sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Petição contra a implementação do acordo ortográfico

Está em curso uma Petição contra a implementação do acordo ortográfico da língua portuguesa de 1990. Algumas razões contra o acordo estão aqui.

13 comentários:

Rui Baptista disse...

Desidério: Acabo de assinar a petição. Já chega o Governo estar a tutelar-nos no que não deve e deixar andar em roda livre aquilo que devia tutelar.

Anónimo disse...

As razões apresentadas contra o acordo incidem mais na "teoria da conspiração" (diz que alguns linguistas pressionam o governo para ficarem na história graças ao acordo) e na "intromissão legislativa" (diz que é abusivo o legislar sobre a língua, e aqui acho que concordo). E quanto ao conteúdo do acordo em si?

guida martins disse...

Também assinei, pois se nós ainda nem aprendemos a escrever correctamente sem acordo. Falo por mim...

alf disse...

Os argumentos contra o acordo parecem-me cheios de erros que qualquer ignorante em português como eu percebe.

Para começar, o uso do termo de "café da manhã" para designar aquilo que os lisboetas chama de "pequeno almoço" não tem nada a ver com o acordo. Sim, os lisboetas, porque a minha Avó do Porto sempre disse "café da manhã" e nunca foi ao Brasil.

Depois o Inglês é uma lingua que não evolui pelo menos desde o tempo de Shakespeare, talvez influencia dos linguistas ingleses que há muitos séculos impedem a sua natural evolução.

Consequências: qualquer texto técnico ou científico é escrito num inglês que usa extensivamente termos de origem latina. É tanto assim que se pode traduzir estes textos para português praticamente mudando a terminação das palavras.
Na Wikipedia, além do inglês surge ainda uma outra curiosa lingua: "simple english". Porque será, se o Inglês é um caso exemplar?

Por último, não há diferença entre o inglês falado pelos americanos e o falado pelos ingleses, à excepção de "centre" e "center" e outras pequenas curiosidades. Isto porque o Inglês já estava proibido de evoluir quando a américa nasceu.

Eu vejo este acordo ortográfico exactamente como o oposto do que o acusam - ele consubstancia a evolução da língua e não o contrário. Mais, incorpora novas palavras dos diversos paises que têm o português como lingua oficial, aumentando a eficiencia da lingua como instrumento de comunicação, que é para isso que ela serve.

É portanto, algo que me parece claramente positivo.

Anónimo disse...

Estava eu aqui entretido,
a ler uns pdf's de uns textos escritos em inglês, em 1865 (não é
engano, é mesmo 1865!), pelo próprio Maxwell, com toda a facilidade,
como se esse texto tivesse sido escrito ontem, e pensei que nunca na vida isto poderia acontecer com o
português: os acordos e mais acordos, modificaram de tal maneira a
escrita que estes textos estariam vedados à leitura de um
contemporâneo de língua estrangeira que aprenda "oje" português. Acho
que é triste e talvez seja esse o segredo da língua inglesa: estabilidade.

Luís Ferreira

alf disse...

Luis ferreira

o "segredo" da lingua inglesa é a ausência de declinações e de formas verbais. Isso torna-a muito mais simples de falar. Alem do elevado número de pessoas capazes de ler e escrever que a têm como lingua mãe

Como eu digo no meu comentário anterior, e o amigo confirma, o inglês tem permanecido quase inalterado há séculos exactamente porque os linguistas tomaram conta dela e impediram a sua natural evolução. Isso é um problema para o inglês, seria hoje uma lingua muito mais eficiente se a grafia correspondesse à fonética. Não seria preciso que a Wikipedia usasse o "simple english" nem que os textos técnicos e científico fossem escritos num inglês "latinizado", onde nem a proverbial inversão de palavras se usa.

Este acordo permite estabelecer um português base, unificado, que se possa propagar para o futuro sem "divisões internas". Como acontece com o inglês, cujas diferenças são meramente folclóricas.

Anónimo disse...

Tenho muitas dúvidas sobre a eficácia de petições on-line, mas o texto da petição é extremamente pertinente ao denunciar as falácias do acordo.

Espero que possam dar relevo ao referido texto na própra página do blog.

António Nöel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
António Nöel disse...

Se me obrigarem a trocar o meu português pelo brasileiro, para que alguns possam encherem os bolsos;

Se me obrigarem a dizer ó-tchi-mo em vez de óptimo;

A dizer Brà-sìû em vez de Brasil, a dizer oje em vez de hoje,

A dizer bá-tch-izado e escrever batizado, em vez de baptizado;

Se me obrigarem a falar e escrever em brasileiro por conta de uns quantos Miguéis de Vasconcelos enchem os bolsos, e os políticos para fins comerciais e sem verterem uma lágrima, sem derramarem uma única gota de sangue para ficar o brasileiro a ser português e os portugueses terem de falar brasileiro e serem considerados PELOB - País Europeu de Língua Oficial Brasileira.

Se querem falar brasileiro e escrever brasileiro criem uma gramática, um dicionário e tenham a coragem de ser considerados brasileiros e escreverem o que quizerem, como e onde quizerem, e deixem o português em sossego prosseguir seu processo histórico diferente.

Nunca os Ingleses fizeram acordos ortográficos para mudar sua línguas, nem a Espanha o fez; Nunca o fez.

ABAIXO OS TRAIDORES DO PORTUGUÊS; OS VENDE PÁTRIAS, OS MIGUÉIS DE VASCONCELOS.

MORRAM OS DANTAS. PIM, PAM, PUM.

SE HOUVER ACORDO ORTOGRÁFICO PARA QUE DEIXE DE FALAR E ESCREVER EM PORTUGUÊS E PASSE A FALAR E A ESCREVER EM BRASILEIRO...

... EU QUERO SER ESPANHOL !!!

Joel Couceiro disse...

Não é o sotaque que se pretender mudar, só algumas coisas na escrita. Até posso achar que não se deve alterar, mas nesse caso porque escrevemos Farmácia e não pharmácia, como antes? há que ser coerente.Acho graça aos que falam na língua de Camões, parece-me que Camões não escrevia como nos dias de hoje.

Tomás P. disse...

É do meu parecer que os são a favor deste acordo ortográfico não estão cientes de que a língua, apesar da poder ter uma origem comum, evolui de acordo com o seu contexto geográfico, demográfico, cultural, etc. tendo como exemplo o Brasil, que se encontra geograficamente isolado de Portugal, e o facto de a sua população (constituída inicialmente por brancos, africanos e índios) cresceu consoante os fluxos migratórios (italianos, japoneses, holandeses, etc...), é claramente um caso diferente de Portugal. Que necessidade haverá de uniformizar a língua portuguesa se os factos que levaram à sua variação nos diferentes países são totalmente diferentes? E já agora, que mal há na diversidade? Um português não fala/escreve mal por causa da variação brasileira, são tomenses e etc..., mas por falta de estudo e de conhecimentos.
As línguas mudam por vontade interna numa comunidade de falantes, e não se trata de um processo espontâneo mas sim um que decorre ao longo do tempo.

Anónimo disse...

fernando pessoa dsse que portugal e o brasil deviam escrever da mesma forma ,preferentemente aescritura etimologica.chamo-me Vítor e quanto ao meu nome acho que se deveria manter oc (embora seja mudo)para uma boa compreensao deste nome,que fica irreconhecivél para o resto do mundo.agradeceria que comentassem este assunto.obrigado

PA disse...

Tomei a liberdade de criar um autocolante alusivo ao tema. Usem e abusem!

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Sem mais, reproduzo as fotografias e as palavras que compõem o último postal de Natal do Biólogo Jorge Paiva, Professor e Investigador na Un...