terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Memorial às Vítimas da Intolerância
Informação recebida da Associação República e Laicidade:
Durante três dias (19, 20 e 21) do mês de Abril do ano de 1506, em, Lisboa, num processo que teve início na Igreja de S.Domingos, uma multidão em fúria, incitada por fanáticos religiosos, perseguiu, chacinou e queimou, em duas enormes fogueiras acesas no Rossio e na Ribeira, cerca de 2000 pessoas suspeitas de judaísmo, naquele que terá sido, porventura, o mais brutal acontecimento singular da história da intolerância em Portugal.
Recentemente, um grupo de vereadores da C.M. de Lisboa avançou com a proposta de instalar na cidade, precisamente no Largo de S.Domingos, um «Memorial às Vítimas da Intolerância», monumento que seria evocativo do massacre de 1506, bem como de "todas as vítimas que sofreram a discriminação e o aviltamento pessoal pelas suas origens, convicções ou ideias".
A deliberação final sobre essa proposta tinha sido inicialmente agendada para 31 de Outubro passado mas foi entretanto adiada «sine die», pelo que o Memorial a que ela se refere poderá mesmo... não vir a ser edificado de todo…!
Entendendo que se trata de uma iniciativa de grande alcance simbólico -- e que só peca por ser tardia, já que Abril de 2006, 500 anos decorridos sobre o acontecimento, teria sido a data ideal para o assinalar... -- foi disponibilizada na «Internet» a petição que aqui vos venho agora convidar a subscrever.
Subscrever petição aqui: http://www.petitiononline.com:80/samusque/
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5 comentários:
Parabéns ao blog por esta iniciativa. Faço votos para que a tolerância seja também a nota dominante neste blog, coisa que não tem sido até à data.
O mesmo se deve aplicar aos crimes praticados pelos piratas portugueses nas ex-colonias.
Monumentos que recordem a escravatura , a exploração etc.
Basta ver as terças a RTP logo a seguir ao telejornal.
A tolerância exige capacidade de compreender as razões do pensamento contrário.
Nos EUA ensinam isso na escola.
Sem compreender o ponto de vista contrário, toda a argumentação resulta inútil e não passa de um processo de autoconvencimento.
As pessoas estão geralmente convencidas que são tolerantes porque não são confrontadas com a diferença, nem são pressionadas pelo medo.
Estes memoriais são importantes para nos lembrarem como nós, os seres humanos, somos. Porque não foram uns "eles" que fizeram isto, foram pessoas como nós.
Caro alf:
Julgo que tenha alguma razão.
Todavia, eu, felizmente, incluo-me na pequena percentagem que não é como os outros; estranho por isso as palavras "somos" e "pessoas como nós".
Caro Falcão:
Não me parece que o plural que o Alf usa esteja desajustado, até porque mesmo a omissão acarreta consequências.
De resto, os conflitos ainda recentes nos Balcãs,por exemplo, demonstram à saciedade que mesmo numa sociedade contemporânea e ocidental, quando a escolha é " ou ele ou eu ", a grande maioria " de nós " nem sequer pestaneja.
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