A eventual oposição entre ciência e poesia encontra-se poeticamente retratada num poema do brasileiro Manuel Bandeira (na foto a Lua e Vénus):
"Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A Lua baça
Paira
Muito cosmograficamente
Satélite.
Desmetaforizada,
Desmistificada,
Despojada do velhe segredo.
Não é agora o filão de cismas,
O astro dos loucos e dos enamorados.
Mas tão-somente
Satélite.
Ah! Lua deste fim de tarde,
Demissionário de atribuição romântica,
Sem show as disponibilidades sentimentais!
Fatigado de mais-valia,
Gosto de ti assim:
Coisa em si:
-Satélite".
Encontrei este poema no livro de Ronaldo Mourão "Astronomia e Poesia", Difel, Rio de Janeiro, 1977 (Gilberto Gil, actual Ministro da Cultura do Brasil, tem um poema de sentido semelhante).
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2 comentários:
Ainda sobre ciência e poesia, há um excerto brilhante de Sir Eddington sobre ondas. Coloquei-o aqui, citado por Ken Wilber no seu livro Quantum Questions (sobre textos de cientistas famosos sobre metafísica e espiritualidade).
I saw two shooting stars last night,
I wished on them, but they were only satellites,
is it wrong to wish on space hardware,
I wish, I wish, I wish you'd care.
-- Billy Bragg (cantor ingles) New England
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