lembrei-me de um texto meu sobre o assunto que foi publicado no “Primeiro de Janeiro” em 2002(suplemento “Das Artes e das Letras”, de 29/4/2002). Depois de revolver muitas pastas, encontrei-o agora e transcrevo-o depois de o editar ligeiramente:

O convite de uma escola secundária perto de Coimbra era para participar numa mesa redonda sobre “O que é a vida?”. Na mesa, para além de um biólogo e de um físico (este cronista) estavam dois padres católicos e um pastor evangélico (vim depois a saber que estava prevista a presença de um rabi, que faltou). De modo que a discussão derivou da que se poderia prever sobre o tema enunciado para uma outra, embora relacionada, sobre as relações entre ciência e religião. Se a vida para um biólogo e para um físico é uma forma extremamente organizada de matéria (a vida baseia-se em moléculas complexas, como as do DNA e RNA), que exibe propriedades como a auto-reprodução, o metabolismo, a mutação e a adaptação, para um ministro de Deus é um “dom de Deus”, o “expoente da criação divina”.

A ciência e a religião partem de necessidades diferentes do homem. A primeira trata do conhecimento do mundo (incluindo o próprio homem, pois o homem faz evidentemente parte do mundo), a segunda trata da relação do homem com o chamado “transcendente”. Como é óbvio, a actividade científica é apenas uma de entre as várias actividades humanas. A religião e a arte são outras. Não se pode dizer que seja melhor ou pior do que as outras, é simplesmente diferente, porque usa uma metodologia própria. Ela não tem que excluir as outras actividades que o ser humano empreende, mas antes respeitar as especificidades de cada uma. E só se pode compreender o homem se se olhar para tudo aquilo que ele faz.

Contudo, é bem conhecido o historial de conflito entre ciência e religião, nomeadamente quando se começou a compreender a posição que o homem ocupa no mundo, quer o posicionamento espacial do planeta que ele habita, quer o posicionamento temporal no curso da história. A tensão entre ciência e religião começou quando o nascimento da astronomia, fundada na observação, pôs em causa cosmogonias antigas, nomeadamente o modelo cosmológico de Aristóteles e Ptolomeu, que a Igreja Católica conciliou com o texto bíblico ao longo da Idade Média. O episódio de Galileu (um homem profundamente crente e até bem relacionado com a hierarquia da Igreja Católica) no século XVI, quando ele defendeu as ideias de Copérnico, é bem conhecido. Menos conhecido é o facto de o Papa João Paulo II ter revogado a sentença contra Galileu, tendo admitido que se tratou de um erro.

Mas o ponto mais alto dessa tensão entre ciência e religião, que de resto ainda perdura, é a questão da evolução das espécies, incluindo a evolução da espécie humana, que foi compreendida por Charles Darwin no século XIX. Actualmente não persistem quaisquer dúvidas no seio da comunidade científica sobre a validade, no essencial, da teoria da evolução de Darwin. Quer dizer, é um facto mais do que uma mera teoria, tal como a translação da Terra em volta do Sol é um facto e não apenas uma teoria. Hoje em dia não faz muito sentido falar de biólogos evolucionistas pois todos os biólogos são evolucionistas, tal como todos os astrónomos são copernicanos (portanto, só por tradição histórica se usa o nome de “teoria da evolução”).

Acontece que, em certos sítios, nomeadamente nalguns estados dos Estados Unidos, a visão científica da vida em geral e do homem em particular, que vê todos os seres vivos como resultado de um conjunto de transformações lentas ao longo de milhões e milhões de anos, é repudiada por contrariar o conteúdo do “Génesis”, segundo o qual Deus criou o mundo em apenas seis dias e, no final, fez o homem a partir do “pó da Terra”. Algumas pessoas pretendem que essa “teoria criacionista” seja ensinada nas aulas de ciências excluindo a teoria da evolução ou, quando muito, em pé de paridade com ela. Para essas pessoas há um dilema sério entre ciência e religião que querem resolver em prejuízo da ciência. Têm dificuldades reais em conciliar o que se aprende nas aulas de ciências, resultado da observação e da experiência, com o que se aprende na catequese, que em geral não passa da transmissão da palavra da Bíblia. Terá mesmo de haver essa oposição?

Penso que não. Julgo que não há uma incompatibilidade de fundo entre ciência e religião mas, para isso, tem de se abandonar a ideia de que a Bíblia é ou possa ser um livro de ciência. O seu conteúdo não foi fornecido pelo método científico, tendo antes a ver com a crença em Deus. O “Génesis” é, se se quiser usar uma classificação usual nas livrarias, um livro de ficção, escrito e reescrito por vários autores (ao contrário do que dá a entender a sua posição na Bíblia, foi um dos últimos livros do Antigo Testamento a ser escrito), que deve ser lido no respectivo contexto e não levado à letra. O criacionismo não faz, por isso, qualquer sentido.

Como ficou claro no encontro sobre a vida realizada na escola secundária, com os alunos a lançar perguntas a cientistas e sacerdotes, não tem de haver uma incompatibilidade entre ciência e religião. Em abono dessa posição, refiram-se os casos de sacerdotes que são também cientistas. Por exemplo, o pastor inglês John Polkhingorne é físico de altas energias (e também um conhecido divulgador de ciência). A Igreja Católica possui um Observatório Astronómico, que é dirigido por um padre jesuíta, e no qual se faz trabalho científico. Houve e há muitos cientistas que são crentes em Deus. Por exemplo, logo a seguir a Galileu, o grande Isaac Newton. De entre os actuais, vale a pena referir o físico inglês Russel Stannard por ser o autor de um livro sobre “Ciência e Religião” que está traduzido em português . Há também muitos cientistas que não são crentes, como o químico inglês Peter Atkins, autor de “A Criação”, e o biólogo também inglês Richard Dawkins, autor de “O Relojoeiro Cego” (um livro notável que realça o papel do acaso no decurso da evolução). A história da ciência mostra que a fé e a falta dela se encontram distribuídas tanto por cientistas como por não-cientistas. A crença em Deus não pode ser encontrada no fundo de um telescópio ou de um microscópio, mas tem a ver com intrincados factores sociológicos e psicológicos.

Este tema dá pano para muitas mangas. Deparamos na sua discussão com cientistas a usar argumentos não-científicos assim como não-cientistas a ensaiarem argumentos científicos. Claro que a autoridade de um cientista na sua ciência não lhe confere autoridade num assunto não-científico. O físico austríaco Erwin Schroedinger, um dos criadores da mecânica quântica, que teve de fugir dos nazis refugiando-se em Dublin, na Irlanda, é um exemplo da diletância de alguns cientistas célebres. Na sua lição para o público em geral sobre “O Que é a Vida?” (que deu origem a um livro com o mesmo título) colocou de forma clara, e vários anos antes da descoberta da estrutura do DNA, a possibilidade de a genética assentar em mecanismos físico-químicos. Foi não só autor como precursor de boa ciência. Essa lição foi, porém, seguida de uma outra, intitulada “Espírito e Matéria”, onde tratou de assuntos como a “base física da consciência”, o “carácter do espírito” e “ciência e religião”. Nenhum desses assuntos se pode basear na famosa equação de Schroedinger, que é a pedra angular da mecânica quântica e, uma vez que esta mecânica descreve todos os fenómenos ao nível atómico-molecular, dos fenómenos da vida a esse nível. A autoridade de Schroedinger na mecânica quântica – a sua equação resolve um sem número de questões na física, na química e na biologia - não lhe conferia direitos maiores para enfrentar as questões da consciência, do espírito e da religião.

61 comentários:

Miguel Oliveira Panão disse...

Agradeço ao Carlos Fiolhais este post muito equilibrado, proveniente de uma experiência equilibrada do diálogo entre ciência e religião. Gostaria apenas de comentar dois aspectos. O primeiro é chamar a atenção para o facto de focar apenas um dos modos de interacção entre ciência e religião. Queria salientar que existem outros que co-existem com esse, seguindo a tipologia de Ian Barbour: independência (e.g. Stephen Jay Gould); diálogo (e.g. Ian Barbour, John Haught, o citado John Polkinghorne); e integração (e.g. Robert John Russell).

Os poucos nomes que citei (há muitos mais) nos modos de interacção do diálogo e da integração estudam a interação entre ciência e religão há mais de 30 anos (nenhum dos seus muitos livros foi traduzido em Portugal) e, apesar de reconhecerem o modo do conflito, reconhecem também que esse conflito é um mito, ou seja, que nunca houve razões para que ocorresse, apenas culturais, assim como não existem hoje razões (apesar das opiniões diferentes que têm, por exemplo, R. Dawkins).

O segundo aspecto do meu comentário refere-se à associação entre conflito e tensão. Concordo inteiramente com a existência de uma tensão entre ciência e religião, mas discordo que esteja associada a um conflito. Penso sim, que essa tensão é mutuamente criativa, como o afirma R.J. Russell, ou Michael Heller (cosmólogo e teólogo polaco, membro da Academia Pontifícia para as Ciências) no seu "Creative Tension". Essa interacção mutuamente criativa significa que às realidade explicadas pelo conhecimento científico, a sabedoria teológica confere-lhe um sentido e significado existencial através do discurso filosófico. A harmonização entre ciência e religião na interioridade do ser humano que as investiga encontra a possibilidade para uma visão mais integral das relações entre Deus, o ser humano e do universo.

Mais uma vez, agradeço o equilíbrio deste post num assunto tão interessante e cada vez mais.

http://cienciareligiao.blogspot.com

Anónimo disse...

Alguém deveria ensinar o Fiolhais a digitar "tremas". Schröndinger, homem. Já agora, eis uma frase pós-moderna "Nenhum desses assuntos se pode basear na famosa equação de Schroedinger, que é a pedra angular da mecânica quântica e, uma vez que esta mecânica descreve todos os fenómenos ao nível atómico-molecular, dos fenómenos da vida a esse nível".

Dos fenómenos da vida a esse nível? Pois, ainda bem que isto foi publicado no primeiro de janeiro. O resto, é pura vulgaridade.

Fernando Dias disse...

Partilho as ideias em geral deste artigo de Carlos Fiolhais, mas entendo que a ciência e a religião são incompatíveis. Por isso concordo que a Bíblia não é um livro de ciência. Admito que tenha alguns conteúdos históricos, mas é sobretudo um suporte escrito do “religioso” e este é um assunto do âmbito do sobrenatural. Ora a ciência nada tem a ver com sobrenatural.

É uma ilusão ou para seguir a expressão de Dawkins uma “delusão” pensar que não há conflito entre religião e ciência. O que a teologia está a tentar é recuperar o seu poder do passado (é assim que interpreto a missão deste papa), isto é, tutelar e subordinar à sua “sabedoria” os vários discursos da sociedade, onde está incluído o discurso científico e filosófico, entre outros.

O natural já é suficientemente prodigioso e divino para não precisarmos de conceder seja o que for ao sobrenatural.

Em princípio, ou até prova em contrário, devemos desconfiar sempre de tudo o que contradiz a ciência e ultraje a razão.

Apesar de no essencial concordar com Dawkins e Dennett, e estou muito grato a eles, só tenho pena que tenham caído no exagero de uma certa intolerância e insolência.

Não teria vindo nenhum mal ao mundo, o facto das suas divergências científicas com outros cientistas eminentes, tal como Stephen Jay Gould, se essas divergências tivessem ficado no seu devido lugar. Um dia serão resolvidas serenamente pela prova e pelo raciocínio. O mal foi por vezes as suas reacções, por terem resvalado para ofensas e humilhações, terem sido aproveitadas pelos religiosos e outros detractores da ciência. Mas isto só confirma que o homem não é perfeito.

Anónimo disse...

Tenho acompanhado com muito interesse este blog durante ás últimas semanas. Creio que chegou a altura de deixar aqui uma nota final sobre estes já famosos debates sobre religião e ciência. Não deixa de ser curioso que continuemos a assistir ao seguinte:

1.Por norma, os diversos intervenientes partem sempre do (pelo menos, aparente) pressuposto de que religião=catolicismo;

2.Os "cientistas" intervenientes sabem pouco (ou às vezes nada) de religião ou filosofia religiosa, limitando os seus parcos conhecimentos a meia dúzia de postulados teológicos escutados "nos adros das igrejas", em conversas de café" ou em leituras de best-sellers cheios de especulações de outros cientistas que sabem tanto quanto os primeiros...;

3.Os intervenientes do "lado" da religião (a maior parte das vezes cristãos católicos, jesuítas e/ou evangélicos fundamentalistas) sabem muito pouco (ou não sabem mesmo nada) sobre outras concepções filosófico-religiosas muito mais profundas, coerentes, lógicas e, porque não dizê-lo, "cientificas” - e que, se as conhecessem, se sentiriam “obrigados” a abandonar as “cadeiras do poder” que ocupam à custa da ignorância alheia...;

4.Várias vezes, ambos os intervenientes distorcem ou encobrem argumentos e factos da forma que mais lhes convém para a defesa das suas posições inflexíveis – exemplos: os intervenientes do “lado” da religião (cristã) têm por hábito esconder os diversos estudos, efectuados por académicos de renome, que revelam contradições teológicas e históricas gravíssimas que levariam a uma autêntica “refundação” do Cristianismo fazendo-o, porventura, regressar à sua pureza inicial, onde era possível encontrar as inúmeras influências “pagãs” (pitagóricas, platónicas, egípcias, budistas, etc…) e conciliá-lo com todas as outras religiões do mundo; os (ou alguns) intervenientes do “lado” da “ciência, pelo menos os mais fundamentalistas, cegos por um cepticismo radical, repudiam e ocultam que muitos dos maiores vultos da Ciência (Einstein, Niels Bohr, David Bohm, Erwin Schrödinger, Werner Heisenberg, Fred Hoyle, etc., etc.) se interessaram por várias filosofias religiosas, em especial as orientais (Budismo, Vedanta, Taoísmo, etc.), ou que, pelo menos, eram humildes ao ponto de manterem uma saudável reserva relativamente a “realidades” que transcendem (por enquanto) os limites das especulações/investigações da ciência actual;

5.O estudo comparado das religiões, filosofias e ciências é, a maior parte das vezes, desconhecido ou remetido a um esquecimento intencional por parte de ambos os intervenientes… talvez porque assim se demonstrassem que afinal “o rei vai nú”… demasiadas vezes;

6.Depois, é ainda habitual surgir nestas discussões um terceiro interveniente, o já famoso “jargão filosófico”, aquela poeira suficientemente densa para deitar por terra toda a tentativa de procurar repostas às questões fundamentais – à boa maneira dos sofistas da antiga Grécia! Assim se evitam as perguntas incómodas…!

7.Ambos tomam, demasiadas vezes, “a nuvem por Juno”;

Não serão demasiados "ismos" para que o mundo possa avançar na resolução dos graves problemas que afectam milhões de seres humanos? Afinal o mundo não é a preto e branco... embora muitos o vejam assim e queiram que todos o vejam da mesma maneira!

Um Próspero Ano Novo para Todos!

Anónimo disse...

Faltou dizer que:

Alguns dos intervenientes do “lado” da “ciência”, apesar de falarem muito de física quântica, não levaram ainda à prática uma das consequências óbvias da sua aceitação plena: a natureza ilusória da matéria e a interdependência de todos os fenómenos. Resumindo, vivem no século XXI mas persistem em pensar pelo “antigo” paradigma mecanicista (o discurso presente nos inúmeros post deste blog é exemplo disso);

Alguns intervenientes do “lado” da “religião” continuam com a (camuflada) arrogância da superioridade da religião cristã e da cultura ocidental. Exemplo disso é o permanente desconhecimento de outras linhas de pensamento, a ocultação das fontes inspiradoras do pensamento ocidental, a exacerbada “adoração” a teólogos cristãos (Tomás de Aquino e outros) que nada de extraordinário trouxeram ao pensamento teológico (em comparação por exemplo com um Orígenes, Jâmblico, Porfírio, etc.), o suposto ecumenismo que nada mais é (com raras e valorosas excepções) do que a tentativa de silenciar “outras vozes” e “fazê-las retornar ao seio da Santa Madre Igreja (isto mesmo foi anunciado pelo Papa Bento XVI).

No entanto, “o mundo move-se”… inevitavelmente em direcção ao futuro.

Dois deuses se degladiam pela supremacia de um mundo já velho e caduco: o Deus Antropomórfico, ciumento, vingativo e caprichoso da grande Seita Católica Apostólica Romana e o Deus Acaso, da ciência reducionista e positivista.

Felizmente que muitos outros investigadores, saídos de ambas as partes, prosseguem destemidamente no esforço de compreender o mistério que se abriga no desconhecido e a construir um mundo novo!

UM BOM ANO NOVO!

perspectiva disse...

Carlos Fiollhais disse:


“Mas o ponto mais alto dessa tensão entre ciência e religião, que de resto ainda perdura, é a questão da evolução das espécies, incluindo a evolução da espécie humana, que foi compreendida por Charles Darwin no século XIX.”

Esta afirmação é incompreensível. Charles Darwin não compreendeu coisa nenhuma.

Charles Darwin, com uma formação tem teologia (não em biologia ou geologia) estava convencido que a célula era mero protoplasma indiferenciado.

Ele não conhecia nada acerca da quantidade inabarcável de bits de informação e meta-informação contida no DNA.

As obras de Charles Darwin estão cheias de histórias da carochinha e de erros, como aquele em que ele diz que as pernas curtas de algumas tribos africanas se deviam à necessidade “evolutiva” de os africanos se adaptarem às suas pequenas canoas.

Darwin não fazia a mais pequena ideia de que o corpo humano processa um milhão de vezes mais bits de informação por dia do que toda a informação armazenada em todas as bibliotecas do mundo.

Do mesmo modo, Darwin estava inteiramente ciente de que o registo fóssil não corroborava a sua tese de evolução gradualista.

Ora, os evolucionistas saltacionistas continuam hoje a dizer o mesmo. Não existe evidência fóssil de evolução gradual, sendo igualmente improvável o rearranjo súbito de milhões de nucleótidos para a criação informação genética codificadora de estruturas e funções mais complexas.

De resto, os evolucionistas estão conscientes do beco sem saída em que estão metidos.

Os saltacionistas dizem que a evolução gradual é paleontologicamente insustentável.

Os gradualistas dizem que a evolução por saltos é biologicamente insustentável.

Os criacionistas concordam com uns e com outros: a evolução é paleontologica e biologicamente insustentável.

Não é por acaso que os evolucionistas neste blogue tentam refutar os criacionistas comparando cubos de gelo com DNA ou referindo a mitose e a meiose(processos inteiramente codificados e regulados pelo DNA) como formas naturalistas de criação de DNA.


“ Actualmente não persistem quaisquer dúvidas no seio da comunidade científica sobre a validade, no essencial, da teoria da evolução de Darwin.”

Esta afirmação é outro absurdo insustentável.

A proliferação de cientistas adeptos do criacionismo bíblico e do “intelligent design” mostra que esta afirmação está pura e simplesmente errada. Nunca como hoje se discutiu tanto esta questão em todo o mundo.

Recentemente a revista "The Economist" falava da globalização do criacionismo.


A menos que se pretende identificar os cientistas com os evolucionistas e então concluir, tautologicamente, que não existem evolucionistas que duvidem da evolução.

Mas a verdade é que mesmo entre cientistas evolucionistas existem muitas dúvidas em relação à teoria da evolução.


Pense-se, por exemplo, nos conflitos entre “saltacionistas v. gradualistas”, “out of Africa v. out of Ásia”, “uniformitaristas v. catastrofistas”, “arboreais vs. cursoreais”, “evolução de macaco para hominídio v. evolução de hominídio para macaco” , “genéticos vs. esqueléticos”, etc.

Tudo isto demonstra que mesmo entre evolucionistas, tirando a “certeza” da evolução, só existem dúvidas acerca da evolução.

Na verdade, nem poderia ser de outro modo.

O registo fóssil diz-nos que todas as espécies aparecem abruptamente e plenamente formadas.

Além disso, as mutações tendem a destruir cumulativamente a informação genética, ao passo que a selecção natural vai diminuindo a informação genética disponível até à extinção das espécies.

“Quer dizer, é um facto mais do que uma mera teoria, tal como a translação da Terra em volta do Sol é um facto e não apenas uma teoria.”

O problema com esta afirmação é que nunca ninguém observou a evolução de uma espécie menos complexa para uma espécie mais complexa, ao passo que todos podemos ver a translação da Terra em volta do Sol, também ela uma maravilha da criação de Deus.

Os criacionistas não têm nenhum problema com a rotação ou a translação da Terra, ambas evidências de design inteligente.

No entanto, os criacionistas têm um problema fundamental com a evolução, desde logo (mas não só) porque não existem quaisquer evidências concludentes de que tenha de facto acontecido.

“Hoje em dia não faz muito sentido falar de biólogos evolucionistas pois todos os biólogos são evolucionistas, tal como todos os astrónomos são copernicanos (portanto, só por tradição histórica se usa o nome de “teoria da evolução”).”

Ambas as afirmações são falsas.

Existem muitos biólogos criacionistas, como rapidamente se pode ver consultando a enciclopédia criacionista on-line, feita por cientistas criacionistas.

Além disso, também começam a aumentar os astrónomos pós-copernicianos, que acreditam que a evidência científica corrobora a singularidade da Terra.

Na verdade, quanto mais estudamos outros planetas e sistemas solares, tanto mais nos apercebemos da sintonia do Universo, da nossa galáxia, do nosso sistema solar e da nossa Terra para a vida, exactamente como seria de esperar se a Bíblia fosse verdade.

Daí que nos círculos científicos já se comece a falar na emergência de um paradigma pós-coperniciano, que reconhece a singularidade da Terra, tal como as evidências científicas corroboram.

Tanto basta para dizer que é ainda necessário desconstruir muitas falsas ideias que acriticamente se foram instalando mesmo nos cientistas mais qualificados.

Anónimo disse...

Estes cristãos literalistas-criacionistas são de facto extraordinários!

"Singularidade da Terra..."

Já não me bastava ter de tentar compreender o famoso Acaso da Ciência Reducionista agora tenho de me esforçar por perceber de onde nasceu essa ideia peregrina de que o Universo foi "criado por Deus" com o único "propósito" de prover as condições certas para o surgimento no "eleito" planeta Terra dos seus "filhos muito amados" (a humanidade)!!!

Que o Novo Ano traga um pouco de bom-senso ao Sr.Perspectiva e a todos os demais...!

Anónimo disse...

Estimado Quim

Já agora, qual é a sua religião?

perspectiva disse...

Sim, Quim. Singularidade da Terra. Ouviu bem.

Conhece outro planeta com as características da Terra para a vida? Se sim, qual?

Gostaria que justificasse todo o seu "bom senso" com argumentos plausíveis.

Sobre a singularidade da Terra pode ler-se:


Peter Douglas Ward, Donald Brownlee, Rare Earth: Why Complex Life is Uncommon in the Universe, Copernicus Books, 2000;

Russell Humphreys, “Our galaxy is the centre of the universe, ‘quantized’ red shifts show”, 16, Technical Journal, 2, 2002, 95 ss.;

Guillermo Gonzalez, The Privileged Planet: How Our Place in the Cosmos Is Designed for Discovery, Regnery Publishing, 2004.

Guillermo Gonzalez, “Home Alone in the Universe”, 103, First Things, 2000;

Guillermo Gonzalez,“Alien Intelligences?: Think Again”, Space.com, 2000

Anónimo disse...

para mim, o perspectiva passa a ser o prespectiva.

Anónimo disse...

caro perspectiva,

Se Deus criou a terra com a maior singularidade, o melhor possível.

Então, porque existe o mal? qual é a origem do mal?

Se existe um Deus que é bom, omnipotente, misericordioso... porquê esse Deus permitir o mal, o terrorismo, os massacres, etc?

Não é mais simples a ideia que tudo foi evoluindo gradualmente (passo a passo), do que a ideia de que tudo surgir instantaneamente do nada?

Por acaso conhece como foi escrito o génises? E sabe que este livro da bíblia apresenta duas criações de Deus? parece que Deus criou o mundo duas vezes (cf. Gn1 vs Gn2). Mas, o que sucede é que é um livro escrito pelo menos por 2 autores em épocas diferentes, e recorrem à ciência da sua época para se exprimirem.

Se os autores antigos recorreram às cosmogonias e cosmologias da sua época... porque é que nós não podemos recorrer às cosmogonias e comologias cientificas da nossa época?

Anónimo disse...

A repetida abordagem ao criacionismo neste blog surge por mão da Palmira. É uma curiosa obcessão num país aonde a quase totalidade da população se divide entre a religião católica, mais ou menos praticante, e a indiferença religiosa, seja esta agnostica ou ateia. Mesmo entre os poucos protestantes a maioria não é criacionista.
o debate sobre esta bizarra teoria reflete a tremenda dominação cultural dos USA. Parece-me até mais curioso analisar essa dominação cultural que o debate propriamente dito. A intensidade do debate criacionista neste blog é neste país quase uma especie de extraterreste.
É curioso historicamente ver como surge o fundamentalismo cristão nestes assunto. Isso ajudaria a lançar a luz sobre as razões que este assunto sobrevive ainda precisamente no pais tecnologicamente mais avançado do mundo. Duas dicas, Copernico lança as suas teorias e não sofre perseguição alguma. Decadas depois Galileu é perseguido por opiniões identicas. Que se passou entretanto?
A reforma protestante com acusações aos católicos de não valorizarem suficientemente a Biblia.
Um clima de guerra religiosa tolda a lucidez e cria as condições para o fundamentalismo religioso baseado num literalismo que não tinha existido até aí.
Esse literalismo morreu em todo o lado passada a loucura da guerra... menos nos USA, curiosamente talvez o pais com maior diversidade etnica e cultural do mundo. Isso interessava-me muito mais que um debate sobre um tema que reune o consenso de 99% das pessoas em portugal.
Duas notas importantes sobre o papel da religião na ciencia. Porque se dá tanta importancia à ciencia actualmente? Por causa da economia. As pessoas são tendencialmente utilitarias. Quem conservou o saber na europa depois das invasões barbaras? Os religiosos. Porque o seu interesse no saber ía para além do utilitarismo imediato.
Um exercicio de futurologia.
Só se descobre a America uma vez. A ciencia tem progredido imenso e rapidamente. A humanidade, tal como os adoelscentes, parece acreditar que não tem limites e este progresso prosseguirá indefinidamente. É um erro. Mais cedo ou mais tarde a ciencia começará a avançar mais lentamente, os progressos serão menores para um esforço maior. O exercicio da ciencia poderá vir a ser economicamente desvantajoso.
Quem manterá então o interesse na ciencia para além da função utilidade nas diversas engenharias?
Não tenho respostas mas suspeito que serão pessoas motivadas por algo mais que o simples utilitarismo.

Camilo

Fernando Martins disse...

Caro Doutor "perspectiva":

Folgo em saber que voltou a comentar aqui, tenho pena é que não tenha respondido aos comentários de dois posts anteriores:

Inauguração de exposição sobre Lineu

e

A Criação está ainda mais próxima!

É que, sem responder ao que lá coloquei em resposta a comentários seus, qualquer discussão ou debate consigo deixa de fazer sentido...

Anónimo disse...

Caro António Parente,

posso lhe dizer que não tenho nenhuma religião em particular. Considero-me apenas um simples “buscador” da Verdade onde quer que ela se encontre. Por isso, tenho toda a simpatia (e até mais do que isso) por todas as religiões, pois, pelo que posso constatar, quando despidas das suas “vestes exotéricas” (deturpações, interpolações, falsificações, literalismos, ortodoxias, fanatismos, crenças e dogmas) demonstram “brotar” de uma mesma origem comum, de uma mesma Sabedoria e de uma mesma Ética Universal.

Um Bom Ano Novo!

Unknown disse...

Acho que é curiosa a obsessão dos criacionistas nacionais com a Palmira que até dizem num artigo escrito pelo Carlos Fiolhais há mais de cinco anos:

"A repetida abordagem ao criacionismo neste blog surge por mão da Palmira"

Acho também curiosa esta certeza do Camilo de que estamos a atingir os limites da Ciência. Posso garantir-lhe que na minha área nem escrutinamos esses limites :) Mas folgo em o saber tão preocupado com o futuro da ciência que pelos vistos acha só sobreviverá pelos bons ofícios da igreja :)

Curioso, todo o comentário :)))

Anónimo disse...

Caro Perspectiva,

não lhe respondo agora por falta de tempo.
Mas fique descansado que logo que possa lhe deixarei aqui, ou em outro lugar, algumas sementes para meditar...

Não querendo embaraçá-lo: o que é para um Criacionista (para sí) a Vida? É que aí está a questão (não sei se me entende)...

Tenho um Bom Ano e até breve!

perspectiva disse...

Estimado Fernando Martins

O ritmo alucinante desde blogue, em que felizmente o criacionismo já é uma parte integrante da agenda, não permite responder a todos os seus ilustres intervenientes (v.g. Murcho, Krippahl, Fiolhais, Palmira, F. Martins, Parente).

Mas iss não significa que não existam respostas. Significa apenas que a discussão em causa se pode prolongar por anos ou décadas.

Se porventura não respondermos imediatamente às suas questões, não hesite em recolocá-las, para que sejam consideradas nos próximos dias.

Existem respostas no Génesis.

Em todo o caso, se quiser obter respostas a questões urgentes, não hesite em consultar a nossa Enciclopedia On-Line que queremos que seja uma ferramente de estudo de todos os estudantes e docentes universitários portugueses:

www.creationwiki.org

Anónimo disse...

perspectiva,

porque é que deus criou um universo com milhões e mais milhões de galaxias para termos uma terra assim tão singular?

não bastava ter feito apenas a via lactea, ou só o sist. solar ou só mesmo a terra?

que desperdicio ter criado tantos outros mundos...

Anónimo disse...

http://www.sciencedaily.com/releases/2007/05/070516151053.htm

http://www.sciencedaily.com/releases/2007/04/070410174108.htm

http://www.sciencedaily.com/releases/2007/04/070424204528.htm

http://www.sciencedaily.com/releases/2007/12/071213101403.htm

perspectivas!!!

Anónimo disse...

Perspectiva

“Sim, Quim. Singularidade da Terra. Ouviu bem.
Conhece outro planeta com as características da Terra para a vida? Se sim, qual?
Gostaria que justificasse todo o seu "bom senso" com argumentos plausíveis.”


Só os outros? E Você?
Ou é-lhe permitido divagar, divagar, "aldrabar"… como se possuísse qualquer dom da infalibilidade?

perspectiva disse...

Quim pergunta:

"Não querendo embaraçá-lo: o que é para um Criacionista (para sí) a Vida? É que aí está a questão (não sei se me entende)..."

Meu caro Quim. Não embaraça nada. A vida é uma manifestação de tipos muito invulgares de matéria. A vida consegue incorporar certas substâncias ricas em energia ou mesmo energia pura (luz)e usar essa energia para o crescimento, a a reprodução, a subsistência e o movimento.

A vida não existe sem quantidades exponenciais de informação nem sem sistemas plenamente funcionais de conversão de energia, também eles previamente codificados. O aspecto central da vida é a informação que ela contém e de que ela depende.

O corpo de cada um de nós processa por dia 3X10^24 bits de informação. Isto um milhão de vezes mais do que a informação armazenada em todas as bibliotecas do mundo.


DNA do tamanho de 2 aspirinas é suficiente para armazenar a informação necessária para especificar cerca de 8 biliões de pessoas.

Daí que a vida não possa ter surgido por acaso a partir de matéria inorgânica. De resto, a biologia tem uma lei da biogénese que afirma que (tanto quanto podemos observar) a vida vem sempre da vida. Os criacionistas concordam 100% com esta lei.

Os evolucionistas têm que acreditar que um dia, há muito tempo, por processos desconhecidos e impossíveis de conceber, a vida surgiu por acaso. Mas não existe qualquer evidência científica de que isso foi realmente assim.

São os evolucionistas que têm que derrogar a lei científica da biogénese. Os criacionistas não.


Astrozombie pergunta:

"Porque é que deus criou um universo com milhões e mais milhões de galaxias para termos uma terra assim tão singular?

Não bastava ter feito apenas a via lactea, ou só o sist. solar ou só mesmo a terra?"

A Bíblia responde a essa pergunta quando diz que "Os céus manifestam a obra de Deus, e o firmamento a obra das suas mãos".

Se o Universo fosse pequeno, ficaríamos com uma imagem muito distorcida e enfraquecida do poder de Deus. Assim, podemos comparar o que conseguimos fazer em 6 dias com que Deus consegue fazer em 6 dias e ver a diferença entre nós e Deus.

Deus dilatou o espaço e o tempo para que possamos compreender melhor a sua infinitude e a sua eternidade.

Logo em Génesis, a Bíblia compara a quantidade de estrelas do céu com os graos de areia existentes no solo, num e noutro caso aproximadamente 10^25, de acordo com algumas estimativas.

Graças à imensidão do Universo podemos também concluir que Deus é tão poderoso e criativo a nível macro, como a nível micro, não estando limitado pelo tamanho maior ou menor das galáxias e dos enxames de galáxias ou do DNA.

A Bíblia diz que o nosso Deus é majestoso, que não existe nada que para ele seja demasiado difícil.

Quando contemplamos o Universo e a Vida podemos ver que isso é mesmo assim.

A Bíblia diz que Deus criou uma natureza de forma sistemática e perfeita. Mas também diz que o pecado humano teve como consequência a morte, a corrupção e a maldição de toda a criação.

Foi por isso que Jesus Cristo encarnou (como acabámos de celebrar no Natal) morreu e ressuscitou fisicamente, vencendo a morte e prometendo a vida eterna num corpo incorruptível para todos os que nele crêem.

A Bíblia afirma, do mesmo modo, que Deus irá restaurar toda a criação, criando novos céus e nova Terra em que habitará a justiça.

O Génesis fala da criação e da queda.

Os evangélhos falam da redenção do homem.

O Apocalipse termina com a promessa de vida eterna com Deus, numa natureza recriada.

É claro que aceitamos isto pela fé. Mas não é uma fé cega, como aquela, dos naturalistas, que defende a abiogénese contra toda a evidência observável.

perspectiva disse...

Um anónimo evolucionista pergunta:

"E sabe que este livro da bíblia apresenta duas criações de Deus? parece que Deus criou o mundo duas vezes (cf. Gn1 vs Gn2)."

O anónimo evolucionista deveria ponderar o seguinte:

Se Génesis 1 e 2 fossem dois relatos da criação separados, porque é que o capítulo 2 não diz nada sobre a criação dos céus, da Terra, da Lua, dos corpos celestes, dos diferentes tipos de animais, etc.?

Um relato da Criação que se prese tem que incluir isso, o que só sucede com Génesis 1.

Génesis 2 é um relato complementar, focando especificamente na perspectiva do ser humano e do jardim em que o mesmo foi colocado.

A técnica de dar uma visão geral de uma questão e depois focar em aspectos particulares era comum na literatura judaica, surgindo noutras partes da Bíblia, como sucede logo em Génesis 10 e 11.

De resto, Jesus Cristo citou os supostos dois relatos como sendo um só relato.

O anónimo evolucionista deveria estudar as questões com maior profundidade antes de colocar questões como estas.

O mais estranho, nalgumas destas perguntas colocadas neste blogue, é o facto de quem as coloca estar convencido de que os criacionistas nunca pensaram nelas. Isso é realmente estranho.

Já faz lembrar a Palmira Silva quando perguntava como é que a água do dilúvio tinha chegado ao cume do Everest!!

Provavelmente nunca lhe tinha ocorrido que os criacionistas há muito que dizem que os Himalaias foram criados pelos movimentos catastróficos de placas tectónicas na sequência do dilúvio, assim se explicando a existência de fósseis de moluscos nos seus cumes e nos seus vários estratos de rochas sedimentares.

Considerando que as placas tectónicas de movem apenas alguns milímetros por ano, a elevação de tais montanhas teria que ser o resultado de forças de proporções cataclísmicas.

Este foi apenas um entre muitos exemplos de perguntas que mostram que muitas pessoas são visceralmente contra o criacionismo apesar de o desconhecerem quase por completo.

Anónimo disse...

oh perspectiva, ou devo dizer jonatas machado(sempre será vc?, o seu nome nunca mais apareceu por aqui..) por favor interne-se um hospicio e faz um favor ao país, vc é fanático, tudo o que tem dito é pura parvoice e aldrabice, óh homem voce não percebe nada de ciencia, assuma de uma vez por todas, e o seu livro favorito que dá pelo nome de biblia é uma treta pegada, nem para a investigação da história serve está cheio de aldrabices e erros(propositados) é esse livro que voce reclama mais os seus correlegionários para guia da humanidade ou pelo menos de uma parte dela(cristãos)?
Olhe à sua volta e apreenda o mundo tal como ele é na realidade, assuma a sua ignorancia e deixe de falar em fantasias mitologicas(deus), homem cresce mentalmente deixe de ser criança, não esse seu amigo imaginário não existe a não ser na sua cabecinha formatada que ainda não cresceu, qual é o seu recalcamento afinal para ser assim tão anti cientifico, anti humano, anti racional e anti realidade?

Anónimo disse...

Em resposta à Rita.
Não sou criacionista, o que aliás é bastante evidente no meu comentário.
O texto do Carlos Fiolhais não é especificamente sobre o criacionismo mas como este ainda provoca problemas nos USA é natural que o Carlos Fiolhais também o aborde no seu texto.
Também não sei aonde descortinou que eu disse que estamos a atingir os limites da ciencia. Disse sim que estes limites começarão a aparecer mais cedo ou mais tarde. Até pode nem ter limites, simplesmente é muito provavel que a partir de determinado ponto não seja economicamente vantajoso manter significativos investimentos na ciencia, ou antes no desenvolvimento da ciencia. No entanto sobre este ponto pode ler um pouco acima o texto sobre a electronica de carbono e a lei de Moore. Seja a electronica de carbono ou não há limites fisicos para a electronica. Limites que podem ser praticamente atingidos dentro de 20 ou 30 anos.
Tambem não sei como descortinou que eu percepciono que futuramente a ciencia será mantida pelos bons oficios da Igreja. Deve ser uma especie de telepatia ainda a descobrir. Infelizmente a tecnica não é ainda muito apurada e o ruído de fundo dá origem a interpretações descabidas.

Folgo em saber que é cientista, certamente muito melhor que a interpretar textos.

Camilo

Anónimo disse...

“Um relato da Criação que se prese tem que incluir isso, o que só sucede com Génesis 1. Génesis 2 é um relato complementar, focando especificamente na perspectiva do ser humano e do jardim em que o mesmo foi colocado.”

Nota-se que o perspectiva não percebe nada de história bíblica.

Caro perspectiva se estudar a história bíblica verá que primeiro foi escrito o Gn2 e só 500 anos mais tarde foi escrito o Gn1, para completar o Gn2.

Anónimo disse...

No Gn2 também fala da criaçao do ceu e da terra.

temos na biblia 2 criações do céu e da terra que ainda por cima se contradizem. basta ler pormenorizadamente os 2 primeiros capítulos da biblia

Anónimo disse...

O cúmulo é criacionistas não saberem o que quer dizer algumas passagem da bíblia. E confundirem o Gn1 com Gn2 dizendo que este ultimo é um complemento.

Deveria, mas é estudar caro perspectiva porque é que primeiro foi escrito o Gn2 e depois o Gn1, deve-se tudo a questões políticas relacionadas com o povo hebraico e os povos da babilónia.

perspectiva disse...

Armando Quintas diz:

“Você fanático, tudo o que tem dito é pura parvoice e aldrabice”

Seria interessante especificar as acusações. Acusações genéricas são próprias de quem não tem argumentos.

Trata-se de mais uma afirmação sintomática do impacto que as repostas do criacionismo bíblico têm.

Elas mexem com as pessoas e incomodam. A mente humana pecaminosa não está preparada para aceitar que o Universo e a Vida foi o resultado de uma Criação sobrenatural, instantânea e inteligente por um ser com um poder inimaginável.

Porque é que não chama os evolucionistas de fanáticos? Afinal de contas eles é que defendem a origem acidental do Universo e da Vida em termos que nunca foram observados por ninguém, que são impossíveis de demonstrar e que não permitem explicar a realidade observável.

“Oh homem você não percebe nada de ciência, assuma de uma vez por todas”

Mais uma vez, generalidades. Não passa disso. Porque é que não dirige a mesma acusação a quem, neste blogue, comparou cubos de gelo e detergente a DNA ou afirmou que a mitose era o processo naturalístico de criação de DNA?

“E o seu livro favorito que dá pelo nome de biblia é uma treta pegada, nem para a investigação da história serve está cheio de aldrabices e erros(propositados)”

Esta afirmação foi mais uma vez desmentida em 2007, por sinal um ano em cheio para a arqueologia bíblica. Eis alguns exemplos:

1) O arqueólogo Ron Tappy encontrou uma rocha com inscrições datadas de 2900 anos, por altura do Templo de Salomão, confirmando a cronologia bíblica.

2) Foi encontrada uma placa com escrita cuneiforme com uma referência a um dos oficiais de Nabucodonozor mencionados no livro de Profeta Jeremias (39:3), atestando o rigor da Bíblia nos mais precisos detalhes históricos.

3) Eilat Mazer, director do Instituto de Arqueologia do Centro de Shalem, anunciou a descoberta do muro de Jerusalém construído a mando de Neemias (2:17 e 6:15), confirmando mais uma vez o relato bíblico. Artefactos de cerâmica e pontas de flechas encontrados no local confirmam a narrativa do livro de Neemias.

4) A mesma Eilat Mazer sustenta a descoberta de vestígios arqueológicos do Palácio do Rei David.

5) O investigador holandês Marjo Korpel apresentou evidência forte da descoberta do selo real da rainha Jezebel mencionada na Bíblia (I Reis 16:21).

6) Foi igualmente encontrada evidência confirmando as relações diplomáticas e económicas entre o Rei Salomão e Hirão, o Rei de Tiro, descritas em I Reis 9:11-13.

Estas e outras interessantes descobertas arqueológicas mostram a fidedignidade das escrituras, mesmo quando aparentemente não existe evidência que as corrobora. Mais tarde ou mais cedo, essa evidência acaba por aparecer. O Armando Quintas perdeu uma boa oportunidade para estar calado.

“É esse livro que você reclama mais os seus correlegionários para guia da humanidade ou pelo menos de uma parte dela(cristãos)?”

Sim. Ele é a Palavra de Deus inspirada. Através dele podemos conhecer a origem, o sentido e o destino das nossas vidas. Não é por acaso que foi e é o livro mais influente na história da humanidade. Por muito que isso lhe custe.

O Armando Quintas, com os seus insultos inconsequentes e insubstanciados não irá longe.

Anónimo disse...

ahahahaha

perspectiva disse: "As obras de Charles Darwin estão cheias de histórias da carochinha e de erros"

claro que o doutor perspectiva não acredita em histórias da carochinha! é esperto demais para isso!


:P

Anónimo disse...

o que o perspectiva vem dizendo nao prova em nada o facto de Deus criar o mundo em (exactamente) 6 dias, e ao 7 descançou (devia estar cansado?!). Nem prova o facto de existir Adao e Eva. e como se poderá saber se eles comeram realmente a Maça???? :-)

A Biblia (que eu tanto gosto) tem muitas historias da carochinha. o que interessa nao é como o céu ou a terra foi feita.... mas sim como se vai para Deus.

Pena és os criacionistas confundirem tudo!!!

perspectiva disse...

Sim MC, não acredito na teoria da evolução. Mas tente convercer-me. Já agora, acredita que na evolução do macaco para o homem ou do homem para o macaco? É que existem evolucionistas que acreditam numa e noutra.

perspectiva disse...

O Anónimo evolucionista volta à carga com a sua alegação de que Génesis 1 e 2 são relatos diferentes e contraditórios.

Não avança razões, a não ser uma vaga alusão à realidade política relacionada com os povos hebraico e babilónico.

Muitos não perceberão o que o anónimo está a dizer. Na verdade, não sei se o próprio anónimo percebe o que está a dizer.

Mas vou presumir que sim, e que o mesmo tem por referência a chamada hipótese documental, que procura explicar a redacção do texto bíblico com base em diferentes correntes J(avista), E(loista), D(eutoronimista) e P(sacerdotal) e R(redactor).

De acordo com esta teoria, o relato bíblico teria sido escrito por autores anónimos no tempo do exílio da Babilónia, 900 anos depois de Moisés, reflectindo a interacção de diferentes correntes religiosas e políticas.

É com base nesta teoria que alguns têm procurado encontrar contradições entre Génesis 1 e 2.

Esta teoria, desenvolvida principalmente por Julius Welhausen, no século XIX, tem vindo a revelar-se errada pelos seguintes motivos:

1) A mesma postulava a inexistência de escrita no tempo de Moisés, o que se revelou infundado.

Placas de escrita cuneiforme encontradas na Mesopotâmia atestam a existência de escrita antes de Moisés, dando igualmente conta cosmogonias muito anteriores ao período babilónico.


2) A mesma postulava uma filosofia evolucionista da religião, que começava com o animismo, o politeísmo, “evoluía” para o monoteísmo e (previsivelmente) conduziria ao ateísmo. Daí a necessidade de datar o monoteísmo de Moisés numa época mais tardia.

O modelo teórico de que se partia condicionava a datação do Génesis a que se chegava. A verdade é que investigações antropológicas têm mostrado uma origem monoteísta de muitos povos.


3) Nunca se descobriu quem teriam sido os hipotéticos autores anónimos dos livros da Bíblia (para além de Moisés e dos demais autores dos mencionados nos próprios livros) nem a origem das hipotéticas fontes em que eles se teriam baseado.

Os hipotéticos autores da bíblia postulados pela hipótese documental são produções fictícias, sem qualquer fundamento histórico real.

Continuando a nossa resposta ao Anónimo evolucionista:


Existe realmente contradição entre Génesis 1 e 2? Claro que não. Génesis 2 não é outro relato da Criação, mas apenas um relato mais detalhado do dia 6 da semana da criação.

O Capítulo 1 de Génesis tem uma visão geral da criação, ao passo que Génesis 2 dá detalhes sobre a criação do jardim do Éden, o primeiro homem e as suas actividades no 6 dia. Vejamos alguns exemplos das supostas contradições:

1) O facto de Génesis 1 se referir a Deus como Elohim significa apenas que se quer afirmar a omnipotência de Deus. Em Génesis 2 Deus é descrito como Jeová (Yahweh), salientando a um tempo a sua auto-subsistência e a sua relação íntima com o ser humano recém-criado. Não existe qualquer contradição, mas apenas complementaridade.


2) Aparentemente, Génesis 2:19 dá a entender que os animais foram criados entre a criação de Adão e Eva, ao passo que Génesis 1:23-25 diz que Adão e Eva foram criados depois dos animais. No entanto, os rabis judeus nunca viram contradição entre os dois relatos, na medida em que os tempos verbais no hebraico são totalmente dependentes do contexto. Assim, em face da descrição de Génesis 1, o tempo verbal em Génesis 2:19 era automaticamente entendido como “tinha criado” ou “tendo criado”.

3) Sobre as plantas, as ervas e as árvores, em Génesis 2:5 e 9 (comparar com Génesis 1:12) deve notar-se que as mesmas são referidas à sua localização “no campo”, necessitando do cuidado dos seres humanos. Trata-se de plantas destinadas ao cultivo, e não das plantas em geral referidas em Génesis 1.

4) Em Mateus 19:3-6, Jesus Cristo cita passagens de Génesis 1 e 2 como uma relato unitário. Ou seja, Jesus Cristo, Deus encarnado, entendia os relatos como sendo complementares e não contraditórios. A sua interpretação é autoridade suficiente neste ponto.


5) A omissão da criação do Sol, da Lua, das estrelas, dos oceanos ou dos mares em Génesis 2 mostra que não se trata de um outro relato da criação.

perspectiva disse...

Estimado Anónimo

A Criação não pode ser provada, tal como a evolução não pode. No entanto, a Criação pode ser corroborada pela evidência, ao passo que a evolução não.

Nós sabemos e podemos ver que a vida só vem da vida e que as plantas, os animais e o ser humano se reproduzem de acordo com a sua espécie, em ambos os casos tal como a Bíblia ensina.

A teoria da evolução postula uma origem casual da vida (nunca observada) e o desenvolvimento das várias espécies a partir de um ancestral comum (também nunca observado).

A teoria da evolução é 99,9% especulação e 0,1% de observação.

Quando a Bíblia diz que Deus descansou, isso não pode ser lido como implicando um descanso humano. Isso significa apenas que Deus deixou de empregar as suas forças criadoras, e passou a usar as suas forças de conservação.

A lei da conservação da energia diz que, na sua totalidade, a matéria e a energia permanecem constantes. Nenhuma matéria e nenhuma energia estão a ser criados neste momento.

A lei da entropia sugere que existia muito mais ordem no início do que existe hoje.

O Universo não se pôde causar a ele próprio. O Universo está a decair da ordem para a desordem, o que significa que 1) no princípio havia mais ordem 2)o Universo não pode ser infinito, sob pena de já se econtrar num estado de máxima entropia.

Ou seja. O Universo teve um princípio. O Universo não se causou a si mesmo. O Universo teve que ter um causa externa a si mesma e essa causa só pode ser alguém para além do tempo, do espaço, da matéria, da energia e da informação: Deus.


Ambas as leis da física mencionadas são inteiramente consistentes com a Criação e com a queda e corrupção da natureza, tais como descritas na Bíblia.

A hipótese de surgimento casual do Universo a partir de um estado original de flutuação quântica é uma hipótese não cientificamente testável, sendo portanto irrelevante para a discussão.

Igualmente irrelevante é a hipotética origem não causada de partículas subatómicas. Por duas razões:

1) o facto de não se conhecer a causa dessas partículas não quer dizer que não exista essa causa.

2) uma coisa é dizer que os quarks aparecem sem causa num Universo pré-existente, outra coisa é dizer que todo o Universo, tal como o conhecemos, surgiu sem uma causa. Tal afirmação não seria científica, violando, além do mais, a lei da causalidade.

Quando Deus "descansou" ensinou-nos algo importante. O nosso trabalho deve ser intercalado de descanso. Daí a nossa semana de 7 dias, com pelo menos um de descanso. Essa semana inspira-se na semana da Criação.

Anónimo disse...

Caro Perspectiva,

Ao ler a Bíblia, nomeadamente o Gn1 e Gn2, confronto-me com uma dupla e ao mesmo tempo contraditória descrição da criação.
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Divergências entre o Gn1 e o Gn2:
- Deus em Gn1 é Elohim, e em Gn2 é Yahvé
- Gn2 é descrito com traços mais humanos. Deus não cria: “faz as coisas”. As obras não vêm do nada: fabrica-se sobre uma terra árida e vazia.
- Em Gn1 Deus é transcendente e distante. Não entra em contacto com a criação, mas fá-la surgir de longe, como se tivesse criado tudo do nada.
- Enquanto Deus em Gn1 cria o mundo apenas com a sua palavra (Deus disse… e assim aconteceu); em Gn2 Deus tem de trabalhar manualmente (como um oleiro, molda e forma o homem [v.7]; como um agricultor, semeia e planta as árvores do paraíso [v.8]; como um cirurgião, opera o homem para extrair a mulher [v.21]; como um alfaiate, confecciona as primeiras vestes para o casal, porque estavam nus [Gn3, 21]).
-Enquanto em Gn1 Deus cria o mundo em 6 dias, e no 7º descansou; no Gn2 o trabalho da criação só lhe leva um dia inteiro.
- Em Gn2 Yahvé cria unicamente o homem (varão); e, ao aperceber-se de que ele está só e precisa de uma companheira adequada, após experimentar dar-lhe os animais por companheiros, oferece-lhe a mulher. Pelo contrário, em Gn1 Deus fez existir o homem e a mulher simultaneamente, como par, desde o princípio.
- Enquanto no Gn1 os seres vão surgindo em ordem progressiva do menor ao maior (primeiro as plantas, em seguida os animais, e finalmente os seres humanos); em Gn2 o primeiro a ser criado é o homem (v.7), mais tarde as plantas (v.9), os animais (v.19), e finalmente a mulher (v.22).
- Enquanto Gn1 afirma que antes da criação do mundo só havia uma massa informe de água; Gn2 diz que antes de ser criado o mundo tudo era um imenso deserto.
- Em Gn1, a missão que Deus entrega ao homem no mundo é: “Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se movem na terra” (v.28).
-Pelo contrário, em Gn2 diz que “O Senhor Deus levou o homem e colocou-o no jardim do Éden, para o cultivar e, também, para o guardar” (v.15). Um projecto muito mais humilde…
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Algumas questões:
- Se Deus criou a terra com a maior singularidade, o melhor possível. Então, porque existe o mal? Qual é a origem do mal? Se existe um Deus que é bom, omnipotente, misericordioso... porquê esse Deus permitir o mal, o terrorismo, os massacres, etc?
- Deus também criou o mal (a serpente) ou a serpente já existia? (Existe um principio do Bem e um princípio do Mal?) Não sabia que a serpentes falavam… como é possível a serpente falar para a mulher?
- A maça (ou melhor o “fruto proibido”) foi comido por Eva e Adão. Porque é que nós cidadão do Séc. XXI temos que “gramar” com este pecado original? Porque é que se diz que nascemos com o pecado original? Que culpa tivemos nós da Eva comer a “maça”? E como é que se para de geração em geração tal pecado?
- No princípio só existia Adão e Eva (como seres humanos). Eles tiveram 2 filhos: Caim e Abel. Caim matou Abel. Como é que é possível continuar a geração de Caim? Caim casou com quem? Na bíblia diz que Caim conheceu uma mulher, que concebeu à luz Henoc. De onde vem essa mulher? Foi Deus que a tirou da costela de Caim? Aparece no relato bíblico esta mulher do nada.
- Porque é que o génesis não pode ser compreendido metaforicamente? Ou seja apreender apenas a mensagem (geral) e não os pormenores… Como afirma Galileu: “A Bíblia não quer ensinar como é feito o céu, mas como se vai para o céu”. Concorda com esta afirmação?
- Como é que falamos hoje com Deus, e como (ou de que forma) ele nos responde?
- O que quer dizer com a “Criação pode ser corroborada pela evidência”? Qual evidencia? Ainda acredita em ideias inatas? A Evolução é científica, a Criação não. É muito mais provável existir evolução, é algo que pode ser experienciado, testado. Enquanto a criação não. A criação não passa de um postulado de ideias filosófico-religiosas. Ou não será bem assim?
- Como é que sabe que Deus tem forças? Como é que sabe que Deus existe? Tem a “certeza” (indubitável) que Deus existe? Como é que sabe que não é uma construção humana? E se caso Deus existir, estará certamente para além de toda a limitação do universo, ou seja, está para além do espaço e do tempo. Como é que se pode comunicar com uma linguagem tão limitada (como a humana) a uma entidade que transcende tudo isso? Como é que sabe (tem a certeza) que em Deus existe leis? Deus não estará para além das leis ou não transcenderá totalmente as leis?
- Quem causou Deus? Se o universo teve que ter uma causa, porque é que Deus também não pode ter uma causa?
- O 7º dia de descanso não quer antes fazer memória da libertação do povo do Egipto? Cronologicamente o texto do Gn1 foi escrito depois da libertação dos hebreus da escravidão no Egipto.
- Será que o redactor bíblico se perturbaria ao ver que hoje substituímos os esquemas bíblicos do génesis pelo modelo, muito mais provável, do Big Bang e da formação evolutiva do homem? Penso que não! Pois, o redactor final do génesis ensina-nos algo importante; reunindo os dois textos (Gn1 e Gn2) num só relato, mostrou que, para ele, este aspecto “científico” era apenas um acessório, uma forma de expressão. Mais, os pormenores científicos não fazem parte da mensagem bíblica; são apenas um meio sem o qual a mensagem bíblica não poderia ser anunciada.
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Mas, este é um grande mistério, o mistério da origem do mundo. Mas, se a Bíblia não pretende transmitir como o céu é feito, e sendo o aspecto “científico” na bíblia apenas acessório, pois, a bíblia o que pretende ensinar é como se vai para o céu, ou como é que poderemos chegar a uma sociedade melhor amando os nossos inimigos. Temos que recorrer aos factos científicos mais prováveis e simples, como o evolucionismo, para explicar a origem do mundo. Será um grande erro ir às cosmogonias das épocas antigas e dizer que a terra foi criada em 6 dias literalmente. Se os redactores da bíblia no génesis recorreram à ciência da época, porque é que nós não podemos recorrer também à ciência dos dias de hoje para transmitir a mensagem de Deus???

Saudações cordiais,

DF

Fernando Martins disse...

Caro Doutor "perspectiva":

Vejo que continua sem corrigir as asneiradas que colocou nos comentários a posts anteriores que antes referi. Pode ser doutor, mas ser especialista em tudo parece-me demais (só conheço um artista especialista em tudo, que escreve na Blogosfera, chamado Abrantes...). Não seria boa ideia de vez em quando assumir o erro - até a descrição de Deus da Bíblia nos diz que às vezes é necessário...

Anónimo disse...

Caro Perspectiva

Elas mexem com as pessoas e incomodam. A mente humana pecaminosa não está preparada para aceitar que o Universo e a Vida foi o resultado de uma Criação sobrenatural, instantânea e inteligente por um ser com um poder inimaginável.

Elas mexem realmente com as pessoas pelas barbaridades ditas e a mente humana não estará preparada para “aceitar” tamanhas manifestações de ignorância e má fé. Cure-se… porque se hoje não vivemos na idade da pedra é por ter sido ignorada a sua “fantasia” sobrenatural.

Fernando Martins disse...

"Sim MC, não acredito na teoria da evolução. Mas tente (sic) convercer-me. Já agora, acredita que na evolução do macaco para o homem ou do homem para o macaco? É que existem evolucionistas que acreditam numa e noutra."

O que a teoria da evolução diz é que a espécie humana partilha ancestrais com os primatas. Não deve usar o termo macaco num local científico pois é um termo pouco fidedigno e passível de muitas leituras. É claro que a nossa árvore genealógica é complexa e desde um antepassado comum com as duas espécies actuais de chimpanzés até à actualidade houve muitas mudanças ramos que se extinguiram (os Homo erectus, os Homo ergaster, os Homo florensis, os Homo sapiens neandertalensis e provavelmente muitos outros). Mas um tipo que acha que a Terra e, mais triste ainda, o Universo, foram criados à cerca de 6.010 anos (e os seres da nossa espécie derivam dos descendentes de Noé, após um dilúvio Universal, em 2.300 A.C., curiosamente já em época histórica e com registos escritos anteriores, na Babilónia e Egipto) a usar as ferramentas que a Ciência actual lhe fornece para negar o evidente dessa Ciência, parece-me um pouco bizarro de mais para se acreditar, como Tomé, sem se ver...

PS - Quando é que vai aos posts anteriores fazer mea culpa nas asneiras óbvias que lá colocou, em:
Inauguração de exposição sobre Lineu
e
A Criação está ainda mais próxima!
Não há nada de regras sobre dizer mentiras na sua religião...?

Anónimo disse...

«Aliança da Ciência e da Religião

8. A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana: uma revela as leis do mundo material e a outra as do mundo moral. Tendo, no entanto, essas leis o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se fossem a negação uma da outra, uma necessariamente estaria em erro e a outra com a verdade, porquanto Deus não pode pretender a destruição de sua própria obra. A incompatibilidade que se julgou existir entre essas duas ordens de idéias provém apenas de uma observação defeituosa e de excesso de exclusivismo, de um lado e de outro. Daí um conflito que deu origem à incredulidade e à intolerância.

São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo têm de ser completados; em que o véu intencionalmente lançado sobre algumas partes desse ensino tem de ser levantado; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de levar em conta o elemento espiritual e em que a Religião, deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria, como duas forças que são, apoiando-se uma na outra e marchando combinadas, se prestarão mútuo concurso. Então, não mais desmentida pela Ciência, a Religião adquirirá inabalável poder, porque estará de acordo com a razão, já se lhe não podendo mais opor a irresistível lógica dos fatos.

A Ciência e a Religião não puderam, até hoje, entender-se, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, reciprocamente se repeliam. Faltava com que encher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse. Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o Universo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez comprovadas pela experiência essas relações, nova luz se fez: a fé dirigiu-se à razão; esta nada encontrou de ilógico na fé: vencido foi o materialismo. Mas, nisso, como em tudo, há pessoas que ficam atrás, até serem arrastadas pelo movimento geral, que as esmaga, se tentam resistir-lhe, em vez de o acompanharem. E toda uma revolução que neste momento se opera e trabalha os espíritos. Após uma elaboração que durou mais de dezoito séculos, chega ela à sua plena realização e vai marcar uma nova era na vida da Humanidade. Fáceis são de prever as conseqüências: acarretará para as relações sociais inevitáveis modificações, às quais ninguém terá força para se opor, porque elas estão nos desígnios de Deus e derivam da lei do progresso, que é lei de Deus.»

Afonso Pereira

Anónimo disse...

Este texto é da autoria do académico francês Hipólito Rivail, que se tornou conhecido sob o pseudónimo de Allan Kardec. Não usou o pseudónimo para se esconder, mas para que os seus primeiros livros sobre a doutrina filosófica denominada Espiritismo não fosse avaliada (bem ou mal) em função do autor, mas sim do conteúdo.

Allan Kardec não inventou o Espiritismo. Codificou-o (no sentido de Código Penal, ou Código Genético).
Os ensinamentos morais e filosóficos contidos nas cinco obras básicas da chamada Codificação Espírita, vieram dos seres incorpóreos denominados Espíritos, e que não são mais que inteligências sem um corpo material grosseiro, ou na acepção comum, "as almas dos homens que viveram na Terra". É a nossa concepção, pelo menos.

Médiuns espalhados por todo o mundo receberam as mesmas respostas às perguntas formuladas por Kardec. A par de grotescos espectáculos de feira, a mediunidade existe desde sempre e foi estudada no último século e meio por pessoas de formação académica e reputação moral inquestionáveis. Vide, p.ex., Charles Richet, prémio Nobel da Medicina.

Num post denominado "Homeopatetices - A Componente Mística", tive oportunidade de responder a um comentário que igualava espíritas a charlatães. Disse eu que os espíritas não podem ser charlatães, pois NADA lucram com o Espiritismo, que é uma actividade de rigoroso voluntariado. Pelo contrário, os espíritas pagam do seu bolso para levarem a cabo as sias actividades. Podem estar enganados, mas charlatães não serão. Quem o afirma que o prove.

Um outro post, de Carlos Fiolhais, era uma paródia pueril à revista do Grupo Espírita Batuíra. O autor chegou ao ponto de negar as habilitações académicas de quem assinava os artigos.
Se a troça é livre, a difamação já não o é. Carlos Fiolhais é livre de troçar, e também é livre de provar que os médicos psiquiatras como o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira (um dos visados nesse post) são tratantes que não possuem as habilitações de que se afirmam portadores.

O Espiritismo não tem nada a ver com magos, adivinhos ou feitiçarias. Nada a ver com astrologias e previsões. Nada a ver com espectáculos públicos de mediunidade do género de John Edwards. Nada a ver com rituais, religiões, crenças cegas e dogmáticas. Nada a ver com misticismos ou new-ages do género de Alaxandra Solnado. Nem sempre a palavra Espíritos implica que se esteja a falar de Espiritismo. Mediunidade não é sinónimo de Espiritismo. Um indivíduo que possui mediunidade (seja ela o que for) é médium. Um indivíduo que seja adepto do Espiritismo, é espírita.

O Espiritismo, enquanto filosofia, propõe uma resposta para as eternas questões acerca de quem somos, de onde vimos e para onde vamos, o que é o Bem e o Mal, o que é a Felicidade, etc..
O Espiritismo é uma doutrina filosófica de consequências morais, que, não sendo religião, se enquadra na tradição judaico-cristã, sem complexos. Jesus é o modelo moral do Espiritismo, considerado o Espírito mais perfeito que já encarnou na Terra. O Espiritismo tem uma vertente de científica, mas não é ciência académica. Define-se como ciência de observação no sentido em que elabora as suas conclusões a partir de observações. O Espiritismo enquanto ciência será um pouco como a actividade científica do observador de aves ou dos astros, que observa a Natureza. O Espiritismo aceita todos os postulados científicos conclusivos, mesmo que contradigam quaisquer livros considerados sagrados pelas religiões.

Para o Espiritismo, a ciência é para ser feita pelos cientistas, e os médiuns espíritas estão sempre à disposição dos cientistas para serem estudados.

Não venho aqui fazer proselistismo, apenas louvar este artigo de Carlos Fiolhais, mais feliz que o acima citado, pois este é ponderado.

O Livro dos Espíritos e as restantes obras da Codificação Espírita contêm afirmações que a Ciência tem vindo a comprovar. Os Espíritos não vieram fazer o trabalho dos cientistas, nem o Espiritismo reivindica que os Espíritos que intervieram nessas obras sejam infalíveis. Pelo contrário, Allan Kardec aconselhou que sempre que a Ciência prove que a Codificação esteja errada num ponto, deve abandonar-se esse ponto da Codificação e seguir a Ciência.

Recordo contudo que a vocação do Espiritismo é filosófica e moral, é vivência do Evangelho sem os adornos que as religiões lhe acrescentaram (sacerdócio, rituais, anjos e demónios, doutrinas de Céu, Inferno e Purgatório, templos, organizações religiosas, infalibilidade de sumo-sacerdotes, crença em milagres, etc.).
O Espiritismo acompanha o evoluir da Ciência com o respeito devido ao que consideramos ser a descoberta da obra divina (não, não cremos num Deus antropomórfico, castigador e mesquinho).

Afonso Pereira

Anónimo disse...

depois do criacionismo agora temos o espiritismo!

isto vai de mal a pior...

Fernando Martins disse...

"Para o Espiritismo, a ciência é para ser feita pelos cientistas, e os médiuns espíritas estão sempre à disposição dos cientistas para serem estudados."

Caro Afonso:

Há um prémio volumoso (penso que de 1 milhão de US dollars) para quem provar ter poderes de mediunidade, dados pelo mágico e céptico James Randi: "Ele é talvez mais conhecido pelo One Million Dollar Paranormal Challenge (Desafio Paranormal de Um Milhão de Dólares), no qual a James Randi Educational Foundation pagará um milhão de dólares a qualquer um que demonstrar evidência de evento paranormal, sobrenatural ou de poderes ocultos, as condições para os testes precisam ser aceitas por ambas as partes."

Porque não concorre a ele...?!? - depois vem aqui dizer o que quiser sobre o assunto.

Até lá fique com as suas crenças mas tente não misturar com Ciência.

Anónimo disse...

astrozombie, você é literalmente daqules que julgam os livros pela capa.

Note que eu não vim aqui fazer proselitismo ou "lançar avisos aos infiéis".

Permiti-me vir aqui comentar um artigo, moderado e correcto, após quem o assina ter feito um post vergonhoso sob o título "Há novidades no quiosque", ou coisa que o valha, em que desancava uma publicação espírita apenas com troça, alusões xenófobas e alegações de que as habilitações académicas dos CIENTISTAS que assinam artigos nessa publicação não eram médicos psiquiatras, médicos ginecologistas, etc.. Se lamentei o preconceito e a falta de respeito do outro artigo, achei por bem louvar o equilíbrio deste. Errar é humano, e Carlos Fiolhais também tem direito a meter o pé na poça. E a ser brilhante, como neste artigo.

É curioso que quando se trata das religiões (que defendem coisas como "todo o acto ou pensamento sobre sexo que não esteja ligado à reprodução é pecado mortal", ou que consideram que o evolucionismo de Darwin é heresia) mesmo os mais empedernidos ateus têm algum respeito e diplomacia.

Já o Espiritismo, doutrina filosófica, é verberado nos termos mais impróprios.

Acerca do Criacionismo versus Inteligente Design, eu, não sendo cientista, posso avançar-lhe que deploro o fanatismo religioso que tem produzido as mais aberrantes teorias. Respeito totalmente a liberdade de pensamento, mas deploro o obscurantismo que representa querer impôr essa visão às crianças, nas escolas pagas pelos contribuintes.

A esse propósito, aqui vai um excerto de um artigo da D.ra Marlene Nobre, Presidente da Associação Medico-Espírita Internacional:

«Reconhecemos o grande valor da Teoria Neodarwiniana e de seus pressupostos básicos - a evolução das espécies, a mutação e a seleção natural - já comprovados pela investigação científica. Ela, porém, tem se revelado insuficiente para explicar a evolução como um todo, porque tem no acaso um dos seus pilares. O mesmo acontece com todas as outras teorias que buscam complementá-la, mantendo a mesma base explicativa, como as de Orgel, Eigen, Gilbert, Monod, Dawkins, Kimura, Gould, Kauffman. Demonstrou-se, por exemplo, através de cálculos matemáticos, a impossibilidade estatística (101000contra um) de se juntar , ao acaso, mil enzimas das duas mil necessárias ao funcionamento de uma célula. Do mesmo modo, já se constatou que o acaso é insuficiente para explicar, passo a passo, de forma detalhada, científica, o surgimento de estruturas complexas, como o olho, o cílio ou flagelo, a coagulação sanguínea.

Por isso, acreditamos que a Teoria do Planejamento Inteligente, que não tem por base o acaso e é defendida por cientistas competentes, como o bioquímico Michael Behe, a bióloga Lynn Margulis, e os físicos Ígor e Grischka Bogdanov, possui argumentos científicos bem mais sólidos para explicar a evolução dos seres vivos. Behe, em seu livro A Caixa Preta de Darwin, afirma que não importa o nome que se lhe dê, mas, para ele, indiscutivelmente, a vida tem um Planejador. Esta mesma conclusão está em Deus e a Ciência, obra de J. Guitton e dos irmãos Bogdanov. Na mesma linha de raciocínio, Margulis e Sagan (2002, p. 289) afirmam: "nem o DNA nem qualquer outro tipo de molécula, por si só, é capaz de explicar a vida".

Esses autores foram buscar suas argumentações científicas no estudo da extraordinária maquinaria celular; no jogo de convenções inexplicáveis, como as ligações covalentes, a estabilização topológica de cargas, a ligação gene-proteína, a quiralidade esquerda dos aminoácidos e direita dos açúcares; como também , nos cálculos matemáticos das enzimas celulares e na análise de estruturas complexas, já referidos. Enfim, um mundo de complexidade, que não pode ser reduzido à simples obra do acaso.

O fato é que o cientista nem de longe nem de perto tem conseguido "fabricar" moléculas da vida.»

Espero que tenha ficado claro que não vim aqui abusivamente nem pretendo de forma alguma contestar os pontos de vista ateístas! Os continuados ataques à doutrina filosófica que professo dão-me o direito de, respeitosamente, responder. A não ser que nem esse direito me caiba...

Afonso Pereira

P.S. - Se o amigo astrozombie considera a filosofia espírita uma desgraça tão grande (devo dizer-lhe que a filosofia espírita é uma filosofia cristã, que pugna por uma fé raciocinada e assente em bases científicas, e que professa os mesmos princípios que Sócrates e Platão) aconselho que se informe, que leia, e que apresente as suas objecções. Prometo-lhe que qualquer disparate flagrante que lhe detecte será corrigido prontamente pelos espíritas de todo o mundo. Mas seja objectivo, sff. "Porque sim" e "porque não", não serve. Isso é para os fanáticos.

Anónimo disse...

Caro Fernando Martins,

Porque ficou tão ofendido por eu ter referido que os médiuns espíritas estão sempre à disposição da Ciência para serem estudados?
Fui bem claro ao dizer que a Ciência é para os cientistas, e que a ligação entre o Espiritismo e Ciência não é, de forma alguma, o Espiritismo pretender ser uma ciência académica. Digamos que tem uma componente de ciência de observação, como o tem a humilde actividade do observador de aves, que não tem que ser biólogo para se maravilhar com a Natureza...

O Espiritismo RESPEITA escrupulosamente a Ciência! O Espiritismo não fica agarrado a textos considerados sagrados que afirmam coisas que a Ciência desmente. O Espiritismo corrigirá sempre tudo aquilo que a Ciência prove estar errado no Espiritismo!

Não vejo por isso motivo de crispação. É certo que temos filosofias de vida diferentes. O meu amigo é materialista. Só acredita naquilo que os seus sentidos captam e no que é mensurável, tangível e "laboratoriável".
Eu acho que não existe "sobrenatural", mas que o homem terestre ainda não descobriu tudo. Acho que o transcendente se tornará cada vez mais imanente. Simplifico e chamo Deus ao arquétipo causal de Carl Jung.

Não terei liberdade de crença omo o amigo Fernando Martins? É por ser licenciado numa área científica que tem mais direitos que eu? Mas há muitos cientistas espíritas.

Os médiuns espíritas estão à disposição dos cientistas. Está errado? Francisco Cândido Xavier foi estudado pela NASA. Divaldo Pereira Franco, Embaixador da O.N.U., e incansável divulgador do Espiritismo, que fala em todo o lado, em ocas de índios e em universidades (a sério) de todo o mundo, tem sempre estado à disposição da Ciência. E não é por proselitismo, pois o Espiritismo não disputa "mercados" da Fé.

Estamos à disposição da Ciência Ciência. Não da palhaçada!

Nenhum espírita se "gaba" de possuir mediunidadae. Que aliás todos possuimos, em diversos graus,e o Fernando também. Qualquer espírita será o primeiro a dizer-lhe que nenhum médium é dono da mediunidade, que é uma faculdade fugidia e depende também de "terceiros" - se não houver Espíritos a manifestarem-se não há fenómeno mediúnico.

Suponho que as experiências de todos os cientistas que desde há 150 anos estudam a reencarnação, a mediunidade, a imortalidade, nunca lhe tenham merecido atenção.

Mesmo quando se trata de chamar à mediunidade percepção extra-sensorial de fenómenos psi-teta(vide experiências de Joseph Banks Rhyne e Esposa), os ateístas torçam o nariz à priori. É um esconder a cabeça na areia em tudo igual ao dos religiosos fanáticos. Rejeita-se o que não cabe nas nossa crenças...

A vocação do Espiritismo não é fazer experiências com a mediunidade nem provar a imortalidade da alma. Isso cabe aos cientistas.

Não faltam cientistas espíritas e outros que desconhecem totalmente o Espiritismo, e estudam estes assuntos sem preconceitos. Até em Portugal.

Os espíritas não alimentam qualquer pretensão de convencer ninguém, nem de esgrimir argumentos em querelas de ideias. Diálogo construtivo sim.

A menos que considere que detém o monopólio da razão, da verdade e do bom-senso, convido-o a conhecer o Espiritismo, e não apenas o trabalho dos cientistas que abona a favor do que o Espiritismo defende.

Se acha que não vale a pena e que nós somos apenas doidos, está no seu direito, é claro.

Afonso Pereira

Anónimo disse...

«Curta resposta aos detratores do Espiritismo

O direito de exame e de crítica é um direito imprescritível, ao qual o Espiritismo não tem a pretensão de se subtrair, como não tem a de satisfazer todo o mundo. Cada um, pois, está livre para aprová-lo ou rejeitá-lo; mas ainda seria necessário discuti-lo com conhecimento de causa; ora, a crítica não tem senão, muito freqüentemente, provado a sua ignorância de seus princípios mais elementares, fazendo-lhe dizer precisamente ao contrário do que ele diz, atribuindo-lhe o que nega, confundindo-o com as imitações grosseiras e burlescas do charlatanismo, dando, enfim, como a regra de todos, as excentricidades de alguns indivíduos. Muito freqüentemente, também, a malevolência quis torná-lo responsável por atos repreensíveis ou ridículos, onde seu nome foi misturado incidentemente, e disso faz uma arma contra ele.

Antes de imputar a uma doutrina a incitação a um ato repreensível qualquer, a razão e a eqüidade querem que se examine se essa doutrina contém as máximas próprias para justificarem esse ato.

Para conhecer a parte de responsabilidade que incumbe ao Espiritismo numa dada circunstância, há um meio muito simples, que é o de inquirir de boa fé, não entre os adversários, mas na própria fonte, o que ele aprova e o que ele condena. A coisa é tanto mais fácil que nada tem de secreto; seus ensinos são públicos, e cada um pode controlá-los.

Se, pois, os livros da Doutrina Espírita condenam de maneira explícita e formal um ato justamente reprovado; se não encerram, ao contrário, senão instruções de natureza a levar ao bem, é que o indivíduo culpado da má ação nele não hauriu suas inspirações, tivesse mesmo esses livros em seu poder.

O Espiritismo não é mais solidário com aqueles que se comprazem em dizer-se espíritas, do que a medicina não o é com os charlatães que a exploram, nem a sã religião com os abusos, ou mesmo crimes, cometidos em seu nome. Não reconhece por seus adeptos senão aqueles que colocam em prática os seus ensinos, quer dizer, que trabalham para o seu próprio adiantamento moral, esforçando-se por vencer as suas más inclinações, serem menos egoístas e menos orgulhosos, mais dóceis, mais humildes, mais pacientes, mais benevolentes, mais caridosos para com o próximo, mais moderados em todas as coisas, porque são os sinais característicos do verdadeiro espírita.

O objeto desta curta notícia não é o de refutar todas as falsas alegações dirigidas contra o Espiritismo, nem de desenvolvê-lo ou provar-lhe todos os princípios, e ainda menos procurar converter, às suas idéias, aqueles que professam opiniões contrárias, mas de dizer, em algumas palavras, o que é e o que não é, o que admite e o que reprova.

Suas crenças, suas tendências e seu objetivo se resumem nas proposições seguintes:

1º O elemento espiritual e o elemento material são os dois princípios, as duas forças vivas da Natureza se completando uma pela outra, e reagindo incessantemente uma sobre a outra, ambas indispensáveis ao funcionamento do mecanismo do Universo.

Da ação recíproca desses dois princípios nascem fenômenos que, cada um deles, isoladamente é incapaz de se explicar.

A ciência, propriamente dita, tem por missão especial o estudo das leis da matéria.

O Espiritismo tem por objeto o estudo do elemento espiritual em suas relações com o elemento material, e encontra, na união desses dois princípios, a razão de uma multidão de fatos até então inexplicados.

O Espiritismo caminha de acordo com a ciência no terreno da matéria: admite todas as verdades que ela constata; mas onde se detêm as investigações desta, prossegue as suas no terreno da espiritualidade.

2º Sendo o elemento espiritual um estado ativo da Natureza, os fenômenos que se ligam a ele estão submetido a leis, e, por isso mesmo, tão naturais quanto aqueles que têm sua fonte na matéria neutra.

Certos fenômenos foram reputados sobrenaturais pela ignorância das leis que os regem. Em conseqüência desse princípio, o Espiritismo não admite o caráter maravilhoso atribuído a certos fatos, de tudo constatando a realidade ou a possibilidade. Para ele não há milagre, enquanto derrogação das leis naturais; de onde se segue que os espíritas não fazem, milagres, e que a qualificação de taumaturgos, que alguns lhe dão, é imprópria.

O conhecimento das leis que regem o princípio espiritual, se liga, de maneira direta, à questão do passado e do futuro do homem. Sua vida é limitada à existência atual? Entrando neste mundo, saiu do nada, e em que se torna deixando-o? Já viveu e viverá ainda? Como viverá e em que condições? Em uma palavra, de onde vem e para onde vai? Por que está sobre a Terra e por que nela sofre? Tais são as perguntas que cada um se coloca, porque são para todos de um interesse capital, e que nenhuma doutrina não lhe deu ainda solução racional. A que o Espiritismo lhe dá, se apóia sobre fatos, satisfazendo às exigências da lógica e da justiça mais rigorosa, é uma das principais causas da rapidez de sua propagação.

O Espiritismo não é nem uma concepção pessoal, nem o resultado de um sistema preconcebido. É a resultante de milhares de observações feitas em todos os pontos do globo, e que convergiram para o centro que as coligiu e coordenou. Todos esses princípios constituintes, sem exceção, são deduzidos da experiência. A experiência sempre precedeu a teoria.

O Espiritismo encontrou, assim, desde o início, raízes por toda a parte; a história não oferece nenhum exemplo de uma doutrina filosófica ou religiosa que haja, em dez anos, reunido um tão grande número de adeptos; entretanto não empregou, para se fazer conhecer, nenhum dos meios vulgarmente em uso; propaga-se por si mesmo, pelas simpatias que encontrou.

Um fato não menos constante é que, em nenhum país, a Doutrina não nasceu na camada baixa da sociedade; por toda a parte, ela se propagou de alto a baixo da escala social; é nas classes esclarecidas que está ainda quase exclusivamente difundida, e as pessoas iletradas nela estão em ínfima minoria.

Está ainda averiguado que a propagação do Espiritismo seguiu, desde a origem, uma marcha constantemente ascendente, apesar de tudo o que se fez para entravá-la e desnaturar-lhe o caráter, tendo em vista desacreditá-lo na opinião pública. Há mesmo a se anotar que, tudo o que se fez com esse objetivo, favoreceu-lhe a difusão; o ruído que se fez a seu propósito levou-o ao conhecimento de pessoas que dele jamais ouviram falar; quanto mais o difamaram ou ridicularizaram, mais as invectivas foram violentas, mais estimulou a curiosidade; e como não pode senão ganhar ao exame, disso resultou que os seus adversários dele se fizeram, sem o querer, os ardentes propagadores; se as diatribes não lhe trouxeram nenhum prejuízo, foi porque estudando-o em sua fonte verdadeira, o encontraram diferente do que havia sido representado.

Nas lutas que teve de sustentar, as pessoas imparciais se deram conta de sua moderação; jamais usou de represálias contra os seus adversários, nem restituiu injúria por injúria.

O Espiritismo é uma doutrina filosófica que tem conseqüências religiosas, como toda doutrina espiritualista; por isso mesmo toca forçosamente às bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma e a vida futura; mas não é, uma religião constituída, tendo em vista que não tem nem culto, nem rito, nem templo, e que, entre os seus adeptos, nenhum tomou ou recebeu o título de sacerdote ou de sumo-sacerdote. Essas qualificações são pura invenção da crítica.

É-se espírita somente porque se simpatiza com os princípios da doutrina, e que com ela se conforma a sua conduta. É uma opinião como uma outra, que cada um deve ter o direito de professar, como se tem o de ser judeu, católico, protestante, fourieísta, sansimonista, voltairiano, cartesiano, deísta e mesmo materialista.

O Espiritismo proclama a liberdade de consciência como um direito natural: reclama-a para os seus, como para todo o mundo. Respeita todas as convicções sinceras, e pede para si a reciprocidade.

Da liberdade de consciência decorre o direito de livre exame em matéria de fé. O Espiritismo combate o princípio da fé cega, como impondo ao homem a abdicação de seu próprio julgamento; diz que toda fé imposta é sem fundamento. Por isso inscreveu, entre as suas máximas: "Não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade."

Conseqüente com os seus princípios, o Espiritismo não se impõe a ninguém; quer ser aceito livremente e por convicção. Expõe suas doutrinas e recebe aqueles que vêm a ele voluntariamente.

Não procura desviar ninguém de suas convicções religiosas; não se dirige àqueles que têm uma fé, e a quem essa fé basta, mas àqueles que, não estando satisfeitos com aquilo que se lhe deu, procuram alguma coisa melhor.»

Este texto é de Allan Kardec e pertence a Obras Póstumas, de 1890.

Afonso Pereira

Fernando Martins disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernando Martins disse...

Caro Afonso:

Não sou materialista, como diz, mas sim católico. É claro que reconheço o direito absoluto à pessoa acreditar no que quiser (eu tive imensa pena quando o meu filho, quase aos 4 anos, deixou de acreditar no Pai Natal...). Acho muito bem que acreditem em qualquer coisa embora tenha dúvidas que acreditar num pateta fraudulento como Kardek tenha algum interesse.

O desafio Randi (na sua Associação ou lá o que é não davam jeito 1 milhão de dolares...?) mantem-se, para si ou para qualquer outro espírita...

Depois a sua deriva não-científica de adesão à ID leva-o a citar uma mentira: Lynn Margulis continua a creditar no neo-darwinismo... E dá gosto ver o doutor Jónatas acompanhado pelos espíritas na luta anti neo-darwinismo, lá isso dá!

PS - Por acaso uma área que gosto de ler, conhecer e estudar, como céptico, é a parapsicologia - fiz até um mini-curso patrocinado pela ICAR dado pelo Centro Latino-Americano de Parapsicologia. Espero que as suas dúvidas sobre o meu interesse e conhecimentos destes assuntos estejam satisfeitos...

Anónimo disse...

Olá Fernando,

Leu mesmo a minha resposta, caro amigo? Eu manifestei dúvidas sobre os seus conhecimentos? Não dei por nada. Creio que me limitei a responder ao modo como me "enxotou".

A parapsicologia tem três correntes principais:
- a russa (ex-soviética) que nega a priori qualquer possibilidade de a inteligência resideir fora do cérebro. É materialista, pura e dura, e parte para o estudo dos fenómenos com atitude pré-concebida.
- a americana, fundada por Joseph Banks-Rhyne, que não confirma nem desmente; investiga. E dessa investigação tem resultado a evidência de que há inteligência extra-corpórea, ou seja: vida após a morte e interacção entre "dois mundos", por assim dizer.
- a corrente francesa, actualmente sustentada pelo inefável Padre Óscar Quevedo, que visa sobretudo denegrir tudo o que seja investigação científica séria e manter bem alto o conceito de sobrenatural. É a chamada "quevedologia", que nada explica, nada investiga, apenas cria palavras novas para denominar fenómenos antigos.

É paradoxal que o Fernando, como homem de Ciência, defenda a pseudo-ciência "quevedológica", que nega a imortalidade da alma (!) mas afirma a pés juntos que existem milagres, que o Santo Tal fez crescer uma perna a um homem que rezou muito, etc..

Na concepção do Padre Óscar Quevedo, o mundo divide-se em natural e sobrenatural; por um lado ele crê na Ciência estritamente materialista, ideologicamente datada, que afirma sem margem para discussão que os mortos estão bem mortos.

Por outro lado ele é católico e acredita nos anjos, nos santos, nas almas do Purgatório, no Céu, no Inferno, no Diabo, nas aparições e nos milagres.
Já o Espiritismo não crê em nada dessa coisas, que considera na maioría folclore medieval; e crê que tudo é natural. Que nada existe fora da ordem natural das coisas. de rerum natura, por assim dizer. Para nós não existe o sobrenatural, apenas o que a Ciência ainda não descobriu.

Os mortos estão em letargia à espera do Juízo Final para se levantarem das campas? Estão no Céu, Inferno ou Purgatório? Os anjos e os demónios foram criados por Deus para a Bem-aventurança e o atormentar eterno, respectivamente? Arderá em azeite por toda a Eternidade quem usa preservativo?

Afinal qual de nós acredita no Pai Natal? Qual é a crença mais consonante com a Ciência, Catolicismo ou Espiritismo? Desculpe pòr as coisas assim, mas V. começou por me enxotar...

Na minha "associação ou lá o que é" não nos faz falta dinheiro, graças a Deus. Quotizamo-nos, retiramos dos nosso ordenados de trabalhadores honestos, e pagamos água, luz, renda de casa e telefone. Não exploramos o povo, como algumas religiões, e damos todo o nosso serviço gratuitamente, e sem alardes.

Já lhe respondi que os espíritas não se prestam a palhaçadas como o desafio de Randi. Suponho que não admita a ideia de que um sacerdote católico vá ao desafio de Randi transformar pão e vinho no corpo de Jesus/Deus /Espírito-Santo... Não estou a blasfemar ou a troçar! Segundo o Catecismo da Igreja Católica os géneros são transformados efectivamente em corpo e sangue de Jesus, que é Deus com o Pai e com o Espírito-Santo, segundo a vossa crença - absolutamente respeitável, diga-se!

Não vão é prestar-se ao desafio de Randi. Nós também não, mas prestamo-nos ao olhar da Ciência a sério. O circo é circo, é uma arte nobre, mas cada coisa no seu lugar.
Aliás, eu escrevi sobre isto, e o meu amigo ou não leu, ou não entendeu, ou gosta de fazer pirraça.

Sobre Lynn Margulis, que eu, não cientista nem nada que se pareça, adoro, limitei-me a citar, mas proponho que tire dúvidas com a autora do artigo. Aliás, esse é um pormenor do excerto, que me parece conter matéria para discussão por quem de direito - não por mim, que da Ciência sou apenas um admirador maravilhado e rspeitador...

Não é elegante da sua parte chamar pateta fraudulento a Allan Kardec, mas a má educação fica consigo e em nada denigre a emérita figura do Professor Hipólito Rivail/ Allan Kardec.
É do mais elementar bom-senso ter-se provas do que se afirma, como deve saber. Naturalmente, não as tem. Tem apenas as teorias do Padre Quevedo e a propaganda católica conservadora, que continua a proclamar-se "A" representante exclusiva de Deus na Terra, a infalibilidade papal, o criaionismo bíblico, e outras coisas que a Razão e a Ciência não podem aceitar. O tempo da Santa Inquisição já lá vai (embora o actual Papa não pense assim).

Como católico que é, sugiro-lhe que leia obras do Padre François Brune, um sacerdote católico que tem pesquisado sobre Transcomunicação Instrumental, sob a égide do Papa João Paulo II, o tal que declarou que o diálogo com os mortos não pode parar, em discurso na Praça de São Pedro.

Sugiro-lhe também que leia as obras de Allan Kardec, para poder falar com conhecimento de causa.

Pode fazer o download no site

http://www.espirito.org.br/index.asp

Tem também, por exemplo, estes sites:

http://www.redevisao.net/

http://www.apologiaespirita.org/

http://www.guia.heu.nom.br/index.htm

www.ameporto.org

http://www.amebrasil.org.br/index.htm

www.adeportugal.org

http://www.sitepalace.com/espiritismoehcristao/

Feliz Ano Novo,

Afonso Pereira

Anónimo disse...

P.S. - Sobre a alegada "deriva anti-científica" de Marlene Nobre, falta dizer porque é que é anti-científica, pois apenas negar não é argumento.
E falta explicar qual é a posição católica sobre a criação do Universo. É materialista? Não, se é católica não pode ser materialista. Então a explicação é o Sobrenatural. Será o Sobrenatural já é científico? Que caldeirada quevedológica...

Afonso Pereira

Fernando Martins disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernando Martins disse...

Caro Afonso:

Vão a seguir às citações, intercalados, os meus comentários.

"Leu mesmo a minha resposta, caro amigo? Eu manifestei dúvidas sobre os seus conhecimentos? Não dei por nada. Creio que me limitei a responder ao modo como me 'enxotou'."

Eu respondi directamente a uma afirmação sua, quando disse "A menos que considere que detém o monopólio da razão, da verdade e do bom-senso, convido-o a conhecer o Espiritismo, e não apenas o trabalho dos cientistas que abona a favor do que o Espiritismo defende."


"A parapsicologia tem três correntes principais:
- a russa (ex-soviética) que nega a priori qualquer possibilidade de a inteligência resideir fora do cérebro. É materialista, pura e dura, e parte para o estudo dos fenómenos com atitude pré-concebida.
- a americana, fundada por Joseph Banks-Rhyne, que não confirma nem desmente; investiga. E dessa investigação tem resultado a evidência de que há inteligência extra-corpórea, ou seja: vida após a morte e interacção entre "dois mundos", por assim dizer.
- a corrente francesa, actualmente sustentada pelo inefável Padre Óscar Quevedo, que visa sobretudo denegrir tudo o que seja investigação científica séria e manter bem alto o conceito de sobrenatural. É a chamada "quevedologia", que nada explica, nada investiga, apenas cria palavras novas para denominar fenómenos antigos."

Eu estou a par dos 3 ramos. É curioso que ataque a versão soviética e use um termo insultuoso para a versão que eu conheço melhor, mas está no seu direito...


"É paradoxal que o Fernando, como homem de Ciência, defenda a pseudo-ciência "quevedológica", que nega a imortalidade da alma (!) mas afirma a pés juntos que existem milagres, que o Santo Tal fez crescer uma perna a um homem que rezou muito, etc..."

Eu conheço todas as versões e, como homem da ciência (gosto deste epíteto...) sei que se pode aplicar esses mesmos princípios (científicos) em todas as versões. É curioso ainda que alguém acredite que um católico não defende a imortalidade da alma (ainda por cima um Padre....) mas mais curioso ainda é alguém duvidar da prova física de um osso que surge e se forma ex nihilo num milagre (sei que está falar de um caso concreto em Lourdes, com registos médicos, incluindo de não crentes, a assinalarem o milagre, e neste caso com o esqueleto com a reconstrução do osso conservada) mas acredita em fábulas e em espíritos que falam pela boca de vivos...


"Na concepção do Padre Óscar Quevedo, o mundo divide-se em natural e sobrenatural; por um lado ele crê na Ciência estritamente materialista, ideologicamente datada, que afirma sem margem para discussão que os mortos estão bem mortos."

Pelos vistos era mesmo muito materialista - até admira como não foi excomungado. Para um não católico se calhar fala demais do que não sabe...


"Por outro lado ele é católico e acredita nos anjos, nos santos, nas almas do Purgatório, no Céu, no Inferno, no Diabo, nas aparições e nos milagres.
Já o Espiritismo não crê em nada dessa coisas, que considera na maioría folclore medieval; e crê que tudo é natural. Que nada existe fora da ordem natural das coisas. de rerum natura, por assim dizer."

As suas crenças - verdade absoluta; crenças de um católico - folclore medieval. Está certo...


"Para nós não existe o sobrenatural, apenas o que a Ciência ainda não descobriu."

É para isso que existe o teste de Randi - e repare que este é negociado pelas duas partes e baseia-se apenas numa coisa simples - o método científico...



"Os mortos estão em letargia à espera do Juízo Final para se levantarem das campas? Estão no Céu, Inferno ou Purgatório? Os anjos e os demónios foram criados por Deus para a Bem-aventurança e o atormentar eterno, respectivamente?"

Sobre isso (com excepção do Purgatório) nada tenho a dizer a não ser que o escreve aqui é o que está na Bíblia... Mas os espíritas não se dizem também cristãos e usam a Bíblia cristã?


"Arderá em azeite por toda a Eternidade quem usa preservativo?"

Eu sou, neste aspecto, contra o actual ensinamento da ICAR do não uso preservativo. É que convem perceber que uma coisa é doutrina oficial da hierarquia católica e outra coisa é essa mesma igreja, que inclui todos os seus crentes, alguns com posições diversas dessa mesma hierarquia.


"Afinal qual de nós acredita no Pai Natal? Qual é a crença mais consonante com a Ciência, Catolicismo ou Espiritismo?"

Eu não acredito no Papai Noel (nem o meu filho, que tem quase 6 anos). Já estou a ver que afinal o espiritismo é que está de acordo com a Ciência - ou será que não...? O que eu digo é que Ciência e Religião tem campos distintos de acção, mas se quer que lhe diga, o espiritismo está ainda mais longe da Ciência do que o Catolicismo.


"Desculpe pòr as coisas assim, mas V. começou por me enxotar..."

Na minha terra quem se enxota são os burros, e pelo seu poder de argumentação (embora os argumentos sejam poucos e fracos...) não é o seu caso.


"Na minha "associação ou lá o que é" não nos faz falta dinheiro, graças a Deus. Quotizamo-nos, retiramos dos nosso ordenados de trabalhadores honestos, e pagamos água, luz, renda de casa e telefone. Não exploramos o povo, como algumas religiões, e damos todo o nosso serviço gratuitamente, e sem alardes."

Pois na minha Igreja também não exploramos - e quando eu disse "associação ou lá o que é" era porque não percebi se o Espiritismo é uma Religião, uma Associação ou outra coisa qualquer.


"Já lhe respondi que os espíritas não se prestam a palhaçadas como o desafio de Randi. Suponho que não admita a ideia de que um sacerdote católico vá ao desafio de Randi transformar pão e vinho no corpo de Jesus/Deus /Espírito-Santo... Não estou a blasfemar ou a troçar! Segundo o Catecismo da Igreja Católica os géneros são transformados efectivamente em corpo e sangue de Jesus, que é Deus com o Pai e com o Espírito-Santo, segundo a vossa crença - absolutamente respeitável, diga-se!"

1. O desafio de Randi não é palhaçada, é um desafio sério e caro (1 milhão de dólares...). Qualquer teoria científica pode ser testada usando o método científico. Imagine que o Afonso conseguia comunicar, por telepatia, comigo - até porque disse que eu , como qualquer um, tenho poderes mediúnicos e té poderia ter esta capacidade. Ia até ao Randi e conseguia prová-lo e ainda ganhava uma pipa de massa - qual é o problema...?
2. O o problema teológico da consagração do pão e do vinho da Eucaristia é para teólogos, e dá pano para mangas, como dizê-mos em Portugal. Não vá por aí, a menos que seja teólogo.


"Não vão é prestar-se ao desafio de Randi. Nós também não, mas prestamo-nos ao olhar da Ciência a sério. O circo é circo, é uma arte nobre, mas cada coisa no seu lugar.
Aliás, eu escrevi sobre isto, e o meu amigo ou não leu, ou não entendeu, ou gosta de fazer pirraça."


Não vão ao desafio de Randi porque não o conseguem superar, porque aquilo que dizem não é comprovável cientificamente - é tão simples quanto isso. Aliás não é a primeira vez que um mágico percebe isso, o maior mágico de todos os tempos usou os seus conhecimentos para combater charlatães com pretensões mediúnicas. Aliás aconselho-o a perceber o que se entende por "Desenganador" em língua portuguesa...


"Sobre Lynn Margulis, que eu, não cientista nem nada que se pareça, adoro, limitei-me a citar, mas proponho que tire dúvidas com a autora do artigo. Aliás, esse é um pormenor do excerto, que me parece conter matéria para discussão por quem de direito - não por mim, que da Ciência sou apenas um admirador maravilhado e rspeitador..."

Pois citou erradamente - Margullis não tem nada a ver com pseudo-ciência ou Design Inteligente...E pode usar o meu e-mail (fjfom - at - hotmail.com) para que a senhora que escreveu essa besteirada fale comigo...


"Não é elegante da sua parte chamar pateta fraudulento a Allan Kardec, mas a má educação fica consigo e em nada denigre a emérita figura do Professor Hipólito Rivail/ Allan Kardec."

Sobre Hipólite Rivail nada tenho a dizer, agora sobre o seu pseudónimo Kardec posso citar muitos textos interessantes, como aqueles em que demonstra ser um incorrigível racista (mais do que o habitual na época em que viveu), um citador da Bíblia muito pouco correcto, alguém que enganou muitos com o que escreveu. É o que eu penso e tenho o direito de pensar assim , tal como senhor tem direito de acreditar no que acredita...


"É do mais elementar bom-senso ter-se provas do que se afirma, como deve saber. Naturalmente, não as tem. Tem apenas as teorias do Padre Quevedo e a propaganda católica conservadora, que continua a proclamar-se "A" representante exclusiva de Deus na Terra, a infalibilidade papal, o (sic) criaionismo bíblico, e outras coisas que a Razão e a Ciência não podem aceitar. O tempo da Santa Inquisição já lá vai (embora o actual Papa não pense assim)."

Em questões de fé a prova é difícil - isto aplica-se a todo, mas mais ainda a quem diz que aquilo em que acredita se coaduna com a ciência - o que manifestamente não é o caso de espiristismo. Sobre Propagandas e Inquisição sou contra, venham de onde venham - mas as suas teorias, se são científicas, são comprováveis (vide teste de Randi...). Mas como não é o caso...


"Como católico que é, sugiro-lhe que leia obras do Padre François Brune, um sacerdote católico que tem pesquisado sobre Transcomunicação Instrumental, sob a égide do Papa João Paulo II, o tal que declarou que o diálogo com os mortos não pode parar, em discurso na Praça de São Pedro."

É claro que a Igreja Católica aceita a possibilidade remota e rara de os mortos comunicarem com os vivos - a 2ª parte do seu texto é que me parece um pouco exagerada, só porque a ICAR aceita o ESTUDO da POSSIBILIDADE da Transcomunicação Instrumental...


"Sugiro-lhe também que leia as obras de Allan Kardec, para poder falar com conhecimento de causa."

Eu leio tudo o que me chega às mãos, quando tenho tempo - e já li o suficiente deste heterónimo (ou lá o que era) do senhor Hipólite para perceber que os seus textos são muito divertidos - a pontos de conseguir, dizendo-se cristão, deitar para o lixo mais de metade da Bíblia cristã. Se quiser mande-mos, que eu terei todo o gosto em lê-los integralmente.

Anónimo disse...

Estimado Fernando,

Já pareço os apresentadores dos produtos to tv shopping, que dizem a mesma coisa de 30 em 30 segundos, mas faço questão de repetir que, não fossem os termos injustos em que o Espiritismo tem sido tratado neste blogue, nunca teria feito um só comentário.
O blog afirma-se claramente materialista no cabeçalho, citando Demócrito, e, como tal, as discussões que eu fosse suscitar seriam estéreis.

Comentei para chamar a atenção de que o Espiritismo é uma filosofia como outra qualquer, e que, como tal, merece a mesma consideração o espírita como o ateísta, o materialista, o católico, o protestante, o positivista, etc..

Isso mesmo entenderam os outros frequentadores deste blog, e muito correctamente, não deram tréplica à minha réplica. Só vim explicar que é superficialidade associar-se a Espiritismo todas as ideias exdrúxulas, as negociatas obscenas ou os espectáculos duvidosos em que apareça a ideia da imortalidade da alma. É que há pessoas, que, embora inteligentes e cultas, vão ao Brasil, vêem um macumbeiro a pôr charutos e cachaça numa encruzilhada e pensam: "espiritismo". Vêem a Alexandra Solnado na tv e concluem: "espiritismo". Vêem os miudos dos Morangos com Açúcar a fazer o jogo do copo e sentenciam: "espiritismo".

Como habitualmente, os materialistas são muito mais correctos que a maioría dos católicos nestas coisas. Os materialistas entenderam e terão pensado: "Bem, o homem só está a defender a dignidade das suas crenças, está no seu direito".

Já os católicos radicais, os da linha do actual Papa, entretecem ideias rebuscadas para refutar uma coisa em que eles mesmo acreditam: a imortalidade da alma!

A diferença:

Nós, espíritas, achamos que em NADA deve ser defeso à Ciência penetrar. Afirmamos claramente que retiraremos das nossas crenças todo e qualquer ponto que a Ciência refute de forma definitiva.

Os católicos mais radicais entendem que a Ciência se deve deter às portas do Sobrenatural. Daí que se agarrem à letra bíblica e à sua interpretação particular desta, que é, aliás, incoerente em muitos aspectos.

(agora faço uma pausa pois hoje, apesar de ser feriado, tenho alguns assuntos a que atender. Já continuo, ok?)

Afonso Pereira

Anónimo disse...

(Já vi mais um post apagado pelo autor e espero não estar a abusar da hospitalidade dos responsáveis pelo blogue.
Já manifestei a minha opinião, e neste momento estou a conversar com o Fernando, achando que esta conversa, se não fôr útil a ninguém, pelo menos não ofende. Mas se ofender, basta que me digam e retirar-me-ei de imediato.)

Caro Fernando,

Não vou usar o processo de citar e comentar, ponto por ponto. É cansativo para mim e para si. Tentarei ir ao essencial e deixar o acessório de parte.

Foi o Fernando que se me dirigiu, dizendo para eu ficar lá com as minhas crenças mas não as misturar com Ciência. Renovo o convite que lhe fiz:

"A menos que considere que detém o monopólio da razão, da verdade e do bom-senso, convido-o a conhecer o Espiritismo, e não apenas o trabalho dos cientistas que abona a favor do que o Espiritismo defende."

De facto, se conhecesse o Espiritismo não faria as afirmações que faz. O Espiritismo pede anos de estudo dedicado. Há ateus, católicos (alguns sacerdotes), agnósticos, pessoas de todas as convicções que se interessam em conhecer afinal o que é o Espiritismo, e que para isso estudam, fazem o curso básico de Espiritismo, numa associação espírita ou pela internet.

O Saber não ocupa lugar. Estudar esta e outras filosofias é o que se pede a quem se quer pronunciar sobre elas com conhecimento de causa.

Agora se as pessoas optam por ler dois artigos da Visão e consultar o Dicionário Céptico, ou dar ouvidos à pseudo-Ciência do Padre Quevedo, concluem que já sabem tudo sobre o assunto, e se atiram à troça e ao desdém, é com elas...

As coisas funcionam assim, em termos de FENOMENOLOGIA:

Acontece um fenómeno qualquer, digamos uma fotografia em que aparece uma pessoa que já morreu.

As reacções são as seguintes:

- os ateus não ligam. Concluem sem analisar que é uma mistificação, uma montagem. Se partem para o estudo é para descobrir a marosaca, que têm a certeza que existe. Mas associam esse tipo de coisas a crendices religiosas antigas, não as acham dignas do olhar da Ciência.

- os cientistas sensíveis a estes assuntos e à busca isenta da verdade vão estudar o caso, formulam hipóteses e tentam testá-las (método científico).
O problema é que estes fenómenos não acontecem quando a gente quer. Sendo fenómenos inteligentes dão-se segundo a vontade de criaturas inteligentes. Não é como estudar uma planta, que se pode colher e manusear.

- os Espíritas aceitam a possibilidade de, não sendo uma mistificação, ser efectivamente uma manifestação de seres incorpóreos, vulgo Espíritos.

- os parapsicólogos a la Padre Quevedo dão a seguinte explicação "científica":

«a pessoa está a pensar no familiar falecido e o pensamento materializa-se formando a sua imagem. Em hipótese alguma se trata do familiar falecido que se mostra desta forma.»

Quanto muito será uma hipótese a testar! Nunca uma conclusão científica!

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O que é mais rebuscado? Se a I.C.A.R. «aceita a possibilidade de em certas condições estas coisas acontecerem», é mais plausível que seja um desses casos ou que se trate da tal «materialização do pensamento»?

Por algum motivo a Parapsicologia não é ainda considerada uma Ciência. Não há licenciaturas em Parapsicologia, ainda, precisamente por causa da intromissão deste tipo de pseudo-Ciência.

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Há objectos que levitam, há objectos que entram espontaneamente em combustão, há pessoas que são atiradas ao ar, há escritos que aparecem sobre paredes, imagens estampadas em pedras, pessoas que ficam inconscientes e falam línguas que desconhecem, pessoas perturbadas em estado de "possessão" (note-se as aspas), aldeias inteiras que são vítimas de fenómenos "poltergeist", etc., etc., etc., e a Parapsicologia de linha católica dá as seguintes explicações "científicas":

"São energias de jovens na puberdade que provocam as levitações e combustões".

"É o inconsciente das pessoas que provoca as mensagens e imagens gravados em superfícies das casas".

"São os desgostos de amor e os traumas de infância que provocam os estados do tipo «possessão»" (mesmo quando nem uma coisa nem outra aconteceu à pessoa em questão).

"Há crianças que falam sete línguas aos quatro anos, porque a mãe foi a um restaurante chinês quando estava grávida".

E por aí fora. Conclusões inapeláveis do Padre Quevedo.

Chamar pseudo-Ciência ao que o Padre Quevedo faz, não é ofender o Padre Quevedo. Não fiz qualquer ataque pessoal nem a Quevedo, nem a si, nem a ninguém. Nem o farei.

Afonso Pereira

Anónimo disse...

Do texto da D.ra Marlene Nobre, Presidente da Associação Medico-Espírita Internacional, afirma o Fernando que ela «mente» quando afirma que a D.ra Margulis não perfilha a ortodoxia evolucionista.

Eu, leigo, maravilho-me a ler Margulis e o seu ex-marido Carl Sagan. Não me parece que Marlene Nobre tenha "mentido" nesse ponto e acho essa qualificação desnecassariamente agressiva da sua parte. Marlene Nobre resolveu, no seu artigo, mentir acerca da posição de Lynn Margulis? Terá interpretado (bem ou mal?), ter-se-á enganado nesse pormenor do seu interessante artigo?

Pode dirigir-lhe um email a perguntar. Veja, sff

http://www.amebrasil.org.br/index.htm

Eles têm uma tv online e por satélite, com médicos espíritas e não espíritas a debater os mais diversos assuntos.

A Rede Visão (enviei-lhe link) também tem tv online e convida cientistas espíritas e não espíritas de diversas áreas.

Esse pormenor é uma gota de água no oceano de um artigo que talvez mereça atenção, apesar de se tratar de uma coisita ligeira para leigos. Olhe esta passagem:

«Demonstrou-se, por exemplo, através de cálculos matemáticos, a impossibilidade estatística (101000contra um) de se juntar , ao acaso, mil enzimas das duas mil necessárias ao funcionamento de uma célula. Do mesmo modo, já se constatou que o acaso é insuficiente para explicar, passo a passo, de forma detalhada, científica, o surgimento de estruturas complexas, como o olho, o cílio ou flagelo, a coagulação sanguínea.»

Ligeiro e para leigos foi também o II Encontro de Medicina e Espiritualidade, que se realizou na Faculdade de Medicina Dentária em Lisboa. Mas contou com a presença de cientistas sérios, com obra feita. Há um dvd do mesmo à venda; veja sff site da editora espírita Verdade e Luz:

http://www.verdadeluz.com/

Nós, espíritas, podemos ser malucos, quem sabe, mas somos sérios. Podemos estar 100% enganados, mas não andamos a enganar ninguém. E para que é que o fariamos?

Afonso Pereira

Anónimo disse...

Sobre o (estafado) desafio de Randi, já lhe respondi, mas o Fernando insiste, certamente devido à minha insuficiência de expressão. Não sou um homem de palavra, sou um homem de acção, mas vou tentar uma última vez:

A mediunidade é uma faculdade fugidia. Define-se como médium ostensivo a pessoa que capta impressões do mundo espiritual. Que sente a presença de Espíritos, que os vê, que escreve sob sua influência, que fala sob sua influência, etc..

- Na Bíblia encontra relatos do "Espírito-Santo" a falar Línguas pela boca dos Apóstolos; encontra expulsões de "demónios"; encontra Jesus em amena cavaqueira com Moisés e Elias, falecidos havia muito; encontra aparições de "anjos"; encontra os Evangelhos escritos por "inspiração do Espírito-Santo".

Substitua anjos, santos e Espírito-Santo por Espíritos já depurados, evoluídos, e aí tem o ponto de vista espírita.
Ìdem para demónios; substitua por Espíritos ainda atrasados.
Ídem para inspiração do Espírito-Santo; substitua por psicografia.

Que os ateus trocem disto, entendo. Agora um crente, não faz sentido. Sugiro a leitura de O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo" e diga-me o que acha". Download gratuito em todos os sites espíritas.

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/ci/index.html

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Então concluimos, para já, que NINGUÉM em sã consciênia pode garantir que dia tal, às tantas horas, tal fenómeno se vai produzir perante o Sr. James Randi!

Eu posso captar por exemplo mensagens de pessoas falecidas pela escrita. Posso até ter já recebido muitas mensagens com dados que se vieram a comprovar, que toda a gente desconhecia, incluindo eu, claro, e que constituiram por isso evidência de algo que a Ciência ainda não explica.

Por muito que eu queira, quem me garante que no dia tal, em tal lugar, vou captar isto ou aquilo? Isso não depende só de mim; eu capto a mensagem, mas esta é envioada por um mensageiro, que pode não estar pelos ajustes.

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Mas não é só isso: por uma questão de respeito, um médium espírita não vai alinhar em espectáculos circenses. Há trabalhos sérios, científicos, inclusive em Portugal, em que médiuns espíritas se prestaram a ser estudados. Gratuitamente, é claro. E num ambiente sério. Não para actos de variedades.

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As pessoas que desconhecem não sabem em que condições se dá a prática mediúnica espírita. No site do Padre Quevedo, p. ex., é afirmado que os médiuns espíritas unem os dedos numa mesa para os perispíritos se tocarem! Que afirmação mais absurda!

Os médiuns espíritas praticam a mediunidade para fins de desobssesão/ ajuda ao próximo (nem todas as pessoas que "vêem coisas" e que estão "possessas" são esquizofrénicas...). Fazem-no com elevada disciplina e recolhimento, sem alaridos. Nunca verá no Espiritismo o anunciar de sucessos em processos obsessivos. Daí também as pessoas se porem a elocubrar...

O respeito que nos deve a mediunidade é igual ao respeito que é devido à Eucaristia. Como é que se sentiria se eui lhe propusesse ir ao desafio de Randi provar que pão e vinho se transformam em corpo e sangue?

(Respeito esse acto de Fé, embora não acredite que haja transmutação dos géneros. A Eucaristia é o continuar de antigos rituais pagãos, em que se ingeriam géneros transmutados. "Ah, mas os teólogos é que sabem" - diz o Fernando. Pois saberão, mas é impossível provar cientificamente a transmutação. É um ritual, tem a sua justificação antropológica. Já a mediunidade pode (e é) estudada cientificamente.)

Considera-se esclarecido quanto ao desafio de Randi?

Afonso Pereira

P.S. - Com um raio, ninguém vai ler isto, nem o Fernando :)

Anónimo disse...

Sobre Allan Kardec ser, segundo as suas palavras, um "pateta fraudulento", pedi-lhe que provasse e o Fernando ficou-se nas covas.

Desculpe que lho diga, mas o site Monfort não é leitura decente para um homem de Ciência como o Fernando (não recuse a designação, ora essa, é um Professor de Ciências, e isso é uma nobre actividade).

Os senhores do site Monfort são alvo de investigações no Brasil por sequestro de jovens para instituições católicas de clausura. São fanáticos. Aprovam a Inquisição como coisa útil e louvável. Proclamam a infalibilidade papal, a certeza de os "pecados mortais" (como pensar em sexo e usar preservativo)conduzirem ao Inferno! Por favor, aquilo é medieval, meu amigo!

Vem isto apropósito do alegado racismo de Kardec, que foi a única justificação que me deu para lhe ter chamado pateta fraudulento.

Em meados do século XIX, quando Darwin lançou a sua obra mais famosa e Marx ídem, saiu O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.

O amigo Fernando nunca leu, pois "só lê o que lhe chega à mão". Então porque insulta pessoas só por ter ouvido Orlando Fedelli e Óscar Quevedo fazê-lo?

Na época, uma das discussões científicas mais acesas era "Serão os hotentotes pessoas ou animais?"

Só em 1974 (se não estou em erro) os aborígenes australianos deixaram de fazer parte da lista da "fauna australiana"!

Então Kardec nessa altura, defendia que existem "raças" (era a linguagem da época) mais rudes e outras mais avançadas.

Hoje continuamos a perguntar:
perante o Catolicismo, o que acontece a um bébé que morre aos 3 meses? Céu ou Inferno? Íam para o Limbo, mas o Papa João Paulo II extinguiu essa ideia (e bem, um Papa sério e inteligente).

Então e um indivíduo de uma nação tribal, que não foi baptizado, a quem não ensinaram a diferença entre Bem e mal, e que, como sempre a sua tribo fez, caça pessoas de outras tribos e come-as, viola crianças de outras tribos, etc.?

Vai para o Inferno? É essa a Justiça Divina? Não pode ser.

Kardec defendeu que a noção do Bem e do Mal é uma conquista progressiva do Homem. As nossas primeiras existências são experiências em busca do livre-arbítrio, e encarnamos em povos com menos senso moral e menos actividade intelectual. Progressivamente vamos encarnando em meios mais adequados à nossa evolução.

Isto não é racismo nem etnocentrismo. É uma proposta de explicação das aparentes injustiças da existência.

Sem reencarnação não há justiça divina.
Dois criminosos são abordados pela Polícia. Um é abatido "em pecado". Inferno com ele!
Outro vive mais 80 anos e torna-se monge franciscano. Céu com ele!

Nota1 - os primeiros cristãos os eram reincarnacionistas e ainda os há. O Cristianismo esotérico (significa "escondido") é reencarnacionista, caso dos Rosacruzes.
O Cristianismo exotérico (as religiões, "para consumo das massas") deixaram de o ser.
Há estudos históricos sobre isso, feitos até por clérigos.

Nota2 - Há evidências científicas fortes a favor da reincarnação. Mas não está provada.

Afonso Pereira

Anónimo disse...

Diz o Fernando:

«É claro que a Igreja Católica aceita a possibilidade remota e rara de os mortos comunicarem com os vivos - a 2ª parte do seu texto é que me parece um pouco exagerada, só porque a ICAR aceita o ESTUDO da POSSIBILIDADE da Transcomunicação Instrumental.»

Eu digo:

A I.C.A.R. com João Paulo II, apoiou os estudos de François Brune que apontam inequivocamente para a comunicabilidade dos Espíritos. Ele não estudou possibilidades. Ele comunicou com os falecidos por meios de aparelhos electrónicos, e afirma-o sem papas (não é nenhuma graçola ;) na língua!

Há alguns anos, em visita a Portugal, declarou sentir-se livre para fazer as suas pesquisas, com o conhecimento e aprovação do Papa.

João Paulo II, perante mais de 20.000 pessoas na Basílica de São Pedro, em 2 de Novembro de 1983, disse :

"O diálogo com os mortos não deve ser interrompido, pois, na realidade, a vida não está limitada pelos horizontes do mundo".

Ora veja isto:

«OS MORTOS NOS FALAM

Padre François Brune.
(Edicel, 1a edição, 1991.)

Introdução
1. O padre François Brune diz que é escandaloso o silêncio, o desdém e mesmo a censura exercida pela Ciência e pela Igreja, a respeito da descoberta mais extraordinária de nosso tempo: a existência de vida após a vida e a possibilidade de comunicar-nos com os que chamamos de mortos. (P. 15)
2. Acompanhando e estudando as pesquisas mais recentes realizadas nesse campo, Brune diz que suas conclusões ultrapassaram o que havia previsto: não somente a credibilidade científica das experiências com os mortos encontra-se confirmada e não pode mais ser posta em dúvida, como a prodigiosa riqueza dessa literatura do Além reanimou nele o que séculos de intelectualismo teológico haviam extinguido. (P. 15)
3. A Igreja, diz ele, nutre a maior desconfiança em relação a esse tipo de fenômenos e, embora pregando a eternidade, não aceita que se possa vivê-la e entrar em comunicação com ela. Mas nem sempre foi assim. (P. 16)
4. “A morte - afirma Brune - é apenas uma passagem.” Nossa vida continua, sem qualquer interrupção, até o fim dos tempos e levaremos conosco para o Além nossa personalidade, nossas lembranças, nosso caráter. (P. 17)
(...)»

Pertence a http://www.oconsolador.com.br/
linkfixo/estudosespiritas/
obrasdiversas/
osmortosnosfalam.doc

Só que a I.C.A.R. exige que tal intercâmbio seja feito exclusivamente por sacerdotes católicos.
Mas isso são contas de outro rosário...

O Fernando é mais Quevedo, eu sou mais Brune. Acho-o mais científico, e, por tudo o exposto e mais um mundo de razões, acho o Espiritismo bem mais próximo da Ciência que o Catolicismo, ao contrário do que afirma o Fernando.

Uma filosofia que afirma que corrigirá tudo aquilo em que crê e que a Ciência demontre estar errado, está forçosamente mais em consonância com a Ciência do que uma que diz: "Aqui a Ciência não entra - a menos que seja para comprovar milagres"!

Afonso Pereira

Anónimo disse...

Afirma o prezado Fernando que o Espiritismo deita mais de metade da Bíblia fora.
Deita, de facto. Deitamos fora (metaforicamente) o que na Bíblia é de origem mundana e sem conteúdo espiritual.

O Antigo Testamento está repleto de leis civis, adequadas à época e aos costumes (e ao desenvolvimento intelectual e moral) que são absurdas hoje em dia e que nada têm de espiritual.

Coisas como:

- matar homossexuais e adúlteras por lapidação.

- os adúlteros masculinos oferecerem um boi para se penitenciarem.

- as filhas de sacerdotes que se prostituissem (elas, as filhas, claro) serem queimadas vivas.

- os homens que mantivessem relações sexuais com animais serem lapidados.

- a escravatura.

- muitos, mas muitos mesmo! etc.s.

Como poderia o Deus que disse "Não Matarás!" mandar matar?

Olhe que os católicos também deitam estas coisas fora, e outras, como o sacerdócio dever ser gratuito.
Jesus explusou os vendilhões do templo e nós vemos os padres exercerem sacerdócio pago e levarem couro e cabelo aos pobres até pelos enterros e pelas missas por alma de...
Quantos pobres têm que pedir para poderem pagar enterros de familiares...

Ainda há povoações no interior de Portugal em que o padre afixa na porta da igreja os nomes de quem não pagou côngruas!

Já não há Inquisição que queime gente com fogo real, mas os sectores mais conservadores da I.C.A.R. calam homens como Frei Boff e matam indirectamente milhões de africanos, filipinos e sul-americanos, ao pressionarem os Governos para não distribuirem preservatvos e ao condenarem os ditos!

E o que dizer do escândalo trágico da pedofilia, que é mais regra do que excepção entre o clero? Vidas desfeitas devido ao celibato, imposto por motivos de heranças e não por motivos espirituais...

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A Igreja Católica, a Ortodoxa, as Protestantes, a Copta, a Nestoriana, a Anglicana, as Testemunhas de Jeová, os Mórmons, todas as variantes religiosas do Cristianismo partem de uma base errónea:

- a de que Jesus fundou uma Igreja organizada, com Papas, sacerdotes, rituais, templos, altares, sacramentos, etc..

ekklesia é grego e significa assembleia. A Igreja de Jesus é a comunidade dos crentes, e dispensa todos os adornos de raiz politeísta que as religiões lhe enxertaram.

Os cristãos dos três primeiros séculos seguiam os ensinamentos de Jesus, sem rituais ou sacerdotes (leia Actos dos Apóstolos).

Os Judeus, os pagãos e outros, começaram a escorraçar os cristãos, cuja Fé era UNIVERSALISTA! Expulsavam os cristãos dos templos judaicos e perseguiam-nos nas suas casas e nas ruas. Lapidavam-nos, por os considerarem uma noca seita rival. Que não eram!

Jesus de Nazaré veio para todos, Deu ensinamentos filosóficos e morais para todos, não para uma facção ou seita!

Quando se tornaram religião institucionalizada, com rituais, clero, dogmas inquestionáveis, foram os cristãos que perseguiram os pagãos e os de outras religiões, em episódios lamentáveis...

É pena que hoja as religiões continuem com mentalidades dessas épocas. os fundamentalistas islâmicos, por exemplo, teimam em fazer a "verdadeira fé" triunfar...

No nosso ponto de vista, o que "salva" (no sentido de "o que garante o rumo certo") não é ser-se desta ou daquela filosofia ou religião. O que "salva" é a caridade, na mais nobre acepção da palavra. Quantos católicos e espíritas chegam ao lado de lá do "véu" a achar que são uns campeões, e se vêem ultrapasssdos por ateus, que nesta vida foram verdadeiramente caridosos...

Afonso Pereira

P.S. -

Diz que lerá com gosto o que eu lhe enviar. Aqui vão as cinco obras básicas do Espiritismo:

http://adeportugal.org/mambo/index.php?option=content&task=view&id=226&Itemid=66

ou

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/index.html

Fernando Martins disse...

Caro Afonso:

Clarificou mais, finalmente, as suas posições, pelo que, enquanto não formos banidos deste local iremos conversando nele.

Em primeiro lugar o comentário apagado era meu (tinha um lapso no e-mail) e repeti-o no comentário seguinte corrigido.

Nada tenho contra nenhuma crença ou religião, desde que esta não colida com as minhas liberdades e direitos. A única coisa que tenho a lamentar nesta nossa conversa é que meta o espiritismo na Ciência. Se, como diz, o método científico (que é que Randi usa, e já usou várias vezes, no seu teste) não serve para o espiritismo, então este não tem nada a ver com ciência.

Quanto aos site Monfort, entrei neles uma vez e detestei - não sabia que falavam da escala racial de Kardec...

No que diz respeito a Margullis, a primeira esposa de Sagan, é uma fervorosa neo-darwinista, mas como os grupos/escolas de darwinistas são variados, às vezes os criacionistas e os ID fazem umas estranhas ilações sobre textos de alguns famosos evolucionistas de bradar aos céus, como é o caso.

Quanto a cristianismo gnóstico, rosacruzes e quejandos, há neles gostos para tudo. Agora querer ligar o cristianismo às crenças orientais indianas da reencarnação, em contradição com 80 ou 90 % da Bíblia, parece-me demais.

Kardec/Hipólite devia ter pensado melhor antes de fazer a ponte entre as religiões orientais que acreditam na reencarnação e o cristianismo. Porque o resultado foi uma amalgama que tem o problema de seguir dois caminhos antagónicos: basta dizer que no tempo de Jesus muitos judeus não acreditavam na alma e na vida depois da morte e Cristo apenas falou da ida para o Céu, junto de ele, sem NUNCA referir pormenores que ligassem a reencarnação da alma em novo corpo...

Irei mais tarde ver algumas sugestões que me deu e depois direi coisas...

Mas, para concluir, a Ciência e Religião têm poucas pontes de ligação e não por dizer que no espiritismo estas existem que elas vão aparecer por milagre.

Anónimo disse...

Notas breves

Sobre o Diabo:

- não encontra na Bíblia uma única referência ao Diabo rei dos Infernos da iconografia católica. Crer no Diabo seria crer que Deus, Bondade Suprema, teria criado um ser perpetuamente destinado a fazer perder os homens! Leia, sff, "O Diabo - origem e evolução histórica", de George Minois, Terramar, www.terramar.pt.

- a expressão "cala-te, satanás" é usada por exemplo por Jesus quando Pedro lhe pede para não repetir que a morte do Mestre está próxima. É uma forma de expressão da época, uma maneira de insultar amigavelmente, de chamar "mau" a alguém com algum carinho.

- em todo o Antigo Testamento não qualquer alusão ao diabo. No Novo Testamento ela é usada no contexto que lhe disse, e não só. A ideia de Diabo como símbolo do Mal (como a senhora da balança é o da Justiça) surgiu no contexto histórico da ocupação romana para designar o ocupante e as "forças do mal" que permitiam a ocupação. Veja como hoje os Estados Unidos são "o Grande Satã"...

- os demónios serão anjos caídos?
1º - como poderia Deus criar seres já perfeitos, e nós estarmos sujeitos a bater com os costados no Inferno?

2º - como podem seres perfeitos "cair"?

3º - o Apocalipse de João é dos textos mais intrincados que existem, presta-se a interpretações socio-políticas e é altamente simbólico, tudo indicando que largas partes deste foram escritas em estado de êxtase (já leu o famoso terceiro sgredo de Fátima? São visões de êxtase). As descrições de anjos e demónios desse texto levarem-se à ponta de espada e terem primazia sobre a Ciência e a Razão não nos parece boa ideia.

- o termo "demónio" vem do grego "daimon", e significa Espírito. As pilhas daimon têm lá dentro uma coisa que não se vê mas que existe: a energia :)
Os demónios que Jesus expulsa são, na nossa concepção, Espíritos atrasados, ignorantes, perversos. Tal como os que tentaram perturbar Jesus no seu jejum de 40 dias no deserto, oferecendo-lhe ouro, acicatando-o a voar para provar que Deus existe, segurando-o no ar. Não vê nisto alguma semelhança com o desafio de Randi?...

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Hoje em dia, os "demónios" continuam a manifestar-se e a escravizar pessoas. Os ateus acham que são transtornos dissociativos da personalidade. os quevedologistas também. Um nome.

Alguns sectores católicos acorrem para exorcizar o demónio e o mandar para o inferno. Com admitida taxa de sucesso nula!

Aqui está o motivo por que no Espiritismo se fazem reuniões mediúnicas. Em vez de se escorraçar o ser comunicante para os infernos, abre-se a possibilidade de este se manifestar e poder dizer de sua justiça. E assim se têm resolvido casos de "possessões diabólicas" que duraram décadas... Não vamos é alardear: "vejam que benfeitores que nós somos!".

Porque não o somos! Não temos "poderes" nem somos "missionários do Bem". Somos pessoas como as outras, com qualidades e defeitos. Os racionalistas cristãos também têm este tipo de abordagem. Há padres católicos que são médiuns e fazem o mesmo (posso indicar-lhe nomes, moradas, vídeos, sobre este assunto).
Qualquer pessoa, qualquer crente, o pode fazer. A religião umbandista fá-lo, por exemplo. Jesus fazia-o!

É sugestão - dirão os cépticos. Pois que seja. Abençoada sugestão que tem retirado dos manicómios pessoas que não estavam lá por doença mental, mas por assédio espiritual...

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Referências bíblicas ao Inferno e a castigos eternos?

- Não há. Há referências a lagos de fogo e enxofre, a trevas exteriores, à Geena (lixeira, despejo de dejectos nos arredores de Jerusalém). Metáforas adequadas à compreensão da época.

- O Fernando poria um filho ou um aluno seu num castigo eterno? A Lei portuguesa dá castigos eternos? Como crer que Deus pode condenar pessoas a ferverem eternamente por causa de praticarem uma coisa da Natureza, como o sexo não procriativo, ou por pregarem uma mentirola, ou por invejarem a tv do vizinho?

O Purgatório foi criado precisamente porque a razão exigia um meio-termo entre céu de delícias eternas e inferno de tormentos eternos.

Veja como J.P. II era inteligente e honesto: ele extinguiu o limbo e o inferno, e por consequência o diabo, e declarou que o céu não é um lugar físico!

Resta-nos o Purgatório (procure no Google o Museu das Almas do Purgatório, um vídeo impressionante), porque não se pode negar que há Espíritos que se manifestam em sofrimento e assediam pessoas vivas.

Pena este papa ser tão conservador. Há pessoas que enlouqueceram com medo de Diabo, sabe?

Veja então a obra O Céu e o Inferno e depois diga coisas.

afonsorodpereira@hotmail.com é o meu email.

Não estou a quere catequizá-lo, hein? Nem o meu amigo é catequizável.

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ACABEI DE LETR A SUA RESPOSTA :)

ISTO ESTÁ A SER UM TESTAMENTO, MAS ESPERO QUE TENHA FICADO CLARA A QUESTÃO DO DESAFIO DE RANDI, NÃO ME DIGA QUE CAÍU EM SACO ROTO O MEU BELO DESARRINCANÇO QUE COMPARA O DESAFIO DE RANDi AO DESAFIO FEITO A JESUS: "VOA, SE ÉS FILHO DE DEUS"!... ;)

Alguém disse acima que as religiões reflectem todas uma verdade maior. Nós concordamos e acrescentamos que não há incompatibilidade entre Religião e Ciência, como está no texto homónimo de Kardec, publicado em 1890 e que acima transcrevi.

E é nisso que reside a nossa discórdia que felizmente está a ser cordata e amigável:

- os espíritas acham que a religião é 100% compatível com a Ciência, pois uma coisa ou existe ou não existe, não pode existir para a Religião e não existir para a Ciência.

- os católicos defendem que Deus é tão elevado e que a I.C.A.R. é sua representante na Terra e guardiã so Sobrenatural, onde a Ciência não deve e não pode, entrar.

- os ateus acham que a religião é uma curiosidade sociológica, uma fonte de aleinação, uma necessidade dos fracos de espírito. Só têm olhos para o superficial das religiões, e não estão interessados em afastar a poeira. Tudo ok!

Afonso Pereira

Anónimo disse...

Pois isto já vai longo, não vou aqui apresentar extensas listas de estudiosos sérios, espíritas e não espíritas, cujas pesquisas abonam a favor dos princípios do Espiritismo, que são:

- Existência de Deus (chamem-lhe Jeová, Javé, Aquele que é, causa primária, arquétipo causal, a Força, Jah, "O Gajo Lá de Cima", o que quiserem).
Esta não é comprovável, claro!

- Imortalidade da alma (podem pôr-lhe nomes mais pomposos, mas entende-se o que é).

- Comunicabilidade entre planos (ídem).

- Reencarnação.
(Não é por persistir no Oriente e ter sido banida pela I.C.A.R. no Segundo Concílio de Constantinopla, em 553 d.C., que deixa de ser assunto plausível.)

- Pluralidade dos mundos habitados.
Esta também ainda não é comprovável, mas curiosamente os materialistas não torcem o nariz a esta. E se torcem o nariz às outras eu suponho que seja por as associarem a crendices religiosas.

Não é correcto dizer-se "e vêm agora os espíritas clamar que estas coisas são verdade, como se os outros que não acreditam fossem parvos". Nós não queremos glórias ou direitos de autor, nem somos os únicos a defender estas coisas. Não as inventámos. Se elas existem, não fomos nós que as inventámos!

O Espiritismo é um movimento filantrópico de voluntariado, é uma filosofia de consequências morais cujo modelo é Jesus, é uma concepção filosófica que respeita a Ciência e a Razão. Objectivamos a melhoria da Humanidade pela vivência do Evangelho de Jesus.

Não somos religião - embora creiamos em Deus - porque não temos os atributos das religiões, as suas hierarquias, os seus rituais, os seus dogmas inquestionáveis.

Se as nossas prioridades são a vivência do Evangelho de Jesus e a Fraternidade, não nos dedicamos à Ciência académica no âmbito das actividades espíritas; contudo, estamos sempre à disposição dos cientistas.

Chamamos a atenção para que há mais que a mediunidade como indício de que o que defendemos merece estudo imparcial (e tem-no). Alguns exemplos:

- As experiências de quase-morte. Não podem ser alucinações, quando a pessoa relata acontecimentos ocorridos em simultâneo longe do local.

- As experiências fora do corpo. Há pessoas que conscientemente se deslocam mentalmente, por assim dizer, a milhares de quilómetros de distância. A espionagem psíquica durante a Guerra Fria é um de muitos exemplos.

- Os casos ditos de "poltergeist", como os ocorridos há poucos anos em Itália, onde uma aldeia foi tumultuada por incêndios espontâneos, explosões, deslocações de objectos, etc..

- os casos ditos de "possessão diabólica", e os ditos de "casas assombradas", em que as pessoas e os objectos levitam, são projectados, há ruídos, pancadas, explosões, combustões espontâneas, etc..

- Manifestações mediúnicas como a levitação de médiuns, a materialização de Espíritos (estudada por David Fontana, p. ex.), a pintura mediúnica, etc.. Sempre distinguindo o trigo do joio, claro.

- Os fenómenos mediúnicos inteligentes (médiuns que fazem revelações de todos desconhecidas, pessoas que falam línguas que desconhecem, que escrevem textos de qualidade sendo analfabetas, ou nada sabendo sobre os assuntos em pauta).

- Casos sugestivos de reencarnação aos milhares (estudados p. ex. por Ian Stevenson durante mais de quatro décadas).

- Meninos-prodígio, marcas de nascença, regressão de memória, crianças que se lembram de vidas anteriores, e sua possível correlação com a reencarnação.

- Visões no leito de morte. Há casos que dificilmente podem ter outra explicação que não a imortalidade da alma.

- E vale a pena estudar os trabalhos de cientistas como Charles Richet, Nobel da Medicina, ou o insuspeitíssimo Carl Gustav Jung, que acharam que este assunto é digno de ser estudado e que estavam convictos da imortalidade.

- etc..

Que me perdoem os ateus, mas as ideias novas causam sempre controvérsia. O mundo está na ressaca do materialismo. Nenhum assunto deve ser tabu para a Ciência.

Atrevo-me a sugerir a leitura do texto Aliança entre Ciência e Religião, que transcrvi acima, e que deixo aqui em link:

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/es/es-01.html#es1a4

E que Deus me livre da pretensão de estar certo. Se ofendi alguém peço sinceras desculpas.

Afonso Pereira

Anónimo disse...

~Senhores
Não censuro ninguém por questionar ou mesmo pelo fato de adquirir conhecimento pois isso é importantíssimo, mas não concordo com a teoria reecarnacionista pois, a mesma, mesmo tendo a ajuda da ciência ainda não me convenceu sua legitimidade, pois acho que precisamos não só de uma,duas ou mais provas, e sim de trlhões de provas para que eu possa crer nessa doutrina, pois obras não são capazes de purificar ninguém.
João Rosa

"A escola pública está em apuros"

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