sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Vale a pena ler

O português que nos pariu
Uma viagem ao mundo dos nossos antepassados
Angela Dutra de Menezes

Um livro delicioso da carioca Angela Dutra de Menezes, autora do romance «Mil anos menos cinquenta» - prémio de autor-revelação na Bienal do Livro de 1995 e considerado pelo jornal madrileno La Cultura como um dos quatro melhores lançamentos de 1997, ano a que chegou à Europa -, oferece-nos um olhar diferente sobre a história. Publicado em Portugal pela Livraria Civilização Editora, «O português que nos pariu» dá-nos uma visão da História nacional vista da lusofonia no outro lado do oceano.

O livro, escrito da forma que o título sugere, consegue ser fiel aos dados históricos - embora tenha detectado um pequeno erro, nomeadamente é referido que o Mestre de Aviz é filho bastardo de D. Pedro e D. Inês de Castro quando a sua mãe é D. Teresa Lourenço. Como aliciante, transcrevo parcialmente as respostas da autora, em entrevista à Visão (de 9 de Agosto):

Como foi percorrer 500 anos em 23 dias?
Foram 23 dias e 30 anos, incluindo tudo o que eu sabia sobre mim mesma, para criar a «receita do português». E algumas perguntas: porque é que os mouros ocuparam sete séculos a Península Ibérica e eu não falo árabe?...

Onde encontrou a resposta?
Ao descascar as capas que envolviam a nossa História e com a minha avó, que veio do Minho. Descobri todo o afecto que a aparente secura escondia. Eu perguntava quem é esse triste português que nos pariu tão alegre.

Quem é, afinal, o português?
Dou os ingredientes, basta misturar celtas, romanos, visigodos, mouros, judeus, cristãos, bater tudo, esperar 500 anos para desenformar e despejar no Novo Mundo. Dessa massa, os brasileiros herdaram a espectacular capacidade de miscigenação e o «jeitinho», nascido do jogo de cintura de 2 milhões de gatos pingados que se espalharam por cinco continentes.

Como conseguiram esse feito?
Com garra, aventura, paixão. Quem já fez amor com um português, ou vai parar aos cuidados cardiovasculares, de tanta emoção, ou descobre por que razão foi, para eles, tão fácil povoar meio mundo...

3 comentários:

Anónimo disse...

Presumo que seja um ensaio histórico e deve ser bem interessante.
É sempre bom ouvir os "outros" sobre a nossa própria história, porque fazer história virados para o nosso próprio umbigo não tá com nada.
E a nossa história está tão maltratada, não é só de ciencia que as pessoas têm falta de conhecimento, é tambem de história, e a história significa as nossas próprias origens, a nossa cultura e maneira de ser.
Acredito que muitos nem sabem quem foi D.Joao I nem o localizar no tempo.
Toda a história portuguesa feita por não portugueses é sempre bem vida.
Há tanto para estudar sobre a nossa história que é pena que seja uma area de estudo com poucas saidas profissionais..

Anónimo disse...

Ler primeiro

O MUNDO QUE O PORTUGUÊS CRIOU
de
Gilberto Freire

Cláudia da Silva Tomazi disse...

"O paradoxal a Gilberto Freyre é acto real a fidelidade de raíz lusa".

Sob este aspecto o livro "O mundo que o português criou" e nem só mas, a colectânea merece ser estudada com devida atenção.



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